O Destino Me Fez Mudar escrita por Lana


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! :D



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Acordei meio desorientada, com o toque do meu celular. Virei o rosto para o outro lado e coloquei o travesseiro em cima, para ver se abafava o barulho, mas não deu certo. Suspirei alto antes de pegar o telefone e ver o nome de Alice no visor.

- Fala Alice. – disse com a voz sonolenta.

- Finalmente! Eu te liguei umas dez vezes. – ela disse rápido.

- Eu vi. Eu estava dormindo. Alice, por que motivo fora do normal você está acordada a essa hora da manhã num sábado? – resmunguei enquanto bocejava.

- Eu fiz. – ela sussurrou.

- Fez o que? – eu perguntei ainda sonolenta.

- O que, Rosalie? O teste é claro! – ela respondeu exasperada.

- Oh. E aí, qual o resultado?

- Positivo. – ela falou com uma voz fininha.

- Lice! Parabéns! – eu respondi com um sorriso gigante levantando da cama. – Ai meu Deus, nem acredito que vou ser madrinha!

- Quem disse que você vai ser madrinha? – ela perguntou com um “humpf” vindo em seguida.

- Ai de você se eu não for madrinha do seu bebe. Ai de você. – repeti fazendo beicinho. Ela riu.

- É claro que vai ser você. – ela disse e eu quase vi seus olhos revirando. – Mas não vamos ser precipitadas, é um teste de farmácia, pode estar errado. Só vou acreditar quando for ao médico e tiver certeza.

- Por que você é tão contra essa ideia? – revirei os olhos. – Alice, por que você não ama bebes? – resmunguei fazendo voz chorosa. Ela riu.

- Não é que eu não ame bebes. Só não quero ser mãe solteira e nessa idade. Eu sou muito nova pra ser mãe!

- Você ainda não falou com o Jasper?

- Não. Vou falar com ele hoje na festa que tão fazendo pro Emm. – ela disse.

- Como o Emm está? Por favor, seja sincera comigo Alice.

- Ele está... Mal. – ela suspirou. – O Jazz não queria te contar, porque achou que seria pior. Mas não acho que isso vá mudar algo. Ele está triste ainda, quase não sai de casa, e pelo amor de Deus, estamos de férias! Há festas por todo lado, e ele simplesmente não quer sair pra lugar algum. Então como o aniversario dele é semana que vem, estamos dando uma festa surpresa pra ele, pra ver se ele se anima.

- Ah.

- Eu te convidaria sabe, mas levando em conta as circunstancias... Acho melhor não. – ela tentou fazer uma brincadeira. Mas não foi engraçada.

- Eu andei pensando sobre o aniversario dele. Eu não queria simplesmente não mandar nem um “Feliz aniversario”. Quer dizer, não posso ligar também, mas... Eu pensei em escrever uma carta. Eu acho que sou melhor em escrever que falar e poderia pelo menos colocar nela as desculpas que ele não quis escutar. – suspirei.

- Faça isso então. Não sei se ele ficaria feliz ou triste, mas... Faça. – ela disse.

- Oh, eu me esqueci de te contar.

- O que? – ela perguntou.

- Eu fiz um teste de DNA com o doutor Cullen. – falei.

- Quando?!

- Naquele dia que você me ligou contando sobre a suposta gravidez e a briga com o Jazz.

- E por que só me contou agora?!

- Não sei, acho que não veio ao caso naquele outro dia. – comentei.

- Quando você pega o resultado?

- Depois de amanha. – respondi. – Acabou saindo mais rápido do que o esperado, porque o Carlisle é amigo do médico dono da clínica e conseguiu com que o resultado saísse mais depressa.

- E você está bem? – ela quis saber. – Todo esse tempo a gente só ficou falando dos meus problemas e nem falamos de você. O que mais tem acontecido com você e você tem escondido de mim? – ela perguntou com a voz acusadora. Revirei os olhos.

- Nada. Só isso mesmo. A vida aqui esta como sempre foi, só que sem você pra me dar dicas de moda todas as manhas. – sorri.

- E você e o Jake?

- Estamos juntos. Não é bem um namoro, mas parece. Quer dizer não é nada oficial.

- Você gosta mesmo dele? – ela perguntou com um tom estranho.

