"Já faz mais de dois anos que a investigação para prender Kira começou." L pensou, sentado em posição fetal em cima da cama de seu quarto, com o próprio assassino ao seu lado, dormindo, acorrentado ao detetive.

Depois de 6 horas na mesma posição, formulando seu mapa mental da situação, tomou uma conclusão: Ele estava sozinho contra Kira. E Kira tinha um ajudante mais poderoso que ele mesmo, além de poderes sobrenaturais ao seu favor, coisas além do conhecimento de L.
Pegou o telefone celular que estava parado na sua frente e ligou para Watari, tomando cuidado para não puxar a corrente e acordar Raito.

– Ryuzaki?

– Watari, precisamos ir para a Inglaterra.

– ... - Watari sabia que L não faria isto sem necessidade. "Ele reconheceu que precisa de ajuda." Não da polícia, FBI, nem nada disso. Ele iria trabalhar com seus dois pupilos na Inglaterra, Near e Mello. L já tinha mencionado essa possibilidade para Watari antes, e avisou que era pra deixar seu meio de transporte e malas prontas, para quando L tomasse a decisão de ir. - Quando iremos partir?

– Depois de amanhã. - L encerrou a ligação.

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L saiu de seu meio de transporte, arrastando Raito junto. Os dois olharam para a enorme construção na sua frente, que como a maioria das construções em Manchester, tem aparência antiga, como uma mansão vitoriana.

Mesmo não tendo muita noção de "beleza estética" ou qualquer coisa que una gosto e aparência, L achava esses lugares mais bonitos. As altas grades de ferro preto com pontas afiadas, o grande portão com curvas e desenhos abstratos no topo, a construção com uma cor meio cinza, parecendo que um dia já foi bege claro... Os quatro andares da Wammy's House, orfanato para crianças com dons intelectuais, de qualquer nacionalidade, raça ou gênero. E lhes fornecia uma educação que era focada na capacidade de cada uma delas.

Observou por um minuto inteiro, com Raito ao seu lado, que ainda estava irritado por ter sido arrastado de última hora, sem qualquer tipo de preparação ou aviso mais que "Vamos viajar em 5 horas, se arrume, há duas malas para suas coisas.".

– Watari, vamos entrar por trás, chamar atenção é a última coisa que quero. - Sua fala repentina e o andar rápido foram surpresa para Raito, que como já estava acostumado, foi levado junto sendo puxado pela corrente.

Chegando em um dos vastos jardins que ali tinha, Raito parou para olhar, não permitindo L a continuar andando. Ele olhou em volta, surpreso pela beleza e pelo tamanho daquele lugar. Como morou no Japão a vida toda, não estava acostumado a ver lugares particulares com espaços tão absurdos, com fontes de água, variedades de flores, e grama tão bem cuidada, mas em alguns lugares marcada pelas brincadeiras das crianças.

– Terá tempo para isto depois, Raito. - L murmurou com uma voz levemente irritada, e andou mais rápido que antes. Raito riu um pouco por dentro, por ter entendido aquilo como um ato passivo-agressivo por pura impaciência. "Ele pode ser um gênio, mas não deixa de ser uma criançona mimada." Vangloriava-se por dentro, achando ser tão inteligente e dedutivo.

Após atravessarem todo o jardim, e chegarem a um lugar bloqueado para os moradores do orfanato. Atrás de árvores grandes e arbustos, estava uma porta dupla de madeira, quase horizontal.

– Tudo está preparado aqui em baixo? - L pergunta, descendo as escadas que estavam atrás das portas.

– Tudo foi preparado como mandou, se sentir falta de algo, me chame. - Deixou as malas do lado de dentro e saiu para falar com o funcionário responsável por saber o quarto das crianças.

– Um centro de investigações subterrâneo, quase idêntico quanto ao do Japão por dentro, e tão efetivo quanto. - Explicou para Raito, de uma maneira tão vaga que parecia que estava falando com ele mesmo.