Meu Mundo É Você escrita por Isabelle Masen


Capítulo 8
C.8 - Newton, Mega-Hair e Soluções


Notas iniciais do capítulo

Não se deixem levar pelo título do capítulo, hihihihi



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Na manhã seguinte, o final de semana louco e divertido já tinha se dissipado em mil pedaços. Hoje está um dia bem frio, então limitei-me a usar meus jeans surrados, um moletom cinza com uma blusa de frio amarela por dentro e os cabelos sempre presos. E, quando fui arrumar a mochila, lembrei-me de todo o fardo que deixei pra trás na sexta-feira: meus livros estão destruídos e eu não tenho dinheiro para comprar novos.



Enquanto me protegia com o guarda-chuva à caminho da escola, imaginava como eu compraria meus livros. Meus pais nunca deveriam saber, afinal os pobres coitados mal estão em casa, e quando estão precisam só gastar as despesas com a filha desastrada e o filho extravagante. Eles não mereciam reparar o erro de outra pessoa, afinal, o que se faz se paga. Não quero e não vou fazê-los pagar por uma pessoa como Tanya.

Ela acabou de mexer com meu ponto fraco, que são os meus pais. E ninguém mexe com eles. Não há vergonha, timidez ou fraqueza que me faça não defendê-los.

Cheguei na primeira aula de educação física determinada a cobrar o que é meu de Tanya, e dessa vez não haveria nada para me impedir.

Como não a encontrei, fui ao vestiário e vesti a calça amarela horrorosa e a blusa cinza. Haviam poucas pessoas espalhadas pela quadra, o professor também não tinha chegado ainda. Alice e Rosalie me avistaram e acenaram, sentadas no meio das pessoas. Caminhei até elas e me sentei.

–-- Bom dia garotas.

–-- Então é oficial? - Alice dispensou as formalidades.

–-- É, eu queria contar pra todo mundo, mas ainda não sei se é verdade - Rosalie riu.

–-- O que?

–-- Você e o meu irmão, oras. Eu sabia que você tinha alguma coisa com ele - ela deu um cutucão no meu ombro e eu senti a saliva descer com dificuldade por minha garganta. Elas riram de meu constrangimento.

–-- Garotas, eu realmente não posso falar disso agora.

–-- Ué, acordou estressadinha?

–-- Por Deus, claro que não! - apressei-me em negar. Não seria louca de destratar minhas novas amigas.

–-- Então o que é? - Alice perguntou. Pensei por alguns segundos e decidi contar pra ela.

–-- Já leu alguma coisa sobre a Lei de Newton?

Nesse instante, a porta da quadra fora aberta pelas unhas grandes e exageradamente cor de rosa de Tanya, que estava abraçada com Edward e com Kate em seu enlaço.

–-- Só vamos dar isso no próximo semestre. O que foi, Bella?

–-- Esperem um segundo, e não venham atrás de mim - avisei e levantei-me, passando pelas pessoas com o queixo erguido até ficar de frente pra Tanya, que de início nem me notou ali. Edward me cumprimentou com a cabeça, sempre com a vergonha falando mais alto. Não dei atenção.

Respirei fundo.

–-- Tanya, será que podemos conversar? - disse com a voz calma, e ela pareceu não ouvir. Andou até o grupinho de líderes de torcida, sorridente. Irritada com sua indiferença, fui atrás dela e fechei as mãos em punho.

–-- Você está me ouvindo ou esses brincos absurdamente bregas não te permitem?

No mesmo instante ela parou o que estava fazendo, na verdade todos os presentes pararam para observar a cena. Ela ergueu lentamente a cabeça para mim, a expressão de pura raiva.

–-- O que você disse, sua idiota?

–-- Será que eu posso conversar com você? - perguntei calmamente, mas por dentro estava gritando.

–-- E o que me levaria a aceitar? Não quero ficar olhando pra sua cara horrorosa.

–-- Os meus livros.

–-- O que?

–-- Você vai pagar pelos livros que você rasgou.

Ela soltou uma gargalhada estrondosa, junto com suas amigas.

–-- E por que eu faria isso? Acha mesmo que vou pagar alguma coisa pra você? - me olhou com nojo.

–-- Ou você paga por bem, ou terei que denunciá-la à diretoria.

