.... No Capitulo Anterior....

– Paulina? Pergunto-me enquanto a olho dormir... e sim... é minha Paulina que esta ali... me sinto mais tranquilo a tendo ali, E volto meu olhar a minha volta, olhando tudo a meu redor que me possa dar uma pista de onde estou... E então me lembro do sonho, os momentos angustiantes que passei e respiro pesadamente agradecido por ter acordado, gostaria de manter essas lembranças bem guardadas...

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E em meio a tantas lembranças ruins acabo mergulhando em algo que me trás tanta paz... e então ainda me sentindo confuso, tonto me levanto com dificuldades, Paulina ainda dorme calmamente debruçada em minha cama e faço o possível para não acordá-la arranco o soro que tem em meu braço... sigo ate a porta, quero encontrar uma enfermeira que possa me ajudar com a dor que sinto em minha cabeça.

Sigo com dificuldades, meu corpo parece pesar uma tonelada vou vencendo a distancia ate a porta passo por passo e quando a alcanço estou ofegante e me sinto um pouco tonto, mas ao abrir a porta paro sem poder acreditar... sinto meu coração batendo alto em meus ouvidos...

E então sem poder desviar meu olhar passo pela porta... olho tudo com muito cuidado, sinto que a Décadas não vejo esse lugar, e sinto meus olhos marejarem enquanto miro meu reflexo nos enormes espelhos do estúdio de dança que um dia me Transformei no filho de Helena Bracho,. O pequeno que um dia disse “Obrigado Por me salvar, Mamãe!” e não posso evitar as lagrimas que escorrem por meu rosto com essas lembranças, tudo esta do mesmo jeito que estava a quase 20 anos atrás... a luz da lua invade o cômodo pelas enormes janelas, o piso de madeira brilha como se tivesse acabado de ser encerado... não consigo me mover, então fico parado na porta com uma imensidão de sentimentos me invadindo...

– Não se aprende a dançar da noite para o dia! Uma voz doce me diz e isso me trás um sorriso nos lábios.

– Não! Disse me virando para olha-la parada a porta com o sorriso mais lindo e amoroso que pode existir. – Não se aprende! Completo e então estendo minha mão em sua direção,Paulina entrelaça sua delicada mão na minha e se aproxima.

Sem dizer mais nada ela apenas me leva para o centro do salão, parando em minha frente, nossos olhares presos um no outro... e então lentamente se aproxima apoiando uma de suas mãos em meu ombro e como se fosse a coisas mais natural do mundo apoio a minha em sua cintura e estou pronto para conduzi-la.

Nossos olhares presos, meu coração bate acelerado, como se essa fosse a primeira vez que dançamos... acho que esse sentimento de primeira vez vai sempre existir entre nos dois, gosto disso.

Com um movimento lento damos alguns passo, não a musica... dançamos sem musica, mas em meus ouvidos soa alto a melodia do amor que sinto por essa mulher em meus braços.

– Eu Te amo! Paulina me diz, com apenas o mover dos lábios e me aproximo lhe dando um suave beijo nos lábios e me afasto para ver o lindo sorriso em seus lábios.

– Você é o motivo pelo qual eu sobrevivi! Digo em seguida.

Continuamos nos olhando enquanto a conduzia pelo salão...

–Então Acorde! Ela pediu.

A olhei com a testa franzida sem entender seu pedido...

– Carlos Daniel! Ela me chamou e mais uma vez não entendi o motivo pelo qual Paulina me chamava se estava bem a sua frente.

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– Amor meu! Pude ouvir enquanto tentava me situar. – Você acordou!

A olhei confuso inicialmente e ver o sorriso nos lábios da única mulher que amo me fez sentir calmo, apesar da confusão em minha cabeça, estávamos de volta ao quarto do hospital e se arrisco um palpite, acho que nunca saímos dele.

Em algum momento devo ter dormido novamente na noite passada e sonhado.

– Meu amor! Disse sorrindo enquanto a olhava. – eu acordei durante a madrugada! Disse sorrindo. – você é quem dormia feito pedra! Brinquei.

– Porque não me acordou? Ela perguntou em tom indignado.

– Eu não consegui me manter muito tempo acordado! Disse sorrindo. – dormi logo em seguida! - Ai, Minha cabeça esta doendo um pouco! disse levando a mão a cabeça, mas Paulina me impediu que tocasse em meu curativo.

– vou chamar o medico! Disse sorrindo e já se levantava para sair, mas a impedi segurando seu braço.

– espere! Pedi a olhando seriamente.

– o que foi? Perguntei preocupada. – esta sentindo alguma coisa?

– Não... eu não estou sentindo nada que não deveria sentir depois de um cirurgia! Disse sorrindo enquanto a olhava. – só quero estar com você... logo o medico vira! Disse a puxando para que se aproximasse.

– sim, mas ele tem de examiná-lo! Insistiu preocupada.

