Pesadelo | Amor Imortal 01 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 31
Capítulo 32




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Ellylan não poderia dizer que dormir foi algo que nunca aconteceu quando ela nem ao menos teve a chance de tentar fechar seus olhos naquela madrugada. Afinal, ela teve que limpar todo o seu banheiro com toalhas brancas que pareciam aumentar ainda mais a sujeira.

E por mais que Elly soubesse que era correto dizer para Maximus o que havia acontecido, ela não conseguiu. Não quando isso implicava dizer que todo o seu corpo estava agindo estranho já que nem se alimentar direito ela conseguia mais.

No entanto, o arcanjo sabia que algo estava errado com ela no momento que a viu quando a hora de seu treinamento chegou e Elly estava tão cansada e derrotada que ela nem ao menos se sentiu constrangida pelo o que havia ocorrido entre eles poucas horas antes deles se encontrarem agora. Maximus a encarou com curiosidade, seus olhos azuis se fixaram em sua pele pálida e gélida antes de se moverem até suas olheiras que estavam quase a transformando em um panda.

— Você está horrivel.— E essas foram as primeiras palavras do arcanjo que havia roubado seu primeiro beijo.

Seu primeiro beijo... Talvez.

Ellylan não se lembrava se já havia beijado outra pessoa, então decidiu que esse seria considerado seu primeiro beijo até se lembrar se existiram ou não outros homens em sua vida.

Eles estavam em um ambiente diferente hoje, sendo impedidos de treinarem lá fora por causa de uma tempestade forte que poderia assustar Ellylan se ela não tivesse maiores preocupações como um psicopata que estava tentando ensiná-la o alfabeto com sangue.

Era um salão enorme, muito grande, e apenas de olhá-lo deixava obvio que era próprio para treinamentos já que existiam vários suportes com laminas bem afiadas e assustadoras em várias paredes, grande parte do chão era forrado com colchonetes. As janelas eram grandes o suficiente para que iluminasse todo o local sem que fosse necessário que as luzes estivessem acessas, mesmo que a tempestade escurecessse aquele céu vermelho lá fora.

Foi Gate que a trouxe até esse lugar que parecia muito mais aconchegante para uma queda do que o gramado verde que a causou tanto hematomas. Ellylan, assim que abriu sua porta para encontrar algum tenente que havia ficado de guarda em frente de seu quarto ficou extremamente aliviada ao invés de sentir medo quando viu que não havia ninguém lá. Maximus provavelmente havia se esquecido de mandar alguém até lá, o que não a agradaria em outra ocassião, mas como ela seria descoberta, isso não a incomodou nem um pouco.

No entanto, ela torceu para que Gate, quando apareceu diante de sua porta, se comunicasse com Maximus, dizendo que ela estava com uma aparencia doentia e a liberasse do seu treinamento, mas o soldado nem ao menos notou que ao invés de andar, Elly estava se rastejando pelos corredores atrás dele em quanto falava sobre o seu dia folga que aproveitaria para caçar animais ao lado do irmão de Maximus, Dimitrius.

Ellylan ficou surpresa ao ver que o tenente era próximo do outro arcanjo, mas logo se lembrou que o único desumano o suficiente para não possuir nenhuma amizade era Meridius. Até mesmo Maximus que era mal humorado possuía amigos.

E se existia algo que ela realmente desejava entender, era o casamento de Meridius com Niffie. Afinal, Elly não acreditava que o arcanjo do paraiso não possuia nenhum sentimento por ela. Era praticamente impossivel as pessoas odiarem Niffie. E se aquela mulher que era chamada de angelical conseguiu achar motivos suficientes para amar aquele arcanjo tão desumano, Ellylan acreditava que Niffie conhecia o verdadeiro Meridius, aquele que não era um imperador insensivel que deve punir, matar e julgar os demais.

