Pesadelo | Amor Imortal 01 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 37
Capítulo 38




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Patrick estava sentado ao lado de Gaia, a gorata cuja foi destinado a ser babá nessa noite em que deveria estar dançando com cada mulher que desejasse até encontrar alguém que o divertisse pelo resto daquele dia. No entanto, Maximus acabou com seus planos quando no inicio do baile o mandou ficar de guardar dessa mulher que possuía um grande valor.

Para ele, Gaia não passava de uma grande fofoqueira que poderia acabar com a vida dos arcanjos se assim fosse seu desejo. Mas o tenente também poderia mudar de opinião facilmente sobre ela, no entanto, esse não era o desejo de Gaia. E isso fez com que Patrick fizesse a imagem dela igual a de uma pessoa esnobe, pois essa palavra a descrevia muito bem.

Desde que se sentaram nessas cadeiras, com uma ao meio deles para separar seus corpos, ela não havia dito uma palavra. Nem ao menos um olá ele havia recebido quando Maximus os apresentou e explicou que naquele dia Patrick era o escolhido para ser seu cão de guarda. E no momento que ela se sentou na cadeira, não havia mexido mais nenhum musculo além dos seus olhos de um incrivel azul claro que chegava a ser quase branco, como os seus cabelos.

Patrick não podia mentir, ele a considerava muito bonita com essa beleza única que a transformava em uma boneca de porcelana. E mulheres com esse tipo de aparencia era comum de se encontrar, principalmente nas angelicais, mas Gaia possuía algo que a destacava de todas as outras. E era uma pena que sua beleza fosse apenas exterior desde que no interior apenas existia a frieza de uma imortal.

Para não se irritar com o fato de ter que ficar sentado em quanto todo o resto se divertia bem diante de seus olhos, Patrick passou observar seu pai dançando com Katherine. Não era nenhuma novidade que algo muito forte existia entre ambos, algo proibido de nascer já que Kath era muito fechada quando se tratava de relações com demônios e anjos por causa de seu único poder de arcanjo que era capaz de transformar alguém em cinzas com apenas um toque.

Patrick não conseguia compreendê-la, pois ela podia tocar qualquer um quando usava suas luvas feitas especialmente para seu problema. De fato seu toque não causava nenhum efeito em arcanjos quando não as usava, mas Katherine sempre usava luvas, não importava a ocasião e isso significava que ela poderia ter um relacionamento que não fosse com arcanjos. E era uma pena que a única imortal que chamasse a atenção de seu pai fosse a mais complicada de todas.

Depois de tudo o que aconteceu com sua mãe, Patrick tinha medo que Morgan nunca mais se envolvesse com mais nenhuma mulher, mas com Katherine sempre foi diferente e só pelo fato de seu pai não considerá-la apenas como um relacionamento casual, já significava muito.

Patrick sofreu muito nas mãos de sua mãe, ele se sentia enojado apenas em pensar naquela mulher como sua mãe, mas seu pai foi aquele que mais havia sido atingido. Afinal, ela era aquela mulher que ele amava antes de tudo acontecer.

O tenente percebeu que haviam olhos sobre ele e sua reação foi olhar para a única pessoa que poderia estar o observando desde que Ellylan não estava mais presente no salão.

Patrick encontrou os olhos de Gaia no momento em que a olhou e como ela continuou em silencio, ele arqueou sua sobrancelha para fazê-la dizer o motivo de estar o encarando. Ele não evitou o olhar dela, pois desde que Gaia estava a cima até mesmo dos arcanjos, possuía uma grande noção de que não veria aquilo que ela considerava seu maior arrependimento.

Desde que havia se tornado um demônio, algo em sua transformação de mortal para imortal havia dado errado e a consequencia disso foi ganhar uma habilidade que consideravam como um dom. No

entanto, Patrick via esse seu “dom” como um grande pesadelo. Afinal, não existia nada gracioso em ver a imagem perfeita de arrependimento daqueles que ele encontrava o olhar.

— Seus pensamentos são sombrios.— Era a primeira vez que o tenente ouvia a voz dessa mulher e apesar de seu tom não conter nenhum traço de emoção, chegava até mesmo ser delicada.
— Você está preocupada comigo, boneca?— Patrick perguntou ironicamente, deixando o seu sarcasmo obvio para que essa mulher compreendesse muito bem o que significava ironia. Mas não podia mentir que ele estava surpreso por Gaia ter acesso a sua alma. Não deveria, considerando tudo o que sabia sobre ela, mas estava.
— Não.— Ela respondeu friamente.— Eu não confio em pessoas com almas vermelhas, é isso.—
— E ainda assim você está sentada ao meu lado, conversando comigo.— Patrick decidiu provocá-la, isso não faria mal a ninguém. Ele até mesmo tinha esperanças que esse pequeno iceberg em volta de Gaia derretesse.— Isso é um grande atrevimento para alguém que nunca quebra regras.—
— Você não me conhece para dizer tal coisa.— Gaia parecia ofendida.
— Faço das suas palavras as minhas, boneca.—

Dessa vez, Patrick não havia usado nenhum tom que indicava suas brincadeiras. Na verdade, ele permitiu que seu humor negro tomasse vida em sua voz. Afinal, Gaia não sabia nada sobre sua vida humana para dizer que não era confiavel apenas por fazer parte do nível 2 do inferno. Se ele não fosse, Patrick jamais faria parte do grupo de tenentes de um arcanjo.

