81ª Edição escrita por Núbia Oliver


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Achei o epílogo. Finalmente !! Estou ouvindo sinos ?



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Me lembro bem daquele dia, na verdade acho que nunca o esquecerei.
Não é como se tivesse sido o pior de toda a minha vida, também não é como se eu tivesse assinado a minha sentença de morte aquele dia. Esse dia veio uma semana depois, literalmente. Aquele foi o dia em que eu tomei a decisão de que com sorte ou não, eu iria pra arena.
Eu caminhava apressada pelas ruas do Meadow, acostumada a andar sempre de cabeça erguida é estranho andar observando a neve suja que ia dominando minha botas sem salto conforme meus passos. Algumas pessoas cochichava quando eu passava, eu as entendo, deve ser estranho ver Chloe Stanford a única pessoa de todo o distrito que deseja ir para a arena e ainda se orgulha por isso correr assustada de cabeça baixa pelas ruas. Com medo, pedindo desculpas sempre que esbarrava em alguém, isso deveria ser algo inédito pra eles.
Eu estava aterrorizada, todo o distrito já sabia do meu desejo de vingança, então algumas mães puderam respirar em paz sem o medo de perder uma filha. Pena minha mãe não poder fazer o mesmo.
Eu não tinha medo da arena, ou medo pela minha mãe, o medo me consumiu aquela manhã. Na verdade há alguns minutos atrás, quando Tod, um menininho sujo que vive pelas ruelas, bateu na porta da minha humilde casinha já caindo aos pedaços com o recado de Cairo Undersee, o prefeito do distrito 12.
Ele queria falar comigo, por isso pediu que eu fosse urgentemente até a sua casa. Meu medo só triplicou quando esbarrei com cinco pacificadores na rua, por quanto tempo eu conseguiria prender a respiração ?
Assim que cheguei a casa de Cairo, bati descontroladamente na porta até ela ser aberta. Observei com os olhos arregalados o vazio a minha frente, abaixei lentamente o olhar vendo Kam, a filha mais nova de Cairo de apenas 12 anos.
Seus olhos castanho claros levemente arregalados saltavam de seu rosto rosado emoldurado pelos raios solares que eram as madeixas de seu cabelo. Ela sorriu fracamente e colocou atrás da orelha uma madeixa de seu cabelo loiro claro, liso na raiz e ondulado nas pontas.
– Kam.. - consegui finalmente dizer.
– Lua, tudo bem ? - ela perguntou sorrindo.
– Sim, olhe, seu pai quer me ver. - ela assentiu levemente coma cabeça e me deu espaço para entrar, ela fechou a porta e entrelaçou sua mãos com a minha. Kam me guiou até uma porta e deu duas batidinhas nela até ouvirmos a voz de Cairo nos mandar entrar.
Caminhei até a cadeira em frente a mesa de mógno escuro e me sentei, e encarei Cairo do qual Kam era a cópia exata.
– Ok Lua, irei direto ao ponto querida. Acho que sabe que todo o distrito sabe de sua sede de vingança, sim ? - ele perguntou com sua voz amável e me limitei a assentir com a cabeça - Bom... recentemente tive alguns problemas com a Capital e duvido que eles deixaram em branco, receio que eles façam algo na colheita. - seu tom de voz foi diminuindo e franzi o cenho.
– Como assim ? - minha voz soou fraca.
– Bom minha filha mais velha, Madge, tem vinte e três anos e já não corre mais o risco de ir para a arena. Mas minha caçula, Kam, participará da colheita pela primeira vez esse ano. Temo que eles a mandem para arena, propositalmente. - ofeguei surpresa e ele assentiu com a cabeça - Então eu queria pedir.. se por acaso Kam for sorteada na colheita, semana que vem, você se voluntaria por ela ?
– Sim - não hesitei em responder, se eu estava disposta a fazer isso por um desconhecido por que não faria pela pequena e adorável Kam ?
– Sério ? - ele perguntou e eu me segurei para não rir.
– Sim, mas o senhor tem que me prometer que se eu morrer na arena, vai ajudar minha família. - ele franziu o cenho e eu suspirei - Vai dar um emprego a minha mãe e a minha irmã Kassie, e prometa que nada irá acontecer a elas nem ao meu sobrinho Oliver. Ele não pode, nem mesmo, ir para a arena. Temos um trato ? - estiquei a mão e ela a apertou firmemente.
– Temos. - assenti e sai daquela sala, sabendo que não havia nada mais a ser dito,
– Está tudo bem Chloe ? - Kam perguntou quando cheguei a porta e me virei para olhá-la.
– Vai ficar, Kam. Não se preocupe. - minha voz soou tão amigável e amável que quase não a reconheci.
– Tudo bem então, se cuide. - ela disse enquanto lançava seus braços sobre mim em um abraço reconfortante. Ela, tão pequena, me abraçando e agradecendo sem ao menos saber o que eu estava disposta a fazer.
Eu iria mesmo dar a minha vida por aquela pequena garotinha.


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Notas finais do capítulo

Vocês ouviram os sinos também ?
Espero que gostem do prólogo, mais tarde posto o primeiro capítulo.
Sei que estão confusos sobre como tem a 81ª edição se a Katniss acabou com a arena e teve a revolução na 75ª, mas tudo será explicado em breve.
Sei que é chato pedir, mais alguns reviews seriam legais.



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