Sedative escrita por Carolina


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Nos vemos em breve!



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– Sabe Sirius, eu realmente me diverti muito hoje. - Roxanne pegava seu cachecol e o colocava no lugar novamente, em seguida puxando as luvas do bolso do casaco vermelho aveludado. Sirius esfregava as mãos para aquece-las, enquanto sorria feliz para a garota. Até ali, tudo havia dado certo, a não ser até, pela xícara que ele conseguiu derrubar quando riu da tentativa de sua acompanhante de contar uma piada.

– Fico feliz que você tenha gostado tanto. Sinceramente, eu não sou muito bom com isso: levar relações tão longe a ponto de leva-las a um encontro. Acharia desnecessário com qualquer outra pessoa.

– Então você é bem do tipo... Como eu posso dizer: cafajeste.

– Muitíssimo obrigado pela parte que me toca, mas sim, é bem isso. O que me leva a pensar que você é uma das poucas pessoas a ver o que eu pretendo mostrar, espero que você consiga guardar segredo.

– Claro que sei! Não acredito que isso é mesmo uma surpresa, eu estou tão empolgada, Sirius! - Roxie entrelaçou seu braço com o de Sirius, que olhou para baixo sorridente com a ação da garota.

– Imagino que você nunca tenha estado nas estufas inutilizáveis de Hogwarts...

xx

Sirius e Roxanne seguiram todo o caminho de Hogsmeade de volta ao castelo. A maioria dos alunos ainda estavam no povoado, voltando, na maioria das vezes, logo depois do sol se pôr, mas a graça de ir a uma das estufas abandonas e que ninguém sabia, era ir antes de escurecer. Tomaram o caminho contrário ao castelo assim que chegaram e sentiram que a temperatura ia diminuindo a medida que andavam. Sirius agradeceu a si mesmo por estar com um casaco a mais por cima de sua jaqueta de couro.

– Vai levar muito tempo até chegarmos?

– Acho que estamos quase lá. - o garoto parou em um barranco, olhando fixamente para a frente.

– O que você está fazendo, exatamente?

– Uma, duas, três, quatro... Bem ali, está vendo?

– Eu só vejo mato.

– Por Merlim, Roxanne, a árvore, alta bem ali embaixo.

– Pensei que nós fossemos a uma estufa.

– E é pra lá mesmo que nós estamos indo.

– Desculpe dizer mas, NOSSA SIRIUS, ME DIZ POR FAVOR QUE EU NÃO ANDEI TUDO ISSO POR UMA ÁRVORE? Eu to cansada, meus pés doem!

– Você reclama demais! Quer por favor calar a boca e aceitar que vai valer a pena?

– Ou o que? Vai realmente me levar a força? Porque eu duvido muito que você consiga alguma... - Sirius a interrompeu, balançando a cabeça irritado e pegando-a pelas pernas, apoiando-a no ombro.

– Agora quer por favor ficar calada até chegarmos a estufa?

– Eu quero que me coloque no chão. - Roxie resmungava ao mesmo tempo que tentava tirar o cabelo que caia no seu rosto.

– Você disse que estava cansada. Pare de reclamar, faz você ficar mais pesada.

– Sério que você está me chamando de gorda, Sirius Black? Eu odeio você. - bateu em suas costas.

– Ai! Isso doeu! E não, sua idiota, eu não estou chamando você de “gorda”. Digo, pra uma pessoa tão pequena quanto você, eu pensava ser mais leve.

– Pare de me chamar de idiota, seu... Louco, maníaco que se transforma em cachorro.

– Malfoy, por favor, cale sua boca e deixe-me continuar caminhando.

– Então me larga aqui se você quer tanto continuar andando.

– Você é sempre tão teimosa assim?

– 40% do tempo sim.

– Porque o resto do tempo você COM CERTEZA está ocupada sendo irritante.

– Ou estou com você, o que me deixa irritante, esse lance de convivência.

– Estou realmente considerando a possibilidade de te largar aqui no meio do mato que cresce em Hogwarts pra ninguém nunca mais te achar e você deixar o meu juízo perfeito em paz.

– Primeiro, querido, eu não pedi pra você me carregar.

– Prossiga,

– Segundo que você não me largar no meio do mato porque não quer.

– Não te largo aqui porque todo mundo sabe que você está comigo agora, então a culpa seria toda minha e seria muito difícil coloca-la em outra pessoa.

– Duvido.

– Quer esperar pra ver? - Sirius colocou a garota no chão. - Agora eu te deixo aqui e continuo andando, invento qualquer coisa depois. Sei o caminho de volta e você não. Foi bom te conhecer e com sorte descobrirá a “surpresa” por si só. - andou na direção contrária, chegando quase perto do barranco onde estivera antes com Roxie.

– Sirius! Você não pode me deixar aqui sozinha! Você gosta demais de mim pra isso, certo?

– Você me deixa simplesmente louco! Eu tenho vontade de te matar as vezes. - parou no meio da subida que levaria ao caminho de volta a Hogwarts.

– Não consigo ser gentil sempre. Você é muito imprevisível, Sirius.

– E você, Roxanne Malfoy – disse quando voltava para onde deixara a garota. - é uma menina chata, bipolar, irritante e mimada. Agora, se me permite mostra-la, finalmente, a minha felicidade pessoal...

– Hm, claro. Desculpe por isso.

– Não me importo. Você é estranha, mas quer saber? Eu gosto disso.

