Tratie escrita por Lost Morgan


Capítulo 14
You're Fucng Perfect To Me


Notas iniciais do capítulo

Geeeeeeeeennnttteeeeeee!! Recebi uma recomendação! Uma recomendação!! Obrigada obrigada Katie Chase, sua lindaa!! Pode escolher qualquer casal (ou outra coisa se quiser) que faço um capítulo só para você!!



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A loira levantou o olhar tristonho para o rosto do garoto. Abriu a boca pensando em

dizer algo, mas nada saiu. Suas desculpas tinham acabado e teria que encarar o que o loiro iria dizer.

Luke balançou a cabeça com um pouco de pena, fazendo a garota se odiar ainda mais. Não gostava que sentissem pena dela, ela não merecia isso.

– Quinny, o que você fez?- ele passou a mão pelos cabelos curtos.

Antes que ela conseguisse formular uma frase, o garoto se abaixou na altura dela, sentando no chão frio também, e passou os braços fortes em torno de seu corpo magro. A pele dela estava gelada, enquanto Luke estava quente. Não se importou com o sangue em sua camiseta branca, não se importou cos as lágrimas dela molhando seu pescoço. Só se importava em tentar mante-la aquecida antes de tentar arranjar respostas para suas muitas perguntas.

Ela ergueu o rosto, encontrando um par de olhos curiosos observando sua face vermelha. Mordeu o lábio inferior e fez menção de se levantar, mas o garoto não saiu.

– Preciso de um banho. Pode me esperar no quarto?- ela falou quase que em um sussurro.

– Não...- ele respondeu da mesma forma.- Quinn, não sei se consego confiar em você para ficar sozinha aqui.

– Luk, eu te prometo que não vou fazer nada além de tomar banho.

Ele engoliu em seco. Não resistia quando ela o chamava assim, estalando a língua para pronunciar o “k” mudo, mas mantendo um jeito fofo. Balançou a cabeça concordando e se levantou.

Puxou o corpo magro dela e deu-lhe um beijo no topo da cabeça, saindo logo em seguida. Sentou sobre o carpete rosa felpudo, encostando as costas na cama alta da garota.

Quinn se despiu com cuidado, tentando fazer com que a roupa não ficasse ainda mais suja com o sangue que saia de seus braços e pernas. Soltou o cabelo que antes estava preso em um coque frouxo, e entrou no box.

Enquanto mergulhava o corpo na banheira cheia, conseguia sentir as pernas tremerem. Esticou os braços e ficou encarando os cortes nos mesmos. Tinha perdido a cabeça dessa vez, só podia ser isso.

Passou os dedos da mão direita pelo pulso da esquerda descendo com delicadeza até chegar no meio do antebraço, onde “Perfeita” estava escrita em forme de cortes no cantinho. Suspirou e se abaixou, molhando até seu rosto.

Katie andava despreocupadamente pelo piso brilhante, o dia estava realmente lindo apesar de tarde, sem nem imaginar o que estava ocorrendo ali perto. Entrou no quarto do namorado sem se preocupar com o que ele estivesse fazendo.

Deu de cara com Connor e Percy competindo em um joguinho estranho de corrida. Acenou com a mão, mas percebeu que nenhum dos garotos notou, e bufou. Deu a volta na mesinha de centro e sentou na cama de Travis, enquanto esperava o mesmo chegar. Ele tinha ido até a casa de Jason buscar algo e se despedir do garoto que iria ao cinema com Piper, mas voltava logo.

Deitou o corpo, deixando a cabeça no travesseiro do garoto, e inalou o cheiro dele. Uma fragancia totalmente nova invadiu seu corpo rapidamente, era algo como uma mistura de pinheiro e grama molhada, mas ela conseguia sentir um toque suave de café. E nossa, Katie amava café.

Fechou os olhos por alguns segundos, imaginando como seria o baile. Nunca teve um baile para dizer a verdade, sua antiga escola não gostava desse tipo de coisa que permitia diversão para os alunos. Achava que seria realmente legal, estava ansiosa para ver algumas pessoas de vestido. Para começar, sua colega na aula de Educação Física, Clarisse, provavelmente usaria um e por mais que queria, Katie não conseguia nem imaginar como seria.

