Pesadelo | Amor Imortal 01 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 41
Capítulo 42




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Patrick levantou Gaia do chão com apenas um braço para tirá-la da direção do perigo, usando força demais para alguém tão leve que quase causou o tombo de ambos. Ele não esperava que essa mulher fosse tão leve quanto um papel, pelo menos ela não demonstrava isso. No entanto, quando um arcanjo foi jogado da escada até a parede onde eles estavam, o tenente não teve muito tempo para pensar no que fazer para tirar a filha dos elementos fora do caminho.

Maximus estava tão furioso que nem ao menos pensou no que podia causar quando jogou Meridius para longe dele. Seu irmão mais velho atravessou o salão de festas e apenas caiu devido a parede que serviu como um obstáculo, mas esse obstáculo desmoronou junto com o arcanjo do paraíso.

Gaia ficou paralisada e Patrick não teve coragem de tirar o seu braço de perto dela mesmo depois de colocá-la no chão. Essa mulher, que já havia vivido durante tanto tempo a ponto de conviver com todos os arcanjos, provavelmente nunca havia visto imperadores perdendo a cabeça em frente do seu povo. Ele podia concluir isso devido a reação de choque que ela estava tendo.

Desde que Gaia não havia tomado nenhuma atitude para acabar com essa briga de irmãos, o tenente ruivo olhou para Dimitrius com a ilusão de que ele faria algo, mas o irmão mais novo dos arcanjos estava ocupado levando tapas e unhadas de duas mulheres furiosas que estavam presas em seus braços para não se intrometerem entre Meridius e Maximus.

Os convidados do baile estavam horrorizados com toda aquela situação, mas não por causa da violencia, pois imortais eram acostumados a isso, só não era de costume assistir dois arcanjos brigando entre si. E agora que ambos haviam questionado o poder um do outro, essa briga terminaria apenas quando um arcanjo fosse capaz de levantar do chão.

Maximus estava na metade dos degraus da escada em que foi atacado primeiramente por seu irmão mais velho quanto se deteve, até mesmo Meridius que estava se livrando da parede que havia caído em cima dele parou de se mover para direcionar o olhar em direção do topo da escada, a cima de Maximus. Patrick acompanhou o olhar do arcanjo do paraíso e ficou tão paralisado quando Gaia ao ver seu pai e restante dos tenentes chegar no salão junto com Ellylan.

Uma Ellylan suja de sangue e completamente machucada. Seu corpo que sempre possuíu o tom de pele pálido estava cheio de hematomas roxos e marcas vermelhas, e seu vestido que havia sido feito especialmente para ela nem ao menos poderia ser nomeado assim.

Tudo indicava que essa humana frágil havia levado uma bela surra, mas considerando que estava viva, ela iria ficar bem.

Elly olhou ao redor do salão e seus olhos se arregalaram ao ver Meridius no chão e seu coração se acelerou com batidas fortes quando olhou para Maximus pra encontrar o seu peito sujo de sangue com uma grande ferida que se curava lentamente. E por mais que Max estivesse bem a ponto de jogar o seu irmão para o outro lado do salão usando apenas força fisíca, Ellylan nunca havia visto esse arcanjo ferido.

Ela desviou seus olhos de Maximus e encontrou os de Patrick no próximo segundo, talvez para se assegurar de que ele estava bem. Afinal, ela já havia criado laços com todos nesse castelo a ponto de se preocupar e humanos sempre eram sensiveis para...

A mente de Patrick ficou em branco quando seus olhos se fixaram aos delas, seus pensamentos foram sugados a ponto de possuir aquela estranha sensação de que seu cerébro não pertencia mais a ele. E o tenente conhecia muito bem o que aquilo significava, apenas não esperava por aquilo quando se tratava de Ellylan.

Nos próximos segundos, quando o tenente recuperou o poder de seu próprio cérebro, ele não estava presente mais no salão. Pelo contrário, Patrick estava em um lugar que já pertenceu e odiou cada dia que passou nele... A dimensão dos humanos. O mundo que Ellylan pertencia.

E agora, ele estava sendo obrigado a conhecer os piores pesadelos dela.

Patrick estava parado ao meio de um bar, como a taverna que existia no nível 1, um lugar em que todos os demônios masculinos se reuniam se reuniam para beber no final do dia e conversar sobre assuntos diversos, um lugar para se criar amizades. No entanto, esse bar em que ele estava presente como se fosse um fantasma, com pessoas atravessando seu corpo como se nem ao menos existisse, era completamente diferente da taverna que ele e os outros tenentes participavam.

Haviam diversas mulheres presentes no local e algumas delas caminhavam ao redor com bandejas prateadas para servir os convidados masculinos sentados em sofás com mesas a suas frentes, alguns com os olhos fixos no palco que diversas mulheres dançavam sensualmente, tirando partes das suas roupas de acordo com o ritmo da música.

Patrick sabia exatamente onde ele estava, como sabia...

O salão estava iluminado com poucas luzes, mas ele encontrou Ellylan no momento em que procurou por ela. Essa humana que possuía um significado tão misterioso para todos no inferno, estava sentada no colo de um homem vestido elegantemente, mas velho a ponto de ter idade para ser o seu próprio pai.

Elly estava usando uma saia tão curta que até mesmo ela estaria horrorizada se visse essa cena, e sua blusa poderia ser chamado de top com lantejolas. A única coisa que possuía um tamanho agradável e decente era o cano de suas botas. No entanto, não foi suas roupas curtas que chamaram sua atenção.

