Normalmente você faz o seu melhor para ficar fora da vista dos Sakamaki, mas isso não poderia ser ignorado.

–Quem fez isso? Quem foi!? - Você grita atravessando o arco da porta em seu quarto e indo em direção à sala de convivência.

–Quem foi que destruiu meus livros?! - Você gritou no topo da alta escada. Todos os irmãos estão espalhados pelo cômodo ocupados com seus próprios passatempos. Nenhum parece dar atenção a você.

Você tinha finalmente voltado da escola noturna com os Sakamaki e não podia esperar mais até por as mãos sobre o livro que estava lendo, ansiosa pelo final da estória onde todos os mistérios da trama se resolveriam e o destino dos personagens viria até você. Horas esperando para retomar a sua leitura apenas para encontrar não só seu objeto de desejo em pedaços, como também todos os outros livros que você tinha espalhados pelo chão completamente destruídos.

Você desceu rapidamente a escada procurando rastros em cada um.

– Subaru, foi você? - Você se dirigiu a ele, que estava escorado perto de uma das janelas.

– Eu não me importo com seus livrinhos inúteis, garota. - Ele respondeu sem parar de observar o lado de fora da mansão.

– Raito?!

– Bitch-chan, eu preferiria ter outras atividades no seu quarto. - O de cabelo castanho arruivado piscou para você do outro lado da sala.

– Heeh.

Você escutou uma risada baixa vindo de perto do sofá. Kanato estava sentado ali com um bolo em um pires.

– Kanato. - Sua boca murmura já sabendo o responsável.

– Sim, eu estava entediado e fui procurar algo interessante na sua estante. - O mais baixo dos irmãos se interrompeu pra levantar do sofá e olhar para você, e então continuou.

– Mas tudo que encontrei foram narrativas bobas e chatas. Nenhum foi digno da minha atenção. Então eu destruí aqueles livros sem valor.

A raiva que você quase tinha esquecido ressurgiu num rompante.

– Seu... Como você ousa! Verme inútil. Sua pequena praga! Monstrinho. - A voz raivosa vem de você a plenos pulmões.

Kanato começa a olhar de lado para você e lagrimas se formam nos cantos dos olhos dele, mas isso não te faz parar.

– Chore a vontade, chore mais! Eu não me importo. Eu queria ter força o bastante para poder matar você da forma mais lenta e dolorosa que conseguisse imaginar! - Você continua num sopro só.

– PARE JÁ! - Ele revida - VOCÊ ESTA FAZENDO MINHA CABEÇA DOER. - Kanato atirou o pires no chão para pôr as mãos aos lados da cabeça. O barulho da louça se espatifando no chão fez Rejii grunhir da sua poltrona no outro lado da sala.

– Onde está aquele urso? Não tire seus olhos dele nem por um segundo! Porque se eu o ver vou rasga-lo em um milhão de pedaços e atear fogo até que seja só um montinho de cinzas!

Agora ele não esta mais chorando e você pode ver que ele não vai mais se passar por vitima. Kanato se aproxima de você e tampa sua boca com uma mão para fazê-la parar de falar.

– Já mandei ficar quieta. - Ele diz com uma voz e olhares frios. Mas você ainda esta com muita raiva e morde com força a mão dele e sentir o gosto de ferro até que ele a solta surpreso.

– Não ouse mais entrar no meu quarto. Eu NUNCA VOU TE PERDOAR POR TER FEITO ISSO! - Você grita de novo. Você se vira e da um passo para a escada, mas você foi puxada de volta de repente.

– NÃO DÊ AS COSTAS A MIM! - Ele grita apertando com força seu pulso. Com a mão livre, você não pensa duas vezes antes de reagir.

A sala fica em silencio profundo. Todos estão olhando em sua direção com um choque silencioso. Você não sabe se eles estão olhando para você ou pra ele, que esta com a expressão estática, o rosto virado na direção do tapa que você o deu.

Mas um segundo depois a mão livre dele esta segurando firmemente seu pescoço e a outra apertando com mais força seu pulso, os olhos do rapaz estão quase em chamas sobre você.

Não querendo se deixar abater você morde firme seu lábio para abafar qualquer grunhido de dor e logo tem sangue seu saindo do canto da sua boca misturando-se ao dele.

– Oi! Kanato.- Ayato chama a atenção - Ela continua minha, não danifique-a sem a minha permissão.

–Danifica-la? Heh... Eu não vou fazer isso. Mas você deve ser punida. - Ele sussurra a ultima frase arrastando você pelo pescoço escada acima.

Lá em cima, Kanato continua a arrastando até o quarto que o pertence, a puxando com mais força quando você não acompanha a velocidade dele.

Chegando lá ele a atira ao chão e a prende pelos braços usando sua força contra você.

– Sua humana fraca. Eu deveria mostrar-lhe a me respeitar. - Kanato se aproxima do lado esquerdo do seu rosto e você sente uma dor aguda como ele morde seu pescoço com força, fazendo o corte do modo mais doloroso. Sem esperar por isso você soltando um grito fino sem fôlego.

– Eheh, não é mais tão corajosa. Não é?

O vampiro volta a tocar em você e dá um gole grande do seu sangue.

– Ahh, mas tem um gosto tão doce. Tão bom. – A voz dele vibra ao seu lado.

Um novo ferimento queima em sua pele e sons de choro vêm de você.

Ouvindo isso Kanato para e fica olhando para você por um longo tempo. Quando você já se acalmou um pouco e abre seus olhos surge um sorriso falsamente inocente no rosto dele e Kanato diz a você com a expressão mais gentil:

– Você tem muito sorte, não é? Sorte sim, porque eu fui ensinado a fazer as mulheres se sentirem bem quando estiver bebendo o sangue delas. Mas não se preocupe. A partir de agora eu vou torna-la minha propriedade e vou lhe dar prazer e punições todos os momentos enquanto for necessario.

Assim Kanato a pega no colo e devagar a deposita no centro da cama. Você sente que os lençóis são macios, mas não reconforta os ferimentos no pescoço.

Você o sente deitar sobre você e em seguida o ardor de beber seu sangue. Então vem o estranho reconforto quando ele lhe beija gentil e continuamente.

Tudo começa a ficar escuro ao seu redor, mas você já sabe que no momento em que acordar, ele estará ao seu lado.