Cyro estava muito nervoso, correndo como nunca correu antes, em direção para os grandes portões de Warfang. Por onde ele passava pequenas pedrinhas se erguiam e eram arremessadas para todos os lados. Ao passar pelo templo, apenas Tremor, que estava do lado de fora, o viu.

Tremor Arregala os olhos vendo seu amigo querido daquela maneira, consumido pela íra. Tremor suspira com medo do que causara tal íra em Cyro, que sempre fora muito calmo. Se levantou rápido e voou em direção de Cyro.-CYROO! PAREE!

Cyro, sem olhar para trás, apenas grita. –NÃO ME SIGA TREMOR! –Sua voz já havia mudado, parecendo muito com a de seu vô.

Tremor para por um instante mas continua o seguindo. –CYRO! ME ESCUTE!

Cyro vai direto para seu morro. Nele, Tremor consegue se aproximar suficientemente para poder fazer uma parede de terra na frente de Cyro.

Ele para antes de bater e olha para Tremor já com os olhos totalmente brancos. Então Cyro abre a boca pronto para disparar um forte fluxo de convexidade.

Tremor se ergue nas patas traseira e abre as asas. –Vá em frente, Cyro! Me acerte com tudo que tem! Acabe com a raiva que você tem de mim por eu ter te tratado tão mal! –Ele diz com uma lágrima descendo de seu olho.

Cyro fechou a boca e fitou Tremor. Aos poucos sua escamas começaram a ficar normais e eles começa a chorar.

Tremor cai nas suas quatro patas novamente e vai até Cyro. –O que houve, Cyro?

Cyro deixa suas lágrimas caírem no lugar habitual que a grama estava habituada a recebe-las. –Labareda foi raptada!

Aquelas palavras serviram como uma estaca no coração de Tremor. Ele arregalou os olhos. –O... OQUE?!

Após falar tais palavras, Cyro cai no chão e desaba em choro profundo.

Tremor olha para ele e deita em sua frente, com o focinho próximo ao dele. –Cyro... calma Cyro... Nós vamos encontra-la. Você verá!

–Eu sei quem foi. –Cyro diz depois de um momento de silêncio, abrindo os olhos.

Tremor olha nos olhos de Cyro e sorri. –Então vamos lá! Mas não vou deixar você ir sozinho, Cyro! Nunca.

Cyro da um pequeno sorriso e limpa seus olhos. –Tudo bem... vamos lá!

–Ótimo! Deixe-me adivinhar... é no covil de Malefor? –Tremor pergunta se levantando.

Cyro se levanta e assente, começando a andar.

Horas se passam com Cyro e Tremor voando em direção do covil. A noite chega, mas Cyro não estava disposto a parar tão cedo.

–Cyro. Ei! Vamos parar! Está escuro! Não enxergo nada. Vamos comer alguma coisa e dormir. –Tremor pede se aproximando pela lateral de Cyro.

–Não! Eu posso continuar!

–Sei que pode, mas se chegar lá cansado Labareda irá ficar culpada se você se ferir!

Cyro para no ar e fique batendo suas asas, no mesmo lugar, pensando. –Acho... que você está certo... Vamos descer e comer algo.

–Ótimo! Estou morrendo de fome! Ali parece ser um lugar bom! –Tremor diz disparando para um lugar que tinha um pequeno lago.

Cyro o segue e pousa logo atrás dele. Os dois vão caçar e voltam com um cervo para assar e comer. Os dois assam e começam a comer, um de frente para o outro, com a fogueira entre eles.

Tremor perebeu que Cyro estava sofrendo demais. Fazia apenas uma semana que Cyro era namorado de Labareda, mas os dois eram almas gêmeas! Se amavam tão profundamente que não conseguiam ficar separados por muito tempo.

–Cyro? Você está bem? –Tremor pergunta se levantando e indo até Cyro.

Cyro não responde. Fica apenas olhando para a carne em sua frente.

Tremor coloca sua asa nas costas de Cyro e o puxa para perto. –Calma Cyro. Ela está bem.

–Sinto falta dela. Queria ela aqui, agora, para mim poder senti-la, abraça-la, beijá-la... –Cyro diz sem reação ao ser puxado para o corpo de Tremor.

Tremor suspira e assente. –Sei como se sente, Cyro. Mas olhe. Não se preocupe! Você logo vai vê-la novamente.

Cyro olho para Tremor e sorri. –Obrigado Tremor.

Tremor sorri e começa a comer do lado de Cyro.

Minutos se passam de silêncio até que Cyro olha para Tremor. –Tremor... Você queria mesmo que eu te acertasse lá no morro do silêncio?

Tremor olha para Cyro, sorrindo, e da um leve soco. –As vezes sinto pena de você por eu ter te tratado daquela maneira... as vezes penso que você queira... se vingar de mim e...

–Nunca! Você é meu amigo, Tremor! Nunca vou te machucar. Você é meu melhor amigo. –Cyro o abraça com uma das asas e morde outro pedaço de carne.

Tremor o admirava demais. Apesar de ter sofrido tanto, não guardava nenhum rancor dele. De fato, Tremor sentia-se bastante culpado, porém, Cyro o animava sempre. Ele sorri um pouquinho e volta a comer.

Depois que acabaram de comer os dois deitam perto da fogueira. Cyro nunca se sentira tão solitário na sua vida. Seu coração apertava em seu peito. Lágrimas desejavam sair de seus olhos cheios de dor e angústia. Sua garganta ardia segurando uma vontade gigante de berrar por sua dor.

Mas sua dor foi reduzida assim que sentiu Tremor se enrolando em torno dele. Cyro arregalou os olhos e olhou para ele. –O... O que está fazendo?

Tremor ergue sua cabeça e sorri. –Você nunca vai estar sozinho, Cyro. Sempre haverá alguém com você.

Nisso Cyro sorri e coloca sua cabeça em cima de sua patas, começando a dormir.

Tremor olhou para ele e riu um pouco. –Cyro... Você é um idiota mesmo... –Tremor diz e coloca sua cabeça em suas patas e dorme.