— Ellylan.— Maximus estalou seus dedos em frente de seu rosto ao mesmo tempo que falou seu nome. Ela o encarou, voltando para o presente pelo motivo do arcanjo ter falado todo o seu nome. Maximus havia pego a mania de chamá-la apenas de “Elly”. — Você ouviu qualquer palavra que eu disse?— Ele voltou a falar quando Ellylan encontrou seus olhos.
— Apenas que eu parecia horrivel.— Elly murmurio, abaixando seus olhos quando uma carranca muito mal humorada surgiu no rosto do anjo loiro. Ela se sentiu culpada por um momento, pois se Maximus havia mencionado o que havia ocorrido entre eles, ele nunca mais voltaria a falar disso, mas ela duvidava que isso tivesse acontecido. O tão temido arcanjo do inferno fugia de assuntos constragedores que o envolviam.

— Eu estava falando...— Maximus deixou sua setença no ar e Ellylan olhou para cima até encontrar o rosto nada amigavel do arcanjo, sua boca era uma linha dura que poderia matar qualquer um que tivesse ousadia para tocá-lo, mas mesmo com todo esse perigo a vista, Elly desejava beijá-lo novamente.— Você está me ouvindo?—
— Sim!— Ellylan exclamou, dessa vez forçando sua atenção em Maximus completamente. Não que isso fosse impossivel.

Maximus suspirou, sua paciencia que quase não existia era como uma placa de gelo que derretia muito rapido.


— Você é um desastre completo com laminas muito longas, Ellylan.— Maximus retomou o assunto que o interessava, a elogiando novamente. Ellylan não pode deixar de ficar emburrada.— Isso ficou visivel desde o momento que nos encontramos pela primeira vez e você matou aquele cão do inferno.—
— Pelo menos eu o matei.— Elly resmungou, cruzando seus braço e desviando seus olhos para o outro lado.
— Sua falta de força e tamanho fazem com que uma espada não se torne algo seguro.—

Naquele momento, Elly odiava o fato de ter beijado esse cretino insensivel que estava a criticando ao invés de falar qualquer coisa sobre o beijo da madrugada passada. Aquilo era importante para ela e Maximus não devia agir como se nada tivesse acontecido...

E ele estava usando sua falta de altura para atingi-la!

Esse arcanjo deveria ter pensado nessas criticas antes de beijá-la.

Idiota.

— Se você percebeu isso desde o primeiro instante que me viu, Maximus,...— Ellylan suspirou, procurando a calma em seu interior quando sua voz havia saído alterada demais.— Por que você estava tentando me matar nesses treinamentos que tivemos todos os dias com as espadas?!—
— Porque você precisava fortelecer seus musculos.— Ele disse de maneira que soava importante, Ellylan desejou matá-lo, pois não considerava ser jogada no gramado diversas vezes como um meio de “fortelecer seus musculos”.

Ela poderia socá-lo, mas tudo o que fez foi falar “Tudo bem”.

Maximus a encarou por um momento e ficou em silencio em quanto seus olhos percorriam cada detalhe do rosto de Ellylan. Ela desejou se enterrar em algum buraco bem fundo, pois parecia que o arcanjo do inferno estava descobrindo todos os segredos dela apenas em observá-la.

Elly não era idiota, sabia que Maximus tinha alguma noção de que ela estava mantendo seus próprios segredos. Ele era o arcanjo do inferno, alguém que sentia o cheiro da mentira antes mesmo da pessoa abrir a boca.

Maximus havia ganho sua confiança, isso ela tinha certeza, mas ainda assim não deixava de estar apavorada a ponto de não conseguir abrir sua boca, pois ela desejeva contar tudo a ele. No entanto, esse arcanjo e seus irmão já mostraram uma vez que não tinham problemas em matar pessoas defeituosas. E Ellylan já tinha defeitos suficientes para aumentar sua lista falando seus problemas.

Esse arcanjo que a protegia tanto não a mataria, isso ela tinha certeza, mas existia Meridius. E até mesmo Dimitrius com sua imagem de quem não se importa com nada além da diversão era um perigo. Afinal, ele era um arcanjo.

