I'll Be The One You Won't Forget escrita por Mystical Girl


Capítulo 4
Milagre?


Notas iniciais do capítulo

*Boa leitura!



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As luzes tênues da manhã ultrapassavam as finas cortinas do quarto que Jace estava hospedado, fazendo com que ele acordasse.

Após todos os acontecimentos da noite anterior, ele estava mais que decidido em conquistar Clary Fray; não tanto por causa da aposta, mas sim pela própria satisfação. Ele iria conseguir fazê-la cair a seus pés... e claro, não tardaria em recomeçar seus planos. Hoje mesmo, quando a noite caísse, tentaria novamente.

Já passava do meio dia, e ele resolveu procurar Alec para almoçarem juntos. Depois de um bom e revigorante banho, vestiu uma calça jeans, uma camiseta branca - que ressaltava seus músculos tatuados. Olhou-se no espelho: ele sabia da sua capacidade de sedução. Era mestre nisso. Autoconfiança é o primeiro passo quando se está em uma situação desse tipo, e isso ele tinha até demais. Não era a primeira vez que apostas relacionadas à mulheres lhe foram propostas, e em todas as vezes – embora não tenham sido muitas – ele conseguiu perfeitamente sair campeão. Jogou o cabelo para trás e deu seu melhor sorriso.

Estava pronto para essa.

Passou no quarto de Alec, mas notou que não havia ninguém lá. Mandou uma mensagem, e a resposta logo veio: “Bar do Magnus”. Então ele foi para lá. Montou em sua bela e reluzente Harley-Davidson e deu partida. Chegando no local, viu que estava fechado, pois era o tipo de bar que só abria a noite. Mas ele tem passe livre para estar por lá.

Mas Jace quase caiu para trás com a cena que viu. Alec e Magnus em cima da mesa, ambos sem camisa, com taças de bebidas vazias espalhadas ao redor, e bom, com suas bocas coladas.

— Desculpa, desculpa! Eu não vi nada, eu não vi...

Magnus soltou uma gargalhada.

— Relaxa, Jace, tudo bem – Magnus levantou-se, mostrando de fato estar relaxado. Caminhou até o balcão e preparou sua costumeira bebida. – Quer dizer, você já nos pegou em situações piores.

O que de fato era verdade, mas, deixe o passado no passado.

Alec, ao contrário de Magnus, estava parecendo um pimentão.

— Você poderia ter mandado uma mensagem avisando que vinha – ele disse, envergonhado, vestindo sua camisa.

— Eu pensei que estava subentendido... – Jace respondeu, mas logo soltou uma leve risada, para descontrair. – De qualquer maneira, eu vim até aqui te chamar pra almoçar. Tem um novo restaurante que...

Jace foi interrompido pelo ruído da porta se abrindo. Clary apareceu, fazendo seu coração dar um pequeno salto. Ela o observou de cenho franzido, como se perguntando o que ele fazia ali. Aproximou-se dos dois.

— Boa tarde, garotos – cumprimentou, como se nada tivesse acontecido na noite de ontem. Jace não esperava encontrá-la ali; ao menos não naquela hora. E claro,não iria perder a oportunidade.

— Senhorita! É um verdadeiro prazer revê-la – ele deu uma piscadela e pegou sua mão, levando-a em direção aos seus lábios e beijando-a.

— Você ainda não desistiu, não é mesmo cowboy? – Ela puxou sua mão de volta e tornou a andar em direção ao balcão.

Alec segurou uma risada, enquanto Jace a seguia.

— Escute, eu entendi bem o que você disse ontem. Mas, isso quer dizer que não podemos nem ser amigos? – ele fez um biquinho.

Ela o olhou com desconfiança, com um sínico sorriso nos lábios.

— Digamos que não sou muito de ter amizades... – ela disse, enquanto amarrava o avental em volta da cintura e prendia o cabelo em um rabo de cavalo.

— Ah... você não sabe o que está perdendo, minha querida!

— Depende muito do ponto de vista! – ela retrucou, e nesse exato momento, seu celular tocou.

Enquanto ela se afastava para atender, Jace a seguiu discretamente e ouviu a conversa.

— Eu sei, Robert, eu sei... só peço que me dê mais alguns dias, por favor. Só mais alguns dias até o dinheiro ficar completo. Estou quase conseguindo... Não! Robert, eu não tenho onde ficar! Você não pode... por favor... Alô? Robert! – discou novamente um número e colocou o celular no ouvido. Nada. - Merda, merda, merda! – ela jogou o celular em cima de sua bolsa, em frustração. Alisou o rosto com as duas mãos e começou a sussurrar algo para si mesma.

