Um corpo duas almas escrita por Amaury Fabri Zambelli


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Em resumo foi feito essa OS como um presente ou contest de uma colega, faz algum tempo que tenho feito isso entao espero que gostem



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Um corpo duas almas

A vista diante de uma floresta era maravilhosa, sempre que se olha para ela em determinado ponto, a vista será a melhor que já viu e se tiver a sorte de ir de manha será ainda mais grandioso ver os primeiros raios do sol surgirem. Isso foi há alguns dias atrás quando tudo ainda era calmo e agradável, quando ainda se podia viver na paz até um infortunado acontecimento.

Uma loba de pelagem cinza escuro como a cor de cimento, tendo seu dorso a mesma cor sendo ela mais claro um pouco, logo atrás podia ser ver longas asas de penas brancas tendo nas pontas a cor quase preta, era como olhar para a coisa mais bela e linda para uma pequena loba, sim é fêmea, seus olhos eram azuis limpos como o céu, seu focinho era igual ao dorso tendo no meio a cor quase preta igual às suas orelhas, a ponta da cauda tinha duas argolas que brilhavam freneticamente na cor amarelo forte. Seu nome... Mizu no Blue.

A partir daquele dia nunca mais foi o mesmo, tanto para os outros animais como para ela, principalmente para ela, sua vida se torno um caos, melhor dizendo um inferno, tudo isso por causa de alguém lhe inserir uma alma maligna em seu corpo, como aquilo foi possível ninguém sabe ao certo, os que estavam presentes presenciaram sua morte instantânea no mesmo tempo, a loba a frente deles não conseguiu controlar aquela força monstruosa.

Tudo em volta ficou escuro o que já era sendo que estavam numa caverna que tinha poucas entradas para a luz. A pobre loba gritava e uivava à medida que sentia aquilo tomar conta dela a força. Uma aura negra surgia do corpo dela, em meios aos uivos suas argolas param de brilhar e os olhos da loba ficaram amarelados e brilhantes. Um sorriso malicioso e cruel ela fez e depois disso só ouviu gritos do lugar.

Tempo depois Blue estava deitada, ela devia ter três anos (em vida canina) pelo seu tamanho, seus pelos estavam com mechas vermelhas, suas patas encharcadas do mesmo liquido. Ela tentava com suas patas dianteiras se erguer, mas tremia muito por canseira, sua visão não estava muito boa, via tudo embaçado por um tempo tendo ainda não conhecimento da situação em que estava.

Só segundos depois de ter caído varias vezes pelo esforço para ficar sobre as quatro patas, ela conseguiu, ainda tendo meio que cambaleando para os lados. Ela ofegava freneticamente, e enjoava muito sem saber o por que.

Quando ela se deu conta, reparou a cena a sua volta e suas patas, ficou ruborizada na mesma hora quando as viu vermelho e o cheiro forte de sangue. Lobos queridos dela estavam estilados no chão todos cortados, perfurados ou algo pior sendo isso. Seu enjoo aumentou, lagrimas de tristeza saía de seus olhos, e logo fechos das cenas da matança apareceram em sua mente, como se estivesse assistindo tudo novamente. A cada segundo ela odiava aqui vendo ela em estado possuída matando os próprios companheiros e amigos que estavam ao seu lado, ela não queria ver aquilo, porem seus olhos não a deixavam escapar das cenas horrorosas.

- Esse é o fruto de quem queira me controlar... Há anos venho tendo esse desejo, que agora me foi dada. – falava uma voz fria e sarcástica em sua mente. – Deve ser grata lobinha por me ter em seu corpo agora... haha.

Blue não tinha caído na real ainda quando ouvia aquilo, não acreditava que tinha feito aquelas coisas sem motivo algum, tudo isso foi feito por controle do demônio que estava dentro dela a qual não tinha controle algum com isso. Sua força de vontade tinha sido quase aniquilada, amor, sorriso, felicidades, e todo o tipo de emoção foi embora naquele dia, toda sua vida foi alterada sem motivos e sem explicação. A bela loba agora era exilada de tudo e todos a deixando sozinha, Partiu para algum lugar naquele imenso mundo.

Desde aquele dia muitas coisas vieram a tona, deixando ainda ela pior que era. O demônio que estava sobre posse dela, aparecia muitas vezes para saciar sua vontade e a pobre loba não podia controlar aquilo. Tudo que ela via era sofrimento atrás de sofrimento. Até um dia alguém lhe der um motivo amais para viver, um motivo pela qual ela pode segurar o ser dentro dela, mesmo que por alguns segundos ela podia fazer que eles se salvassem antes da cede sanguinária ser libertada.

Blue descobriu o nome daquele que a possuía muitas vezes, seu nome era Klow. Era temida em tempos atrás, poucos a conheciam antigamente e agora toda vez que via Blue corriam dela, poucos ficavam a seu lado e ela sempre temia que algum dia perdesse o controle de Klow brutalmente perto de seus amigos, temia machucá-los ou matá-los sem querer.

