O Mel e o Fel

Um dia, um homem estava perdido numa floresta e não tinha nada para comer, até que encontrou uma colméia de abelhas. Desesperado, ele perguntou para a abelha-rainha:

– Oh, nobre abelha, não podes saciar a fome deste pobre homem com o mel de sua colméia?

–És mesmo pobre, homem vil! – respondeu a abelha. – Pobre por explorar tudo sem controle, matando e destruindo, para seu próprio bem-estar. Nunca pensastes nas conseqüências de sua fome voraz, que agora não será mais saciada. O mel que tirastes do mundo, outrora doce e suficiente, se transformará em escasso e amargo fel, que não mais lhe servirá. Como prova de minha revolta, desta colméia não terá nada, e por mim tu morrerás de fome!

Assim, o homem não pôde saciar-se com o mel da colméia e morreu de fome no meio da floresta. Passou o tempo e o corpo do homem serviu de alimento para alguns animais, mas eles não souberam usufruir dele devidamente e também morreram de fome. Seus restos fertilizaram a terra e cresceu ali um grande capinzal, mas os fazendeiros não souberam utilizá-lo propriamente e seus rebanhos morreram sem ter o que comer. Assim mais homens, sem carne para comer, foram pedir mel na colméia...

MORAL: “Aproveite o que você tem, mas não exagere. Tudo nesta vida um dia acaba”.

Luiz Fabrício de Oliveira Mendes – “Goldfield”.