Solteiro Sob Medida escrita por Liza Plant


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Primeira fic, então peguem leve comigo, pessoal!



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Capítulo 1

...transfira um milhão de dólares para uma conta bancária clandestina no exterior... ou as indiscrições de seu passado serão expostas.

No centro de seu escritório feito de aço e camurça, Uchiha Sasuke inclinou-se em sua cadeira e jogou a carta no cesto de lixo. Não sentia raiva ou preocupação, apenas um desejo de voltar ao trabalho. Ameaças não lhe eram estranhas... por e-mail, por correspondência ou por outras formas. Ele as recebera de seu pai; de empregados demitidos recentemente do império de meios de comunicação de sua família, a AMS, que tinham ficado furiosos. E de mulheres, ex-amantes que haviam se recusado a aceitar o fim de um relacionamento - ou quase um.

As ameaças eram irritantes, sim. Mas impactantes?

Não.

O magnata dos meios de comunicação de 31 anos sabia quem ele era e o que queria... nos negócios e na vida... e nenhuma influência externa mudaria isso.

Sasuke assinou uma pilha de contratos enquanto, do lado de fora das janelas que iam do chão ao teto à esquerda, o sol subia no horizonte, trazendo consigo um novo dia quente de agosto e um edifício de escritórios repletos de atividades.

– Bom dia, sr. Sasuke.

A porta de Sasuke estava aberta, como de costume, antes das 7h da manhã. Ele cumprimentou sua nova executiva com um gesto de cabeça quando ela passou... uma bela ruiva que havia se formado numa Universidade local ali de Tokyo no ano anterior. Sasuke olhou para o relógio em seu monitor.

– São 6h30. Bom para você.

– Sim, senhor - ela deu um sorriso muito profissional e continuou andando.

Sasuke voltou ao trabalho. Ela era bonita, mas ele nunca misturava trabalho com vida pessoal, sem mencionar o fato de que ela era jovem demais. Mas Sasuke gostava de ruivas. Na verdade, tinha um encontro com uma ruiva naquela noite. Uma mulher muito linda, porém não muito brilhante. O que era bom. Sasuke meneou a cabeça ao se recordar do encontro deles na noite anterior. A mulher havia passado vinte minutos insistindo que Orochimaru não era um político, mas sim um famoso jogador de futebol. Aquela mulher era simplesmente louca e para se exibir falava o que não sabia.

Sasuke sorriu. Adorava mulheres. Adorava suas fragrâncias, o jeito como elas riam, se moviam... uma tão diferente da outra; entretanto, tão similares em sua crença de que era ela quem iria mudá-lo, capturá-lo, que o faria se esquecer do código ultra restrito sobre namoros que ele seguia nos últimos dez anos: quatro semanas no máximo, então todos os laços eram cortados.

Por que elas não entendiam que nunca seria mais do que isso? Em sua experiência passada, Sasuke aprendera, pelo caminho mais difícil, que, após quatro semanas, uma mulher podia se tornar mais do que uma distração casual, e repetir aquela experiência era inaceitável nesta altura de sua vida.

Sasuke moveu-se para seu computador a fim de ver a programação para o ano seguinte. Não era um sujeito insensível no que dizia respeito a relacionamentos. Era sempre sincero sobre as quatro semanas, deixando claro o que elasnãodeviam esperar dele. Isso não era nada pessoal, não tendo a ver com a beleza ou a personalidade da mulher. Era simplesmente um fato, uma regra... e, talvez, se fosse forçado a admitir, uma maneira de se deleitar com o momento, sem ter dor de cabeça depois. Uma dor de cabeça que atrapalharia seu único objetivo: sua ascensão à presidência da AMS quando seu pai se aposentasse.

