Potter você é a minha escolha escrita por Lily Potter


Capítulo 18
Capítulo 18 - Ainda é cedo


Notas iniciais do capítulo

Olaaaaa! Eu sou muito mais do que bugada, postando outro capítulo em um período de tempo tão curto se formos comparar com o meu "normal". Mas de qualquer forma, o capítulo está meio curtinho demais, mas espero que gostem. Posto quando tiver comentários!! Boa leituraaaa!



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Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom! – Sussurrou enquanto se escondia atrás de uma passagem para os jardins. Tinha passado um bom tempo neles desde então e não tinha em mente dar de cara com alguém por ai. O que eu seria sem esse presente dos céus, Merlim?

Pensava mais do que agia. Isso parecia reconfortante até certo ponto. Às vezes, a quietude o assustava, o confundia e o enganava. Como se não soubesse quem realmente fosse ou quem deveria ser. Seu pai sempre o dissera para, independentemente do que acontecesse, ser ele mesmo. Mas também dizia que havia coisas que estavam fora do alcance de sua mente, que coisas assim dependiam de cada um. Quando era menor, claramente, nunca entendia o que ele dizia. Allan parecia falar coisas desconexas para ele, talvez porque nunca se importara. Mas com o tempo, o percebeu, as coisas começaram a fazer sentido, por vezes umas mais que as outras. Podia percebê-las agora sentado sobre alguns degraus, recostando suas costas sobre a pedra gelada que nem chegara a sentir os raios do amanhecer.

Pensava sobre si, sobre sua vida como se fosse um estranho observando ao longe. Se lembrava de sua primeira vassoura, de como sua mãe faltava enlouquecer a cada vez que descobriu mais alguma coisa quebrada. Se lembrava de uma velha tia sua que parecia adorar fazer doces para ele que sempre esperava que ela fosse melhor do que a Zonko’s. Se lembrava das tardes em que passava brincando com Anne e Luenis, o elfo da família. Se lembrava dos natais e dos aniversários. De como ficara feliz ao completar onze anos e receber a carta de Hogwarts. De como os anos passaram voando e mal percebera e de Lily. Ela o ignorava fervorosamente. Mais do que ele podia se esforçar a lembrar. Nem quando eram pequenos se lembrava de não falar um dia com ela, mesmo que faltassem se matar. Abstinência do pôr do sol, pensava. Não que não achasse que não merecia. Não sabia ou fingia não sabe - realmente nunca sabia se seria capaz de confessar - que ela nunca conseguia se envolver com alguém por causa dele.

Aquilo tudo era mais confuso do que poderia avaliar. Queria o melhor pra ela, sim, mas ele sempre achou que o melhor para ela fosse ao lado dele. Não podia dizer que estava desistindo, era como se aquilo o fortalecesse, como se abrisse seus olhos para a prisão que a estava envolvendo. Parecia forçado. É forçado! Se corrigiu. Ela sempre achou que ele fosse um canalha idiota pelo modo que agia. Sempre a sufocara. Antes só a perseguia, agora ainda fazia o mesmo só que de outra forma. E se ela percebeu que eu estou quieto demais? Se desconfiar? Vai achar que eu só estou tentando chamar a atenção dela. A atenção dela para mim. Não para nós.

Os primeiros raios da manhã, por fim começaram a despontar. Sabia que com eles viria um mutirão de passos sonolentos. Cedo demais. Sempre cedo demais. Ainda é cedo.

Era como ter tomado café demais por muito tempo. Sentia-se exausta. Não conseguia simplesmente fechar os olhos e dormir, demorava horas para isso, e quando por fim conseguia era como se tivesse pesinhos de chumbo impedindo-a de abrir os olhos.

Ammos nem se quer fizera menção de se dirigir a ela por vontade própria e se o fazia, nas raras ocasiões em que McGonagall pedia uma reunião entre monitores, se dirigia a ela pelo seu sobrenome. Não podia dizer que ficara surpresa com a atitude, ele não era o primeiro que fazia aquilo, se bem que os outros em geral nem olhavam pra ela nos corredores. Apesar de que a sensação de que estava sendo mal falada nas conversas deles e de seus amigos, a cada vez que isso se repetia, nunca a abandonava.

Mais uma vez. Cedo demais. Podia contar os dias que dormia mal, somando quase duas semanas. A única coisa que a movia era ideia de poder voltar para o dormitório no fim da noite e fechar os cortinados, como se isso pudesse escondê-la do mundo. Nada mudara é claro. O vento que soprava pela janela naquele último dia de novembro era o mesmo que vinha soprando desde metade de outubro. Talvez fosse o ar gélido do inverno que ameaça cair sobre ela. Talvez fossem as flores que pareciam estar morrendo junto com sua força de espírito. Talvez, e sabia que sim, fosse só ela que não estava acompanhando tudo aquilo.

Se apaixonar nunca foi algo que anotou na cartinha deixada na árvore de Natal. Nunca foi tão fácil com ela quanto parecia ser com Kate que poderia encontrar um novo amor a cada esquina de Londres ou para Anne que parecia ter com Remo uma fonte infinita de felicidade mútua. Talvez cobiçasse porque nunca tivera aquela sorte, sempre houvera um empecilho chamado “Tiago Potter”.

