A Folga do Doutor escrita por GabeLabe


Capítulo 1
Sozinho com o TARDIS




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–Um dia eu voltarei, sim eu voltarei, e até lá não deve haver remorso, lágrimas ou anseio, apenas siga em frente com todas as suas crenças e me prove que não estou enganado.

Disse a sua neta, Susan, enquanto voltava solitário para a velha caixa azul.

Desde que roubou o TARDIS e fugiu com Susan, o Doutor nunca esteve sozinho, Ian e Bárbara voltaram para sua vida de professores na década de 60 do Planeta Terra.

O Doutor ainda não tinha objetivo, apenas vagava, ainda era jovem, em seus quatrocentos e poucos anos, não pensava em viver muito além disso.

Foi até a Nova Zelândia, Guatemala, teve um breve desentendimento com um Imperador Maia, se casou por acidente com uma Gueixa e fugiu, deixando-a que pensasse que era viúva, foi até a Índia e em um papo chato com um príncipe Indiano acabou inventando o chá!

Por quase 200 anos as viagens sem rumo ocorreram, e o velho na caixa azul começava a se cansar, e o Doutor decidiu relaxar.

A copa do mundo de 2014, no Brasil, e lá estava o Doutor, com o velho walkman de Susan, ouvindo uma música dos Beatles, sentado na areia do lado do TARDIS, apreciando o grande mar, e como que aquilo não significava nada para o universo, algo tão belo, tão pequeno. Por muitos anos o Doutor correu, e essa pausa já estava mais do que na hora.

Pensava em como gostava do Planeta Terra, apesar de todas as diferenças, a Terra lhe lembrava de seu antigo lar, Gallifrey. Antes de Ômega e Rassilon criarem os Senhores do Tempo, Gallifrey não era tão diferente da terra.

Pensou em sua esposa, então, sua filha, e em Susan, que escolheu deixar o Doutor,

–Estou ficando velho, mas nunca sei quando parar, não é mesmo, sexy? – Dizia em voz baixa, sorrindo para o TARDIS.

O Sol já estava se pondo, e o Doutor cansado se preparava para voltar para o TARDIS.

–“Tempo e Dimensão Relativas no Espaço”, um belo nome, não é mesmo? Hm? Mas não deixa de ser uma grande caixa azul, minha velha. – Pensava alto.

–Agora somos só nós dois! – E ao abrir a porta do TARDIS, uma sensação estranha percorreu o corpo do Doutor, algo que não poderia acontecer estava acontecendo.

–Há! A coisa Timey Wimey! Isso é legal, não é? – disse uma voz alegre, e ao se virar o Doutor se depara com um homem queixudo, com paletó e gravata borboleta.

–Bem... Nas primeiras vezes é meio estranho, existem regras, Até mesmo você tem regras! Mas quem liga, elas servem para serem quebradas! – falava rapidamente, enquanto mexia os braços, com um olhar fixo nos olhos do Doutor.

–Hm? Quem é você meu garoto? – Perguntou espantado.

–Há! Você é preocupado! Eu lembro, eu sou! – sorrindo – Há! O Fez! O Fez é legal! –Disse olhando o Fez que o Doutor usava em sua cabeça.

–Quem é você garoto? Hm? Vamos, responda Hm? – perguntou em um tom sério.

Quem sabe! Entende?- voltou a repetir a resposta, tocando a ponta do nariz – Quem... Sabe? Há! Mas você tem que saber de algo, você está no começo, tão jovem... – Em um tom triste, parecia se lembrar de muitas coisas ao dizer isso – O Doutor na TARDIS, sempre trazendo esperança para quem quer que seja! E ele nunca está sozinho, sabe? A Susan vai ficar bem.

O Doutor, espantado, não conseguiu dizer nada, encostado sob o TARDIS, ouvia o que o queixudo tinha a dizer.

–Chesterton e Bárbara ainda precisam do Doutor! – Disse sorrindo.

–Hm? – Sem entender como aquele queixudo de gravata borboleta podia saber disso, afinal, estava em 2014, Barbara e Ian estavam na década de 60, e Susan muito além, no futuro.

–Há! Essa face, tão... jovem! Não se preocupe tanto, além de Chesterton, Bárbara e Susan, haverão outros! Vicki! Já a conheceu?-Olhou com uma das sobrancelhas levantadas- Steven, katarina, Ooh... Sara Kingdom, Dodo! Polly, Ben, Jo Grant, SARAH JANE SMITH!- Disse com uma empolgação tremenda- Bem, hahaha – Por um momento ficou sem jeito- O que importa é que você tem um truque, uma carta na mão, você sempre tem, sabe? O truque dos senhores do tempo, você não vai morrer, vai viver muito, terá muitas faces, derrotará os Daleks tantas vezes, os Cybermen, encontrará outros Senhores do Tempo que vagam como você, protegerá tantas vidas... Você nunca sabe quando parar!

Meu garoto... –Tentava esconder, mas algumas lágrimas escorriam no rosto do velho Doutor- Obrigado, já está tarde, preciso ir. –Disse, dando um tapinha no TARDIS com um sorriso de meia boca no rosto.

–Você é o Doutor! Sempre será! E um dia, visitará os favoritos! Hahahaha.

–Eu sou você ou você é eu... Esquece! Não diga mais nada meu garoto, até um dia.

Enquanto o Doutor entrava no TARDIS, o queixudo não escondia, suas lágrimas escorriam, com um sorriso estampado no rosto.

–O que vai acontecer agora... estou velho, eu estou regenerando, décima terceira face, Tudo pode acontecer... Preciso voltar para Trenzalore, Clara, Óh Clara... Espero que dessa vez eu seja ruivo...

E caminhando para de onde veio, pensava:

–Quem sabe.


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