No entanto, para o desgosto de Sasuke, seu pai possuía uma visão muito diferente sobre relacionamentos. Segundo Uchiha Fugaku, esposa e filhos estabilizavam um homem, fortalecendo-o. Uma família tornava um homem mais aberto ao poder, assim como mais respeitado por seus colegas e concorrentes. Na visão de um homem dos anos 1950, uma esposa cuidava dos detalhes e deixava o marido se focar nos assuntos realmente importantes.

Infelizmente, o Uchiha sênior acreditava tanto nisso que, após várias tentativas fracassadas de coagir o filho a se casar, apelara para memorados referentes ao assunto. O último estava na mão de Sasuke. O memorado fora colocado - sem dúvida por um dos empregados fiéis de seu pai - sob um dos monitores de Sasuke, um aviso de que Fugaku talvez decidisse não abrir mão da diretoria da AMS até que Sasuke estivesse acomodado na felicidade matrimonial.

Ou inferno matrimonial,pensou ele.

Sim, ameaças chegavam ao escritório de Sasuke em todos os formatos, tamanhos e meios de comunicação.

Todas num único dia de trabalhoo.

Sasuke jogou o bilhete de seu pai no lixo, vendo=o cair ao lado de outro papel amassado no cesto... aquele que exigia o depósito de um milhão de dólares numa conta clandestina nos EUA, se ele não quisesse que certas ações desagradáveis de seu passado fossem reveladas.

Alguma coisa estava prestes a acontecer, pensou ele. Como a possível necessidade de Uchiha Sasuke adquirir uma noiva em breve.

~

Era hora do brunch em Tokyo... a refeição que é mais do que um café da manhã e menos do que um almoço, um evento sagrado para a maioria das pessoas que mora eram Manhattan, afinal, era um costume americano que havia se espalhado por Tokyo.

No geral, Haruno Sakura celebrava este horário com um bolo, ovos, roscas sortidas, e, se fosse apropriado, um drinque alcoólico. Infelizmente, estivera muito cansada para preparar um pequeno banquete para suas amigas pela manhã. Ora, mal tivera tempo de prender seus longos cabelos róseos num rabo de cavalo. E havia esquecido as lentes de contato; teria de usar óculos o dia inteiro.

Depois de uma longa noite trabalhando em alguns esboços de um conceito de logotipo para um emprego de desing gráfico que estava tentando conseguir, fora acordada por outro membro da "Tropa de Sasuke".

Sasuke, ou melhor, Uchiha Sasuke, o homem magnífico, alto, de cabelos negros e olhos tão negros quanto os cabelos que morava no apartamento do fim do corredor, um homem que recebia visitas constantes de mulheres diferentes entrando e saindo a qualquer hora da noite. Essas mulheres eram a "Tropa" dele. O nome tinha sido inventado por Sakura e suas amigas, Hyuuga Hinata e Yamanaka Ino, íntimas o bastante para permitir que Sakura reclamasse sobre seu vizinho irritante.

O problema era que algumas amigas de Sasuke ainda não tinham aprendido a ler, e confundiam o número 12B – do apartamento onde Sakura residia, a fim de tomar conta do lugar para o executivo e príncipe europeu Akasuna No Sasori – com o 12C, o apartamento de Sasuke. E, na noite anterior, por volta de uma hora da manhã, outras mulheres de Sasuke, uma magérrima de cabelos ruivos e lábios cor de ameixa, batera à sua porta.

– Novamente, desculpem-me pela refeição – Sakura falou para as suas lindas amigas enquanto elas estavam sentadas ao redor da mesa de vidro e ferro batido no apartamento de três quartos de Akasuna No Sasori, o qual era desorganizado, mas finamente mobiliado.

Os olhos azuis celestiais de Ino brilharam de modo provocativo enquanto ela cruzava as pernas longas e delgadas.

– Sem problemas. Café e pães doces são típicos de Tokyo.