–-- COMO É QUE É? - ela se levantou - AQUELE PROFESSORZINHO DE MERDA ANDA TE INFLUENCIANDO? VÁ PARA A DIRETORIA QUE EU TE MANDO PARA A…

–-- CALE-SE!!! - berrei sentindo meu corpo tremer, minha voz oitavas mais alta que a sua. Nunca gritei tão alto em toda a minha vida, até ela se assustou - cale-se, cale-se, cale-se! Pare de me tratar desse jeito, eu nunca fiz nada à você! Não tenho culpa de você não ser amada pelos seus pais, de seu namorado não gostar de você e que você não tenha amigos de verdade! A culpa não é minha de você precisar colar para ter boas notas! A culpa não é minha se você precisa ser popular pra ser considerada gente! Então pague a porcaria dos meus livros por uma coisa que é culpa sua, não minha!

Extravasei e senti uma imensa vontade de me esconder em algum lugar, mas já era tarde.. Ela estava chocada, mas eu consegui desabafar pela primeira vez em toda a minha vida, e vibrava por isso.

Ela se aproximou de mim e me olhou um segundo antes de cospir em meu rosto. Ela abriu um meio sorriso e me deu as costas, rebolando até a saída.

A raiva tomou conta de mim na medida que seu cuspe escorria por minha bochecha, que eu limpei e parti atrás dela. Quando ela se virou, já comecei a pegá-la pelos cabelos e a jogá-la no chão.

–-- MAS QUE DIABO É ISSO? SAIA DE CIMA DE MIM!

–-- PAGUE PELOS MEUS LIVROS! - gritei estapeando-a. Ela girou com habilidade, ficando por cima de mim e tentando me arranhar. Segurei seus pulsos com força.

–-- NUNCA!

A girei novamente e quando ameacei puxar o seu mega-hair…

–-- Eu pago, eu pago, eu pago, calma aí, eu vou pagar, quer a cartão, cheque ou dinheiro? - disse rápido e eu a soltei, assustada com a rendição dela.

Alice e Rosalie riam, eu podia ouví-las.

Me levantei enquanto ela continuava no chão, passando nervosamente a mão nos cabelos plastificados.

–-- Amanhã quero todos os meus livros no meu armário, estamos entendidas? - ergui as sobrancelhas, me inclinando levemente pra ela. Ela assentiu a contra gosto e eu apenas sorri enquanto caminhava para a saída, ouvindo o começo dos burburinhos sobre a minha pessoa.




(...)



Sentei na mesa com minha bandeja contendo apenas um bolo de chocolate - que a cozinheira da escola só faz quando está de bom humor - e, quando pal pude apreciá-lo, risadas conhecidas surgiram ao meu lado e sentaram na mesa vazia que eu estava.

–-- Mas o que foi aquilo, mulher? - Rosalie disse sentando ao meu lado, pegando o garfo e partindo um pedaço do meu bolo sem eu ter oferecido.

–-- Depois de pegar o Edward ta empolgada e quer escandalizar? - Jasper riu e tirou um pedaço do meu bolo - isso ta ótimo!

–-- Amei, garota de atitude! Só falta soltar o cabelo e subir no salto 15! - Alice tirou um pedacinho do meu bolo. Já começava a me irritar.

Quando peguei o garfo para cortar um pedaço do bolo, o prato inteiro foi tomado da minha bandeja.

–-- Colocando as garrinhas pra fora, Bella-Magrela? - Emmett riu e afundou o rosto no meu bolo. Eu o vi ali, partindo, eu nem o conheci mas já o amava tanto…

Fiz um biquinho diante do meu bolo, que já devia estar se encaminhando pro estômago nada saudável de meu irmão.

–-- Meu bolo…

–-- Fez bem em se defender. Já estava na hora - Jasper me abraçou e voltou a se sentar.

–-- As mães de vocês não os educou? - uni as sobrancelhas.

–-- Sim, uma das coisas que ela me ensinou foi a ser legal com o próximo - Alice disse fazendo os outros rirem.

–-- Não achei a menor graça - cruzei os braços. Ainda estava nervosa com as coisas que poderiam acontecer, pois só agora minha mente trabalhara: se eu fui para o hospital só por ter feito um comentário irônico, imagine agora que eu a ameacei diante de todos…

–-- Isso vai durar um tempo, quando as garotas liberam a xavasca e o cara não liga no dia seguinte elas ficam bem extressadinhas - Jasper me cutucou e eu, pra piorar a situação, corei enquanto abaixava a cabeça.

Um lampejo do “oi” de Edward, se é que se pode chamar aquilo de oi, passou pela minha cabeça.