As estufas inutilizadas de Hogwarts estavam no final do terreno, todas recobertas por plantas, musgos e já se encontravam fazendo parte da paisagem final do local. Elas foram deixando de ser usadas depois de alguns acontecimentos mais simples e triviais, por exemplo, a estufa número 5/2 foi acidentalmente alvo de centauros há não menos que 10 anos atrás. Logo depois de seu conserto, alunos da Corvinal conseguiram destruir uma plantação inteira de mandragoras com bombinhas. Cansados de restaura-la quase toda semana, decidiram simplesmente deixar pra lá. Por muito tempo ela conseguiu ser esquecida até ser achada por Sirius, James e Peter enquanto esperavam anoitecer em uma noite de lua cheia. Descobriram uma das vistas mais bonitas de Hogwarts do alto de um salgueiro que nasceu no meio do lugar. Em uma tarde qualquer, eles conseguiram limpar um pouco por dentro e conjuraram uma escada de madeira até o topo da árvore. Esperavam que ninguém tivesse conhecimento do local.

– Vamos dar a volta. A porta da frente está bloqueada. - Sirius mostrou o caminho certo a seguir quando chegaram à estufa.

– Porque a porta da frente está bloqueada?

– Porque nós preferimos assim. Dificulta a entrada.

– Mas não vem ninguém aqui, fora vocês.

– Exatamente. - ele empurrou uma a porta pesada depois de darem a volta completa. - Espero que você goste e sinta-se a vontade.

Roxanne ficou boquiaberta com o que vira. Era um dos lugares mais legais e escondidos que ela já havia passado. O salgueiro enorme no meio da sala ampla era contornada por uma escada simples de madeira que levava até o alto. O teto, todo de vidro, estava em sua maior parte quebrada, permitindo a entrada de um ar fresco que vinha do lado de fora e possibilitando a vista de todo céu alaranjado que começava a escurecer. Também tinham algumas mesinhas com cervejas amanteigadas e feijõezinhos de todos os sabores espalhados por elas. As poucas poltronas eram de vinho aveludadas e já estavam gastas do tempo.

– Não brinca que esse tempo todo eu gastei dinheiro comprando no Três Vassouras enquanto vocês mantinham um estoque particular de cervejas amanteigadas? - Roxie jogou-se em uma das poltronas, passando a mão pelo tecido da mobilia. - Isso é incrível.

– Eu disse que você ia gostar! - lançou alguma coisa na boca e tossiu. - Acho que esse está meio ruim, tanto faz.

– Posso pegar um pouco disso? - apontou para um pote com tiras de caramelos.

– Vá em frente, os caras não vão dar falta. Renovamos o estoque de tempos em tempos.

– Isso é muito, muito bom. - a garota ria a cada vez que dava uma puxada no caramelo para pegar um pedaço. Sirius olhou para seu relógio de pulso e depois para o céu acima deles.

– Acho que é melhor subirmos ou vamos perder a hora. - puxou-a pela mão livre e subiram a escada de madeira em volta do salgueiro, chegando no ponto mais alto da copa da árvore, onde quase não era possível ver a estufa embaixo. A vista era magnífica. De lá era possível ver o lago, o castelo e outra boa parte do terreno. Sirius sentou na pequena plataforma depois da escada, balançando seus pés no vento. - Você pode sentar se quiser. A melhor parte é quando escurece.

– Você não vai me empurrar, vai? - Roxanne implicou.

– Você não perde uma chance... Claro que eu não vou te empurrar. - ela se sentou cuidadosamente ao seu lado, com medo de cair, olhando cautelosa aonde estava pisando. Jogou o cabelo pesado para o lado e lambeu os dedos que estavam grudentos do caramelo. Ficaram observando o céu escurecer rapidamente e várias luzes, como pisca-pisca apareceram em quase todos os galhos da árvore.

– Desculpe a pergunta mas, o que é tudo isso?

– Remus uma vez as chamou de “fadas” mas eu prefiro chamar só de vagalumes.

– Aqui é tão perfeito. Queria poder ficar aqui pra sempre, sem preocupações... Passaria o dia inteiro comendo besteiras lá em baixo e a noite eu sentaria aqui e ficaria olhando para o céu a noite inteira até dormir. É melhor do que um baú cheio de ouro.

– Você pode vir quando quiser, Roxanne. Digo, quando estiver precisando de um local pra relaxar e esse tipo de coisa... Agora aqui é seu também.

– James já trouxe Lilly aqui alguma vez?

– Já. Ele a pediu em namoro em cima dessa árvore. - Roxie respondeu com um sorriso. Um vagalume pousou na ponta de seu nariz e ambos riram com a expressão que ela fez para olha-lo.

– Posso encostar minha cabeça na sua perna, Sirius?

– Fique a vontade.

Roxanne se deitou colocando sua cabeça em uma das pernas de Sirius, que ainda balançavam no ar. Ele mexia no seu cabelo enquanto conversavam e simplesmente não viam a hora passar. Em alguma hora eles teriam que voltar para o castelo, alguém iria sentir a falta dos dois no jantar. O garoto sabia que ainda haviam muitas coisas a serem ditas, sem brigas e sem discussões mas preferiu deixar para outra ocasião e oportunidade, que ele acreditava fielmente que existiria.

I came here with a load and it feels so much lighter now I've met you,

And honey you should know that I could never go on without you

Green eyes”

Coldplay


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de dar sua opinião, é muito importante e me deixa muito feliz, de verdade!
xx



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