A lenda de Cyro: A nova lenda (livro 2) escrita por SpyroForever


Capítulo 14
Não julgueis para que não sejais julgados.


Notas iniciais do capítulo

Espero que tenham gostado do desenho de capa que eu fiz! *_*



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–CYRO! CYRO! RÁPIDO! OS GUARDIÕES ESTÃO LHE CHAMANDO! –Gritava Tremor a distância ao ver Cyro e Labareda sentados à beira do lago, conversando.

Cyro o ouve e vira para trás. –Justo agora?

–Está tudo bem amor. Eu sei que você tem responsabilidades. –Labareda se esfrega na lateral do corpo de Cyro.

–Mas eu prometi que iria passar hoje com você. –Cyro a olha no fundo dos olhos.

–Não faz mal Cyro. Se você deixar eu vou com você. –Labareda sorri e o lambe do maxilar inferior ao superior.

Cyro ri e a lambe em resposta. –Tudo bem então.

–Ahh, Cyro... Como eu te adoro. –Labareda se levanta.

–Não mais do que o meu amor que você.

Tremor finalmente chega perto deles, arfando de cansaço. –Cyro... ai ai... Droga! Tinha que estar tão longe? Ai! Meus pais estão te chamando. Acho que vamos ser enviados em outra missão. Eu ouvi seu pai falando alguma coisa sobre a vila dos cheetas e aquele dragão que nós vimos.

–Mhhh... Tudo bem então. –Cyro se levanta. –Hoje eu não tinha te visto... E aí? Falou para seus pais?

Tremor suspira. –Falei sim...

–Como foi?

Os três começam a andar para o templo.

–Bem... Meus pais não reagiram como eu esperava. Pensei que meu pai não iria aceitar, mas ele... meee... compreendeu! Eu fiquei tão feliz!

–Compreendeu? Como assim? O que você falou para eles? –Pergunta Labareda.

–Eu comecei falando que queria falar com os dois. Daí nós fomos até a sala onde nos sentamos. Eu estava muito nervoso mesmo. Não vou esquecer. “Pai... mãe... Eu não sou quem vocês pensam que eu sou.”. Eu falei desse jeito e eles olharam um para o outro. A cara do meu pai mudou. Fiquei com mais medo. Mas falei. “Bem... eu namoro.”. Minha mãe ficou um tanto feliz, mas então eu acabei. “Com o Uta.”. Os dois arregalaram os olhos. Ficamos a noite inteira conversando. Eu falei que era muito feliz com o Uta, e é verdade. Eu o amo mesmo. Gosto tanto dele quanto..... Ah... Não sei como dizer. Mas vocês me entenderam.

–Sim sim... E o que seu pai falou? –Cyro olhava para Tremor com um leve sorriso.

–“Uta? Mhhh... Filho... você é homossexual?” –Tremor imitou a voz de Brutus. –Daí eu assenti com a cabeça. “Você gosta dele?” Eu disse que sim. Daí ele disse uma coisa que eu nunca vou esquecer. “Então viva feliz sem preocupações.”

–Nossa! Que legal que seu pai aceitou assim. E sua mãe? –Labareda sorri para Tremor.

–Ela ficou um pouco triste porque eu não vou ter filhos. E é verdade... Se bem que eu queria muito ter um..... com Uta.

–Quem sabe alguma coisa aconteça e vocês encontrem alguém? –Labareda diz.

–Hehe... Quem sabe... Mas, tudo bem. Estou feliz assim! E por ter vocês!

–Aww! Seu fofo! –Labareda da um beijinho na bochecha de Tremor.

–Ei! Hahaha! –Tremor ri ao sentir aquilo. –Calma aí Laba! Eu tenho o Uta! HAHAHA!

Os três riem bastante andando para o templo.

No templo os guardiões e Spyro esperavam Cyro chegar Brutus chama Spyro para ir até a biblioteca para falar com ele.

–Spyro... Preciso falar com você... a sós! –Então se vira e vai até a biblioteca.

Spyro estranhou bastante aquilo e o seguiu. Ao chegar ele pergunta. –O que há de errado, Brutus?

–Eu preciso te perguntar uma coisa. Eu... O que você faria se seu filho fosse homossexual?

