Meu Mundo É Você escrita por Isabelle Masen


Capítulo 10
C.10 - Desentendimentos, Entendimentos e Mentos


Notas iniciais do capítulo

Desculpaaaaaaaaaaa pela demoraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!



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–-- Você joga… - engoli em seco - guitar flash? Mas você tem quarenta anos! - esbravejei, nervosa com a situação. Ele fez uma careta, ofendido.

–-- Eu tenho vinte e oito! - retrucou - e o que você está fazendo aqui? As primeiras provas já vão começar, sabia?

–-- Sim, eu “sabia”, e o senhor “sabia” que Tanya rasgou todos os meus livros? - ele murchou - eu preciso de um emprego, droga. Ninguém me entende nesse mundo!

–-- Desculpa - ele se aproximou. Então notei que ele não parecia um homem tão ‘’velho’’ e assustador como os outros professores.

Ele parou em uma distância em que eu não precisava levantar a cabeça para fitá-lo.

–-- Sabia que esse é um lugar de família? Não poderia vestir algo mais comportado? - analisei seu roupão de balho azul clara, uma calça de moletom xadrez e chinelos. E eu sou julgada por usar calça jeans e casaco, vai entender?

–-- Eu moro aqui ao lado, faça-me o favor - ele lutava pra manter o controle de voz. Eu sabia que ele estava nervoso. Suspirei. Não aguento mais tantas situações problemáticas e constrangedoras em uma só vida!

–-- Professor Jacob…

–-- Não estamos na escola. Me chame de Jacob.

–-- Jacob… Vamos fazer o seguinte: eu não te conheço, você não me conhece e ponto. Não quero confusão no meu primeiro dia de trabalho.

–-- Concordo - disse, parecendo surpreso com minha decisão - boa escolha, Isabella. Mostra o quanto é amadurecida pra essas situações - corei.

–-- Ah… É, pode ser.

–-- Estou na máqui… Na mesa 7 - ele hesitou coçando a nuca. Assenti e tratei de sair dali pra trás do balcão, planejando uma possível fuga da terra. Qualquer pessoa teria a mesma reação que eu ao ver seu professor gato - sim, ele é bonito, me julguem - jogando de roupão em uma starbucks, que é um lugar público.

Fora isso, não vejo nada de anormal. Os clientes são calmos, eu só preciso limpar algumas mesas e entregar pratos nelas, sem comer, óbvio. Mas não reclamaria se eles quisessem que eu provasse, sei lá, pra ver se está envenenado ou algo assim. Estudei história, esse tipo de coisa acontecia oras.

Passei uma flanelinha no balcão, imersa em pensamentos.

–-- Esse lugar está ocupado? - ouvi uma voz zombeteira surgir e sentar em minha frente com um sorriso ainda mais zombeteiro. Mas nem assim conseguia deixar de ser lindo.

–-- Edward, sinceramente não é uma boa hora…

–-- Garçom, traga duas batidas de siri para nós - ele ergueu um braço.

–-- Batida de siri? Isso existe?

–-- Sim, eu to meio que… precisando fazer exercícios, sabe como é. Tenho que ficar forte para as primeiras competições - fez movimentos engraçados com os braços e eu bufei.

–-- Legal. Boa tarde e boa batida de siri pra você, Edward - dei as costas, mas ele segurou meu braço.

–-- Espera! Esqueceu do nosso compromisso? - senti um arrepio prepassar minha coluna quando ele disse “nosso”, mas fora algo que eu pude ignorar com facilidade.

–-- O que?

–-- Você. Eu. Estudar. Ajuda. Notas - ele disse pausadamente cada palavra, me lembrando da promessa. Suspirei e apertei os olhos. Como eu poderia ter me esquecido da coisa mais burra e patética de toda a minha vida? Ah, lembrei. Eu sou burra e patética.

–-- Edward, sabia que as pessoas trabalham? - tentei usar uma desculpa, então ele suspirou e olhou em volta. Sorriu de repente e voltou seus olhos para mim - espera um minuto.

–-- Oquê? O que você v… Edward! - tentei segurar seu braço, mas ele se desviou com um giro típico de bailarinas. Eu riria se não estivesse tão nervosa.