Maximus desviou seus olhos de Ellylan para se mover, desistindo de encará-la ou de falar qualquer coisa que estivesse em sua mente. O anjo caminhou até uma das paredes que estavam cheias de armas que não tinham aparencias agradaveis mesmo que fossem bonitas.

Elly deu alguns passos para ficar próxima do arcanjo, curiosa quando ele se manteve de costas para ela em quanto olhava para as várias laminas que estavam peduradas.

— Você não nasceu apta para ser uma guerreira.— Maximus disse em um tom calmo e baixo, sua atenção estava tão focada nas armas em sua frente que ele nem ao menos percebeu a emoção que invadiu sua voz. Uma emoção que dizia que ele não gostava de Ellylan não ser uma guerreira e isso fez com que algo em sua mente explodisse em puro incomodo.— Mas isso não significa que não tenha capacidade para se defender.—

Um elogio. Pelo menos era algo próximo disso.

No entanto, Ellylan não precisava do arcanjo falando disso para saber que podia ter capacidade de se defender. Ela estava no inferno e ainda estava viva, isso tinha que significar algo. Mas agora que o arcanjo parecia tão serio sobre como ensiná-la a se defender de qualquer um que queira matá-la, algo despertou em sua mente.

— Maximus...— Ela sussurrou, não esperando que o anjo loiro se virasse em sua direção.— Eu não posso matar ninguém.—

Ellylan não podia.

Não quando isso a tornaria como... eles.

Ela desejava acreditar que a palavra imortal envolvia tudo aquilo que se tornava impossivel alguém morrer, mas desde que acordou nesse lugar Elly descobriu que quem possui a vida eterna apenas se torna dificil de matar, não impossivel. E Maximus estava tentanto ensiná-la a fazer exatamente isso que a deixava longe de sua humanidade.

O arcanjo caminhou em direção daquele suporte que era cheio de laminas pequenas, ele a ignorou como se Ellylan não tivesse dito nenhuma palavra para pegar duas pequenas armas que ela preferiu não reparar nos detalhes, pois Elly não estaria as segurando mais.

Maximus se virou e encontrou os olhos dela. Seu olhar estava tão vazio que ela não conseguia dizer o que esse anjo poderia estar pensando. Na verdade, seria um grande milagre o dia que isso acontecesse.

— Um assassinato aconteceu em seu quarto.— Ele a lembrou e fez com que os pelos de seu braço se arrepiassem com a lembrança não desejada.— Em quanto você estava dormindo.—
— E dai?— Ellylan tentou manter a calma, quando quase avançou para cima do arcanjo com a intenção de pegar as laminas em suas mãos e guardá-las a baixo de seu travesseiro.
— A vitima poderia ser você.—

Por mais que Elly odiasse a ideia de ser uma vitima, o fato real era que ela já era uma. Uma humana no meio de imortais estava muito longe de ser uma guerreira extraordinaria.

— Nós deveriamos parar.— ela falou, desviando seus olhos dos do arcanjo quando não podia mais encará-lo por diversos motivos.— Esse plano não esta funcionando em nenhum sentido... Minha mente continua bloqueada e eu continuarei sendo um desastre segurando uma lamina. Seja ela pequena ou grande.—
— Você está certa.— Maximus sorriu brevemente e levantou suas mãos que seguravam as laminas para que ficassem em frente de seus olhos. E Ellylan foi obrigada a encarar aquelas armas mortais pela primeira vez. Elas eram... Diferentes. Distante de qualquer coisa que ela já havia visto desde que acordou nesse lugar que matar era apenas uma brincadeira.

As espadas, ou seja lá como se chamavam, possuíam três pontas finas. Duas delas eram menores e formavam um tipo de U imperfeito, no meio delas existia outra que era completamente reta e era a maior de todas.

