Pesadelo | Amor Imortal 01 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 55
Capítulo 56




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Ellylan abriu seus olhos no momento em que acordou e ao mesmo tempo sentiu suas bochechas pegarem fogo no instante em que imagens do dia anterior atingiu sua mente. Ela procurou por uma janela para ver se era dia ou noite, descobrindo que parmaneceu nesse quarto com Maximus durante muito tempo desde que a noite já havia passado para outro dia nascer.

Segurando o lençol contra o seu corpo, já que ainda estava nua, Elly se virou na cama para encontrar Maximus, aproveitando aquele momento para enrolar seu corpo naquele pano. No entanto, foi inevitável não se sentir um pouco aborrecida quando viu o arcanjo do inferno.

Maximus estava dormindo com sua barriga para baixo enquanto uma das suas asas estava completamente aberta, a outra estava meio fechada para que não atingisse ela. Sua cabeça estava virada para o outro lado, deixando apenas os seus cabelos loiros para ela encarar.

Essa posição, definitivamente, não era adequado para duas pessoas que dormiram juntas na mesma cama. Ellylan sabia que quando se tratava de casais, a mulher dormia nos braços do seu amante e era exatamente nessa posição que ela se imaginou acordar quando compartiu uma cama com Maximus. No entanto, o arcanjo do inferno simplesmente a largou sozinha para dormir como se não tivesse nenhuma companhia em sua cama.

— Anjo idiota.— Elly murmurio.

Ellylan se levantou em seus cotovelos para tentar ver o rosto do anjo, mas não conseguiu ver nada. A asa branca que existia entre eles a mantinha longe demais para que conseguisse enxergar o que desejava. Ela bufou por um momento, não conseguindo acreditar que estava odiando aquela perfeição que o permitia voar pela segunda vez em tão pouco tempo.

Mas Elly não permitiu que aquilo a detesse de se aproximar do arcanjo, se movendo cuidadosamente para não encostar em sua asa, ela chegou com seu corpo até as costas do arcanjo. Segurando os ombros dele com seus dedos gelados para que não caísse de cima dele. Naquele momento Maximus já estava acordado, provavelmente acordou no primeiro movimento que Elly fez para se aproximar, mas ele não abriu seus olhos.

— Maximus.— Ellylan disse seu nome ao mesmo tempo que pressionava mais seus dedos contra a pele quente dele para que abrisse seus olhos. Elly não podia negar que o motivo de querer ver seu olhar era pelo simples motivo de que saberia as emoções que agitavam seus pensamentos e coração e ela também poderia saber se o que aconteceu no dia anterior foi algo significativo ou não.— Abra seus olhos.—
— Por quê?— Suas palavras foram um murmurio calmo e rouco, alguém que não estava feliz em acordar.
— Apenas faça o que eu mando!—
— Você acha que possuí algum direito em dar ordens para um arcanjo que governa o inferno, Elly?— Maximus perguntou de forma arrogante, fazendo com que ela sorrisse. Tão insuportável...
— Eu recebi esse direito no momento em que me beijou pela primeira vez.— Ellylan falou.
— Humanos são a base de uma pirâmide em questão de poder, você não deveria estar tão cheia de si.—

Elly não se ofendeu com as palavras de Maximus sobre a sua humanidade, mas ela também não conseguiu evitar de falar a pergunta que se formou em sua mente.

— Maximus, você disse que nós iriamos nos tornar um casal...— Ellylan o recordou do que havia falado a ela na noite do baile.— Você ainda quer isso?—
— Por que eu não iria querer?—
— É apenas uma questão de tempo que as noticias se espalhem sobre mim, Maximus.—
— Não se preocupe sobre isso. Seja no inferno ou no paraíso, todos possuem seus pecados. Não posso dizer que eles não vão julgá-la, mas posso dizer que essas pessoas nunca conseguirão chegar até você... Elly, você possuí um arcanjo ao seu lado e o respeito dos meus tenentes.— O tom de Maximus era calmo, mas o leve tom de raiva não conseguiu ser escondido.— Tudo isso possuí um significado tão grande que essas pessoas irão baixar a cabeça quando estiver diante delas.—
— Você tem certeza que quer isso?—
— Faça essa pergunta para si mesma, não para mim.— Maximus a respondeu.— Você é a única que parece confusa sobre esse assunto.—
— Eu sei o que quero, mas me preocupo sobre você. E sou uma mortal, nós...—
— Você já não é mais uma humana, Elly.— Maximus disse de forma clara quando a cortou, a fazendo se calar com as palavras diretas que ela não conseguia aceitar.— Você é qualquer coisa menos humana.—
— Como você pode ter tanta certeza ao dizer isso?—
— Sua alma esta se modificando lentamente e essa modificação é a mesma que ocorre quando humanos se tornam imortais.—

