Memórias conturbadas escrita por Gustavo Soares


Capítulo 9
Bruna em prantos


Notas iniciais do capítulo

Aposto que quem já leu a história da Bruna já sabe que dia foi esse só de ler o título.



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Apesar da confiança que eu e a Bruna tínhamos um no outro, ela nunca me revelou qual o motivo das “desligadas” que ela dava de vez em quando. Ela parava para pensar e ficava naquela, parecendo que estava em outro mundo. Eu já não sabia se era um problema ou se era outro cara. Podia ser ambos, meu ombro estava disponível para ela quando ela precisasse. Sempre fui um bom conselheiro, e também curioso, por isso o fato de ela estar sempre pensativa me intrigava. Eu também precisava saber se havia outro cara na jogada, pois dessa forma eu saberia se podia tentar algo ou não.

Houve um dia em especial que a Bruna não estava legal. Eu chamei-a pelo nome três vezes quando ela chegou à escola e ela não me respondeu. Pensei: “Lascou, ela achou que eu queria ficar com ela na festa, o cara que ela talvez esteja ficando descobriu e ela não vai falar mais comigo”. Fui correndo até ela, segurei o braço dela e mantive a calma. Logo descobri que ela apenas não havia escutado, e nada do que eu pensei era real, ainda bem. Apesar disso, ela estava mais pensativa do que o normal, e eu precisava bolar algo para descobrir o que estava deixando ela assim. Dessa forma eu saberia como ajudá-la, caso ela precisasse de ajuda.

Logo no intervalo da manhã, me deparo com ela aos prantos. Ela precisava de alguém para conversar, e eu estava pronto para ouvi-la. Segurei-a pelo braço (para variar não adiantou chamá-la pelo nome), e tentei ficar a par do que se tratava:

– O que foi? – Achei que levaria uma bofetada quando perguntei isso a ela. A forma que ela me olhou foi sinistra.

– Nada. – Uma resposta monossílaba, que como todas desse tipo, querem dizer: “me deixa em paz!”.

– Como assim, nada? Ninguém chora atoa. O que houve? – Insisti.

– Não enche Gustavo! Me deixa.

Essas palavras foram fortes. Ela me chamou pelo nome, e não de Gu. Isso me fez lembrar minha mãe brava me chamando pelo nome e sobrenome. A princípio, eu havia desistido de tentar saber o que era. Porém, do nada uma ideia brilhante veio: se eu não posso ajudá-la com palavras, pelo menos um abraço servirá para alguma coisa: saber que eu estava ali presente e que a grosseria dela já estava perdoada. Após abraçá-la, eu disse com uma voz bem calma e segura:

– Eu sou seu amigo, queira você ou não. Eu sei que você não está bem. Não precisa me dizer nada, caso não queira. Só me abraça.

Confesso que precisei usar um pouco de força para segurá-la por um momento. Eu arrisquei nossa amizade naquele momento, pois se ela tivesse sido grosseira novamente, eu não conversaria com ela antes de um pedido de desculpas, e mesmo perdoando-a, a amizade não seria a mesma. Mas na hora não pensei nisso tudo, pois se tivesse pensando, deixaria ela ir...


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Notas finais do capítulo

Semana que vem tem mais!!



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