Spyro estranhou muito aquela pergunta. –Por que está perguntando isso?

–Responda. –Brutus insiste.

–Mas o que é que...

–RESPONDE! –Brutus da um passo para frente.

Spyro fica pasmo com o ato de Brutus. –B... Brutus... O que há com você?

Brutus fecha os olhos e olha para o chão na diagonal. –Você ainda não me respondeu.

–Eu... não sei! Você me pegou desprevenido! Eu nunca pensei nisso! Sempre soube que Cyro gostava de Labareda! Eu... Acho que ficaria desapontado, mas continuaria a amá-lo, pois é meu filho!

–Só por ser seu filho?

–O que você quer dizer?

–Você é homofóbico?

Spyro engole em seco, pois já fazia uma ideia do que Brutus estava falando. –E... Eu? Eu não sei! Nunca vi um antes. Por?

Brutus respira fundo. –Meu filho falou que ele é homossexual.

Spyro arregalou os olhos. –Tremor? M... Mas como?

–Como? Ele simplesmente é! Não tem explicação! Se ele é feliz assim, eu não ligo! Só quero meu filho vivendo sua vida feliz.

Spyro estava em choque. –Onde ele está?

–Foi buscar Cyro, lembra?

–Ah sim! Verdade. Então... vamos voltar para a sala da poça das visões, sim?

–Acho... que sim. Mas Spyro, não haja como se meu filho seja um monstro, por favor!

–Que?! Lógico que não, Brutus! Pode ficar tranquilo!

–Obrigado Spyro. Não quero que meu filho seja rejeitado por ninguém. Você sabe que seu filho é o melhor amigo dele né?

Ai droga! Meu filho... Droga. –Spyro pensa. –S... Sim. Eu sei.

Gaguejando? –Pensa Brutus. –Está nervoso?

–E... Eu?! Não! P... por que estaria?

Spyro se vira e começa a voltar para a sala da poça das visões. Brutus olha para Spyro e balança a cabeça negativamente. –Por que eu falei para ele? Estraguei a vida do meu menino.

Quando Spyro volta para a sala vê que os jovens todos já estavam lá, mas sua visão se focou em Temor. –Cyro. Venha aqui.

Cyro, que estava conversando com seus amigos, desvia o olhar deles e caminha para mais perto de seu pai. –Pai? Tem alguma outra missão para nós?

Spyro olha para Tremor. –Para VOCÊ!

Cyro estranha. –Por que só para mim? Meus am...

–Porque eu estou mandando!

Cyro arregala os olhos com a reação do pai. Ele olha para seus amigos e se senta no chão, em postura reta. –Não!

Spyro semicerra os olhos. –O que você disse?

–Eu não vou ir sem os meus amigos. –Cyro vira a cabeça para o lado, centado em postura perfeita.

–OLHA AQUI CYRO! VOCÊ VAI IR ONDE E QUANDO EU QUISER. E COM QUEM EU QUISER! –Spyro se aproxima muito de Cyro, olhando-o nos olhos.

Spyro nunca havia gritado com Cyro antes. Ele perde a postura e se levanta. –P... pai...

–CALE-SE AGORA MESMO!

Cyro se agacha com medo de Spyro. –Pai. Eles são meus amigos. Eu quero ficar perto deles e...

–JÁ DISSE PARA SE CALAR! –Spyro berra fazendo tudo cair no silencio total.

–Spyro. –Brutus adverte.

Chama e Helen estavam bobos com aquilo. Spyro olha para Brutus e depois para Cyro. Ele estava com a barriga encostada no chão, com as pernas dobradas, tremendo, de olhos fechados e chorando. Nessa hora Spyro percebeu o quão hipócrita estava sendo.

–Filho...

–NÃO! –Cyro abre os olhos com lágrimas escorrendo dos olhos para fitar Spyro. Então sai correndo do templo em direção à saída de Warfang.

–Cyro! –Spyro tenta impedir, mas o que seu filho falou o deixou petrificado.

–FIQUE LONGE DE MIM! –Grita Cyro ao ouvir Spyro o chamando.

Spyro para na hora. –Cyro......

Labareda e os outros não tinham entendido absolutamente nada, assim como os guardiões, a não ser Brutus, que foi o primeiro que Spyro olhou.