Sentiu alguém deitando, sem fazer força, sobre seu corpo e lábios serem precionados contra o seus. A boca de Travis estava fria, ao contrario de sua língua quente. Katie abriu os olhos e tentou evitar soltar um suspiro quando viu Travis. Ele estava ainda mais bonito que em suas lembranças. Eles se separam, respirando devagar e Katie sorriu abraçando o pescoço dele e se sentando na cama.

O garoto ainda meio ofegante pelo beijo, juntou os rostos dos dois novamente e novamente enquanto dava leves mordida nos lábios rosados da morena. Dava apertos em cada lugar que sua mão passava sobre a pele clara de Katie, enquanto a mesma suspirava cada vez mais, reprimindo um gemido.

– Por favor, não façam isso aqui.- Connor falou bufando enquanto se virava para o casal.

O mais novo estava com o rosto meio deprimido, sem aquele olhar de quem trama algo que ele sempre tinha, e Katie imaginou que Percy deve ter ganhado dele.

– Hum, Jackson. Sua namorada pediu para você passar na casa dela daqui...- a morena olhou no relogio que ficava na parede.- Dez minutos.

O garoto se levantou em um pulo e vestiu o casaco azul marinho enquanto se despedia de todos. Bagunçou um pouco os cabelos e se virou para Katie, que estava sentando na frente de Travis e sendo abraçada pelo mesmo.

– Se eu chegar atrasado... A culpa é toda de vocês, que estavam fazendo coisas indecentes em vez de me avisar. Culpa sua jardineira!

– Ei, só eu chamo ela de jardineira!- Connor se manisfestou.

– Vocês entenderam!- Percy ameaçou com o olhar fazendo a garota rir e depois saiu correndo, quase tropeçando na escada.

Os três riram, até Connor tirar um pacote de batatas de dentro da gaveta do irmão e se juntar ao casal. O mais novo se debruçou pela cama e ligou seu Ipod. O som de This Is How We Roll invadiu o quarto enquanto os três adolescentes ficavam parados, um olhando para a cara do outro.

Enquanto avaliava os traços de Connor, notou como o mesmo era diferente de seu namorado. Ambos tinham os mesmos cabelos castanhos claros bagunçados, mas o de Travis eram mais compridos. E os olhos eram identicos. Mas fora isso, Katie conseguia ver grandes diferenças entre os dois, que muitas pessoas não notavam.

– Já compraram o meu presente?- Katie perguntou de um jeito meio cantado, acompanhando o ritmo da música.

– Claro florsinha! Acha que iriamos esquecer de você? O Trav ficou até de noite procurando alguma coisa, mas garanto que não voltou para casa de mãos vazias.

– Você desistiu mesmo dauqele lance de festão, não é?- o mais velho perguntou antes de apoiar a cabeça no ombro dela, inalando seu cheiro de rosas.

– Hum-hu.- Katie concordou.- Quem estava fazendo aquilo era mamãe e Mia, a festa nem iria se parecer comigo.

– Mas então o que vamos fazer? Quero dizer, TEMOS que comemorar esse aniversário todos juntos, e o seu primeiro na cidade!- Connor jogou o corpo para trás, dando um ar dramático.

– Vamos ficar lá em casa, vou comprar sorvete e Miranda irá fazer um bolo. Um dia só de filmes e jogos, coisas desse tipo.- a morena sorriu e roubou uma batatinha de Connor. – Só nós, a Mia, o casal loiro e Percabeth.

– Lindo, lindo.- Travis apertou mais Katie no abraço.- Mas não se esqueça que vamos comemorar só eu e você depois, certo?

A morena não respondeu, apenas beijou Travis com amor. Empurrou o corpo dele para trás, se deitando sobre o mesmo sem que desgrudassem os lábios. Ouviu Connor bufar, mas não se importou, aquilo era melhor.

Girls Chase Boys foi ouvida mais alto que o rádio, fazendo Katie se levantar rapidamente. Buscou o celular sobre a comoda e olhou quem ligava aquela hora. Luke. Esperou um pouco, talvez fosse engano, mas resolveu atender.

– Katie. Vem aqui agora. Por favor.- a voz do garoto estava baixa, mas dava para ver como ele estava um misto de nervoso e preocupado.