Hinata tocou sua barriga crescida e acrescentou:

– E estes açucarados são os favoritos do meu bebê. – Grávida de quatro meses, Hinata ocupara o apartamento 9B no prédio de Sakura, até se mudar para a casa de seu noivo, Uzumaki Naruto, no mês anterior. Agora, sua companheira de apartamento, Ino, tinha o apartamento 9B inteiro para si mesma.

Aliviada com as palavras complacentes de suas amigas, Sakura observou-as comerem um pão doce em dez segundos, então pegar outro. Era engraçado. Hinata e Ino não podiam ser mais diferentes de Sakura. Ambas de famílias aristocratas, graduadas nas melhores universidade de países exteriores, como Ivy League, em Vassar, e ambas impecavelmente vestidas.

E então havia a simples Sakura, com seus olhos verdes e cabelos róseos, seios grandes – mas que em sua adolescência eram pequenos demais -, quadris curvilíneos e roupas antiquadas estilo hippie. Possuía boa aparência, talvez até fosse bonita, mas nada comparado às suas amigas deslumbrantes. E não se incomodava com isso. Sakura não tinha inseguranças sobre sua aparência ou sobre sua procedência. Era quem era. E Hinata e Ino não podiam concordar mais. As socialites e planejadoras de eventos não se importavam sobre a aparência de Sakura ou sobre sua falta de dinheiro. Queriam apenas sua amizade, e aquilo já era o suficiente para Sakura.

– Além de quiche de frango e salada rúcula, eu realmente queria fazer pão de canela – disse Sakura para suas amigas. – Mas leva tempo para a massa cresce, o que não tive muito hoje.

– Está tudo bem, Sakura – Ino a assegurou. – Você foi dormir tarde ontem? – ela sorriu, o rosto perfeito mesmo sem maquiagem. – Um encontro amoroso, talvez?

– Não – respondeu Sakura com uma risada, como se aquela fosse a pergunta mais tola do ano. Então parou e questionou-se por que isso seria tanta tolice, e quanto tempo fazia desde que tivera um encontro amoroso. Muito tempo. Um ano, talvez, desde que sua mãe recebera o diagnóstico...

Com os olhos perolados se estreitando, Hinata interrompeu-lhe os pensamentos.

– Deixe-me adivinhas. Outra visita de madrugada?

– Ela disse que não teve um encontro amoroso – murmurou Ino, pegando mais um pão doce.

– Não estou falando de uma visita masculina – esclareceu Hinata – Eu me referia a outro membro da “tropa”.

Ino quase engasgou com o pão doce.

– Oh, não. Uma das mulheres de Sasuke apareceu aqui?

– Sim – confirmou Sakura, recostando-se na linda cadeira do século XIX.

– A loura novamente?

– Ruiva.

Ino deu de ombros.

– Pelo menos o sujeito é versátil.

Mas Hinata não se sentia tão relaxada sobre a situação. Ela podia ser de estatura baixa, mas possuía um temperamento de tigresa protetora quando via injustiça.

– Sakura, isso é insanidade. Você precisa confrontá-lo.

– Eu sei – concordou Sakura. E sabia, era apenas que...

– Ou pelo menos pôr uma placa na sua porta – brincou Ino, servindo-se de outra xícara de café, os cabelos louros cumpridos descendo até o quadril, presos num alto rabo de cavalo.

Hinata meneou a cabeça.

– Você jurou que, se mais uma mulher aparecesse procurando pelo Uchiha...

– Eu sei, eu sei – disse Sakura rapidamente. Estava apenas embaraçada pela própria falta de coragem na situação. – Nunca tive um problema de confronto antes, mas este homem... Uchiha Sasuke... ele é... não ei, bonito demais. Aquelas lindas covinhas no rosto forte... são perturbadoras. Ele é como o garoto que a encantou na escola, fazendo você querer usar sua sombra azul e seu perfume Love’s Baby Soft todos os dia, caso ele a notasse, por um milagre.

Hinata arqueou uma sobrancelha.

– O garoto por quem você se apaixonou? Sasuke é como o garoto por quem você foi apaixonada, Saky?

