Confissões De Uma Seriadora Ainda Em Crise escrita por Confissões de uma seriadora


Capítulo 13
Capítulo 13 - Sorte ou azar?




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Meu nome é Alice Casanova e estou presa no mundo das séries, graças ao malvado feiticeiro Mr. Magu. Eu só poderei ser feliz se encontrar o grande amor dele, uma tal de Mary Margareth. O motivo: ele sequestrou o bilionário e futuro meu noivo Oliver Queen. E aqui estou eu, pronta para salvar meu amado, enquanto me aventuro com Kevin Barden em achá-la. Acabei descobrindo que Kevin me usou (e abusou) só para poder sair daqui e encontrar sua namorada Mayara, uma ex cupida. Claro que fiquei revoltada, ainda mais depois dele me lascar aquele beijo a la Hollywood. Porém, não vou deixar que ele se gabe do beijo, nem de mim. Por isso, acabei discutindo com ele e viemos parar em Revenge. O que vai acontecer? Só depende da minha sorte.

– Alice, onde você está indo? - Kevin perguntou enquanto me seguia.

– Me deixe em paz! - grite.

– Nunca! - continuou. - Eu sei que você se acha uma heroína, mas estamos no território dos Graysons e você sabe do que eles são capazes.

– Eu sei me virar sozinha. Não preciso de você.

– Talvez não, mas você não enfrentar o Mr. Magu sozinha!

– Por que não? - indaguei. - Eu estava bem até que você chegou!

– Realmente, você estava tão vem que Oliver Queen foi sequestrado bem na sua frente. - retrucou.

– Idiota!

– Mimada!

– Grosseirão!

– Donzela em perigo!

– Eu não sou uma donzela em perigo! Sou uma heroína! - falei mais alto.

– Que seja. - disse - Se você quiser continuar nessa aventura sozinha, não vou te impedir.

– Ótimo! - retruquei. Andei um pouco e Kevin continuava a me seguir. - Quer parar com isso!

– Só estou andando. Não tenho culpa que você está indo na mesma direção que eu.

– Idiota! - falei e foi aí que vi uma coisa que chamou a minha atenção:

"Graysons convidam vocês para o jantar beneficente em prol da Dra. Mary Margareth - uma batalha contra o câncer."

– Você viu isso? - perguntei.

– Isso o que?

– Olhe! - apontei para o cartaz próximo a nós. - Mary...

– Margareth! - completou. - Isso quer dizer...

– Que hoje é meu dia de sorte!

Eu nem acreditava que o destino plantou isso para mim. Talvez essa fosse a Mary Margareth que eu estava procurando. Se for verdade, eu iria salvar meu Oliver antes do previsto. E iria me livrar de uma vez por toda do Kevin. Droga! Estão batendo na porta do meu quarto do hotel!

– Você ainda não se vestiu? - perguntou Kevin, entrando como se fosse dono do lugar.

– Você não tem educação?

– Querida, como você quer ir ao jantar vestida como uma empregada doméstica?! - falou ironicamente.

– E quem disse que eu irei assim? - respondi. - Só não achei o vestido certo.

– Claro. - deu de ombros. - Você veste número 42?

– Sim. Por que?

– Porque esse vestido é perfeito para você. - disse tirando um lindo vestido preto da mochila dele.

– Onde você arranjou esse vestido?

– Numa loja! - respondeu. - O que foi? Você acha que eu não te conheço? Sabia que não tinha roupa própria para o jantar.

– Obrigada! - falei.

– O que você disse? Não escutei. - provocou.

– Obrigada, Kevin!

– Por nada, querida Alice. - falou debochando. - Então, vamos nos arrumar! Estamos atrasados!

– Opa! - interrompi. - Quem falou que você foi convidado?

– Alice, você pode não gostar de mim, mas estamos juntos nessa e eu não vou te abandonar.

– Eu não preciso de você!

– Continue mentindo para você mesmo. Eu não me importo! - e saiu do quarto indo em direção ao banheiro para se trocar. A porta estava semi aberta e eu pude ver o corpo dele. Digo, uma parte do corpo. Seu tórax era musculoso, mas nada exagerado. Ele não era como Oliver Queen, mas também não era um magrelo fracote. Ele tem uma tatuagem perto do peito esquerdo: Believe era o que estava tatuado. O jeito dele poderia ser arrogante, mas ele tinha uma bela estrutura física. Sem mencionar que ele ficava lindo de terno e gravata.

– O que foi? - perguntou. - Parece que você viu um bicho!

– Nada. Só estou pensando nessa oportunidade de encontrar

– Encontrarmos

– A Mary Margareth.

– Então, se arrume logo! Estamos atrasados e perdendo tempo aqui. - ordenou.

– Ok.

O vestido era lindo: preto com renda nas costas. Ele realçava meu busto e quadril. Era um vestido perfeito para um jantar de ricos. Decidi fazer uma trança nos cabelos, mas percebi que daria um ar de pobretona. Por isso, prendi minha franja já crescida e deixei meu cabelo solto, ao natural. Coloquei pouca maquiagem e um salto alto de arrebentar. Eu parecia uma estrela de Hollywood.

– Vamos? - perguntei.

– Espere. - interrompeu.

– O que foi? Estou feia?

– Não. Só falta uma coisa. - e foi remexer na mochila dele e tirou um colar. - Pronto! Agora sim você está pronta.