Isso foi uma parte de sua vida até agora, nesse momento ela estava em algum lugar no meio da floresta escura. Ela parou para beber um pouco de água em meio a um lago que encontrou pelo cheiro. Sem perceber alguém a olhava curiosamente.

- Ola. – falou uma voz fina e calma. Blue levantou sua cabeça para ver quem era o corajoso ou burro, ela nada disse apenas ficou olhando para o lobo azulado, era bem escuro quase perto de um preto com olhos semi-amarelos e prata em bordas, por visto era quase do mesmo tamanho dela.

- Posso sabe seu nome? – perguntou ele se aproximando dela sorrindo.

- Mizu no Blue... – ela disse friamente e recuando para trás.

Blue? Belo nome, também para uma loba bonita combina perfeitamente. – o tom da voz era como se tivesse encantado ou simplesmente uma cantada decente.

- O que quer? –

- Nada apenas te saudar. Essa parte da floresta não é muito visitada e todos a evitam, eu achava que era o único maluco que via aqui... Mas pelo visto não sou.

- É pelo visto não mesmo... – aquilo saiu como um deboche.

- Bem de toda forma foi um prazer te conhecer Blue... A desculpe fui ingênuo e arrogante sem falar meu nome. Sou Ocker. – ele se virou e deu a volta indo até um monte de arvores e logo desapareceu diante das sombras.

“Ora... ora. Acho que conheço aquele baixinho ali...” Klow falava já tendo algo ruim em mente.

“Nem pense Klow, não vou deixar você fazer o que quer mais” Blue gritava com Klow em sua mente

“ Filhote tola, acha mesmo que pode me parar? Não teve força nem para salvar seus lindos amigos a qual VOCE mesmo os matou, e outros fugiram de você quando precisou. Belos amigos” irritava Klow sarcasticamente para Blue que ficou rangendo as próprias presas com aquilo.

- Deve ser meu destino ficar sozinha mesmo agora, é melhor assim... – falava ela para si mesma, logo depois de lamber um pouco a água do lago.

Blue tomou fôlego e se pós a voar, aproveitando suas asas que lhe tinham em suas costas desde que nasceu, mas que por alguma razão estavam melhores, era a única sensação que ela gostava, se sentia livre e solta, mesmo que por breves momentos.

Ela avistou o Ocker andando sobre uma trilha que levava até uma pequena junta de arvores e galho, o que dava a origem de uma pequena caverna. Desde que ela o viu, ficou curiosa por ele não saber quem ela era, o que era. Assim ela o seguiu aterrissando calmamente atrás de um arbusto.

O lobo entrou sem desconfiar que estava sendo espionado. Blue verificou mais de perto a entrada, desconfiada de alguma coisa que o perturbava.

- Aquela loba... É raro encontrar alguém nessa floresta mesmo, ainda mais ela que tem asas lindas. Bem tirando a sensação estranha que sentir perto dela... Alguma coisa está para acontecer... O vento esta mais tenso e frio. – falava ele olhando para cima, as nuvens estavam carregadas o que parecia uma tempestade se aproximar. – Não vai chover...

Após isso ele se deixou na grama que havia dentro, deixou sua cauda o cobrir as patas e acabou dormindo ali daquele jeito.

Blue se aproximou para o ver, tudo que ele disse suou muito estranho, mesmo assim Blue ignorou o fato e deu meia volta o deixando dormir.

Em meio a caminhada para se abrigar, ela sentiu algo em seu corpo, como se tivesse recebido uma cutucada de dentro para fora. Essa sensação já lhe tinha ocorrido varias vezes, antes de perder o controle do corpo. A vontade sanguinária que era de Klow veio a tona com tudo, e ela não pode aguentar dessa vez.

Blue teve seus olhos alterados para o amarelo e sua face ficou tenebrosa, ela sorriu para o nada mostrando as pressas o que de fato deu para ver que as duas estavam ligadas e ao mesmo tempo sorrindo, parecia que a loba queria o mesmo, mas ignorava a vontade. A loba some rapidamente em meios as sombras das arvores na parte mais escura da floresta e o céu ajudava ainda mais com o tempo ficando fechado.

Ocker acordou assustado assim que sentiu o chão tremer e um rugido de algo vindo não muito longe de onde estava, seu pressentimento parecia estar certo em partes e se pós a correr para o lado do grito feito, mesmo ele não tendo nada ver com aquilo, seu corpo apenas o levava como se ele tivesse que ir.

Se aproximando do local viu rastros de sangue no chão e pegadas, dois tipos de pegadas e logo mais frente uma terceira apagando uma outra, e essa nova parecia ser maior que o normal para um animal que ele conhecia.

Segundos depois encontrou com Blue tendo seu focinho todo avermelhado e os olhos amarelos.

- Blue? Esta ferida? Acon... – antes de terminar de falar ele foi mordido em sua pata dianteira esquerda e arremessado metros atrás dela.

Caiu bem ao lado de algo, estava todo vermelho o que parecia ser sangue, não dava para ver de quem tipo era o bicho, estava todo arranhado e com uma ferida fatal em seu pescoço.