– Aí? Onde você está?- a morena ficou preocupada, já que o loiro sempre a chamava por “Kay” ou “Kat”, nada de “Katie”.

– Casa da Quinn. Vem aqui correndo! Traz o Connor também, nada de Travis. Só você e o Connor.- ela ouviu alguém abrir a porta na outra linha e Luke desligou o telefone.

A loira se sentou na cama. Estava usando uma roupa nova, mais quente e seu cabelo preso em um coque firme no alto de sua cabeça.

Puxou mais a manga do lango cardigã preto com desenhos tribais em branco de forma que cobrissem até suas mãos pálidas. Connor entrou no quarto segurando três copos vermelhos cheios de chá gelado, com pequenos cubos de gelo ainda inteiros, e canudos verdes.

– Ainda não acredito que ela fez isso com você Quinny.- Katie suspirou e abraçou uma almofada em forma caveira.

A loira olhou para seu copo e depois deu um gole, sentindo sua boca e garganta quase congelarem, mas continuou tomando até quese ter a língua anestisiada.

Também não queria acreditar, mas sabia que era verdade. Sabia que aquelas palavras soltas de propósito magoavam muito, até ela não aguentar. E dessa vez ela procurou uma fuga nos cortes, parecia que aquela dor esconderia a outra.

Automutilação, como assim é chamada, se constitui em atos que geralmente têm como intenção aliviar as dores emocionais. As formas mais comuns de automutilação são cortar a própria pele, mas muitas pessoas também se batem e se quiemam. A maioria das pessoas que se automutilam estão bastante conscientes do que fazem. Eles tentam ao máximo esconder suas cicatrizes, dando explicações falsas para suas feridas, ou usar roupas longas. O automutilador não está querendo se matar, apenas quer sofrer para que não que a dor emocional não o atinja em um nivel mais alto.

A pessoa que pratique esses atos tende a ter grandes dificuldades para se expressar emocionalmente, portanto, não consegue falar publicamente sobre o que lhe encomoda nem chorar diante de outras pessoas. Vários automutiladores se referem como inuteis, fracassados, "um lixo humano". Tem dificuldade de falar sobre si mesmo, principalmente sobre a doença, pois tem medo de não ser aceito e compreendido. O que ocorre é que a dor emocional é suplantada momentaneamente pela dor física.

Connor nem fez nenhuma piada desde que chegaram na casa da garota, o local já demonstrava a gravidade do problema.

– Mas ainda não entendo por que aquelas garotas falaram aquilo, não existe motivo!- Katie passou a mão no rosto.

Luke também não entendia. Levantou o olhar para a loira que mantinha um tipo de sorriso forçado no rosto pálido. Ela usava apenas uma regata vermelha viva simples por baixo do cardigã e calça de moletom cinza, mas estava perfeita. O loiro passou as mãos pelas meias dela, rosas claras com pequenos pandas desenhos, fazendo pequenos circulos com o dedo indicador. Podia sentir ela se arrepiar, e era uma sensação maravilhosa.

Connor sorriu de canto e passou a mão pelo braço da garota. Se virou um pouco de costas e pegou o violão preto que ficava sempre encostado na cama dela, para o caso de querer tocar de noite, e começou a dedilhar algumas notas. Sabia mais que ninguem que música ajudava a garota em qualquer momento, afinal era seu melhor amigo!

– Made a wrong turn, once or twice. Dug my way out. Blood and fire. Bad decisions, that's alright. Welcome to my silly life. – Katie cantou da forma mais doce que conseguiu, sabia que aquela era a música certa.

– Mistreated, misplaced, misunderstood. Miss know it, it's all good, it didn't slow me down. Mistaken, always second guessing, underestimated, look I'm still around. – Connor continuous dando apoio para a morena.

– Pretty pretty please don't you ever ever feel. Like you're less than fucking perfect. Pretty pretty please if you ever ever feel. Like you're nothing you're fucking perfect, to me. – Luke envolveu ela em um abraço fraco enquanto cantava baixo ao lado de sua orelha.

– You're so mean ,when you talk, about yourself. You're wrong, change the voice , In your head. Make them like you instead, so complicated. Look how we are making, filled with so much hatred, such a tied game. It's enough, I've done all I can think of, I've chased down all my demons. I see you do the same. Oooh oooooh. – voz de Quinn era realmente a mais bonita.

