— Ah... Texas... existe lugar melhor que você? – Jace sorriu, abrindo os braços na grande e espaçosa sacada de seu quarto – a melhor suíte do hotel de Alec Lightwood —, e logo depois olhou para a morena sem roupa em sua cama, com quem passara a tarde - e metade da noite - inteira.

Depois de "se divertirem" mais um pouco, a mulher foi embora, deixando seu telefone na mesa de cabeceira de Jace, que deixou que o vento o levasse.

Jace Wayland era um homem realizado. Afinal, que homem não se sentiria realizado enriquecendo por conta de um golpe de sorte em um cassino de Las Vegas? No auge de seus vinte e cinco anos de idade, não poderia estar melhor. Após uma longa temporada de viagens pela América, resolveu descansar um pouco e se estabelecer em um lugar só, por enquanto. Chegou à conclusão de que nada seria melhor do que o lugar onde fora criado: Texas; afinal, ele de fato estava precisando de um pouco de paz em sua vida de agitação, além de ter a hospedagem garantida no  hotel de Alec Ligthwood – irmão, amigo e companheiro pra toda a vida, que exatamente por conta do golpe em Vegas, conseguira dinheiro suficiente para retornar à sua cidade natal e começar o seu negócio.

Tomou banho e desceu, indo direto à recepção. Alec estava de saída.

— Saindo sem convidar? Que mal educado – Jace falou, indo em direção ao amigo.

— Pensei que ainda estava com aquela morena – Alec ajeitava o casaco marrom de couro.– Como era mesmo o nome dela?

— Se eu ao menos lembrasse... – ponderou Jace, olhando no relógio. Marcava nove e trinta. – Onde você está indo?

— Ao bar do Magnus – respondeu ele. – Hoje é a reinauguração.  Quer vir?

— Qualquer coisa que envolva o grande Magnus Bane, eu estou dentro – retrucou Jace, enquanto esboçava um sorriso.

Assim, os dois saíram, entrando na linda Picape de Alec, conversando descontraidamente sobre assuntos do cotidiano durante o trajeto. Ao chegarem, perceberam que estava bem mais cheio do que o previsto.

— Nossa, dessa vez Magnus se superou... esse lugar está incrível! – exclamou Jace, varrendo o bar com os olhos.

— Como já era o esperado... – respondeu Alec, esboçando um sorriso de orgulho do trabalho do namorado.  

— Cavalheiros! – ouviram uma voz bastante familiar vinda de trás dos dois. Magnus Bane, mais gracioso que nunca e com sua inseparável taça de martini na mão, lhes cumprimentou animadamente. – Eu estava à espera de suas honráveis presenças! Venham, sua mesa lhes aguarda.

Após uma troca de cumprimentos, os três se dirigiram à uma mesa que se encontrava próxima ao palco, e de imediato uma garçonete veio atendê-los, sorridente.

— E então… o que acharam? – Magnus perguntou, com seu olhar repleto de expectativa para os dois.
Jace e Alec se entreolharam e abriram um largo sorriso.
— Está magnífico, Bane – Jace fazia questão de exibir seu sorriso mais sincero.

— Fico feliz que tenha gostado – Magnus sorriu aliviadamente.

Após vários minutos de conversa e risadas, Jace sentiu a necessidade de beber alguma coisa; afinal, a noite estava apenas começando e pedia por uma bebida. Finalmente desviou os olhos para o balcão de bebidas - que não ficava muito longe de onde estava - já pensando no que iria pedir, mas deparou-se com três barmans servindo bebidas aos clientes. Uma com a pele morena e cabelos escuros, Maia. Ele já havia a beijado uma vez, mas nunca passou daquilo. Outra com olhos azuis intensos, cabelos negros e corpo escultural, a qual ele conhecia bem: Isabelle Lightwood - afinal, fora criado com ela e com Alec; mas foi uma surpresa vê-la ali, porém era algo que ele trataria depois.  E outra, uma bela ruiva de olhos verdes, que servia sorridente. Uma que ele nunca havia visto antes.

E a que mais o chamou a atenção.

Ele se voltou para os amigos novamente.

— Quem é ela? – perguntou, apontando para a direção dela.

Magnus parecia sereno, e deu mais um gole em sua bebida.

— Clarissa Fray – respondeu. – Clary, como ela prefere. Muito competente.

Um sorriso malicioso passeou pelos lábios de Jace.

— Espero que em todos os sentidos.

— Ih! – Alec fez uma careta. – Pode ir tirando seu cavalinho da chuva, garanhão. Ninguém conquista a ruiva ali.

— Prazer, Ninguém. – Jace disparou, sem tirar os olhos dela.

— Alec está certo – Magnus deu de ombros. – Dois anos trabalhando aqui e eu observei cada um que tentara se aproximar dela. E, bom… nenhum conseguiu o que queria, pra ser exato.

— Nesse caso, ficarei honrado em me tornar a exceção – Jace não conseguia parar de sorrir, feliz com sua próxima conquista. Continuava olhando fixamente para ela, e nesse momento, seus olhares se encontraram.

Ela demorou um pouco seu olhar no loiro, e sorriu. Mas logo voltou a fazer seu trabalho.

Ouviu-se uma risada sair da boca de Magnus.

— Ah, mas eu duvido! – disse ele. – Duvido muito que você consiga conquistá-la.

Pela primeira vez, Jace desviou seu olhar de Clary e voltou-se para Magnus.

— Espere só – falou ele, levantando-se. – E verá.

Então começou a caminhar em direção ao balcão.