- Eu acho que sempre amei o Jake. Quer dizer, ele foi o meu primeiro amor, ele é meu melhor amigo... Mas, não sei, não é como se isso apagasse o que sinto pelo Emmett. O que sinto pelo Emmett é totalmente diferente do que sinto pelo Jacob. Então eu vou tentar com o Jake, e me esforçar para dar certo. A vida tem que seguir, Lice. – suspirei.

- É, tem sim. – ela concordou.

- Mas então, fale com o Jasper hoje, conte tudo a ele, e depois me ligue contando como foi, tudo bem? Eu tenho que desligar agora.

- Claro. Venha logo pra cá. – ela pediu.

- Assim que eu tiver o resultado do DNA eu vou. Certeza.

- Tudo bem. Tchau Rose.

- Beijo. – disse e logo desliguei.

Fui ao banheiro e tomei um banho. Deixei a água morna cair sobre mim por um tempo consideravelmente longo. Meus nervos estavam em frangalhos. Eu estava louca para saber o resultado. No meu intimo, rezava para ser negativo. Mas, algo em mim insistia que seria o contrario. Eu não queria me decepcionar com isso, então tentei manter isso longe da mente.

Mas eu sentia a decepção vindo ao meu encontro na velocidade de uma bala.

Depois de vestir uma roupa desci para tomar café da manha. Meu pai estava sentado na mesa com minha mãe, rindo e conversando. Da escada, olhei a cena. Eles pareciam um casal muito feliz. Eles são um casal muito feliz, deduzi. Quem olhasse de fora, jamais iria imaginar o que minha mãe já tinha feito.

- Bom dia! – disse indo ao encontro deles.

- Bom dia, meu anjo. – disse papai enquanto eu lhe dava um beijo na bochecha. Sentei-me na cadeira ao lado da dele, e tomei café enquanto eles terminavam o deles.

Depois disso sai para comprar um presente para Emmett. Se eu ia mandar uma carta, por que não mandar um presente também? E não é só porque eu havia terminado com ele sem nenhum motivo aparente pelo ponto de vista dele, que eu deveria simplesmente ignorar seu aniversario, certo? Errado, é claro. Mas eu ia fazer mesmo assim.

Eu não tinha idéia do que comprar pra ele, então me lembrando de nossas conversas nos sofá da minha casa que costumávamos ter depois da faculdade, pensei em algo. Aquelas conversas pareciam ter sido há décadas, não há meses.

Voltei para casa depois de comprar o que enviaria e peguei uma folha e uma caneta. Sentei com a folha em minha frente, tentando pensar em algo para escrever. Eu sempre fora boa em escrever cartas, porque quando se escreve, as palavras parecem vir mais facilmente do que quando são faladas. Mas naquele momento, não tinha ideia do que colocar na folha em branco em minha frente. Tudo bem, eu tinha que pelo menos tentar. Dei um suspiro antes de começar.

“Emmett,

Eu sei, você provavelmente ainda deve estar com raiva de mim por eu ter terminado com você no baile e eu

Risquei aquilo e joguei a folha fora antes que eu pudesse continuar. Que jeito mais horrível de começar uma carta. Revirei os olhos, porque chegava a ser ridículo. Tentei de novo.

“Emmett,

Estou escrevendo para você, na esperança de que já tenha me perdoado pelo que fiz. Queria te desejar um feliz aniversário, e todas aquelas coisas clichês que as pessoas desejam nessa data. Você sabe: saúde, dinheiro, felicidade...

Ou talvez, na verdade, eu só estivesse tentando atrair sua atenção de um jeito desesperado. Desculpe-me. Me desculpe por ter feito o que fiz o com você. Acredite em mim, não esta sendo fácil pra mim. Não ficar com você, é uma das coisas mais difíceis que já fiz. Eu sei que escrever isso não é a coisa certa a se fazer e que ler isso não vai te fazer bem nenhum, mas eu preciso tanto que você saiba.

Eu não pretendia me aproximar tanto e dividir o que nós dividimos. Eu nunca tive a intenção de me apaixonar por você. Mas me apaixonei. E você nunca teve a intenção de corresponder, mas correspondeu.

E acredite, por favor, acredite em mim quando digo que não queria te deixar! Eu nunca iria querer isso. Mas, às vezes em nossa vida, somos obrigados, pelo destino quem sabe, a fazer coisas que não queremos. Por razões mais fortes que nós, por razões que nem sequer é nossa culpa.

