Amor Cumplice escrita por Bia chan
Notas iniciais do capítulo
Oii,
Eu sei que demorei mais do que eu havia prometido, mas é que fiquei na esperança de receber um comentário, mas ele não veio... Mesmo assim o último capítulo teve quatro visualizações, então resolvi postar o próximo.
Até lá embaixo
Não sei quanto tempo ficamos parados lá, só sei que depois que eu parei de chorar Tomás me levou até uma cafeteria. E sentamos numa parte mais reservada. Ele pediu um café grande e um bolinho e eu um cappuccino gelado grande e brigadeiro (chocolate ajuda sim a curar as mágoas, além de ser uma delícia).
Quando nossos pedidos chegaram, fiquei olhando meu cappuccino e pensando o que e como eu deveria contar sobre mim para Tomás.
– Okay, você quer saber sobre quem eu fui visitar hoje. Foi a minha avó, ela passou mal de manhã e eu tive que levá-la no hospital. Eu achei que não havia sido nada de mais, porém o médico disse que ela pode não sair mais de lá.
– Entendi, e você mora com ela? – Ele colocou a mão sobre a minha e sorriu.
– Sim. Eu só a tenho, desde os cinco anos, quando meu pai me deixou e minha mãe morreu por não aguentar cuidar de mim sozinha. Meu pai era tudo que ela mais amava...
– Deve ter sido difícil para você, o pai ir embora e a mãe morrer... Você se dava bem com sua avó?
– No começo não, mas eu acho que era porque não nos conhecíamos bem, e porque nenhuma das duas queria e gostava daquela situação. Minha mãe era a filha favorita dela, e a morte dela abalou-a bastante. – tomei um gole do cappuccino e continuei – Nessa época eu tinha mania de ir para casa das minhas amigas na volta da escola e ficar lá até o dia seguinte, minha vó não ligava e isso não foi um problema, até a mãe de uma das minhas amigas desconfiar e ligar no Conselho Tutelar e minha vó quase perder minha guarda. Eu achei que isso não seria ruim, mas depois de passar duas noites no orfanato, e quase ser morta por aquelas crianças eu me arrependi e minha avó também. Ela se deu conta que eu era tudo que sobrará da minha mãe. E nós passamos a conviver “melhor”, nós basicamente nos aguentávamos.
– E isso não melhorou?
– Melhorou quando ela passou mal do pulmão pela primeira vez. Eu quase morri do coração. Tinha dez anos e ela teve uma parada cardiorrespiratória, por Deus foi leve e como estávamos em um shopping comprando roupas ela foi atendida logo, e conseguiu sobreviver. – Parei e olhei para ele. As lágrimas surgiam novamente, e minha voz começou a embargar. – Depois disso eu comecei a cuidar melhor dela e ela reconheceu isso e começou a me tratar melhor. Nossas únicas brigas eram para ela parar de fumar, algo que eu só consegui a dois anos atrás, quando já era tarde demais... – respirei fundo e uma lágrima me desceu pelo rosto. -Não há um dia que eu não me culpe por isso. Tentei sorrir, mas acho q não passei uma ideia convincente. - O que quer fazer? Podemos ir a algum lugar para anima-la.
– Acho que eu vou para casa tomar um banho e tirar esse cheiro de hospital, mesmo assim obrigada.
– Vou te acompanhar até em casa então. E não venha com desculpas, porque você não está bem. - Dessa vez sorri, não tinha como recusara a ajuda dele. Acho que ele realmente se importa, e não me vê apenas como um objeto de investigação.
– Mas e o seu trabalho? – Lembrei-me disso meio que do nada.
– Pedi dispensa por hoje, disse que tinha problemas pessoais urgentes.
– Nossa agora sou prioridade? – Disse enquanto íamos para o caixa, ele tirou o cartão para pagar por nós dois. – Ei eu pago minha parte, tenho dinheiro aqui.
– Acho que não terei dois privilégios no mesmo dia.
– Não, você não terá- Eu disse tirando a carteira do casaco e pagando minha parte.
Saímos e fomos caminhando devagar até um ponto de ônibus, já que a minha casa não era tão perto, o ônibus não demorou tanto e nós descemos a um quarteirão do meu apartamento e eu me virei para ele:
– Pode me deixar aqui, e eu vou a pé.