— No entanto, não entendo como alguém com seu temperamento consegue admitir a derrota antes mesmo de tentar.— O arcanjo voltou a falar, tomando a atenção de Ellylan novamente.
— Você entenderia se estivesse no meu lugar, Maximus.— Ela resmungou, cruzando seus braços.
— Então vamos fazer um acordo.— Ele sugeriu, abaixando as laminas.— Você continua seus treinamentos para aprender a atrasar sua morte até que eu chegue.—
— Para matar quem esteja tentando me machucar?— Ela preferiu perguntar isso ao invés de responder um simples não.
— Por que não?— O arcanjo pareceu incrédulo.— Não me diga que você vai querer tomar um pouco de chá com alguém que está tentanto matá-la.—
— Bem...— Ela não iria exatamente tomar chá com alguém que tentaria matá-la, mas...
— Ellylan.— Maximus disse severamente, quase a assustando quando seu tom se tornou aquele que dizia que ele tinha o poder.— Não pense nisso se quiser continuar viva.—
— Mas...—
— Você possui um inimigo.— Ele a cortou.— Alguém que está destruindo sua vida. Lembre-se disso.—

Ellylan suspirou, pois Maximus tinha razão.

Edward foi o único que tentou matá-la e ele estava morto, mas ainda existia essa outra pessoa que havia a trazido para o inferno e que explodiu um soldado dentro de seu quarto. E quem poderia garantir que Ellylan não era a próxima?

Elly não poderia matar essa pessoa mesmo que desejasse, ela estava ciente disso, mas era uma boa ideia atrasar as coisas até que Maximus chegasse para protegê-la.

— Eu irei fazer isso se você prometer não me derrubar todas as vezes que falhar.—
— Essas laminas se chamam Sai.— Maximus sorriu e virou as pontas daquela arma em sua direção para que Ellylan pudesse pegá-las no lugar correto para não correr o risco de se machucar com todas aquelas pontas.— Elas serão suas a partir de agora.—

***


Ellylan, naquele momento, se perguntava se era possível existir alguém tão tola como ela e se a resposta fosse “sim”, jamais acreditaria nisso. Elly pensou que o sorriso gentil de Maximus quando ela falou que continuaria a treinar contanto que ele parasse de derrubá-la fosse um tipo de resposta de concordancia, mas o arcanjo não havia prometido nada e foi Ellylan que interpretou aquilo tudo errado. E isso se tornou obvio quando o anjo loiro a derrubou pela primeira vez.

Agora Elly estava sentada naquele chão com colchonetes, ela estava prestes a se levantar quando o arcanjo começou a andar ao redor dela, lhe dando vários sermões de como estava agindo errado e cometendo os mesmos erros que ele corrigia todos os dias. E quando Maximus chegou na parte em que Ellylan deixou que suas laminas caissem, ela desejou tampar seus ouvidos para não ter que ouvir o quão irado o arcanjo estava. Ele parecia terrivelmente ofendido por causa disso e tudo o que Elly conseguia pensar era que apenas ela deveria se sentir assim quando até respirar doia.


— Você não deve soltar suas armas.— Essa era a centessima vez que ele falava aquilo.— Jamais.—

E era a centessima vez que Ellylan revirava seus olhos.

— Não faça essa cara.— Maximus pareceu ainda mais ofendido.— Você poderia estar morta.—

Sim, mas ela não estava.

— Se seu inimigo estivesse presente nesse momento você...—

Blá Blá Blá Blá.

Ellylan não era obrigada a ouvir tudo aquilo quando Maximus tinha a enganado. Talvez ela prestasse atenção se não tivesse ido para o chão diversas vezes.


Maximus continuava a caminhar ao seu redor em quanto falava e depois que vários minutos se passaram sem que o arcanjo encontrasse o fim dos seus sermãos, uma ideia surgiu na mente de Elly que quase a fez rir, mas ela não estragaria esse momento antes de estar feito.

O fato era que o arcanjo do inferno a considerava fraca e comparada sua força com a dela, Ellylan não podia negar isso, mas Elly não era tão tola quanto aparentava ser. Quando era necessario, ela sabia o que fazer para viver...