– So cool in lying and we tried tried tried. But we try too hard, it's a waste of my time. Done looking for the critics, cuz they're everywhere. They don't like my genes, they don't get my hair. Stringe ourselves and we do it all the time. Why do we do that? Why do I do that? Why do I do that?- Connor começou, enquanto Katie sorria para a amiga, mas logo Quinn imendou se juntando a ele.

– Pretty pretty please don't you ever ever feel.Like you're less than fucking perfect.Pretty pretty please if you ever ever feel.- os quatro cantavam baixo, como se guardassem a música só para eles.-Like you're nothing you're fucking perfect, to me.- Luke repetiu a ultima frase sozinho, sem até o som do violão. É, falar por música era realmente mais fácil.

Se inclinou para frente, de forma que a loira ficasse a poucos milimetros dele. Quinn sentia a respiração do garoto próxima da sua, e parecia que Katie e Connor não existiam mais. Se aproximou um pouco mais, seu narizes se tocavam. Luke colocou a mão forte na cintura da garota, enquanto a mesmo segurava sua nuca. Já era possivel sentir o hálito de chá da garota quando a porta abriu.

– Quinny bebê, fiz umas rosquinhas para vocês e...- Apolo parou no vão da porta.- Opa, desculpa! Não sabia que estava interrompendo alguma coisa!- o loiro riu fraco e sorriu para a filha mais velha.- Vou lá buscar o lanche e Kay! Connor! Vou precisar de ajuda.

A morena se levantou puxando o irmão de seu namorado para a cozinha, enquanto Apolo e fechava a porta atrás de si e ia atrás dos garotos.

– Então...- Luke sentiu que corou.

Fez menção de ir para trás, mas a garota o puxou de volta. Agora ela estava realmente sorrindo, de verdade.

– Então o que, senhor Castellan?- a loira riu consigo mesma. Ainda achava estranho o loiro usar o sobrenome da mãe, Stoll era mais fácil de falar.- Aonde paramos mesmo?

– Acho que aqui.- ele também soltou um riso fraco, antes de que juntas sua boca com a dela.

Sua boca,que tanto desejava esse momento,agora estava selada na da garota que tanto amava. As mãos pequenas da loira passeando naqueles cabelos loiros curto. As mãos dele segurando a cintura dela com força e carinhoa ao mesmo tempo. Suas linguas em uma dança lenta, gostosa e viciante. Aquele beijo parecia algo que eles precisassem para recuperar o tempo que foram-lhe gasto enquanto não conseguiam admitir o que realmente sentiam.

– Obrigada.- ela sussurrou enquanto se deitava ao lado do garoto.

– Pelo que?- ele perguntou focando o olhar no rosto dela.

– Por sempre estar aqui. Sempre comigo.- ela deu um beijo rapido no pescoço dele.

Ele sorriu e abraçou a garota com mais força. Quinn ergueu um pouco o corpo e apertou o interruptor, desligando a luz. Sabia que os amigos haviam ido embora e que seu pai não voltaria a entrar no quarto aquele dia.

Se aninhou no peito de Luke e o mesmo puxou a cobertor de modo que cobrisse os dois. Ela estava quase dormindo, mas em sua mente ainda repetia tudo o que Drew havia lhe dito. Não conseguia esquecer, ignorar, simplesmente não conseguia.

– Eu vou estar aqui sempre que precisar. Só me prometa que vai chamar quando tiver algum problema. – ele passou a mão sobre os cabelos loiros dela, agora soltos. - Okay?

– Okay.

Ela fechou os olhos e esperou o sono vir, precisava dormir mais que tudo.


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Notas finais do capítulo

Vocês podem se perguntar por que eu escrevi disso nesse cap, mas é um assunto muito sério e queria que todos vocês ficassem informados. Essas coisas acontecem, e eu conheço uma pessoa muito bem que se auto-mutilava. Espero que tenham gostado desse cap e agradeço por todos os comentários positivos que recebi!
P.S.: muitas vezes que a Quinn aparecer tanto, vai ter música. Já sabem que é o pai dela ;)



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