– Eu só quis dizer que ele é bonito e por mais frio que pareça ser, é bem carismático quando quer. Provavelmente despertando paixão nas mulheres que o conhecem.

– Você quer que o Uchiha a note?

– Não. – Sakura suspirou. – Quero dizer, somente com o propósito de censurá-lo.

– Porque, se você quiser conhece-lo, falar com ele, tudo que precisa fazer é bater à sua porta.

– Sim, porquinha – Sakura suspirou – Eu sei.

Claramente escondida em seu próprio mundo, não ouvindo muito sobre a troca de Sakura e Hinata, Ino bebia sua café e parecia sonhadora.

– Eu me lembro do garoto. Mas não era o perfume Love’s Baby Soft. Era óleo de Patchouli.

Sakura e Hinata se viraram para fitar Ino, então caíram na gargalhada. Quando Sakura parou de rir, disse:

– Por acaso, ele nunca me notou, exceto para apontar quando eu tive uma espinha.

– Querida – palpitou Hinata -, o garoto agora trabalha numa barraca de cachorro-quente.

– Na verdade, ouvi dizer que ele joga futebol para Indianopolis Colts, lá nos Estados Unidos.

– Bem, neste caso tenho certeza de que ele é rejeitado por muitas líderes de torcida.

Sakura suspirou.

– Duvido. Homens como o sr.Goleiro e como Uchiha Sasuke passam suas vidas sem ouvir a palavra não. – ela deu de ombros – Eu não entendo. O que faz uma mulher enlouquecer por um homem assim? Um sujeito arrogante, que está basicamente atrás de sexo?

– Beleza, físico atlético e riqueza são elementos importantes – disse Hinata.

Ino assentiu.

– Para algumas mulheres, isso é tudo o que importa.

Sakura fez uma careta.

– Estou falando sério meninas.

– Nós também – disse Hinata – Para algumas mulheres, aparência e dinheiro é tudo.

Dando um gole em seu café morno, Sakura pensou sobre o que suas amigas tinham acabado de dizer, e em como era ingênua até mesmo em discutir o ponto. Entendia as realidades do mundo. Mas era difícil acreditar que a maioria das mulheres, no fundo, não quisesse mais substância de seus homens, Dinheiro e beleza eram ótimos, mas não duravam de seus homens. Dinheiro e beleza eram ótimos, mas não duravam. Eles não massageavam seus pés quando você tinha um dia duro de trabalho. Não se importavam quando você conseguia um emprego pequeno, porém substancial. Não se sentavam ao seu lado para ajuda-la a se lembrar de seu passado quando você tinha de enfrentar os primeiros estágios de Alzheimer.

Sakura reprimiu o pensamento. Não levaria a própria experiência à conversa. Em vez disso, levantou-se e foi para a cozinha, fazer outro café.

Uma hora depois, as mulheres estavam paradas à porta de frente, saciadas e pensando sobre o que fariam pelo resto do domingo. Elas agradeciam a Sakura pelo café da manhã e estavam prestes a seguir o corredor quando Hinata pisou em alguma coisa do lado de fora da porta da amiga.

Ela se abaixou e pegou.

– Aqui está – murmurou, erguendo uma cópia do Tokyo Post.

Sakura meneou a cabeça, mas pegou o jornal de qualquer forma.

– Não é meu. Eu assino Tokyo Times. ­– ela olhou para o nome da etiqueta adesiva acima da manchete do jornal.

Ino sorriu.

– Sr.Uchiha, presumo.

Sakura assentiu.

– Inacreditável. Eu apenas não preciso redirecionar as mulheres dele, como entregar-lhe o jornal. Estou pronta para brigar.

– Ei, acho que ela está exaltada, Hina – disse Ino, sorrindo.

– Finalmente – Hinata apertou o braço de Sakura e sussurrou: - Enfrente-o, tigresa.