–-- Ei, Isabella - o professor Jacob me chamou e eu o olhei, tirando os olhos de Edward apenas por meio segundo.

–-- Oi, professor Jac.. - ele fechou a cara - Jacob Black.

–-- Legal ver você - ele me olhou de cima a baixo com um sorriso enquanto tocava sua barba, e eu, toda sem graça, apenas retribuía o olhar. Ficamos uns 10 segundos nos encarando até Edward aparecer do lado dele como uma cobra prestes a atacar um ratinho indefeso.

–-- OLHASÓQUEMESTAAQUICOMABELLADEROUPÃOECOMENDOBISCOITO! - ele disse tudo alto e em um fôlego só, assustando Jacob a ponto de ele dar um passo pro lado. O peito de Edward tocando seu braço, demonstrando que ele queria empurrá-lo dali.

–-- Olá, Edward… Ah, eu já vou indo. Era só isso mesmo, Bella. Até amanhã - ele disse retomando sua postura e saiu dali com indiferença e certa elegância, ignorando completamente um Edward meio furioso em mnha frente.

–-- Quem diria que o professor gostava de descabelar o palhaço das novinhas.

–-- Edward! Não diga isso, que coisa mais horrível - falei, mas queria rir. Ele pegou sua mochila e a pôs sobre os ombros.

–-- Só disse verdades. Pegue suas coisas e vamos.

–-- Mas eu…

–-- Não se preocupe, eu falei com sua chefa e ela disse que eu era um bom… Hm… é melhor irmos logo, daqui a pouco vai escurecer - ele sorriu sem graça com alguma coisa. Como estava tudo silencioso e ninguém pedia nada, decidi seguir seu conselho e fui pegar minhas coisas. Quando voltei já com minhas roupas normais, procurei por Edward na rua. Algum sinal de seu volvo prata seria bem conveniente, mas não o vi. Até que ouvi uma buzina engraçadinha bem ao meu lado e o vi, sorrindo nervoso.

–-- Bem vinda à nave espacial Cullen.

Tive que sorrir.

–-- Sério? - falei caminhando até ficar na sua frente.

–-- Poisé, meu carro meio que quebrou, o meu pai meio que cortou minha mesada e eu meio que estou de castigo.

Não aguentei e caí na gargalhada. Afinal não é todos os dias que podemos presenciar a desgraça de uma pessoa como Edward Cullen.

–-- Não tem graça, pode ir parando aí - não parei - ta legal, sobe logo nessa porcaria.

Ainda gargalhando feito louca, subi no ferro da bike e ele se sentou no que eu chamo de “pé na bunda”. Fiquei um tanto receosa quando ele me abraçou para tocar nos condutores da bicicleta, porém não me manifestei. Continuamos calados até chegarmos em nossa rua.

Cheguei em casa e subi as escadas, largando minhas coisas pelo caminho do quarto. Abri espaço em meio à tanta bagunça e arranjei umas roupas folgadas e razoavelmente apresentáveis. Uma blusa branca larga com mangas que passam das mãos com um código de barras e umas palavras bobas abaixo, um short curtinho e folgado com a estampa galáctica e chinelos da cor lilás. Os cabelos presos.

Quando saí do banheiro, Edward estava sentado na cadeira da minha escrivaninha enquanto folheava alguma coisa no livro de química.

Desabei na cama ao seu lado, fechando os olhos. Me sentia um caco.

–-- Ok, vou começar a ler o assunto e você vai entendendo pra me explicar depois. Cientistas da antiga Europa, no meio de investigações…



(...)



Eu dormi. Eu dormi mesmo, de verdade, sem nem saber ou ser avisada pela fada do sono que eu estava desacordada.

Olhei pela janela e vi o céu, antes azul, forrado por uma manta macia com pontinhos brancos e luminosos. E não era só isso; eu não estava sozinha. Os braços de alguém circundavam minha cintura e minhas pernas estavam no meio das de alguém, e lábios frios tocavam levemente minha testa enquanto expiravam suavemente. Ergui um pouco a cabeça e vi que era apenas Edward, abraçado comigo com as feições tão serenas que parecia pecado acordá-lo. Olhei para baixo e vi inúmeros livros abertos e jogados em nossos pés entrelaçados.

