– Estava com saudades do seu extremo , meu Assassino-san - Lambeu os lábios

– Tsc.. Nunca mais me chame assim . Adeus – Saiu andando pelo corredor .

Por que ela estava com ele? E por que ela falou aquilo? O que está acontecendo ? .. Eu não posso ficar parada .. não como antes. Então desci do telhado , correndo pelos corredores tentando alcançar o Flippy quando dei de cara com a Chisaki .

– Oh? Me desculpe , você está com pressa ?

– S-Sim , me desculpe. – Tentei desviar dela mas ela entrou de novo na minha frente.

– Você está na nossa classe , não é? Flaky .. se eu não me engano – Sorriu – Bom.. Onde vai com tanta pressa , Flaky?

– E-Eu tenho que.. conversar com o.. meu amigo

– Amigo? Você quer dizer aquele amigo? – Apontou para o Flippy- Parece que você tem amizade com ele , não é? – Sorriu . Logo seu olhar mudou e fez uma cara assustadora , pegou a gola da minha camisa e disse baixo: Escuta aqui .. Não fique no meu caminho , muito menos no caminho do Flippy.. você vai se arrepender , sua intrometida – Me jogou no chão .

– E-Ele é meu amigo! – Me levante e sem olhar pra trás sai correndo o mais rápido possível . Eu estava quase alcançando o Flippy quando gritei

– Flippy! – Fiquei parada , e um pouco nervosa , meu coração batia rápido e eu estava ofegante . De repente Flippy veio em minha direção , seu olhar.. parecia que já não agüentavam mais.. Ele parecia nervoso também . Quando chegou perto de mim colocou a mão suavemente em meu rosto .

– Flaky...

– E-Eu.. é que.. – Falei um pouco corada e ainda ofegante .

– Venha comigo.. – Pegou minha mão e começou a me levar pela cidade, as pessoas olhavam para nós . Aonde que ele está me levando? O que ele quer me mostrar? Pensava comigo. Depois de algum tempo chegamos na casa dele , ele abriu a porta sem soltar minha mão e abriu a porta de um quarto.. espera.. o mesmo quarto que eu fui espionar aquela vez. Depois que destrancou a porta me empurrou pra cama que tinha lá .

– O que você vê? – Ele perguntou com cara seria.

– O que eu v-vejo? –Falei . Logo depois que terminei a frase ele acendeu a luz. Meus olhos paralisaram , havia varias fotografias penduradas na parede de crianças, adultos.. aqueles rostos me pareciam familiar.. por algum motivo .

– O que você vê? – Falou ele repedindo a mesma pergunta.

– Fotografias.. – Falei ainda olhando para aquelas fotos , o curioso que aquelas fotos haviam buracos que pareciam feitos de faca.

– Sim. Fotografias . Sabem quem são essas pessoas ?

– N-Não..

– São pessoas que eu matei ! – Tirou uma faca do coturno dele e enfiou contra a escrivaninha.

– N-Não.. p-pode ser.. – Coloquei a mão na boca e comecei a tremer . Eu não acreditava.. depois de tudo.

– Sim. Pode acreditar. Eu sou um monstro ! Monstro! Mesmo assim.. você insiste em me proteger? Em cuidar de mim? Você não pode ficar com um monstro .. ninguém pode! ..

– Flippy..

– Você está com medo , não está? Vá embora e fique longe de mim ..- Foi caminhando em minha direção .- Flaky.. Aquele acidente do orfanato.. Quem causou aquele acidente foi –

– Ora, ora.. Se não é o Flippy, o melhor amigo do meu irmão . – Era o Splendont

– Splendont..- Disse Flippy assustado.

– Eu mesmo . Lembra de mim ? Aquele garoto que tinha vários amigos , que prometeu protegê-los.. e no fim eles.. Oh.. O que temos aqui? – Começou a encarar as fotos da parede.

– Vá embora .

– Como pode ser tão covarde? Fugir e esquecer tudo .. Seu monstro.

– Vá embora .

– SEU DESGRAÇADO ! EU NUNCA VOU TE PERDOAR ! – Splendont correu na direção do Flippy preparando pra dar um soco nele. Mas Flippy com a cabeça baixa pegou a faca que estava na escrivaninha e apontou contra o pescoço de Splendont.

– Tem certeza que quer se juntar as fotografias ? . – Disse ele ainda com a cabeça baixa . O Splendont paralisou.

– Desgraçado .. Eu vou fazer você pagar . Seu monstro , como pode ? Tsc..

– PAREM ! – Gritei – Por favor! Parem! Flippy.. – Falei segurando o braço do Flippy.

– Tsc.. Vão embora .. Agora – Flippy tirou a faca do pescoço do Splendont e saiu do quarto .

– V-Você está bem? – Falei ajudando o Splendont a levantar

– Estou.. Tsc.. Obrigado .. Maldito .

Depois daquilo eu e o Splendont fomos embora caminhando juntos . Eu ainda estava em choque , será que era verdade? Por que eu não me lembro daquele acidente? Tudo está começando a ficar complicado . O splendont estava triste só pela sua aparência .

– Está tudo bem?

– Sim. Ele ainda vai me pagar

– Bem.. Me desculpe perguntar mas.. Que relação vocês dois tem?

– Ele fez uma coisa que eu jamais vou perdoar.. aquele orfanato.. meus amigos.. Tsc.. Eu prometi protegê-los , éramos super heróis .. Quando a gente foi lutar contra o vilão.. acabou todos.. todos.. Tsc.. – Ficou de cabeça baixa

– Me desculpe fazer uma pergunta dessas

– Tudo bem .

Depois disso o Splendont se despediu e foi embora , e eu voltei no telhado da escola , tinha muita coisa pra pensar . Sobre o que ele disse.. Será que era mesmo verdade? Minha cabeça estava confusa . O telhado era o único lugar que eu me sentia tranqüila .. Isso é.. um pesadelo ?..

– Você acredita em anjos? – Uma voz delicada quebrou o silencio.

– Y-Yume.. ?