– a única coisa que preciso e tê-la junto de mim! Insisti a olhando nos olhos. – apenas isso...

Paulina não me negou esse pedido, porque assim como eu a única coisa que queríamos era estar no nosso lugar, nos braços um do outro onde sentíamos que éramos felizes... então Paulina apenas se aconchegou a meu lado naquela cama apertada e ficamos ali, em silencio, nos sentindo e com o coração transbordado de felicidade...

=== Paulina Narrando ====

Algumas semanas depois...

–é bom esta em casa! Carlos Daniel me disse enquanto adentrávamos nosso quarto.

– sim, é maravilhosos... mas você ouviu as recomendações do medico! Disse de forma seria. – nada de estripulias, você precisa de repouso e eu estou aqui para garantir que as recomendações do medico sejam cumpridas!

– Hum... vejo que será uma enfermeira durona!ele brincou enquanto se deitava na cama.

– não... não serei assim! Disse sorrindo. – mas só quero que fique bem logo! Acrescentei enquanto o olhava. – não quero ter de passar por esse susto novamente!

– Não vamos passar minha vida! Ele dizia enquanto me puxava pela mão para que me sentasse perto dele. – Agora eu estou bem... so mais alguns dias e estarei novinho em folha!disse sorrindo enquanto acariciava meu rosto de forma carinhosa.

– eu te amo tanto... dizia, mas fui interrompida quando seus lábios colara-se aos meus em um beijo rápido.

E então Carlos Daniel se afastou me olhando...

– o que foi? Perguntei a ele estranhando sua forma de me olhar.

– só quero ter certeza de que não estou sonhando de novo e você ira pedir que eu acorde! Ele disse em um tom divertido.

– você não esta sonhando meu amor! Disse rindo. – e não pedirei que acorde... sim, que durma,você precisa descansar! Sugeri.

– talvez se você deitar-se aqui comigo eu consiga dormir! Ele pediu me olhando com cara de inocente.

– se eu me deitar com você ai que você não dorme mesmo! Disse rindo enquanto me deitava a seu lado me aconchegando em seu peito.

Carlos Daniel me envolveu em seus braços e ficamos assim, em silencio, podia ouvir o bater de seu coração em um ritmo lento e isso era um calmante para mim, tive medo de nunca mais poder ouvi-lo novamente.

– Sonhei que dançávamos! Carlos Daniel quebrou o silencio e me virei para que pudesse olhá-lo.

– serio? Perguntei achando engraçado.

– Sim... foi muito especial! Disse me olhando. – quero que torne-se uma grande Bailarina! Ele me disse me olhando seriamente.

– Já conversamos sobre isso! Disse a ele seriamente. – isso agora é o de menos! Rebati.

– Agora estou bem! Me disse sentando-se. – Não quero que desperdice seus sonhos!

– não vou desperdiçar meu sonho, estarei com você! Rebati – eu escolhi isso, eu quero isso! Disse o olhando nos olhos.

– sei que quer! Ele me disse sorrindo enquanto mais uma vez me envolvia em seus braços. – eu também quero mais que tudo nessa vida!

– então porque quer que eu siga por um caminho que já não quero?perguntei me afastando apenas o suficiente para olhá-lo.

– Porque é assim que a vejo, é assim que sonho em vê-la! Disse me olhando enquanto um sorriso sonhador crescia em seus lábios.

Não sabia bem como me sentir quanto a isso, escolhi renunciar a minha carreira de dançarina para estar ao lado do homem que amo... e agora isso? Talvez Carlos Daniel esteja se sentindo mal por pensar que desisti de tudo por ele, para cuidar dele... o quão enganado esta... Não nego que sua doença pesou em minha decisão, mas sonhos mudam a todo instante e o único sonho que cresce dentro de mim e poder passar o resto de meus dias a seu lado, amando e sendo amada intensamente por ele...sendo feliz.

Acabamos adormecendo um nos braços do outro, vencidos pelo cansaço das semanas que passamos naquele hospital...

===== seis Mês depois ===== C.D Narrando ======

Não toquei mais no assunto sobre a carreira de Paulina durante esses mês, a cada dia me colocava melhor e já me sentia muito bem, fui algumas vezes ao medico apenas para exames de rotina e graças a deus estava curado, mas sempre teria de ter um acompanhamento...

A uma semana tinha voltado a trabalhar em minha fabrica que havia ficado nas mãos de um de meus advogados enquanto precisei me afastar, Paulina retornou com as aulas na escola de dança Bracho...

– Senhor Bracho a reserva esta feita! Minha secretaria me informou assim que adentrou minha sala.

– Obrigado! Disse animado. – pode se retirar e se quiser já pode ir para casa!

Quando finalmente fiquei sozinho em minha sala... me perdi em pensamentos, hoje depois de todas as dificuldades que enfrentamos finalmente pediria a mulher que mais amo no mundo que se torne minha para sempre.

