– O que conseguiu? – perguntou Lisbon após manobrar o carro para fora do estacionamento.

– Não muita coisa. – respondeu ele - Seria mais fácil se levasse ele para o Cho interrogar.

– Sabe o quão humilhante seria para um agente ser levado para um interrogatório?! Eu já passei por isso, e devo lhe informar que a experiência não foi nada agradável.

– Então não há nada que eu possa fazer. – respondeu ele olhando a paisagem da janela.

Ela estranhou o modo como Jane estava, mas preferiu não questionar, pois ele acabara de perder um cúmplice do Red John e isso mexia com ele.

De volta ao CBI, Van Pelt e Rigsby esperavam por Lisbon em sua sala. Ela estranhou ao ver os dois sentados em frente a sua mesa e foi conferir o que estava acontecendo.

– O que foi? – perguntou enquanto sentava em sua cadeira.

– Queremos contar uma coisa. – iniciou Rigsby.

– Antes eu preciso que saibam que Bertram não é menos esperto que Hightower e vai perceber, mais cedo ou mais tarde, que vocês estão juntos e ai... – Lisbon explicou, mas foi interrompida por Van Pelt.

– Vamos nos casar! – disse animada.

– O quê?! – espantou-se Lisbon.

– No domingo. E queremos que seja madrinha. – completou Rigsby.

– Mas... Como... Quando?! – Lisbon ficou sem uma reação concreta.

– Então o que nos diz? – perguntou Grace sorridente.

– É claro que eu aceito. – respondeu ela, após refletir uns segundos – Mas estou triste por perder dois agentes de uma só vez. Venham aqui e me dê um abraço! – disse ela, levantando da cadeira. Eles estranharam a chefe tão sensível, mas aceitaram o carinho e a abraçaram – Eu espero que vocês sejam muito felizes. – desejou ela com tamanha sinceridade que se podia notar em seus olhos.

– Obrigado (a) – responderam simultaneamente.

– Já contaram aos outros? – perguntou ela.

– Ainda não. Vamos falar com eles agora. – informou Van Pelt.

– Então vão! Aproveitem o momento. – disse ela, animando-os ainda mais.

Os dois saíram sorridentes e contaram a novidade para todos. Jane foi convidado para ser padrinho por parte de Grace e Cho por parte do Rigsby. Era possível ver até o próprio Cho sorrindo, mas Jane continuava com sua postura chateada. Isso incomodou Lisbon que resolveu questioná-lo para descobrir o que estava acontecendo.

– Jane, posso falar com você um instante? – chamou Lisbon.

Ele se levantou de seu sofá e a seguiu até uma das salas anexas.

– O que está acontecendo? – perguntou ela.

– Uma comemoração. – ironizou ele.

– Eu estou falando sério! – esbravejou ela.

– Sua postura com Haffner me incomodou. – revelou ele.

– O que quer que eu faça?! Volta lá e traga ele algemado para interroga-lo e não conseguir nada de útil. – disse ela, levemente irritada com a insistência dele sobre o assunto.

– Não foi isso que eu disse! – corrigiu ele.

– Mas pareceu ser essa sua vontade. – disse firmemente.

– Quer sabe! Faça o que preferir. Não vou mais tentar mudar seu instinto policial. – disse ele deixando a sala pisando firme.

Ela ficou lá boquiaberta com o que acabara de ouvir. Jane saiu do prédio sem destino certo. Ela voltou ao grupo, pois precisava se distrair e não acabar com o seu dia.

– Já tem alguma coisa planejada ou vão acertar tudo amanhã? – perguntou Lisbon.

– Não temos absolutamente nada acertado. – disse Rigsby sem retirar o sorriso do rosto.

– Eu ia pedir sua ajuda para escolher o vestido, o buquê... Essas coisas. O que acha? – pediu Van Pelt com um olhar piedoso.

– Eu não sei se eu sou a pessoa certa para isso, mas se precisa mesmo eu te ajudo. – respondeu ela, mesmo odiando fazer esse tipo de coisa.

– Obrigada! – agradeceu a agente animada – Vamos precisar acordar cedo amanhã para acertamos todos os detalhes. Seremos só nós duas, pois minha família viaja amanhã e só chega perto da hora do casamento.

– Cho você me ajuda com minha parte? – pediu Rigsby.

– Claro. – respondeu ele.

– O papo está ótimo, mas temos que trabalhar. – anunciou Lisbon levantando-se.

– Onde está Jane? – perguntou Van Pelt ao notar a ausência do consultor.

– Ele deu uma saída, precisava resolver uma coisa. – inventou Lisbon.

– Ele não vai fazer nenhuma besteira? – perguntou Rigsby – Sabe como ele fica em casos que envolvem o Red John.

– Não se preocupem, ele volta logo. – disse ela antes de voltar a sua sala.

Ela torcia para que ele não fizesse nenhuma besteira, mas não tinha total certeza de que não faria realmente.