–-- Na mosca - Alice assentiu, surpresa. Ele sorriu, tímido.

–-- Eu vou procurar um emprego - anunciei, firme em minha decisão. Afinal eu teria meu próprio dinheiro, compraria minhas próprias coisas e até um celular novo, meu sonho de consumo.

–-- Ela não pensa em outra coisa a não ser nisso, já eu tenho outras prioridades - Rosalie sorriu pra Emmett, e ele sorriu pra ela, e Jasper e Alice quase se agarravam. Então eu descobri que estava sobrando, com fome e sem saber qual era o sentido de viver sem meu bolo de chocolate.

Levantei e caminhei pelo refeitório, tentando tomar vento e não ver pessoas. Sabe aqueles momentos em que você precisa ficar sozinho pra espairecer? Pois é, esse é um dos meus.

Enquanto andava pelo corredor, tentava listar cada um dos meus problemas pra tentar resolvê-los manualmente:

1- Livros.

2- Edward.

3- Cupido.

4- Fome.

5- Tanya.

Os livros poderiam ser entregues amanhã por Tanya, mesmo que eu não acredite muito que isso seja possível, e ainda assim eu não sei o que esperar da maluca. Apanhar só por um comentário é um crime, por ameaçá-la deve ser a corte suprema. Se bem que eu sei o seu ponto fraco, e eu poderia usá-lo com mais frequência - um sorriso malicioso surgiu em meus lábios e eu abri a porta do gramado da frente do colégio, e me sentei em uma árvore vazia.

Meus livros estavam semi-recuperados, e caso isso não acontecesse, eu sabia como conseguí-los. Agora o problema Edward…



Marina And The Diamonds - How To Be a Heartbreaker



E bem quando estou pensando nele, eis que surge o ilustríssimo Edward, cruzando o lugar em que eu nunca adivinharia que ele poderia andar. Mas como a alegria de pobre dura pouco, ele está acompanhado pelo time de futebol. Será possível que uma pessoa possa ficar ainda mais linda a cada dia que passe? Mesmo com um jeans surrado e uma blusa branca ele consegue continuar se destacando entre os demais. Seus cabelos nunca estão alinhados o que é meio irritante, e agora ele masca um chiclete entre os lábios enquanto sorri e conversa com os colegas. Suspirei alto, e isso com certeza chamou sua atenção. Como resolver um problema com um impasse desses?

Ele passou por mim e jogou um papel na minha cara. Bufei de imediato, e quando o olhei novamente pronta para mandá-lo para o raio que o parta, percebi que ele fez um “joinha” com o polegar discretamente pra mim. Hã?

Peguei o papel do chiclete e li entre as dobras amassadas:


“Me encontre em 20 minutos no armário de vassouras”


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Notas finais do capítulo

Deeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeesculpem o atraso, realmente, me desculpem. Mas eu tenho motivos, então vamos lá:
Como algumas de vocês sabem, eu to com cálculo na vesícula. Então me perguntem: "que poha é essa?" e eu respondo: basicamente são umas pedras que dão na vesícula, que é o órgão que filtra a gordura que ingerimos para que isso não afete os outros órgãos. Essas pedras - que surgiram obviamente pelo meu descontrole estomacal de fome monstruosa - tentam se espalhar pelo corpo quando eu como qualquer gordura, tipo refrigerante, por exemplo. Elas tentam sair da vesícula e ir pro apêndice, e sempre que elas tentam sair, eu sinto uma dor - que segundo pesquisas é uma dor pior que a do parto e equivalente a 43 chutes nas partes baixas dos homens -. Eu to sentindo uma dor do caralho sempre que eu como qualquer coisa com gordura, e de quebra: minha visão ta começando a ficar turva por causa da tela do PC, resultando = eu passo a maior parte do meu tempo, exatamente desde dezembro de 2013, em hospitais sendo furada na veia - que é super fina, fazendo com que a enfermeira me fure várias vezes até achá-la -, fazendo exames ou em filas de hospitais. Então eu to deprimida, sem mcdonalds, chocolate, refrigerante, ketchup, macarrão, ruffles, carne, enfim, uma vaca viva. Portanto, se vier me criticar por isso, vou descontar nos personagens KKKKKKKKKKKK

Esse cap eu terminei agora (acreditem se quiser) e creio que eu entrego o que eu to devendo pela semana passada em breve... só acho, depende do meu tempo e dos reviews. Realmente não quero transformar a fic em hiatus, mas pfvr né...

Até o próximo cap lindas