– Grrrr. – Sakura imitou um rosnado enquanto suas amigas riam e iam em direção ao elevador.

~

Sasuke tinha acabado de calçar um par de tênis de corrida e estava checando sua enorme lista de músicas que baixara em seu iPod no dia anterior, quando ouviu uma batida à sua porta.

– Só um momento – gritou ele, andando para o hall, distraído ela estranha adição de Yani em sua lista de músicas.

Quando abriu a porta, viu uma mulher pequena e de aproximadamente 25 anos parada ali. Ela usava um vestido tingido estilo hippie do mesmo tom verde-garrafa dos olhos, os quais, por acaso, estavam velados atrás de óculos com armação de tartaruga. Os cabelos longos e róseos estavam presos num rabo de cavalo, e os lábios carnudos revelavam uma expressão furiosa. Ela era bonita, curvilínea, e ele já a vira no edifício antes – era impossível não lembrar de seu cabelo estranhamente rosa.

– Olá.

– Oi – disse ela, sem mesma a dica de um sorriso.

– Eu conheço você – murmurou Sasuke, inclinando a cabeça como se tentando descobrir de onde. – Como eu a conheço?

Ela fez uma careta, meneou a cabeça e lhe estendeu o jornal Tokyo Post.

– Aqui está.

– Meu?

– Sim.

Ela não falava muito, mas havia alguma coisa interessante sobre a moça. Talvez fosse o jeito que os lábios carnudos se moviam. Ele poderia observar aquilo por um tempo.

Olhou do jornal para ela.

– Você é a entregadora do jornal?

– Não.

– ótimo, porque são 2h da tarde, e, se você fosse a entregadora, eu teria de despedi-la por chegar tão tarde.

– Isso não é muito gentil.

– Não. Mas eu não sou muito gentil.

– É bom saber.

– Você mora no prédio?

A pergunta a fez sorrir. Não um sorriso feliz, mas um quase irritado.

– No fim do corredor, na verdade.

Oh, sim.

– Certo. – Sasuke sorriu de modo sarcástico– Então, por que meu jornal foi entregue na sua porta?

– Hábito, acho – replicou ela, aqueles lábios rosados ainda entreabertos, como se fosse acrescentar mais alguma coisa.

– Hábito?

– Seu jornal não é a única coisa que se perde e vai parar à minha porta, Sr.Uchiha.

Senhor Uchiha. Aquilo não era bom. Nenhuma mulher, exceto suas colegas de trabalho, o chama de Sr.Uchiha. Refletiu, tentando achar uma razão pela qual aquela mulher, em particular, não gostava dele. Levou um momento, mas então entendeu. Suas visitas do sexo feminino, madrugadas... apartamentos errados. Sasuke inclinou-se contra a moldura da porta e cruzou os braços sobre o peito bem definido que nem a camisa conseguia esconder.

12B, certo?

Ela assentiu.

– Em pessoa.

– Então, você é Akasuna No Sasori são...

– Eu moro lá para tomar conta do apartamento enquanto ele está fora – esclareceu ela, os olhos verdes brilhando.

Mulheres esquentadas, mulheres que não gostavam dele e mulheres que não eram afetadas por seu charme eram escassas.

Aquela não era seu tipo, mas definitivamente tinha de vê-la de novo.

– Obrigado pelo jornal – disse ele – E sinto muito pelas frequentes intrusões no meio da noite. Eu pretendia ir e me desculpar pessoalmente.

– É claro que pretendia.

– Ando ocupado.

– Nós todos somos ocupados, Sr.Uchiha.

–É claro. E, mais uma vez, peço desculpas. De agora em diante, vou me certificar de que minhas visitantes não façam mais confusão. Mas, ao contrário, por favor, não hesite em me passar aqui e me dar outro puxão de orelha...

– Você acha que isso é engraçado – interrompeu ela.

– Não.

– Sim, acha.

