– Onde está o Walter que não desce?! – questionou Lisbon.

– Deve estar pensando algo do tipo “nossa! De onde veio esse suéter se eu não o coloquei na mala?!” - respondeu Jane.

– Você colocou na mala dele?! – espantou-se Lisbon, fazendo-o sorrir.

– Você acha que ele vai me perguntar se eu mexi? Claro que não. – explicou ele.

Quando eles deram conta Walter estava a dois metros de distância vestindo o suéter vermelho. Lisbon tapou, disfarçadamente, a boca com a mão para evitar rir.

– Vamos?! – disse Walter ao chegar até eles.

– Claro. – respondeu Jane, sorrindo.

Os três foram para a delegacia da cidade e McAllister não estava lá. Um dos policiais os informou que ele tinha ido atender a um chamado. Eles optaram por esperar ali mesmo, mas a falta de paciência e a demora fizeram Jane agir.

– Vou ao banheiro. – disse ele, levantando-se. Lisbon o olhou com olhos piedosos para que ele não a deixasse sozinha com Walter, mas ele poderia convidá-la para ir com ele.

Até porque Jane não foi ao banheiro. Ele entrou em uma sala onde tinha um rádio em cima da grande mesa cheia de papeis e, não avistando ninguém entrou para investigar. Ele analisou o aparelho por alguns instantes e notou alguns números notados nas laterais. Jane leu alguns deles e logo achou o número do rádio de McAllister. Ele sintonizou o rádio e chamou.

– Jonson?! Eles já foram embora? – disse McAllister do outro lado da linha.

– Ainda não. – respondeu Jane, disfarçando a voz – Eles estão interrogando alguns policiais e depois vão voltar na casa onde a garota foi assassinada. Disseram que esqueceram uma evidência que pode incriminar uma pessoa.

– Na casa? – estranhou o xerife – Mas está vazia.

– Mas o consultor disse que esqueceu algo. – disse Jane – Ele sempre está certo do que fala.

– Ok. Vejo você mais tarde. – respondeu McAllister desligando o rádio.

Jane saiu da sala sorridente e voltou para a recepção da delegacia.

– Estamos com um pouco de pressa, voltamos mais tarde. – disse ele ao policial que havia lhe atendido – Diga ao McAllister para nos procurar se ele passar por aqui.

– Claro. – respondeu o policial.

– Como assim voltamos mais tarde?! – questionou Lisbon.

– Temos que ir a um lugar. – respondeu ele, piscando suspeitamente para ela.

– Ah é! – fingiu ela – Me lembrei. Vamos. – completou antes de saírem – O que você aprontou? Diga que não foi nada grave. – disse Lisbon chegando ao carro.

– Nada demais, apenas peguei o McAllister pra você. – informou ele – Vamos para a casa onde Catarine morreu.

– Por quê? – perguntou ela, enquanto Walter assistia a tudo calado.

– McAllister vai pra lá porque eu lhe passei uma informação, inventada por mim, pelo rádio da polícia. – explicou ele.

Lisbon concordou e dirigiu até a casa, estacionando longe para que o xerife não visse o carro de Walter. Eles se esconderam atrás de alguns arbustos que tinham perto da casa e esperaram por McAllister. Minutos depois assistiram ao carro da policia encostar-se a frente à casa.

– Vamos pegá-lo. – disse Lisbon, ameaçando se levantar, mas foi puxada de volta por Jane.

– Espere ele entra. Assim ele ficará encurralado. – explicou ele.

Lisbon esperou por mais alguns segundos e caminhou até a casa, deixando Jane e Walter na porta da frente.

– Não era melhor entrar com ela? – sugeriu Walter.

– Lisbon é a única que tem uma arma. – explicou Jane – Nós só atrapalharíamos sua ação.

– Mas se fossemos junto poderíamos marcar presença. Assim McAllister pensaria antes de tentar fugir.

– Você vai ver só. Lisbon vai aparecer aqui com McAllister algemado em minutos. – comentou Jane, com uma expressão confiante.

Poucos instantes depois pode-se ouvir um disparo vindo de dentro da casa. Walter e Jane se entreolharam e correram casa adentro procurando por Lisbon e encontraram uma terrível cena a sua frente. O corpo de McAllister estava caído perto da janela e Lisbon chocada metros atrás. Não se podia mais reconhecer a cabeça dele, pois o tiro havia pegado a queima roupa na lateral de seu crâneo. Walter, não acostumado com aquele tipo de cena, virou-se imediatamente de costas para o corpo.

– Ele se matou. – disse Lisbon, ainda um pouco chocada.