- Meu deus o que houve aqui... – não demorou para cair a ficha. – B-Blue foi você? Eu sei que é uma loba e tudo,mas isso aqui... – Sua fala foi interrompida quando ele sentiu em suas costas um grande rasgo pelas patas da loba que era rápida, uma velocidade fora do padrão.

- Arg... Blue pare... por favor... – ele implorava para ela, não queria lutar contra ela, seu corpo não deixava ele se mover.

Blue... Não Klow agora estava em seu comando, ela apenas sorria friamente se divertindo com aquilo e com a clemência do lobo que fazia. Para ela nada importava mais, apenas a diversão do sofrimento dele. Ela se aproximava dele lentamente com as quatro patas pisando levemente no solo sem fazer ruído como uma assassina faria para matar sua presa sobre as sombras da escuridão.

A loba ia dar seu ultimo passo para ele e retirar sua vida, porem naquele momento foi como se o vento leva-se ele para atrás dela, a supressa foi grande, mas não muito já que Klow sentia algo nele.

Ocker estava ofegante e cambaleando para os lados, suas costas estavam sangrando pelo golpe levado, ele só podia fazer aquilo uma vez, seu estado era ruim para fazer qualquer outra coisa a não ser se deitar e esperar a morte chegar de vez.

Antes que ela se virasse, algo atingiu seu pescoço, parecia ser um dardo bem concentrado, o que fez ela cair apenas, o efeito do tranquilizante não a afetou, mas fingiu ser afetada, ela apenas sorriu vendo que se divertiria naquele tempo com uma raça pouca afetuosa.

Ocker também foi atingido pelo dardo e desmaiou segundos depois.

Algum tempo depois ele acordou, e sua primeira imagem foi de um cano a sua frente, rapidamente se deu conta de que era uma jaula, suas costas ardiam em dor ainda, mas parecia ter ataduras em cima dela, pois aliviava um pouco a dor. Logo ao seu lado em outra jaula estava Blue com as asas semifechada, já estava acordada apenas esperando, ele não quis falar com ela, não depois de tudo aquilo.

- Demora!!! Aparece logo - Klow parecia estar impaciente, já fazia tempo que esperava por alguma coisa.

- Ai ai... Será que eles irão pagar quanto por essa belezinha aqui... – falava um humano todo alegre e sorrindo, vestia uma roupa bem típico de camuflagem, era todo verde e marrom.

- Calma amigo, tudo ao seu tempo. E claro o preço vai ser alto, quantos lobos vocês ver com asas? Nunca então... – falou outro ao lado retirando a camisa.

- Verdade. Bem podemos partir agora então, porque se sabe... aqui as lendas não são muito boas...

- Ora que isso tem medo de fantasmas é?

- Não digo é que tem a historia de que nessa parte da floresta tem uma raposa bem vingadora...

- Vingadora? Nem guarda historias você sabe né Frank? É assassina meu, e olha estamos fortemente armados, qual seria a chance de ela querer se meter com isso? – ele puxa algo em sua cintura. – Somos humanos não tem co...

O céu ficou negro de vez com o tempo, mas não chovia de forma alguma. Ocker olhou para Blue, seu corpo estava soltando uma aura negra por completa, e suas argolas pararam de brilhar. Logo tudo que foi visto foi uma raposa de quatro metros com os olhos amarelos por completo, nem pupila tinha, parecia ser uma lanterna bem forte, devia ter nove caudas, ou menos já que elas se moviam freneticamente para os lados, e sua língua era serpentina, ela mostrou isso para aqueles humanos que já estavam paralisados de medo.

Ocker fechou os olhos, não queria mais ver o que ela iria fazer com eles, tudo que foi ouvido foi gritos de dor e algo sendo rasgado ou gritos quase mudos de alguém sendo comido, e tiros que pareciam ser atirados para o céu, pois não acertava nada.

Assim que tudo ficou em silencio ele reabriu os olhos, a área foi toda devastada, estaca cheia de buracos feitos e pegadas da raposa negra.

- Como estou vivo ainda? Achei que...

- Apenas vá embora o mais longe que poder Ocker. – falou Blue, estava de volta ao normal.

Mesmo querendo fazer isso ele não podia, seu estado não era apropriado para correr, suas costas não deixava e suas patas estava arranhado pelas quedas.

- Gostaria de fazer isso, mas... não dá. – disse ele tentando ficar sobre as patas, mas caia logo depois.

- Apenas seja grato... Não sou de ficar me segurando por tempos, se um dia os ver novamente que seja num momento menos...cruel. – ela levantou voou para o céu deixando ele deitado entre os destroços.

“ Não sei quando e como vou poder ficar alegre novamente...” pensava Blue sentido se solitária como sempre.

“Um dia você vai... haha... Um dia...” Klow respondeu para ela lhe mostrando a face negra e a língua serpentina dela.

Em pleno céu, um pouco da aura negra saia das patas de Blue ainda voando abaixo das nuvens, e assim mostrando a face de Klow abaixo dela nas sombras que se formava nas nuvens.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostando



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