– Garanto-lhe que não acho engraçado ser acordado no meio da madrugada – disse ele com muita seriedade.

Sakura ergueu o queixo.

– Ótimo.

– A menos que seja por uma razão muito, muito boa.

Os olhos verdes se estreitaram quando ela pareceu pronta para golpeá-lo no estômago.

– Espero que você cuide deste problema imediatamente. Esta noite.

– Eu não tenho um encontro amoroso essa noite.

Ela suspirou.

– Talvez você deva dar um mapa às suas convidadas. – Ela pausou, então acrescentou com sarcasmo: - Ou talvez não. Elas sempre parecem um pouco confusas com as instruções.

Sasuke gostava daquela mulher. Gostava muito. Talvez precisasse ampliar seu leque de opções.

– Verdade?

Ela assentiu.

– Eu até mesmo precisei trazer uma delas até a sua porta.

Ele sorriu.

– O que posso dizer? Mulheres inteligentes não combinam com homens como eu.

Ela desviou o olhar.

– Sim, certo – murmurou baixinho.

– Perdão? – perguntou Sasuke, embora a tivesse ouvido. Ora, qualquer desculpa para observar aqueles lábios se moverem.

– Nada. Eu preciso ir. – Ela lhe acenou, o gesto parecendo uma saudação militar, antes de seguir o corredor.

– Obrigado mais uma vez – disse ele.

Ela olhou para trás.

– Eu diria “disponha”, mas estaria mentindo.

Sasuke riu.

– Ei, espere um segundo.

– O quê?

– Se eu encontra-la no elevador...

– Sim? – ela arqueou as sobrancelhas róseas.

– Posso chama-la de 12B?

Desta vez, ela deu um sorriso de verdade, um sorriso divertido.

– Não se quiser que eu responda.

Os lábios dele se curvaram nos cantos.

– Qual é o seu nome?

– Haruno Sakura.

– Você é uma garota inteligente, Haruno Sakura?

Novamente, o sorriso.

– Lamento, mas sim.

Sasuke a observou andar para o apartamento 12B, o traseiro firme e arredondado balançando com os movimentos. Parte garota, parte mulher. Muito atraente. Ela era bonita, sexy à sua própria maneira... mas definitivamente não o seu tipo usual. Não mentiria ao dizer que mulheres inteligentes não combinavam com ele. Adorava mulheres inteligentes, assim como ser desafiado por elas, mas, no momento, tinha todo desafio com o qual podia lidar no trabalho.

Por enquanto, queria o simples e descomplicado.

Sasuke entrou em seu apartamento, sentou-se no sofá e abriu o jornal, esquecendo completamente que ia sair para correr antes que sua pequena vizinha aparecesse.

Ele folheou o jornal. Primeiro as notícias, depois os esportes. O time de futebol americano de Tokyo tem guardado ofensas ocultas. Perde credibilidade, perde respeito.

Desgostoso com seu time favorito, Sasuke virou a página... e arregalou os olhos.

– Droga – praguejou ele.

Grandes fotografias de Sasuke e Konan, a mulher com quem ele saírra algumas vezes – a mulher que tinha pulado do telhado do seu prédio mais de um mês atrás – olhavam para a seção de entretenimento do jornal.

A manchete dizia: “Vítima de Suicídio Trocando Afagos com o Playboy da MAS um Pouco Antes de sua Morte?”

Sasuke jogou o jornal de lado e pegou seu Black-Berry, um celular sofisticado, de cima da mesinha de centro. Como esperado, sua caixa de e-mails estava repleta de pedidos para entrevistas, declarações e diversas fotos de Konan em sua companhia.

– Droga.

Dez minutos depois, o telefone tocou. Era a polícia, requisitando-o a dar um tipo muito diferente de entrevista.

– Sr.Uchiha, nós gostaríamos que viesse à delegacia para responder algumas perguntas.


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Notas finais do capítulo

Postarei em breve!