E acima de tudo, ele não estaria cuidando de uma peça tão importante que poderia acabar com o reinado daqueles que anjos, angelicais e demonios mais temiam com apenas uma palavra.

— Eu...— Gaia começou a falar e pela primeira vez ele percebeu que alguma emoção havia tomado conta de sua voz, mas antes que ela tivesse a chance de continuar sua frase, as luzes do salão se apagaram.

E depois, tudo se tornou silencioso a ponto de ser perturbador. Já não existia mais os barulhos de conversas sussurradas, da música e de qualquer outro som que existiu entre tanto imortais.

Patrick olhou para todos as pessoas que permaneceram imóveis e sem dizer uma única palavra, uma atitude própria de imortais que estavam prontos para um ataque surpresa. Mas não importava quantos segundos passavam, tudo continuava silencioso.

Até Gaia se levantar de sua cadeira e seus saltos baterem contra o chão com força o suficiente para quebrar aquele silencio irritante.

Foi instinto da parte de Patrick levantar também, pois se ela estivesse se movendo para outro lugar, era sua obrigação fazer o mesmo, mas Gaia se manteve onde estava como se fosse uma estatua. No entanto, era obvio que ela havia percebido algo.

— Qual é o problema?— Patrick arriscou perguntar.
— Demônios.—

Quando Gaiadisse aquela única palavra, Patrick não precisou de nenhuma explicação para compreender o que estava acontecendo. E caso precisasse de uma, ele nunca teria a chance de agarrar esse momento.

Os lustres que existiam no teto daquele lugar começaram a cair um após o outro, fazendo com que o silencio dos imortais acabasse pelo ataque surpresa que ninguém esperava. Patrick não era alvo daquelas enormes luzes, muito menos Gaia. Mas no momento em que aquelas peças enormes encontraram o chão, pequenos pedaços de vidros voaram em todas direções.

Patrick puxou Gaia por seu braço para que pudesse protegê-la de todos os pedaços daquele enorme lustre que voaram em sua direção e que poderiam facilmente machucá-la. E ele não podia negar que ficou surpreso ao ver que essa mulher, que odiava sem ao menos conhecer, era quente ao invés de ter uma temperatura baixa como ele imaginava.

O tenente curvou seu corpo sobre o de Gaia e a obrigou a fazer o mesmo quando a movimentou para ficar de frente com a parede ao invés do caos que o salão havia se tornado. Patrick sentiu todos os cacos baterem com força contra suas costas, não o machucando de maneira nenhuma, mas o fazendo pensar que se tivesse atingido em Gaia, ela teria vários cortes em sua pele pálida. E isso fez ainda mais sentido quando o tenente sentiu em seus dedos o quão macia era a pele dessa desconhecida.

Patrick se afastou de Gaia no momento em que percebeu o quão idiota estava soando, pois por mais que admirasse uma linda mulher, essa pequena boneca de porcelana era proibida em todos os sentidos da palavra.

Gaia ficou ereta no mesmo instante que ele se afastou e se virou para que pudesse encontrar os olhos de Patrick. Naquele momento, gritos podiam ser ouvidos atrás dele e tudo indicava que uma guerra estava acontecendo, mas tudo o que Patrick pode apreciar era aquela chance de ver os olhos de uma mulher sem ver o pesadelo que a perseguia todas as noites.

— Obrigada.— Gaia disse sem permitir que a emoção dominasse sua voz, mas isso não a tornava menos sincera.

A reação de Patrick foi dar as costas para ela e encarar o salão de festas que agora estava cheio de demônios do nivel 2. E se um humano presenciasse essa cena, ele provavelmente pensaria que era um apocalipse zombie acontecendo, pois os demônios além de atacarem com seus próprios dentes quando não usavam suas armas feitas por eles mesmos, não possuiam um bom estado fisico. Era como se seus corpos estivessem definhando igualmente ao que ocorria com suas almas.


Maximus não estava presente no salão ainda e devido ao fato de que ele não havia contatado seus tenentes para saber o que estava acontecendo, tudo indicava que o arcanjo do inferno apareceria em questão de segundos. Então sua única preocupação naquele momento era cuidar de Gaia, que continuava imóvel atrás dele em quanto assistia uma chachina em silencio.

Ótimo.

Patrick nunca havia gostado de cuidar de suícidas e não seria nesse baile que ele mudaria de ideia sobre esse assunto.


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