Então, eu estou aqui, sentada sozinha, pensando em como seria nosso futuro se tivesse dado certo, se eu não tivesse que ter feito o que fiz. Eu posso ver algo que eu jamais havia imaginado: um bebe de cachinhos e covinhas que nem as suas. Ele seria lindo. Seria sorridente e brincalhão. Eu vejo dois velhinhos de mãos dadas, rodeados de netos em sua varanda. Sorrindo para vida, satisfeitos.

Eu sei, é tolice pensar isso agora.

Mas vou te confessar uma coisa: às vezes, vem uma saudade absurda e irracional de você, e tenho vontade de pegar o primeiro vôo para sua cidade e bater na porta da sua casa, ficar de joelhos se preciso e pedir que me aceite de volta. Mas ai eu lembro que não posso, lembro os motivos que me fizeram ter de me despedir de você e afasto a ideia.

Por favor, só quero te pedir uma coisa. Siga em frente. Não pare sua vida por causa disso, não fique triste, não lamente. Porque a vida segue também, independente do que houve. Eu sei que recomeçar é doloroso. Mas vá.

A vida segue, mas as coisas bonitas que vivemos ficam. E ficam pra sempre, quem sabe. Ficam com força, mesmo que a gente se esforce para apagar com coisas tão bonitas quanto. Há certos momentos que nem o tempo vai apagar. E um dia, a gente vai lembrar. E, quem sabe até, não vai mais doer. Vai dar só saudade. Uma saudade bonita, limpa. Uma saudade sem rancor, que vai nos fazer até sorrir de vez em quando.

Há alguns amores que são relativamente mais difíceis que outros. Mas também são maiores. São mais difíceis de desapegar. Mas eles têm um motivo para não acontecer. Algumas pessoas, nós só podemos amar estando longe.

Há muito tempo atrás, alguém me disse para tomar cuidado com o amor. Eu tomei. E foi inútil. Então, não deixe de amar novamente por causa disso. O amor é algo maravilhoso, e por mais que você tenha decepções, há pessoas que te farão tão feliz, e que tem tanto a oferecer a você... Não deixe de aproveitar as chances que a vida lhe der em relação a isso.

Uma pessoa não precisa necessariamente estar ao seu lado por toda sua vida para que ela se torne inesquecível e única, e você se tornou isso pra mim em tão pouco tempo. Eu espero que tenha dado a você, pelo menos um pouco da felicidade que você me proporcionou quando estávamos juntos. Eu quis tanto ser seu porto seguro, sua paz.

E por fim, acredite em mim quando digo que apesar de não podermos ficar juntos, isso não significa que não ame você.                                                                    

Desculpe-me.

Rosalie.”

         Terminei a carta, coloquei na caixa junto com o presente e preenchi com o endereço de Emmett. Fui ao correio e o deixei lá. Depois fui para a casa de Jake.

         - E então, o que tem com a Alice? – Jake perguntou. Nós estávamos deitados no chão da sala, enquanto ele brincava com os meus dedos. Era uma coisa tão tranquila e confortável, tão fácil. Com Jake, era tudo fácil.

         - Acho que isso não é segredo, então vou te contar. A Alice ta grávida! – eu disse, sorrindo. – Ela não foi ao medico ainda, mas fez um teste de farmácia.

         - E como ela esta? Quem é o pai desse bebe? Eles vão se casar? É bom ele assumir as responsabilidades sobre seus atos. – ele disse.

         - Você ta parecendo um pai rabugento cuidando da filha. – revirei os olhos com um sorriso ainda maior. Ele riu.

         - Me preocupo com ela. A Alice é praticamente minha irmãzinha. – ele argumentou.

         - Eu sei como é. – concordei. – O bebe é do namorado dela, o Jasper. Filho do doutor Cullen. – eu ia dizer “irmão do Emmett”, mas achei melhor deixar pra lá. – Ela não contou para ele ainda, acho que vai fazer hoje à noite. Ela esta meio preocupada, porque não quer ser mãe nessa idade e tudo isso.

         - Hm, acho que me lembro desse Jasper. – ele comentou.

         - Deve se lembrar sim, saímos juntos uma vez, lembra?

         - Acho que sim. – concordou. – Falando na família do doutor Cullen, quando sai o resultado, amor?

         - Depois de amanha. Ele conseguiu fazer com que saíssem mais rápido e tudo isso. Ele deve ser bem influente. – especulei.

         - Ah, ele é, com certeza.