Ao olhar para Brutus, Spyro percebeu que ele estava totalmente desgostoso. Ele olhou para Spyro e balançou a cabeça negativamente, suspirando. Então ele da meia volta e entra em seu aposento do templo. Spyro olha para os amigos de Cyro que estavam olhando para ele com um pouco de medo, mas não vê Labareda e nem Tremor. Então olha para a saída do templo e os vê sentados, um do lado do outro, olhando para onde Cyro havia corrido. Ao se aproximar ele ouve a conversa dos dois.

–O que aconteceu com Spyro? Ele nunca foi assim! –Diz Labareda.

–Eu sei o que foi. Ele não parava de ficar olhando para mim. Ele quer afastar Cyro de mim porque eu sou homossexual.

–Não é isso! Spyro respeita tanto a amizade e tem verdadeira raiva de julgadores. Ele não seria um.

Spyro arregala os olhos ao perceber o que estava virando.

–É óbvio que foi isso! Por que mais ele ficaria olhando tanto para mim? Meu pai ou minha mãe devem ter contado para ele em busca de conselhos... E agora... vou perder meu melhor amigo. –Tremor bate a pata no chão olhando para baixo.

–Calma Tremor. Não é o fim do mundo.

–É o fim do MEU mundo. –Tremor deita no chão, soluçando, o que levou a Spyro saber que estava chorando. –Cyro era um amigão mesmo. Eu menosprezei tanto ele e agora esse é meu castigo por isso.

–Todos nós o menosprezamos. Todos erramos! –Diz Labareda, colocando a asa em cima de Tremor, consolando-o.

–Principalmente eu! –Spyro diz atrás deles.

Os dois viram para ver Spyro. De fato Tremor estava chorando muito. –Spyro? Você...

–Sim. Ouve sim.

Tremor olha para o chão fazendo as lágrimas acumuladas em seus olhos caírem.

–O que houve com você lá dentro, Spyro? –Pergunta Labareda.

Spyro fecha os olhos e olha para baixo. –Eu... fui um idiota! Foi isso! –Ele se senta e encosta a pata em Tremor. –Tremor. Olhe para mim.

Tremor levanta a cabeça com a pata de Spyro em cima.

–Eu te julguei mesmo. Você estava certo. Me perdoe por isso. Só agora eu percebi o quanto eu fui idiota! Sempre protegi Cynder de gente que a julgava e acabei julgam a ti. Tremor, você é um bom amigo para meu filho. Sinto muito orgulho de falar isso.

Tremor sorri e enxuga as lágrimas. –Spyro. Você não sabe o quanto estou feliz por você falar isso! Obrigado mesmo Spyro! Eu sempre te respeitei muito.

–Venha aqui. –Spyro abre as asas.

Tremor sorri e se levanta, indo para Spyro. Então ele se levanta nas patas traseiras e o abraça com gosto.

Spyro sorri e envolve sua pata no corpo de Tremor, o abraçando em retribuição.

–Spyro... O que você vai falar para Cyro? –Pergunta Tremor ao se separar de Spyro.

Spyro olha para a colina em que Cyro estava, por cima das muralhas de Warfang. –Eis a questão...

–Se quiser eu posso... –Tremor começa mas é interrompido por Spyro.

–Não. EU tenho que falar com ele. Nos esperem aqui por favor. Eu vou ir falar com ele.

–Tudo bem Spyro. –Labareda se aproxima de Tremor, sorrindo. –Eu disse que ele não tinha feito por mal!

–Posso fazer uma perguntinha, apenas por curiosidade? –Pergunta Spyro se preparando para decolar.

–Claro! –Responde Tremor.

–Você namora?

–Uta.

–UTA?! Mas vocês sempre ficam implicando um com o outro!

–Disfarce! Hehe... –Tremor fecha um dos olhos e coça a nuca com a asa, sorrindo.

–Que disfarce! Então... me desejem sorte!

–Boa sorte! –Os dois falam.

Então Spyro decola fortemente, fazendo vento. Ele vai rápido em direção a colina que Cyro ficava.

Cyro o ouve pousar uns cinco metros atrás dele. –SOME DAQUI! –Cyro chorava intensamente e ao olhar para Spyro, ele pôde perceber isso.

–Filho...

