Lost In Paradise

13 – She.

Por um segundo de surpresa, a boca da Suzuki abriu-se num ‘o’ mudo, mas em milésimos esta fechara-se logo quando sentiu o aperto da mão quente do Hibari na sua. Mascarando da melhor forma possível sua surpresa, a moça – muito diferente de Izune que erguera-se de seu acento desconcertada – sorriu, um sorriso largo que mostrava todos os dentes brancos e também toda a sua capacidade perceptiva, antes de fazer uma mensura em respeito; ato que surpreendeu Hibari Mayumi e Hibari Joseph, cujos devolveram respeitosamente tal ato.

– Oh, Suzuki-san se eu soubesse que viria teria... – começou a mais velha, erguendo-se de seu acento arrependida pela forma como fora pega desprevenida, por que não perguntou antes ao filho se ele não possuía uma namorada, evitaria tantos imprevistos.

– Não se preocupe mãe, Adel e eu estamos de saída hoje. – cortou o disciplinador.

A Suzuki surpreendeu-se pela forma como seu “apelido carinhoso” soara em sua voz. Fora diferente de como ele falara com a própria mãe, foi mais... Carinhoso, até lisonjeiro.

– Sim, estamos de saída. – sorriu-a novamente. Claro que a morena não deixou de sorrir para a moça, Izune, ainda de pé que a fitava num ódio mal contido. E tal ódio apenas tornou-se mais visível quando o moreno desvencilhou sua mão da de Adel apenas para levá-la a cintura da morena.

– Vamos Adel. – chamou Kyoya ignorando o olhar severo do pai sobre si. Podia sentir que o mesmo vira a hesitação da Suzuki quando a apresentara como sua namorada.

Afastaram-se do cômodo, deixando para um trás uma futura inimiga e possíveis grandes dores de cabeça; no fundo Adel queria ouvir mesmo aquilo da boca do moreno. Mas diferente de como acontecera, ela queria ouvi-lo indagá-la sobre aquilo. Queria que Kyoya chegasse para si, pegasse em suas mãos e lhe pedisse formalmente em namoro; e também – mesmo que fosse algo fútil - queria uma aliança de compromisso.

Respirou fundo logo quando encontravam-se na garagem da casa. Ergueu uma de suas finas sobrancelhas enquanto fitava a moto a sua frente.

– Por que não me surpreendo? – questionou-a ao vê-lo subir na moto e lhe estender um capacete.

Tomou o objeto em mãos logo o depositando sobre sua cabeça e subindo na garupa da moto. Envolveu os braços na cintura de Kyoya apoiando o queixo no ombro do rapaz no processo.

Hibari não tardou em acelerar a moto e disparar pela porta – que se encontrava suspensa por um comando automático -; assim os levando a desaparecer na rua.

Adelheid aproximou-se ainda mais do moreno, podendo sentir – mesmo que sob a roupa – os músculos tensos do disciplinador, relaxarem. Após alguns minutos de puro silencio a mulher pronunciou-se.

– Você sabe... Precisamos conversar. – informou, por sobre o assobio do vento.

Pode ver Kyoya virar um pouco a cabeça e fitá-la de canto de olho, acenando mudamente para a mesma. E mais uma vez o silencio fez-se presente enquanto o vento assobiava em seus ouvidos.

Enquanto rumavam para a cidade vizinha Adel não pode deixar de se perguntar quem era a garota na casa de Kyoya. Cogitou que esta era irmã do mesmo, mas jamais ouvira sobre ela, ou mesmo vira alguma foto da mesma.

E ainda havia a forma como ela lhe olhava.

Primeiramente ela estava curiosa, mas ainda sim enraivecida; e logo após o momento em que Hibari a anunciou como sua namorada a garota pareceu surtar internamente e, se fosse possível, talvez ela houvesse pulado no pescoço da Suzuki naquele mesmo segundo – claro que não sobreviveria por muito tempo sendo rival numa luta contra a rainha de gelo.

Aconchegou-se mais contra o corpo quente de Hibari. Sentia que algo aconteceria àquela noite, algo que lhe afetaria.

Que afetaria a si e a Kyoya, e o possível relacionamento que tinham

Fosse bom ou ruim, logo descobriria.