Ellylan não sabia o que pensar sobre isso, pois seu coração estava completamente dividido entre ser mortal ou imortal. Ela não desejava ser imortal e viver nesse mundo cheio de violencia, mas sabia que continuar a ser humana apenas faria com que se machucasse já que era impossivel ter qualquer tipo de relação com Maximus. Elly não queria mais falar sobre isso, esse assunto realmente era um grande incomodo para os seus pensamentos.

Ela ficou em silencio por vários segundos em quanto tentava pensar em alguma resposta sobre esse assunto, mas Ellylan não conseguiu nada. Então, tudo o que Elly fez foi mudar de assunto rapidamente ao perguntar algo que realmente possuía curiosidade e o anjo não pareceu ter nenhum problema desde que seguiu o mesmo caminho que o dela.

— Como se chamam os humanos que vão para o paraíso e ganham a imortalidade?—

— Aliquis. Eles se chamam Aliquis.— O arcanjo a respondeu.

Ellylan ficou pensativa por um momento, escolhendo suas proximas palavras para que elas não fizessem Maximus voltar ao assunto anterior.— Você acha que se eu fosse exatamente o que sou hoje em minha vida humana, eu poderia ter me tornado um “Aliquis” quando morresse?—

— Talvez.— Ela viu sinceridade nas palavras do arcanjo.— Nem todos possuem a segunda chance de poder viver nas dimensões.—

— Não? Por quê?—

Agora Ellylan estava ainda mais curiosa.

— Definitivamente, não.— Maximus a respondeu.— Digamos que as almas daqueles que morreram passam por uma longa jornada e aquelas que conseguem chegar até nós ganham o direito de viver no paraíso ou no inferno.—

— Até mesmo as que vivem no nível 2?—

— Infelizmente nem todas as almas que chegam no final dessa jornada são boas.— Foi a resposta dele.

— E o que acontece com as que não conseguem completar essa viagem?—

— Elas simplesmente desaparecem.— Maximus disse de forma pensativa.— Nenhum arcanjo conseguiu compreender até hoje o que realmente ocorre, mas o que acontece é semelhante ao que imortais passam quando encontram uma morte natural.—

— Imortais podem morrer? — Ellylan estava chocada.

— Chega um momento na vida de um imortal que sua alma não vê mais motivos para continuar vivendo e ela simplesmente desaparece, como se nunca tivesse existido.— Maximus a respondeu.— Isso apenas acontece com imortais muito velhos.—
— Pode acontecer com você?—
— Eu não posso morrer, Elly. Quando chegar o momento, eu adormecerei para que minha alma seja enviada até a segunda dimensão e assim me tornarei um ancião.—
— E então todos temerão ainda mais você e seus irmãos.— Ela concluiu, desde que sabia que os arcanjos seguiam as regras por causa desses anciões que serviam como uma ameaça mesmo quando ninguém nunca os encontrou.— Eu acho que ser um arcanjo é algo realmente complexo.—
— Complexo é uma humana surgir no inferno sem nenhuma explicação.— Maximus finalmente abriu seus olhos, mas não encontrou o olhar dela desde que ambos estavam em uma posição impossivel de se fazer isso.— Você e sua mente humana também são um complexo.—
— Eu não sou um complexo.— Ellylan rebateu.
— É realmente muito dificil compreendê-la para que eu concorde com sua opinião, Elly.—
— Nada o impede de perguntar o que não entende.—
— Tudo bem.— O arcanjo concordou facilmente, fazendo com que ela se arrependesse das palavras que sairam da sua boca.— O que a fez sair do quarto?—
— Eu passei mal novamente.— Ela não mentiu. Ellylan não desejava mais ocultar as coisas da sua vida para Maximus.

Elly jogou seu peso em cima do arcanjo do inferno quando ele tentou se mover, provavelmente preocupado com o que Elly tinha acabado de revelar. Noe entanto, mesmo que ele merecesse explicações e observar as reações de seus olhos para ver se ela mentia ou não, Ellylan não queria se afastar dele naquele momento.