Achava que a primeira coisa que aconteceria depois que saísse do pub de Madame Puddifoot era ser puxada de volta por ele. Era como se algo em seu íntimo esperasse isso. Mas ele não o fez, mas também não esperava que o fizesse. Talvez Jenne tivesse começado a unir as peças chaves do quebra-cabeça e começado a discutir com ele. Realmente te interessa o por quê dele não ter ido atrás de você? Pensou consigo mesma. Depois de tudo o que ele te fez passar?

– Talvez eu só estivesse fugindo da verdade, fugindo dele. - Deixou escapar para a cálida manhã. Seus olhos, até então vidrados em um ponto fixo começaram a se mover, como se pudesse esquecer que dissera aquilo. Levantou-se quase que instintivamente. Não aguentava mais ficar ali deitada, era só o que tinha feito. Viver trancafiada ali. O silêncio era mais do que convidativo, sentia que não faria muito mal se descesse até a sala comunal. Estaria vazia àquela hora. Recolheu-se em uma poltrona um tanto quanto longe da visão das escadas, notando que a bagunça de toda noite parecia sumir assim que a última pessoa se deitava. A lareira crepitaria cada vez mais baixo até que sua luz não fosse mais do que um brilho perdido no vácuo. As penas e pergaminhos rasgados seriam evacuados e as mesas limpas. Podia ser alguma espécie de feitiço ou talvez os elfos da escola, realmente nunca se indagara.

O Mapa não apontava um único ponto negro em movimento que indicasse que alguém no castelo já estivesse retomando as atividades diárias. Se movia pelos corredores vagarosamente, lento até demais, porém sem esforço ou vontade alguma para acelerar o passo, não tinha hora certa, tinha? O que o lembrou do café, mas não devia nem ser seis horas. Pensou em ir à Torre de Astronomia ou para a Biblioteca, mas Madame Norra podia estar por lá já que não estivera em nenhum lugar desde que acordara. Talvez ela dormisse quando sabia que ninguém realmente estaria acordado para fazer algazarra. Gata esperta, Filch é outro.

Decidira subir para a Sala Comunal, esperar lá, fazer alguma tarefa talvez. Talvez, mas não, pensou com um sorriso brincando em seus lábios. A mulher Gorda faria drama: “Tão cedo?! Não tem valor pela própria vida? Ou por mim ao menos?”. Nada além do esperado.

– Tortinhas de Troll. - Apesar da hora sabia que se não falasse alto o suficiente ela jamais o escutaria. -Tortinhas de Troll.

– Tortinhas de Troll... Hmpf! Você é quem merecia alguns socos de troll, meu rapaz... À uma hora dessas... Céus!

– Bom dia pra voc...

– Bom dia?! O sol quase nem nasceu!

– Vou poder entrar ou não?

– Devia deixá-lo ai, do lado de fora...

– Mas como eu disse a senha...

– ... Devo abrir a passagem. Conheço bem as normas. Acha que estou aqui há quanto tempo? - Ela soava indignada.

– Não, talvez seja mais velha que minha linhagem inteira. E isso não é uma ofensa. Posso entrar? - Dizia sem rodeios no que ela girou para frente em um muxoxo de impaciência. Passara direto pela sala e subia os degraus quando se deparou com um pontinho negro parado, bem próximo ao seu, intitulado “Lily Evans”. Subiu as escadas e se dirigiu ao dormitório. Por que ela estaria ali? Mas percebeu, antes mesmo de chegar à porta, que o ponto se afastou mais. E então retrocedeu, descendo as escadas. Estava encolhida em uma poltrona afastada das escadas. Como não notara?Seus cabelos ruivos caiam em uma trança que a noite devia ter desfeito. Tinha olheiras sob seus olhos. Como não notara isso também? Não a via de perto fazia tanto tempo... Podia jurar que sentia um leve aroma de perfume no ar, mas talvez fosse só uma peça pregada por sua mente, não estava tão perto assim. Uma vela aromatizada. Era dali que vinha o cheiro. Pensou em como ela dormia, de uma forma leve e pesada ao mesmo tempo, e se perguntou há quanto tempo ela não dormia bem.

Seu impulso era carregá-la dali para a cama dela, mas ele não poderia acessar o dormitório e se ela acordasse poderia tentar matá-lo com o prendedor de cabelo. Um cobertor. Somente quando voltara instantes depois, com uma manta em mãos que se lembrara de que devia ter utilizado o Feitiço Convocatório. Cobriu-a sem que a acordasse com o toque gélido de sua mão. Não podia fazer mais nada, nem queria. Vê-la ali, adormecida era como encontrar uma paz que sentira desde que ela lhe deu as costas no passeio a Hogsmeade.

– Bons sonhos, Lírio. - E tocando o Mapa com a ponta da varinha sussurrou:

– Malfeito feito.


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Notas finais do capítulo

Ainda é cedo - Legião Urbana
Dale Renato Russo que me inspira no meu dia-a-dia. Espero que tenham gostado do cap., boa noite XD



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