Encarei Edward mais uma vez e decidi que não o acordaria. Mas não ficaria grudada com ele, eu hein!

Rolei o corpo pro lado, enroscando-me em uma coberta. O cobri também e chutei os livros de seus pés, e quando estava prestes a fechar os olhos, suas mãos me abraçaram novamente. Ele enfiou a cara em meu pescoço como um bebê abraçado à um brinquedinho específico.

Suspirei, e ignorando as cócegas leves que sopravam minha nuca, adormeci.

(...)



–--... e só. Se quiser levar a minha bicicleta, fique a vontade… Não, eu não preciso de um carro pra sobreviver, mas você está sendo ridículo tomando esse carro, sabe que eu preciso dele! FODA-SE! Ta, desculpa… Carlisle! Pelo amor de Deus… Ta, ta, ta, ta. Eu vou falar com a mamãe - Edward desligou o telefone na cara de quem parecia ser Carlisle.

Andávamos juntos - e atrasados - pelo corredor dos armários. Nossos braços se entrelaçavam como nós enquanto ele fazia questão de me acompanhar. Por sorte, Emmett não percebeu que ele dormira em casa e em minha cama, então, ta tudo certo.

Puxei uma caixinha de mentos de minha mochila e o mastiguei enquanto Edward parava em meu armário, para que eu checasse meus horários. Coloquei a caixa no meu decote enquanto vasculhava o emaranhado de papéis à procura do meu caderninho.

–-- Não deveria ficar comendo essas balinhas rosas. Elas são viciantes. - recostou-se no armário ao lado. Sorri ironicamente pra ele enquanto pegava meu caderno.

–-- Só diz isso por que ta com inveja.

–-- Inveja? - ele riu de minha cara e ficou pensando, com uma expressão maliciosa.

–-- Claro. Pode me chamar de srta. Egoísmo, mas meu Mentos eu não divido nem com o Bob Esponja.

–-- Eu posso mudar isso - disse com um sorriso travesso olhando através de mim enquanto eu trancava meu armário. Assim que me virei, ele me empurrou violentamente contra a porta do armário de vassouras.

–-- Edward! - protestei quando a porta se abriu e eu fui de encontro à parede do cubículo. Ele fechou a porta com o pé e prendeu meus pulsos com as mãos.

–-- Esse lugar já está se tornando um vício - sorriu cinicamente enquanto abaixava o rosto para pegar com os dentes a caixinha de mentos. Engoli em seco quando seu queixo roçou levemente no meu colo.

–-- Só se for pra você, seu tarado. Agora me solte.

–-- Bella…

–-- Sabe de uma outra coisa que pode se tornar vício?

–-- O que? - dito isso, aproximei nossos rostos e, quando ele fechara os olhos, mordi sua bochecha e saí correndo.

–-- Ei, volte aqui! - ele berrou, mas eu já estava no meio do corredor. Olhei pra trás, ainda risonha.

–-- Parece que agora eu é que sou a mais rápida! - pisquei e ele parou de correr por algum motivo. Até que eu olhei pra frente e notei que tinha me batido com alguém com tanta força que essa pessoa caíra por cima de mim no chão.

–-- Não olha por onde anda, sua vadia? Nem ao menos tem o direito de estar no mesmo lugar que eu!





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Notas finais do capítulo

Gente, desculpa MESMO pela demora, mas felizmente eu to finalizando o próximo cap, ou seja, quinta feira teeem heinnnn?!?!? kkkkkkk
Obrigada de verdade pela força que vocês estão me dando, sério, eu li um review atrás do outro com um aperto de felicidade no peito. Amo ter leitoras assim e espero que continuem desse jeito comigo até o fim da nossa história sz
EEEEEEEEEEEEEE eu to SUPERFELIZ por que o garoto que eu era apaixonad desde o ano passado ta-falando-comigo então I'M HAPPYYYYYYYYYYYYYYYYYYYY UHUAHUHAUHAUHSAUSHAUSH
me ignorem, bjs

Até quinta amores o/