— Estou bem, Maximus.—
— Por que você não me disse isso mais cedo?—
— Não é como se eu tivesse tido alguma chance de falar mais cedo.— Ellylan o respondeu com a verdade usando um tipo de humor negro.— Além do mais, Meridius me encontrou quando sai do meu quarto para procurar ajuda.—
— Essa história está ficando cada vez pior.— Maximus murmurio.
— Ele me ajudou.— Ellylan disse aquilo em voz alta pela primeira, admitindo para ela mesma que Meridius tinha realmente a ajudado.— Depois que vomitei, eu desmaiei e Meridius me levou para um quarto. Isso pode soar ainda mais estranho, mas ele permaneceu naquele comodo até eu acordar.—
— Isso realmente soa estranho.— Maximus concordou.
— Nós conversamos e ele me fez ver coisas que ignorei sobre você com essa conversa.— Elly falou.— Meridius realmente conversou comigo.—
— Meridius não ameaçou sua vida nessa conversa?—
— Em determinado momento, sim.—
— Ele não seria meu irmão se não tivesse feito isso.— Ellylan sorriu ao ver a expressão de alivio que se formou no rosto do arcanjo do inferno.— Então... Graças a essa conversa com Meridius, você decidiu vir atrás de mim?—
— Sim.—
— E você apenas vômitou e desmaiou como da outra vez?—
— Não.— Ellylan disse em um tom baixo, pois o que ela tinha para dizer não era algo agradável.— Quando eu acordei, Meridius estava sujo de sangue e em minha mente não havia imagens de sujá-lo em nenhum momento antes de desmaiar. E quando perguntei o que aconteceu, ele disse que eu o mordi.—
— Oh, Elly, eu realmente odeio suas novidades.— Maximus suspirou.— Existe algo mais que deseja contar? Tirando o fato de que você não se alimentou durante uma semana e o que aconteceu ontem.—
— Patrick e Gate me deram uma lingerie... Foi algo realmente desconfortável, mas gentil.—
— O quê?!— O tom de Maximus era incrédulo e ele nem ao menos permitiu que ela continuasse a contar suas novidades. O arcanjo se levantou naquele momento, ignorando completamente o fato de que Ellylan estava em cima dele.

Ellylan escorregou por ele até que seu corpo estivesse na cama novamente. Ela ficou um pouco apavorada por passar em cima da asa dele e machucá-lo de alguma maneira, mas Elly esqueceu de um fator muito importante. O anjo loiro havia nascido com asas e ele sabia cada movimento que podia fazer, quanto peso podia suportar. Maximus, definitivamente, não era algo facilmente quebrável.

— Por que meus tenentes estão lhe dando lingeries?— Maximus parecia ofendido e Elly não pode evitar sorrir quando encontrou os olhos dele. E ele pareceu ficar ainda mais irritado por causa dessa reação que ela teve.

O arcanjo do inferno passou uma das suas mãos em seus cabelos dourados para tirá-los de frente dos seus olhos, nesse único movimento Elly pode ver a frustração que cresceu nele.

Segurando o lençol ao redor do seu corpo, Elly sentou-se e se aproximou dele o tanto que suas asas permitiam. O arcanjo no momento em que se movimentou para sentar na cama e tirar ela de cima de seu corpo, permitiu que suas asas se abrissem um pouco. E agora, tudo o que Ellylan podia ver eram penas brancas e as linhas que marcavam as costas de Maximus.

— Eu devia torturá-los até buracos negros crescerem em suas almas.—
— Eles não estavam fazendo nenhum tipo de brincadeira maldosa.— Ellylan os defendeu, nem ao menos acreditando que ela realmente estava fazendo isso. Patrick era irritante e Gate nem ao menos precisava abrir a sua boca para que Elly o odiasse. Eles realmente mereciam ter buracos negros em suas almas, seja lá o que isso significasse.— Patrick e Gate queriam me agradar.—
— É dificil julgar o que é mais estranho, você protegendo meus tenentes ou meu irmão mais velho tendo uma conversa civilizada com alguém.— Maximus falou.— Nós temos que encontrar Niffie antes que Meridius fique ainda mais insano.— O arcanjo brincou com esse tema tão delicado, mas não existia nenhum tipo de maldade em suas palavras, apenas frustração.

