UM SONHO DE CADA VEZ - Delírios em luta. escrita por Luiz Lavall


Capítulo 1
Prólogo.


Notas iniciais do capítulo

Serão postados capítulos sequenciais semanalmente, sem data e nem horário concreto para o lançamento do mesmo. ^^



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Lugar desconhecido, horário desconhecido, 01 de fevereiro, 2014.

– Quem sou eu?! Pode me chamar de Morpheus, senhor dos sonhos e, nas horas vagas, Freddy Krueger.

Aquilo ecoou em meus pensamentos.

Aquele lugar não me era estranho. Parecia que eu já tinha estado lá várias vezes, mas ao mesmo tempo parecia que eu nunca tinha estado realmente ali. Estávamos em um pico de montanha, só que não havia montanha, apenas uma simples elevação, algo como um palco. Ao redor desse pico, havia prédios do tamanho de casas, como se fossem uma enorme maquete e o sol estava se pondo, mas ele acompanhava o movimento dos meus olhos, pra onde eu olhava, lá estava ele. E o que é mais estranho, nevava, porém, a neve era feita de papel e mesmo assim derretia em minhas mãos.

– Por que você está aqui? - Algo estava estranho. - Essa não é minha voz. Eu nem estou falando!

– Relaxa, garoto! Primeiramente, eu estou aqui porque você me chamou, não lembra? E essa é sua voz do pensamento, ela é a sua, mas se você pensar bem ela não é como sua voz no mundo físico. E você não está falando pois aqui não precisa de ondas mecânicas criadas pelas suas cordas vocais e pulmões para você falar.

– Mas você está abrindo a boca!

– Aqui é o meu mundo. Eu prefiro assim.

Morpheus era um cara alto, devia ter 2 metros e alguma coisa. Tinha o cabelo na altura dos olhos, só que todo bagunçado e em várias direções, como se tivesse acabado de acordar. Seus olhos tinha pupilas que lembravam o sol nascente. O nariz dele era levemente maior que a média. E, havia um leve contorno de riso em sua boca, algo sereno, tal como sua face.

Eu estava fascinado com aquele lugar, não conseguia parar de olhar ao redor e perceber cada detalhe como se eu tivesse os colocado ali.

– Espantado com este lugar, Pedro?

– Quem?! - Fiquei confuso.

– Pedro, você…

Eu tinha esquecido do meu nome por um breve momento enquanto me deparava com aquele lindo lugar.

– Ah, sim… Me esqueci do meu nome por um instante! Er… Estou meio pasmo com esse lugar estranho e lindo. Onde estamos?

– Como não sabe, Pedro?! Aqui é a sua mente! - Acho que me perdi em pensamentos nesse momento, só que lembrei que já estava neles. - Pra ser mais específico, em seus sonhos.

– E por que estamos aqui?

– Ora… para conversarmos! Que tal começarmos por…

Ele se silenciou e olhou pra cima como se estivesse vendo algo.

– O que foi?

– Eu poderia prolongar o tempo aqui por anos e anos, e assim, conversar tudo que tenho pra conversar com você. Mas acho que seria chato. Abra os seus olhos se um dia ainda quiser retomar essa conversa.

– E como eu faço isso? É difícil tentar acordar dentro de um sonho.

– Eu te ajudo!

Ele abriu um longo sorriso e piscou os olhos de maneira diferenciada. Em um instante, eu estava a beira de um penhasco e meu pé estava metade suspenso no ar. Morpheus estava logo atrás de mim.

– Até mais, Pedro! E nunca se esqueça de seus sonhos!

Ele chutou minhas costas, assim me jogando para aquele abismo. Em meio ao desespero que eu estava sentindo, tive a leve impressão que ouvi um “This is Sparta!”.

Aquele abismo parecia não ter fim de tão longo que era. Mas não era algo que eu quisesse que passasse logo, mas também não gostava daquele desespero que eu sentia. Tudo ia passando tão rápido, meus olhos iam ardendo com o vento que batia em meu rosto, porém, eu me negava a fechá-los. Olhei para o horizonte e vi uma linda vista. O sol continuava se pondo, mas não seguia mais meus olhos e havia um fio de rio em sua direção, acompanhado de uma floresta de pinheiros. Aqueles tons pareciam que foram feitos para combinar com aquela queda, aquele sol e pinheiros, aquele céu, aquelas pessoas caindo, aquele chão que demorava chegar… Pessoas?

Por algum motivo havia pessoas caindo, na verdade, era uma multidão, todos em queda e com provavelmente a mesma cara que a minha. Só que eu só conseguia ver o rosto de uma pessoa, era uma garota que estava me olhando. Por que ela estava olhando pra mim? Por que não pra outra dezena de pessoas? E como eu sabia que era pra mim?

– Ei - Tentei gritar, mas a voz na mente está sempre no mesmo volume. -, por que todos estão caindo?

Será que ela tinha ouvido?
Ela vestia uma camiseta muito larga e branca, com algum símbolo qualquer de estampa no centro. Seu cabelo, mesmo sendo jogado pelo vento, era totalmente negro e era curto, na altura do pescoço.Ela usava um short jeans azul. Não parecia ser alta.

Ela me olhava, não assustada ou desesperada por estar caindo, ela me olhava com curiosidade. Foi abrindo sua boca devagar e… de repente, ela virou seu olhar acompanhado de sua cabeça em direção ao chão. Eu também olhei e, em menos de um piscar de olhos, o chão... chegou.


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