– Um colar? Que tipo de pessoa anda com um colar na mochila?

– O colar foi um presente que comprei para Mayara; um presente que ela não chegou a ver.

– Desculpa. - falei e coloquei o colar. - Como estou?

– Uau! - falou hipnotizado. - Você até que não está feia!

– Vou considerar isso um elogio. - falei sorrindo e ele sorriu em resposta.

Nós tomamos um táxi e fomos ao jantar. Como imaginava, o lugar estava lindo, cheio de coisas caras. A decoração parecia premiação do Oscar e as pessoas estavam vestidas como se estivessem num baile de gala. Havia uma banda tocando e cantando músicas clássicas americanas.

– Se a Mary estiver aqui, precisamos levá-la para um lugar mais reservado. - falou Kevin.

– Não precisa me dar ordens.

– Eu não estou. Estou apenas organizando o nosso plano.

– Que seja. - dei de ombros.

– Com licença. A Senhorita daria a honra de dançar comigo? - interrompeu Nolan.

– Com certeza. Tchau. - dei uma piscadinha e fui dançar com Nolan Ross.

Estava tocando a música ícone de Celine Dion: All by myself. Sei que é uma música bastante clichê, mas ela representa bem o que estou passando no momento. Alguns de vocês vão dizer "mas você não está sozinha! Tem o Kevin!" e pode até ser que tenham razão, mas quando o assunto é amor, estou totalmente solitária. Dançar com Nolan foi algo agradável e eu percebi o quanto isso incomodou Kevin, pois ele não parava de me encarar. Eu precisava dançar com o BFF da Emily e soltar minhas opiniões. Dizem que sou tagarela, mas sou apenas uma pessoa comunicativa.

– Cadê a Emily? - perguntei.

– Está na casa dela. Espera, você a conhece? - indagou.

– Sim. Dos telejornais. - respondi. - Eu soube o que aconteceu com ela.

– É, foi uma tragédia.

– E bem no dia do seu casamento. - falei.

– Ela é mais forte do que parece.

– Concordo. - e ele me girou. Não foi um giro qualquer, banal, mas sim um giro comum numa dança lenta.

– Seu namorado não para de te olhar. - comunicou.

– Eu percebi. - disse. - Mas ele não é meu namorado. - cochichei em seu ouvido. Foi aí que vi que Kevin tinha sumido. Será que o fato de eu estar dançando com Nolan despertou ciúmes nele? E a Mayara? - Nolan?!

– Sim.

– Você sabe onde está a Dra. Mary Margareth? - perguntei como se nada fosse.

– Infelizmente, não. - respondeu e parou de dançar. - Com licença. - e saiu da pista. Fui atrás dele.

– Nolan! - Espere! - chamei.

– Quem é você? - perguntou.

– Sou Alice Casanova! Precisamos conversar. - e eu contei tudo para ele. A minha grande surpresa foi vê-lo como uma pessoa normal, sem medo de mim e nem pensou que eu era uma psicopata. Realmente, Nolan Ross era uma pessoa de luz. Quando falei de Kevin e Mayara, ele teve uma reação parecida com a minha. Num mundo perfeito, eu, Nolan e Emily seríamos BFFs. Isso estou certa! Porém, no meu mundo, a sorte estava sempre virada para a lua. Ele me contou que Mary Margareth era sua mãe e que ela sumiu quando ele tinha 5 anos e, desde então, ele faz uma festa todo ano em homenagem a ela, na esperança dela aparecer.

Não sei o que me tocou ou se foi a forma como ele contou a sua história, mas eu só precisava falar com Kevin e dizer que estava tudo bem. E foi isso o que eu fiz. Ele estava num jardim, um pouco afastado da festa. Estava sentado na grama e olhando para o luar. Me sentei ao lado dele.

– Está tudo bem. - disse.

– Eu sei. - falou.

– Digo, você mentiu, mas fez a coisa certa. - continuei. - E você está aqui comigo, agora, me ajudando.

– É porque eu me importo com você. - replicou.

– E eu com você. - completei. - Amigos?

– Sim. Amigos! - falou. - Deite-se!

– Por que?

– Você vai ver! - Nós nos deitamos na grama. Foi quando eu vi a coisa mais linda nesses dias presas no mundo das séries: os fogos de artifícios mais lindos no céu. - Todo ano eles fazem isso e todo ano, os fogos ficam mais lindos!

– É lindo! - comentei.

– É sim. - falou. - Que bom que você está aqui.

– Também acho. - levantei. - Vamos! Você ainda está me devendo uma dança!

– Como?! - falou assustado.

– Vamos dançar! - repeti.

– Mas sem música? - indagou.

– Não precisamos disso. - retruquei. - Basta imaginar a música nas nossas mentes.

– Ok.

– Qual você está pensando?

– Em "time after time" da Cyndi Lauper.

– Ótima escolha. - concordei, sorrindo. - Vamos dançar!

– Vamos! - concordou. - Nós dançamos ao luar, só com o som da natureza e imaginando a música nas nossas cabeças. Uma música perfeita para um momento como esse. E não é que ele dançava bem? - Tive uma ideia.

– Qual?

– Vamos visitar Veronica Mars! - sugeriu.

– Ótima ideia. - respondi. - Mas podemos terminar essa dança?

– Claro! - e eu coloquei minha cabeça em seus ombros e continuamos dançando, coladinho, por mais alguns minutos.

[CONTINUA]


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