Jace compreendeu o que estava acontecendo. Sentiu-se mal por um breve momento, afinal, ser expulso do lugar onde mora sem ter nenhum outro para ficar é uma grande sacanagem. Mas então uma ideia passou por sua cabeça. Ele era rico. Sendo rico, ele poderia ajudá-la a achar outro lugar para ficar... e seria ainda melhor se ele lugar fosse o estabelecimento de Alec!

O que era aquilo? O universo conspirando a seu favor? A resposta de Deus às suas preces? Jace apenas sabia que era uma chance que de fato, havia caído dos céus.

— Ahn... Clary – ele chamou, pigarreando.

Ela o olhou com o olhar fulminante.

— Estava ouvindo minha conversa?!

— Foi sem querer! Olha, a questão – ele se aproximou, lentamente. – É que eu posso te ajudar. Sei que essa situação não é nada fácil, mas estou disposto a te ajudar.

Ela arqueou uma sobrancelha.

— E por que você faria isso? Você nem me conhece, cowboy

— Você tem razão, Clary – ele disse, com uma expressão altamente compreensível. Mais um de seus teatrinhos. – Você é uma garota legal, talentosa, amiga de Magnus e de Alec... e por mais que não te conheça, eu quero, de coração te ajudar. Você aceita?

Ela o encarou. Estava clara e notória o nível de desconfiança em seu olhar, e ela parecia pensativa. Por fim, soltou a respiração, que nem notara que estava presa.

— O que você sugere?

Jace segurou-se para não sorrir.

— O estabelecimento de Alec. É lá que estou morando, e sendo de Alec, você pode ver que é de total confiança. Você pode ficar por lá, por minha conta, pelo tempo necessário que precisar até arranjar um novo lugar para ficar.

Clary pareceu surpresa. Avaliou a proposta e balançou a cabeça, ainda desconfiada.

— Eu não sei, eu não sei se...

— Suas opções são limitadas, princesa. Que tal deixar seu orgulho e desconfiança de lado e agarrar a sua chance?

— Isso é loucura... – sussurrou, mais para si mesma.

— Às vezes, cometer uma loucura é o mais sensato a se fazer... – retrucou Jace, o coração se agarrando a toda e qualquer esperança de ela aceitar.

Clary o encarou por um instante.

— Vamos falar com Alec.

Jace quase deu pulinhos de alegria, mas não deixou transparecer o tamanho de sua empolgação. 

— Como queira, senhorita – um sorriso discreto formou-se em seus lábios.

***

— Opa, opa, opa – Alec disse, após ouvir a proposta dos dois.

— Algum problema? – Clary preocupou-se.

— Clary, me perdoe, mas todas as vagas já estão ocupadas. É verão, e meu hotel é bastante conhecido, essa temporada é a que mais possui reservas. Creio que não será possível...

— Claro que será! – Jace interrompeu, num sobressalto. Ele estava gritando de felicidade por tudo isso estar acontecendo, pois lhe permitiu dizer seu mais novo brilhante plano a seguir: - Você pode ficar comigo, Clary.

— Do que você está falando? – Clary e Alec perguntaram, quase que em uníssono.

— Eu estou no melhor quarto daquele lugar. Suíte máster! É grande o bastante para duas pessoas... não vai desistir agora, não é, senhorita?

Clary estava a ponto de explodir. Sua cabeça estava latejando. Aquele era apenas mais um em sua enorme lista de problemas. A vida não cansava de lhe pregar peças. Mas ela então avaliou suas opções, e de fato, não tinha muitas. Jace, o cara que a provocou repulsa por seu modo se agir era sua única salvação. E, de qualquer forma, como passava o dia trabalhando, só iria dormir por lá. Certos sacrifícios são necessários na vida. Seja qual forem as intenções de Jace Wayland, ela estava prestes a descobrir.

— Não – disse, por fim. – Não vou. Mas eu não tenho como te pagar; ao menos não agora. E odeio ter que dever alguém.

— Ah! Mas isso não será problema, senhorita! Eu aceito várias formas de pagamento...

— Tipo? – ela cortou logo sua lógica. Jace apenas abriu um ensolarado sorriso.

— Que tal começar por um jantar? – seu sorriso apenas se alargou mais.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo! Beeeijos!