Aquele homem que a segurava em seu colo movimentou sua mão até estar ao meio das pernas dela, um movimento totalmente proibido em lugares publicos, exceto naquele em especial. Ellylan sorriu, seus lábios estavam pintados com a cor vermelho vivo e após fechar os olhos, ele pode ver a cor preta que estava em suas palpébras. Seu sorriso era totalmente diferente daquele que o tenente conhecia, algo forçado apenas para agradar o... seu cliente.

Aquela visão que Patrick estava tendo passou a se tornar embaçada, sumindo rapidamente a ponto dele não poder absorver cada detalhe, tudo estava virando uma grande fumaça negra até que o tenente estivesse presente em outra cena da vida dela. Duas visões ao mesmo tempo era uma novidade para o tenente, isso nunca havia acontecido antes e ele estava começando a se sentir confuso e cansado devido a energia que estava sendo sugada de seu corpo para estar preso nos arrependimentos da vida de Ellylan.

Dessa vez Patrick foi levado até um beco sem saída e completamente escuro, estava chovendo muito e Ellylan estava sentada no chão próxima de várias latas de lixo. Ela não parecia se importar com a chuva forte e muito menos com o lugar em que estava. Aquela humana estava abraçada a seus joelhos e encolhida contra a parede que usava como um encosto, mas não por frio. Elly estava chorando em quanto suas lágrimas se misturavam com as gotas da chuva, ignorando qualquer coisa que ocorrese ao seu redor.

Patrick desejou se sentar ao lado dela e consolá-la sem ao menos saber o que estava acontecendo, devido a outra visão ele já havia chegado a conclusão do que ela fazia para viver em Veneza, e agora estava tendo a reposta concreta de que ela odiava essa vida. E ele não podia fazer nada sobre esse assunto, pois tudo isso se tratava do passado.

Ellylan tirou de sua bolsa uma tesoura de ferro que era usada em fabricas antigamente e mesmo que esse objeto fosse antigo, ela não parecia ter perdido a capacidade de cortar coisas grandes e grossas. E a prova disso veio no minuto seguinte, quando Elly respirou fundo e estendeu seu braço.

Ela levou a ponta da tesoura até sua pele, até a ponta afiada cortá-la para chegar em sua carne e veias. Ellylan não gritou quando a dor a atingiu, nem mesmo quando movimentou a tesoura para cima com a intenção de transformar aquele corte ainda maior. O sangue dela escorria pelo seu braço, mas rapidamente sumia quando se misturava com a chuva. E antes que ela perdesse os seus sentidos para encontrar a morte, Elly fez a mesma coisa com o outro braço.

Em silêncio, sem ao menos derrubar mais nenhuma lágrima, essa pequena humana esperou por sua morte.


Patrick estava chocado com aquela imagem, mas antes que tivesse a chance de continuar assistindo algo que ocorreu em seu passado para compreendê-la melhor, aquelas fumaças negras começaram a aparecer em torno da imagem que ele estava vendo para afastá-la de sua mente, mas ao invés de voltar para o salã, tudo se tornou uma grande escuridão. Como se toda a vida de Ellylan fosse um arrependimento.

Isso era uma novidade surpreende para o tenente, pois ninguém nunca havia ofericido esse tipo de imagem desde que ele adquiriu esse poder quando foi transformado em um demônio.

— É o suficiente!— Uma voz feminina invadiu a sua visão, uma voz que não pertencia a esse lugar que sua mente o havia levado. Patrick piscou e quando seus olhos se abriram, ele estava novamente presente no salão. Gaia havia se livrado de seu braço e estava virada em direção de Meridius que estava se levantando do chão.— Vocês já causaram danos o suficiente.—

Segundos, tudo isso havia durado apenas segundos como era o esperado de suas visões, mas essa foi a primeira vez que o tenente teve a sensação de que estava preso na mente de Ellylan.

Ele desviou seus olhos para Maximus, evitando Ellylan o maximo que podia para que não fosse puxado novamente para aquele buraco negro, mas o arcanjo do inferno estava olhando fixamente para a única parte da parede do salão que ainda continuava em pé. Seu pai e os outros tenentes faziam o mesmo, assim como o restante das pessoas presente no salão.


Patrick se virou em direção do que estavam olhando e Gaia fez o mesmo que ele, Meridius caminhou mais para pertos deles já que onde ele estava não podia ver nada da parede. O tenente estava um pouco confuso devido as visões que acertaram sua mente sem aviso nenhum, mas ele esqueceu tudo no momento em que viu a letra R pintada com sangue naquele local que todos olhavam.

A única coisa boa, era que o sangue não pertencia a Niffie. No entanto, isso era a segunda vez que pintavam uma letra no castelo e ninguém sabia o motivo.

Patrick ouviu o som de um corpo encontrando o chão, sem ao menos se virar para saber quem era, ele sabia que era Ellylan. Considerando o estado que ela estava quando chegou no salão, o tenente ruivo ficou surpreso ao ver que ela ainda estava caminhando, se fosse uma imortal, isso teria sido diferente. Mas Ellylan era uma humana e existia um grande corte em sua cabeça que indicava que ela havia a batido, seja lá o que tivesse acontecido no local em que ela estava, Elly havia sido forte o suficiente para ter chego até aqui por suas próprias pernas.

O instinto de Patrick foi querer ir até lá para saber o que havia acontecido, mas Ellylan estava sendo socorrida por vários tenentes e Maximus havia dado as costas para todos no salão para ir até ela. Sem contar que Gaia ainda estava presente no local, era sua obrigação cuidar dessa mulher. Essa havia sido a ordem que recebeu de seu imperador, então ele não a deixaria sozinha em nenhum momento até que Maximus disesse o contrario.

Mas para sua felicidade, ele se livraria dessa responsabilidade logo, pois aquele baile havia chegado ao fim antes mesmo de começar.


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