Enquanto o sorriso não se desmanchava de meu rosto tirei do bolso do palito o anel que daria a Paulina essa noite e o melhor de tudo estava em um envelope... seu futuro estava ali, em uma simples folha de papel...

Já ia me levantando quando a porta se abriu e olhei com surpresa para a senhora que adentrava pela porta.

– quem te deixou entrar? Perguntei a olhando seriamente.

– M-me desculpe entrar assim, mas não tinha ninguém La fora! Disse a senhora.

Seu semblante era cansado, aparentava ter uns 70 anos e seu corpo era curvado pela idade, vestia roupas muito simples e os cabelos grisalhos não escondiam sua idade avançada.

Ela me olhava de forma insistente... não entendia o que uma senhora poderia querer aqui.

– em que posso ajudá-la? Perguntei a olhando com curiosidade, algo naquela senhora me era muito familiar.

– Não sabe que sou não é? Ela me perguntou me olhando e pude ver a dor refletida em seu olhar. – como poderia?

– a conheço? Ou deveria Conhecê-la? Perguntou achando entranha sua reação.

– não! Ela disse me olhado com os olhos marejados. – Não me conhece... porque quando me viu era muito, muito pequeno! Ela me disse enquanto as lagrimas escorriam por seu rosto enrugado pela idade.

O olhava com cautela e me perguntava quem era essa mulher? Porque reagia assim? O que queria de mim? Eram tantas perguntas... ao vê-la chorando me aproximei e a ajudei que se sentasse em uma cadeira.

Corri ate a sala de reuniões em busca de um copo com água e lhe entreguei...e antes que pudesse me afastar a senhora segurou minha mão entre as suas mãos magras e a apertou, parecia não querer solta-la jamais.

– Tornou-se um Homem! Ela dizia enquanto me olhava em meio as lagrimas. – tornou-se um homem bom! Disse me olhando e em seu olhar pude ver sentimentos distintos refletidos ali.

– Não a conheço senhora! Disse a ela tirando minha mão da sua.

– Talvez nunca devesse conhecer! Ela disse antes de tomar um gole da água.

– Porque diz essas coisas? Não a compreendo em nada! Disse serio.

Ela permaneceu em silencio por alguns instantes olhando para seu copo de água, e então ela me olhou, os olhos vermelhos pelo choro, grandes olhos castanhos me olhava com carinho... uma coisa estranha para duas pessoas que nem ao menos se conheciam, bom, eu pelo menos não a conhecia.

– Há muito tempo... ela começou com um fio de voz. – cometi muitos erros em minha vida e tenho muitos arrependimentos e entre eles há um que não posso esquecer... um que não me deixa viver minha vida miserável em paz... não posso seguir em frente sem antes saber que não me odeia! Disse me olhando.

– Porque a odiaria se nem a conheço? Perguntei com a testa franzida e por um instante algo passou por minha cabeça e senti minha espinha gelar.

– fico feliz em saber que teve uma vida boa, que sua mãe te amou... que é feliz com os Bracho! Dizia a senhora.

–M-mãe? Perguntou gaguejando enquanto sentia meu coração afundar e uma magoa que a nos vinha tentando enterrar, esquecer crescer e encher meu peito.

– E-eu só precisava saber que não me odeia! Ela disse chorando de forma desesperada enquanto se aproximava de mim.

– Não se aproxime! Disse magoado. – Não volte a se aproximar de mim nunca mais em sua maldita vida, não quero vê-la! Disse me afastando enquanto sentia meus olhos arderem.

Porque ela tinha que aparecer justo agora que estava feliz e preste a pedir Paulina em casamento, porque sempre que eu começava a ser feliz vinha algo e estragava minha felicidade, sentia tanta raiva e olhar para a mulher que mais odiava no mundo me deixava furioso, tive vontade de infligir nela toda dor que um dia ela me fez... sentia tanta raiva...

– Me perdoe meu filho... eu... ela dizia, mas ao ouvir a Palavra filho sair de seus lábios eu explodir.

–NUNCA MAIS ME CHAME DE FILHO! Gritei furioso. – A mulher que não era minha mãe foi a única a me chamar de filho com todo amor que um filho poderia querer, então, não se atreva a me chamar de filho! Disse a olhando com raiva.

– Eu só precisava saber que você superou o que eu é seu pai fomos pra você! Ela disse depois de alguns instantes em silencio.

– então saia por aquela porta e desapareça da minha frente! Pedi apontando a porta a suas costas.

A senhora ficou ainda me olhando com olhos tristes e com passos lentos seguiu ate a porta... me recusei a olhá-la ir embora, eram tantos sentimentos que me dominavam naquele momento, só conseguia pensar em meu ódio por aquela mulher, mas La no fundo... bem La no fundo eu sabia que não poderia odiar a mulher que me deu a vida.

– Mãe! Foi a única Palavras que consegui dizer depois que a porta de fechou.

...