         - E sua mãe? Já falou com ela sobre ir ao medico? – perguntei.

         - Falei. E mais uma vez, ela não me ouviu. – ele suspirou pesadamente. – Não há quem consiga a tirar de casa, e ela já recebeu dois médicos em casa, mas nenhum deles conseguiu descobrir o que ela tinha. – eu rolei meu corpo para ficar por cima do dele.

         - Não se preocupe. – falei bem baixinho, enquanto ele passava as mãos pela minha cintura. – Vai ficar tudo bem com ela.

         Ele sorriu e me deu um beijo calmo.

         - Eu espero que sim. – ele deu um sorriso curto.

         Era finalmente o dia de pegar o resultado do exame. Eu estava com Carlisle no hospital. O envelope com o resultado do DNA estava em minhas mãos. Eu não conseguia abrir, não tinha coragem. Queria tanto que Eleazer fosse meu pai biológico, queria mais que tudo no momento. Para amenizar as coisas que eu havia passado, para minha vida tentar voltar ao normal.

         - Rosalie. – Carlisle chamou. – Rosalie. – ele repetiu depois de alguns momentos. – Abra. – ele pediu. Parecia ansioso. Eu respirei fundo e abri o envelope.

         A lembrança de Carlisle dizendo que sempre quis ter uma filha voltou a minha mente e depois as lembranças dos principais momentos ‘pai-e-filha’ que vivi com meu pai.

         - Rosalie, o que está escrito ai? – Carlisle perguntou nervoso. Eu não respondi, apenas lhe passei as folhas do resultado. Ele olhou por um momento e uma expressão que não consegui identificar passou por seu rosto. – Positivo. – ele sussurrou com um sorriso pequeno. Ele olhou para mim, - parecia emocionado – como se estivesse esperando eu falar algo. Seus olhos brilhavam e um pequeno sorriso ainda curvava seus lábios. Olhava para mim inseguro e compreensivo.

Eu queria desabar. Chorar, gritar, fazer um escândalo, acusar minha mãe e ele, bater em alguém, causar uma explosão. Fazer tudo aquilo desaparecer. Voltar no tempo, e nunca ter descoberto aquilo. Mas eu não faria nada daquilo. Eu me manteria forte, e de preferência, inatingível.

Pelo menos, na frente de todos.

         - Isso não muda nada. – eu disse, como se precisasse me pronunciar sobre o resultado. – Eu sei que pedi para fazer esse teste, mas isso não quer dizer alguma coisa. Eu só queria tirar uma duvida que me atormentava, mas Eleazer sempre será meu pai. Não importa se não é o biológico. Ele me criou, cuidou de mim, foi ele quem sempre me acompanhou e passou todos os momentos importantes ao meu lado, me amou como uma filha. Então, eu espero que o senhor não ache que isso muda algo, só porque você sempre quis ter uma filha. Eu nunca vou ser sua filha. – eu disse, ressentida. Não sei da onde vinha esse ressentimento, talvez estivesse ali e nem fosse por ele. Talvez fosse por mim mãe. Mas ele também tinha participação naquilo.

         - Rosalie, eu não tive a intenção, quer dizer, sua mãe me disse que não queria que eu procurasse por vocês e e... – Carlisle estava se explicando quando o cortei.

         - Não dê desculpas, por favor. Se você realmente quisesse, isso não o teria impedido, teria? Quem quer, vai atrás. – falei. Ele só me olhou sem nada dizer. Provavelmente viu que eu não estava errada. Ele tinha muito para simplesmente abrir mão de tudo e ir atrás de minha mãe e eu. – Mas, foi bom você não ter vindo atrás dela. Quer dizer, nós fomos tão felizes aqui, fomos uma família unida, não dava pra ter sido melhor. – eu não conseguia imaginar uma família melhor. Mas sabendo agora que ele era meu pai biológico, outro rumo, que poderia ter ocorrido se ele tivesse procurado minha mãe surgiu na minha cabeça, e não era ruim também.

