Happy End no Uta escrita por Kurotsuki Kayuri


Capítulo 1
único


Notas iniciais do capítulo

O que o tédio de uma sexta-feira à noite não faz...



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Corria desajeitadamente pelos corredores vazios do colégio, carregando consigo uma pilha de livros que tentava, a todo custo, colocar dentro da mochila pendente em um dos ombros, ao passo que cuidava para que os óculos não caíssem.

 

Mas se pudesse prever o futuro, jamais teria seguido por ali naquele horário, quando quase todos os alunos já haviam ido embora e apenas uns poucos remanescentes restavam.

 

Se pudesse prever o futuro, Keiyuu jamais teria concordado em esperar Yasuno. Se pudesse prever o futuro...

 

Ele não teria tido o desprazer de trombar com aquele odioso pergaminho ambulante que atendia pelo nome de Ishihara Takamasa.

 

Ou Miyavi, nas horas em que não estavam brigando por algum motivo incrivelmente retardado.

 

Olhou para o garoto bem mais alto que si, recostado na mureta da escola, em uma postura desleixada e sem preocupação alguma, sorrindo enquanto falava com um grupinho de menininhas insossas e peitudas.

 

Sentiu a face ferver e as bochechas encherem de ar. Fechou a mochila de qualquer jeito, jogando-a nas costas, enquanto caminhava a passos pesados para fora da instituição de ensino, pouco se importando se atropelaria alguém no caminho, ou se aquele gigante imbecil o veria. Ainda que tivesse sido ele mesmo quem falara para que Takamasa permanecesse distante de si em um raio de cinco quilômetros.

 

Podia ouvir as risadinhas irritantes das garotinhas encantadas com o vice-presidente do grêmio estudantil e isso fazia com que sua ira aumentasse. Podia ouvir as piadinhas! Piadinhas de Ishihara! Aquele infamezinho de merda, que achava que qualquer um poderia cair aos seus pés somente com um sorriso! Mas não ele!

 

E do alto de seus 1,56m, Keiyuu atravessou o portão, parando em frente à rodinha, encarando o maior, pouco se importando se estaria ainda mais infantil, com os braços cruzados e as bochechas estufadas de ar. Andou a passos curtos até os outros estudantes, entrando no meio e permanecendo de costas para o outro garoto, virando-se para cada uma das garotas e fuzilando-as com o olhar.

 

- O que foi? Perderam alguma coisa aqui com ele? – Viu que uma delas iria abrir a boca para responder, masa cortou, com uma voz potencialmente ameaçadora. – Acho que não. É somente um bando de piranhas dando em cima do MEU homem. Então, se não quiserem ter um belo olho roxo cada uma... SUMAM DAQUI!

 

Dito e feito, Keiyuu não dera nem dez segundos para que aquelas barangas com melões sumissem e o deixasse sozinho com Ishihara. Respirou fundo, voltando-se para o garoto de piercings, se irritando com o sorriso petulante no rosto do mesmo.

 

- Então quer dizer que hoje eu voltei a ser o seu homem, Kei-chan? – Miyavi tinha um tom de voz zombeteiro, ainda que tivesse achado o ataque de ciúmes do baixinho a coisa mais adorável. – Não parecia isso, ontem, quando você me expulsou da sua casa.

 

- Expulsei porque você se esqueceu do nosso encontro, Takamasa! – Praticamente gritou, mas desviou o olhar depois, diminuindo o tom de voz e comentando desanimado. – Mas parece que isso não tem nenhuma importância, né? Você já estava dando mole para aquelas piranhas...

 

O tatuado suprimiu um sorrisinho, ainda que sentisse o peito apertar ao ver o namorado tão triste. Não sabia que aquilo tinha tanta importância para seu pequeno. Puxou-o delicadamente pelos ombros, abraçando-o apertado.

 

Ficaram assim por alguns minutos, em silêncio, quando o vice-presidente se afastou, inclinando as costas para poder depositar um beijo rápido nos lábios do pequeno, sorrindo em seguida e vendo-o tentar manter ainda a expressão brava, mas falhando e deixando que um sorriso insistente enfeitasse seus lábios. Puseram-se a caminhar, com os ombros de Keiyuu sendo envoltos pelo braço de Miyavi.

 

- Sabe, se ainda não for tarde demais e você estiver disposto a me perdoar... Tudo bem para você eu te levar para comer aquele bolo de morangos agora?

 

- Só se você me pagar um sorvete também.

 

Riram, andando em direção a uma das confeitarias próximas ao colégio, comentando sobre assuntos banais, enquanto as mãos eram entrelaçadas.

 

Se Keiyuu pudesse prever o futuro... Ah, não precisava prever o futuro! Ele sabia que perdoaria sempre e continuaria amando aquele pergaminho ambulante.


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Notas finais do capítulo

Mais um final tosco ¬¬