– Não era esse o combinado, e se o problema for a casa desarrumada eu espero na porta até você arrumar tudo. – Ele sorriu, seria mais persistente do que eu pensava, e não era bagunça que eu queria esconder...
– Está bem, você sobe comigo e me dá cinco minutos para arrumar as coisas e você entrar.
– Faça como quiser. – Ele sorriu e eu peguei sua mão o guiando até o prédio e depois até a porta do meu apartamento – 556, nono andar.
– Está tentando decorar? – Peguei a chave e destranquei a porta, mas não a abri – Feche os olhos e só é pra entrar quando eu voltar aqui e abrir de novo.
– Sim senhorita. – Ele bateu uma continência e fechou os olhos, não resisti e lhe beijei, sua face era tão tranquila e pura que não pude controlar meus instintos. O que era pra ser um beijo suave acabou se aprofundando e só nos soltamos quando faltou ar – Acho melhor você entrar e arrumar o apartamento logo, caso contrário não me responsabilizo pelo que venha a acontecer.
Eu ri e logo entrei, peguei a bolsa com dinheiro e levei ao quarto da minha avó e a coloquei em baixo de um piso falso do lado do armário e atrás da porta, lá ele estaria seguro. Voltei rápido para sala, juntei uns cadernos jogados na mesinha de centro, o prato que eu tinha deixado em cima da mesa na noite anterior e algumas peças de roupa que estavam na mesa da cozinha. Passei em meu quarto e estava tudo “em ordem”.
Voltei para a porta e respirei fundo. Abri e lá estava Tomás me observando. Resolvi brincar com ele.
– Olá Tomás, que surpresa, você podia ter avisado que vinha e eu tinha arrumado a casa e feito algo para você comer.
– Que isso Ana, eu só queria saber se você estava bem, aí já que estava passando por aqui, vim ti ver.
– Então entre e se sinta a vontade. – Dei passagem a ele, que foi direto para o sofá, enquanto eu trancava a porta. – Bonito apartamento.
– Obrigada, foi minha avó que escolheu e mobiliou a maior parte, só o meu quarto e o sofá foi eu quem escolheu.
– Quando ela voltar eu irei dizer a ela como ela tem bom gosto. – Eu dei um sorriso meio fraco e ele me puxou para sentar junto a ele. – Se você não acreditar que ela vai voltar, ela não vai. Tenha um pouco de fé. – Ele beijou o topo da minha cabeça e eu senti todas as lágrimas voltando.
– Quer ver TV? – Perguntei mudando de assunto para não chorar.
– Pode ser, se bem que quando eu me imaginei aqui, foi de outra maneira, talvez mais tarde do dia e com você mais animada. – ele me olhou e deu um sorriso mega malicioso.
– Parece animador essa proposta, mas acho que teria que recusa-la, sou uma moça de família, direita não sou de aceitar esse tipo de proposta. – Eu disse enquanto ligava a TV. E ele me puxou fazendo sentar de lado em seu colo.
– Posso ser bem persuasivo quando quero – E me beijou, seu beijo já não era tão suave quanto aquele da escola ou o que acabávamos de ter na porta, era possessivo e exigente e muito intenso.
– Tomás eu sei que é animador ter você aqui, mas eu não sei se esse é o momento. – Eu disse tentando recuperar o ar que ele me tirou. – Ele me olhou desapontado, mas parecia me entender, então levantou comigo no colo e me levou até meu quarto, me colocou na cama e tirou meu casaco e meus sapatos, depois fez o mesmo e se deitou ao meu lado. – O que estamos fazendo?
– Estou aqui com você, na sua cama porque eu quero ficar com você, mas não posso do jeito que eu quero. Agora você vai deitar ai quieta e nós vamos conversar ou dormir. Você que escolhe. – Eu olhei para ele confusa mas deitei apoiada no meu braço direito para poder encará-lo, ele riu da minha cara e me puxou meio sem jeito para um abraço e ficamos assim deitados na minha cama, abraçados sem dizer nada só juntos. Até dormirmos.
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Espero que tenham gostado do capítulo, ele é explicativo então talvez seja chato, mas é a vida.
E aí será que ganharei algum comentário dessa vez?? *cara de esperança*
Beijos =*
Bia-chan