Ellylan esperou que Maximus estivesse próximo de suas mãos em quanto o arcanjo ainda continuava andando ao seu redor e no momento certo, ela se esticou para agarrar o tornozelo do anjo e usou sua força para puxar aquela parte do corpo de Maximus em sua direção.

Como era o esperado, o arcanjo do inferno caiu.

Novamente.

Elly teria sorrido ao ver Maximus cair novamente em seu truque que não falhou quando ele tentou matá-la na primeira vez que se encontraram naquele pantano tão apavorante, mas quando o anjo loiro perdeu seu equilibrio sem ao menos esperar essa atitude dela, ele abriu suas asas para tentar se manter em pé, mas isso não funcionou.

Elly!—

Maximus encontrou o chão com suas costas e o solo até mesmo tremeu a baixo de Ellylan quando ele caiu, mas o que realmente a apavorou foi ver uma de suas asas vindo em sua direção. Ela se encolheu no chão para que o impacto não fosse tão forte, estando ciente de que suas asas não eram tão suaves quanto aparentavam ser e isso só ficou claro em sua mente pelo temor que nasceu na voz do arcanjo quando ele caiu e perdeu todo controle de seu corpo.

No entanto, quando ela pensou que iria ser esmagada pela asa que veio para cima de seu corpo encolhido, tudo o que pode sentir foi o suave roçar de penas macias contra sua pele. Ela abriu seus olhos, não tendo muita certeza de quando havia os fechado, para ver o rosto do anjo cheio de raiva, a encarando com aqueles olhos azuis que lembravam uma piscina.

— Você está tentando se matar hoje?!— Ele perguntou, seu tom quase a fez se encolher ainda mais.— Minhas asas são mais pesadas do que meu próprio corpo, Elly!—

Ellylan poderia ter rebatido sua aparente grosseria com algumas palavras que provavelmente irritaria ainda mais o anjo do inferno, mas antes que sua mente escolhesse seguir esse caminho, ela segurou a ponta da asa de Maximus com seus dedos gélidos quando ele estava a tirando de cima dela para se levantar.

— Está tudo bem.— Ellylan sussurrou para que ele deixasse sua asa sobre ela. A sensação de suas penas contra a pele dela era algo quase inexplicavel, algo que Elly tinha certeza que nunca havia sentido antes. E foram essas asas que a fez temer tanto Maximus quando o viu pela primeira vez, eram elas que gritavam todas as palavras que esse anjo jamais poderia se passar por alguém normal. Maximus tinha vários outros poderes, ela sabia disso agora, mas foram suas asas que fez com que Ellylan o chamasse de monstro. Era quase inacreditável que considerasse elas como algo realmente graciosas e bonitas agora.
— Não faça coisas que podem machucá-la.— Maximus advertiu, desistindo de se mover quando levou um de seus braços para de baixo de sua cabeça após desviar seus olhos dela para encarar o teto.— Eu não sei como lidar com uma humana suícida.—
— Você está apenas ofendido por tê-lo derrubado.— Ellylan resmungou com certa felicidade.— De novo.—
— Se considere vingada de todos os tombos que causei a você.— Maximus sorriu, mas não olhou para ela.— Sabe, Elly, eu nunca imaginei que poderia ser derrubado por um humano.—
— Duas vezes.— Ela decidiu adicionar aquilo na frase dele, orgulhosa de si mesma agora que havia ouvido aquilo sair dos lábios do anjo.— E você provavelmente nunca imaginou nada que incluísse seu nome e um humano em uma mesma frase.—

Ellylan desejou sorrir, pois gostou da ideia de ser uma experiencia única para o arcanjo do inferno que já havia visto e vivido muitas coisas.