         - Não vou dizer a você que fui certo Rosalie, porque não fui. E também não vou mudar sua mente, vendo que você esta com a cabeça fixa nessa ideia. Mas eu gostaria muito mesmo que você pensasse um pouco mais sobre o assunto, eu realmente gostaria que nós pudéssemos ter um relacionamento. – ele disse, e parecia bem sincero pra mim. Mas ter um relacionamento agora? Com ele? Acho que isso é meio difícil. – Você é exatamente como eu gostaria que fosse uma filha minha: corajosa, educada, linda, forte. Tão jovem, e uma mulher tão forte. Saiba que te admiro, Rosalie. – eu não disse nada, e ele deu um suspiro. – Vou ficar na cidade mais alguns dias, se mudar de ideia, me ligue, por favor.

         - Bom, - eu disse, sem ter nem idéia do que responder aquilo. Então resolvi sair logo dali antes que ficasse sentimental demais. – muito obrigada por se dispor a fazer o teste, doutor Cullen. Adeus. – eu disse, lançando a ele um ultimo olhar e saindo do hospital.

         - E então, Rose? – Jake perguntou depois que cheguei a sua casa. Estávamos deitados na cama dele, minha cabeça sobre seu perito. – Qual o resultado?

         - Positivo. – eu disse com um suspiro.

         - Ah. E como você esta? – quis saber.

         - Bem.

         - Olha Rose, eu sei que é difí...

         - Não Jacob, eu não quero falar sobre isso, ta bem? – eu pedi, virando-me para sair de cima dele e enterrar a cabeça no colchão.

         - Tudo bem. – ele disse, passando para cima de mim, sem deixar realmente seu peso nas minhas costas. – Olha, eu quero fazer uma coisa.

         - O que? – minha voz saiu abafada por causa do colchão.

         - Vire-se para mim. – ele falou. Eu me virei revirando os olhos. Ele estava muito perto de mim, os olhos castanhos claros me olhando profundamente. – Eu não fiz isso oficialmente, então vou fazer agora.

         - O que?

         - Depois de tudo isso, você quer ser oficialmente minha namorada? – ele perguntou com um sorriso, mas era meio irônico, afinal a gente já era praticamente isso. Pareceu-me que ele queria melhorar o clima.

         - Oh, finalmente! Achei que nunca ia me pedir. – fiz drama, nós rimos.

         - Acho que isso é um ‘sim’. – ele sorriu e me beijou.

         - É claro que isso é um ‘sim’. – eu sorri entre o beijo e ele passou a beijar meu pescoço. – Sua mãe esta melhor?

         - Não. – deu um suspiro. – Meu pai esta ficando louco de preocupação e eu não estou longe de ficar do mesmo jeito.

         - Nenhum medico conseguiu diagnosticar o que ela tem? – perguntei, chateada.

         - Nenhum. – ele disse. – Quer dizer, um deles falou que é psicológico, e outro falou que ela tem essas dores, mas que nada poderia ser dito enquanto não fizesse exames, mas ela se recusa a fazer...

         - Eu poderia pedir ao Carlisle para dar uma olhada nela. – falei, depois de um tempo. Jake me encarou. – Certa vez, Jasper me disse que ele identificara uma doença rara numa paciente. Talvez sua mãe tenha alguma doença rara também.

         - Você faria isso? Quer dizer, sei que não gosta muito dele e tudo, Rose... Não precisa fazer isso. – ele falou.

         - É claro que eu faria isso. – deu um sorriso mínimo. – É sua mãe. – dei um beijo rápido nele. – Vou ligar para Carlisle.

         - Obrigada. – ele disse, sua voz cheia de uma gratidão que eu nunca vira.

         Eu liguei para Carlisle e pedi para que ele se encontrasse comigo, dei o endereço da casa da mãe de Jake e nós fomos para lá. Esperei por Carlisle em frente a casa. Eu sabia que era meio injusto da minha parte querer que ele fizesse isso por mim, quando eu não queria ter um ‘relacionamento’ com ele, e que chamar por ele seria meio sem nexo. Eu não gostava disso. Mas precisava fazê-lo, então...

         - Doutor Cullen. – eu disse quando ele saiu de seu carro preto.

         - Rosalie. – ele disse. – Estou surpreso de ter me ligado tão rápido.

         - Olhe, desculpe se você pensou que eu te liguei porque mudei de idéia... – eu disse, e senti que a expressão dele desabou um pouco. – Mas, eu preciso de seu serviço como médico. Não sei se você quer atender e tudo isso, mas eu realmente preciso de você.

         - Como médico? O que você tem de errado? – ele perguntou preocupado.