O anjo loiro se moveu novamente naquela cama, dessa vez ele fechou uma das suas asas para que não acertasse Ellylan quando se virou para encontrar os olhos dela. Elly realmente gostou daquela visão de um anjo de costas para ela em quanto vestia apenas seu jeans negros, ver os musculos que estavam em suas costas e de onde suas asas nasciam era algo realmente bonito, mas não existia explicações para dizer o quanto Ellylan gostava de ver os olhos do arcanjo do inferno.

— Ouça, Elly.— Ele voltou a falar novamente.— Depois que acharmos Niffie, minha atenção será totalmente focada no seu caso. Eu descobrirei todas as respostas que você precisa saber e como parar esses vômitos, desmaios e essa vontade de atacar Meridius. Nada mais irá desviar minha atenção até descobrir tudo o que aconteceu para que você esteja aqui, mas nesse momento eu não posso ajudá-la. Meus irmãos precisam de mim para achar Niffie.—
— Você não precisa se preocupar comigo enquanto Niffie está desaparecida, Maximus.—
— Eu sei.— O arcanjo disse.— Apenas... Tente se manter viva nesse tempo. E não aceite mais lingeries dos meus tenentes se não deseja vê-los mortos.—

Ellylan sorriu para o seu arcanjo.

— Eu ficarei bem.— Ela garantiu.— E ainda prometo não causar mais problemas a você enquanto está ocupado com os assuntos que envolvem Niffie.—
— Apenas enquanto Niffie está desaparecida?—
— Sim.—
— É realmente uma pena que essa promessa possua um período de tempo tão curto.— Maximus a provocou.

Elly não rebateu aquilo como desejava, ela não estava com seu humor tão negativo para ofender o anjo como ele estava fazendo com brincadeiras.

— Maximus,— Ela disse o nome dele, o tom da sua voz fazendo com que o clima de brincadeira acabasse entre eles.— Você realmente está bem sobre o meu passado?—
Até aquele momento, Ellylan não viu nenhum rastro de sentimentos naqueles azuis tão únicos, mas no momento em que fez a pergunta que estava atormentando a sua mente, o arcanjo do inferno permitiu que sentimentos invadissem seus olhos em uma única explosão.— Se eu não estivesse bem, você saberia.— Foi o que ele disse.— Não importa o que você fez no seu passado, Elly, apenas me importa o que faz agora que pertence a mim.—
— Isso soa possessivo demais.—
— Apenas se acostume.— Maximus levou sua mão até a bochecha de Ellylan para acariciá-la com seus dedos quentes.— Você terá que aprender a lidar com o ego de um arcanjo se deseja estar próxima de um.—
— Ou eu posso colocar esse arcanjo nas rédeas.—
— Eu não sou um cavalo.— Ele rebateu rapidamente, fazendo com que Elly sorrisse.
— Você tem certeza?—

Maximus revirou seus olhos com a resposta dela, mas não existia nenhum indicio de raiva neles. Ele também tirou a mão do rosto de Elly para que aquelas lentas carícias na sua bochecha acabassem e antes que ela se desse conta, o arcanjo do inferno já estava de pé, mantendo seu olhar preso aos dela.

— Você ainda quer conhecer um lugar bonito, Elly?— Maximus perguntou calmamente.— Dessa vez eu não quebrarei a promessa.—
— E Niffie? Você não está ocupado com assuntos relacionados a ela?— Ellylan questionou, pois por mais que desejasse ficar com o anjo loiro, haviam assuntos que eram prioridades no momento.
— Eu tenho até o final do dia livre antes de assumir o lugar de Dimitrius nas buscas.— Ele disse.— Apenas se arrume enquanto estou fora, em poucos minutos voltarei para buscá-la.—

Ellylan movimentou sua cabeça positivamente para responder o arcanjo e só então Maximus se virou para caminhar até a porta. No entanto, antes que ele pudesse sair daquele lugar, o anjo se virou para ela novamente.

— Elly, a partir de hoje você se mudará para o meu quarto.— Ellylan congelou com aquelas palavras rápidas, tão rápidas que sua mente parecia não ter registrado. Maximus não estava perguntando se ela queria isso, no seu tom não havia nenhum rastro de dúvidas se isso era correto ou não, apenas a afirmação de um arcanjo que não tinha suas ordens questionadas.— Então não aja como um filhote assustado e assuma o seu lugar como amante de um arcanjo.— Sem dizer mais nenhuma palavra ou dar a chance para que Elly falasse algo, o anjo saiu do quarto.


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