— Elly,— Maximus disse seu nome em um tom suave, sua expressão acompanhava sua voz, mesmo que ele estivesse olhando para o teto.— Amanhã é o baile de aniversário de Diane.—
— Oh,— Ellylan não podia acreditar que havia esquecido o aniversario de Diane. Tantas coisas havia acontecido que nem ao menos se preocupou com o fato de seu vestido ter sido destruido...
— Muitos imortais virão até aqui,— O anjo continuou.— E muito deles só possuem a intenção de conhecê-la.—
Me conhecer?— Elly não pode esconder a surpresa de sua voz, principalmente quando todos os imortais pareciam odiar humanos.
— Você é a novidade aqui, Ellylan, o aniversário de Diane não.—
— Isso é errado.— Ela murmurio, fechando suas mãos em punhos pela raiva que passou por todo o seu corpo, mas logo se arrependeu quando a dor a lembrou que havia uma ferida recém-feita por aquela lamina que Maximus havia dado a ela. — O aniversário é de sua irmã, não meu.—


Ellylan se sentiu culpada, pois Maximus deixou claro nesse momento que o foco do baile de Diane seria ela, não a aniversariante. Isso era algo horrivel, principalmente quando a irmã do arcanjo esteve tão animada em quanto procurava um vestido.

— Talvez eu devesse ficar em meu quarto.— Elly voltou a falar e Maximus finalmente encontrou o olhar dela.
— Não estou falando isso a você para que conclua isso, Elly.— Ele falou.— Estou a avisando para que não crie problemas a mim.—
— Por que eu criaria problemas?!— Ellylan se ofendeu.
— Imortais possuem um certo dom para ofender humanos, você sabe disso.— Sim, ela sabia muito bem disso.— Apenas tente não se sentir ofendida pelo o que escutar a seu respeito.—
— Eu ainda acho melhor a opção de ficar fechada no meu quarto.— Ela resmungou.
— Você será minha acompanhante, não é muito educado fazer isso com o seu par.—
— Eu não me lembro de você ter feito um convite e recordo muito menos tê-lo aceitado.—
— Não se faça de dificil.—Maximus sorriu.— Nós não estamos no colegial.—

Colegial.

Essa pequena palavra fez com que Ellylan se perguntasse se no baile da escola algum homem tão bonito quanto Maximus havia a convidado para ser sua acompanhante, se seu vestido foi tão elegante quanto aquele que havia sido destruído...

As vezes era realmente uma droga não poder se lembrar de nada do que aconteceu em sua vida. Ela nem ao menos sabia qual era o nome de seus pais e isso a machucava um pouco. Parecia tão errado esquecer sobre pessoas que Elly provavelmente amava mais que tudo em sua vida.

— Eu não tenho um vestido.— Ela usou sua desculpa, não precisando mentir ainda mais para o arcanjo ao seu lado.
— Não se preocupe com isso.—
— E se algum imortal quiser me atacar?—
— Por que alguém faria isso na minha frente?— Maximus franziu o cenho, mas em questão de segundos essa expressão sumiu.— De qualquer maneira, você já enfrentou Meridius, não há motivos para temê-los.—

Ela suspirou em desistencia, pois não tinha como criar argumentos com Maximus.

— Eu irei por causa de Diane.— Ellylan disse irritada.— Não por você.—
— Eu imagino que isso é o suficiente.— Maximus desviou seus olhos para o teto novamente.— Agora, há outra coisa que precisamos conversar.—

Ellylan poderia ter se levantado no momento em que o anjo disse aquelas palavras se não fosse sua asa em cima dela, pensando que ele falaria sobre o beijo. No entanto, esse assunto continuou intocável. Maximus começou falar sobre as barreiras de sua mente e antes que o anjo concluísse seu assunto, ela sentiu suas palpebras ficarem pesadas.

Muito pesadas.

Elly tentou prestar atenção no que Maximus dizia, tentou mesmo, mas depois de um tempo a voz do anjo loiro começou a soar como uma melodia em sua mente e ela desistiu de ficar acordada para saber o que exatamente o arcanjo do inferno estava falando.


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