         - Não é comigo. – eu falei. – Uma pessoa muito queria esta doente. Alguns médicos já vieram diagnosticar, mas não chegam a uma conclusão concreta e um deles acha que pode ser psicológico... Mas eu não acredito nisso, e ela não quer ir a um hospital, então eu ficaria muito grata se você pudesse conversar com ela.

         - Claro que posso. – ele respondeu prontamente. – Onde esta a paciente?

         - Aqui dentro. – eu disse virando-me para entrar na casa. – Muito obrigada por ajudar. – disse me virando para ele novamente.

         - Não por isso. – ele deu um sorriso.

         Eu o levei lá para dentro, o apresentei a Donna, mãe de Jake, e ele ficou conversando com ela e o pai de Jake no quarto, enquanto eu e ele esperávamos na sala. Eu não queria ficar lá dentro, porque me sentiria como uma intrusa. E Jake não ficou lá dentro porque não queria me deixar sozinha. O que era ridículo, porque eu estava na casa dele e me sentia em casa lá.

         Depois de algum tempo, Carlisle saiu do quarto com um sorriso e o pai de Jake o acompanhando.

         - Bom, eu deixei para dar o diagnostico aqui porque assim eu já poderia falar para vocês dois também. – Carlisle disse. – Eu acredito que o que a Donna tem é uma doença chamada fibromialgia. Seria melhor se pudesse fazer alguns exames, mas eu tenho praticamente certeza de que é fibromialgia. É uma doença rara, e como ela já vem sentindo essas dores há bastante tempo, é um diagnostico bem possível. Essa doença não é exatamente uma doença para ser tratada... Pode ser encarada como uma condição clínica que deve ser controlada. Então, o que eu posso receitar são exercícios para o alongamento e fortalecimento muscular, assim como para o condicionamento cardiorrespiratório. Algumas técnicas de relaxamento para prevenir espasmos musculares. – ele dizia enquanto anotava algumas coisas num bloco de papel. – Ela precisa ter hábitos saudáveis para melhorar a qualidade de vida e reduzir o estresse, e por ultimo algumas medicações para o controle da dor e dos distúrbios do sono. – ele terminou e rabiscar e entregou o bloco e a caneta ao pai de Jake.

         - Muito obrigado, doutor Cullen. – disse o pai de Jake apertando a mão de Carlisle. – Muito obrigado mesmo. Quanto custou a consulta?

         - Não custou nada. – ele disse com um sorriso simpático.

         - Mas o senhor gastou seu tempo e deve cobr... – começou Jake. Carlisle o cortou com um movimento da mão.

         - Não vou cobrar nada. – ele repetiu. – Foi um prazer ajudar.

         - Muito obrigado! – repetiu o pai de Jake com um sorriso imenso. Carlisle retribuiu.

         - Bom, eu tenho que ir agora. – ele respondeu. – Foi um prazer conhecê-los. – ele disse a Jake e seu pai.

         - Eu o levo ate a porta, vá falar com sua mãe. – eu disse a Jake. O pai dele também seguiu meu conselho e foram para o quarto depois de se despedirem do médico.

         Fui com Carlisle ate a porta, e o sentimento de gratidão também estava em mim naquele momento.

         - Muito obrigada Carlisle. – eu disse quando saímos. – Você fez um bem gigantesco a essa família. – ele estava com um sorriso estranho no rosto. Eu não entendi o motivo.

         - Você é bem vinda para pedir qualquer coisa, Rosalie. – ele disse.

         - Olhe, você não precisa deixar isso de graça, essa não era a minha intenção quando o chamei...

         - Eu sei que não, não se preocupe. – ele balançou a cabeça. – Mas isso não faz diferença agora. – eu sorri.

         - Estou orgulhosa de você. – soltei, sem saber bem o porquê. Ele deu uma risada curta.

         - Obrigada, Rosalie. Isso é importante para mim. – ele disse, e soava verdadeiro em seus lábios, não uma ironia. – Olha, eu realmente gostaria de ficar aqui conversando com você, mas tenho uma reunião em um hospital e já estou atrasado...

         - Oh, por que não disse que tinha compromisso? Eu não o teria feito ficar aqui. – me senti subitamente culpada. Onde estava todo o rancor que eu sentira mais cedo?!

         - Não se preocupe. – ele disse. – Podemos nos encontrar depois?

         - Eu não sei. – respondi, por fim. – Eu ligo para você.

         - Tudo bem. – ele respondeu, com um suspiro curto. – Vejo você depois, então.