–Não quero saber! Você é um monstro! Por que não quer que meus amigos vão comigo?! –Cyro estava com raiva, muita raiva.

–Eu... não... errr...

–ME RESPONDE!

Spyro se aproxima de Cyro e senta ao lado dele. –Filho... Eu não queria falar tudo aquilo.

–Me responde. Por que? –Cyro olha para baixo.

Spyro respira fundo e suspira. –Por Tremor e Uta.

Cyro fica petrificado. –Você sabe?

–Sim... sei sim.

–E você não quer que eu fique perto deles... Porque são gays?

Spyro olha para Cyro que olha para ele. –Eu estava confuso. Brutus me pegou de surpresa. Me desculpe filho. Eu já falei com Tremor. Pedi mil desculpas para ele.

–Você... meu pai... quem salvou minha mãe... quem a protegeu... estava julgando meu melhor amigo! –Cyro enxuga as lágrimas.

–Irônico, eu sei.

–Mais que isso! Chega a ser ridículo! Hahaha...

–Hahahaha!

Os dois riem um pouco e então olham um para o outro. –Eu posso ir na missão com meus amigos?

–Pode sim meu queridinho!

–Não me chama de queridinho!

–Você SEMPRE vai ser meu queridinho! –Spyro morde o pescoço de Cyro e o derruba no chão, se deitando.

–Ai! Ei! –Cyro coloca as patas traseiras no maxilar inferior de Spyro e o empurra.

Assim que Spyro soltou seu pescoço, Cyro pula em Spyro, fazendo ele virar de barriga para cima, e morde seu pescoço, em cima de seu peito. Os dois riem e então Cyro o solta e olha para o os olhos de Spyro.

–Te amo muito pai! Você não é um monstro não viu!

–Hahaha! Ai, meu filhinho. Eu te amo mais que tudo nesse mundo! –Spyro abraça Cyro, que estava em cima de seu peito, com as duas asas e duas patas.

Cyro coloca seu rosto no peito de Spyro sentindo seu abraço confortável. Então ele sente que Spyro lambeu sua cabeça e sorri. –Te amo pai!

Spyro fica lambendo Cyro por mais algum tempo até que o solta de seu abraço. Para sua surpresa ele vê que Cyro estava ronronando e dormindo, aconchegado em seu peito. Isso o fez lembrar-se da noite em que Cyro nascera. Ele sorri e pega Cyro com cuidado e coloca no chão. Ao coloca-lo no chão ele vê as cicatrizes da mordida de Fierus dera. Ele passa uma das garras em uma das cicatrizes. Então ele se deita em volta de Cyro e vê o anel em seu chifre. Aquilo o fez sorrir e lembrar do dia em que Fierus o dera. Spyro então lambe seu pescoço.

–Papai... –Cyro diz em seu sono quando sente a língua de seu pai tocá-lo.

Aquela palavra fez Spyro lembrar das primeiras palavras de Cyro. Uma lágrima desceu por seu olhou e tocou o solo escuro da noite de lua cheia. Spyro queria passar a noite toda lá, enrolado com seu filho querido, mas sabia que tinha que voltar para o templo com Cyro para dar as instruções da missão. –Cyro! Acorda filho!

–Pai? Uh? Nossa! Eu dormi! –Cyro coça os olhos. Ele então percebe uma lágrima rolando pelo rosto de Spyro. –Pai? Está tudo bem?

–Melhor impossível meu filho! –Spyro sorri muito mesmo e lambe mais seu filho.

–Pai! Hahaha! Para! Para para! Hahaha! –Cyro fecha os olhos empurrando o rosto de Spyro.

–Vamos voltar para o templo então. Você ainda tem uma missão.

–Tudo bem. –Se levanta e se sacode, tirando a poeira do corpo. –Fazia tempo que eu não dormia com você.

–Você gostava de dormir comigo e com a sua mãe quando era menor. –Spyro e Cyro começam a andar de volta para Warfang.

–E ainda gosto. Posso ser chamado de bebezinho, mas vocês são os melhores.

Spyro sorri ao ouvir aquilo. –Como sou feliz por ter você, meu filho!

–O mesmo digo eu, pai! –Cyro encosta seu corpo no de Spyro e os dois voltam para o templo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? :3



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