Cheguei na escola, nada de diferente as mesmas pessoas, as mesmas conversas de como o final de semana foi legal e empolgante, os meninos nas escadas tentando tirar fotos das calcinhas das meninas e falando o quão gostosas elas são, o de sempre tudo normal entro na sala e BUM prova surpresa, todo mundo fica desesperado porque na minha sala eu diria que as pessoas estão mais preparadas para um apocalipse zumbi do que para uma prova.

Assim que a aula acabou fui direto pro meu armário, o diretor estava passando pelo corredor com um grupo de pais e falando o quão maravilhoso era estudar no Grizzly Lake, até que todo mundo começa a olhar na minha direção uma coisa que não acontece com muita frequência quando me viro era a Taylor saindo do banheiro e andando meio que cambaleando atrás de mim com a mão na cabeça toda ensanguentada até que cai nos meus pés, é só isso simplesmente caí tem uma menina acho que morta nos meus pés.

Eu deveria ter corrido, gritado, falado qualquer coisa porque essas são reações normais de pessoas normais quando tem alguém morto nos seus pés, e sujando o seu tênis de sangue, mas fiquei tipo, o que aconteceu aqui? Mas a fala não saiu por mais que eu fizesse força eu sei que não era novidade eu falar, mas aquilo foi bem pior, só consegui pensar no que Sean Morey falou “A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade. Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?”

Taylor Fisher a garota mais bonita, inteligente, tinha vários talentos e tinha carisma que é uma coisa muito importante nessa escola e parece que no resto do mundo. Rebobinando, gritos, sim muitos gritos ao meu redor pelo que parece meu cérebro voltou a funcionar porque eu consegui andar, só que o problema foi que eu andei na direção errada onde o piso estava molhado e PUF caí, e como sou invisível todos correram por cima de mim, como é que as pessoas podem pular encima de outra e não percebe-la? E o engraçado é que ninguém pisou em mim, impressionante como elas tomam cuidado em não pisar em alguém jogado no chão, mas não tem a capacidade de ajuda-la.

Enfim, o mundo aqui em baixo não é muito legal, então depois que o corredor estava vazio resolvi levantar e fui em direção a porta eu pensava que já tinha visto de tudo nessa escola, uma vez peguei um casal na biblioteca e não pretendo falar o que eles estavam fazendo, já peguei o meu professor de educação física beijando uma líder de torcida, entre varias outras coisas estranhas mais é claro eles nunca me viam e por incrível que pareça eram as pessoas que mais se achavam, é engraçado até ver elas fazendo coisas tão estúpidas achando que ninguém nunca descobrirá, mas morte não nunca tinha pensando nessa hipótese tão bizarra.