         - Tchau. – eu disse, ele me encarou por alguns minutos e depois se virou e entrou em seu carro. Olhei enquanto ele seguia pela rua, ate desaparecer na esquina.

         Então, percebi que o havia chamado de Carlisle pela primeira vez em sua frente. E subitamente aquele sorriso pareceu mais caloroso para mim.

         Já havia se passado quatro dias desde que eu descobrira o resultado do exame de paternidade. Eu havia ligado para Alice depois e contado a ela o resultado, e ela havia exigido que eu fosse para Forks logo para vê-la. Eu conversei com Jake, arrumei minha bagagem e voltei para a cidade que tanto sentia falta. Jake não gostou muito da ideia de eu voltar para Forks, nem que fosse por pouco tempo. Não gostava da ideia de ver Emmett lá. Queria vir comigo, mas não podia.

         Assim que cheguei a Forks, fui direto para o apartamento de Alice. Entrei, usando a chave que eu ainda tinhal. Deixei as malas ao lado da porta e fui procurar Alice lá dentro. Não a vi em lugar nenhum, mas a mesa da cozinha parecia abandonada de qualquer jeito, como se tivesse sido largada as pressas na metade de um café da manha. Fiquei preocupada, peguei o celular e disquei o numero de Alice.

         - Rose. – ela disse com uma voz cansada.

         - Alice, onde você está? – perguntei. – O que aconteceu? – deduzi pela sua voz que havia algo de errado. Ela respirou fundo, procurando fôlego para falar.

         - Venha ao hospital, ta bem? Eu explico tudo aqui. – ela pediu.

         - Hospital? – repeti com a voz assustada. – O que aconteceu? Você esta bem? Em que hospital você esta, Alice?

         - Eu vou te explicar tudo aqui. – ela disse e em seguida me passou o endereço do hospital em que estava.

         Fui para lá o mais rápido que pude, pensando em que poderia ter acontecido. Uma lembrança de Alice dizendo algo sobre aborto veio a minha memória. Ela tinha expressado essa idéia, algumas conversas atrás. Será que ela tinha feito isso? Será que tivera coragem? Minha mente dava voltas, procurando respostas que eu ainda não tinha, me deixando louca de preocupação. Quando cheguei ao hospital paguei o taxi e entrei na recepção, pronta para perguntar em qual quarto Alice estava. Surpreendi-me quando ela própria me impediu. Estava com uma expressão triste e cansada, o rosto pálido, os olhos inchados e marejados. Usava uma calça jeans e uma blusa cinza de mangas longas. Parecia ainda menor do que o normal, como se estivesse tentando se encolher.

         Então percebi que estivera preocupada com Alice à toa. O café estava largado na mesa como se a pessoa tivesse saído com pressa, o que significava que Alice havia saído correndo por alguém. Se Alice não estava machucada, com quem eu deveria me preocupar? Eu fui em direção a ela, dando-lhe um abraço e foi só isso que precisou para que Alice desabasse e um rio de lagrimas corresse por seu rosto enquanto ela soluçava. Deduzi que era Jasper quem estava no hospital; por quem mais Alice ficaria assim? Não fiquei menos preocupada, pelo contrario. O estado de Alice me deixou mais preocupada e com um estranho aperto no coração. Continuei abraçando-a até que o desespero dela diminuiu um pouco.

         - Alice, o que aconteceu? – eu perguntei enquanto ela me levava por alguns corredores.

         - Eles sofreram um acidente de carro. – ela sussurrou com a voz quebrada.

         - Eles quem, Alice? – perguntei surpresa por haver alguém alem de Jasper envolvido.

         - Jasper. – ela sussurrou. – Jasper e Emmett.

N/A:

Olá xuxus! 

E aí, o que acharam? Espero que voces tenham gostado do capítulo! Eu sei que muita gente vai querer me matar pelo resultador do DNA ter saído positivo, mas... Hehe

Alias, gostaria de pedir desculpa por qualquer erro relacionado a medicina ai no capítulo. Nao conheço muito do assunto, e eu pesquisei mas não sei se saiu tudo certo. Então desculpem, e deem uma ignorada, é. UEHEUHEUHEU

Bom, não se esqueçam de deixarem reviews se gostaram! *-*  E lembrem-se... A fanfic está no final, esta na hora de quem não comentou, comentar né? u_u Q

Um beijo grande, 

Lanninha.


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