Os Legados da Número Trezes [spin-off] escrita por nsengelhardt


Capítulo 1
Capítulo único Os Legados da Número Treze




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Eu não consigo explicar o que eu sou, só sei que tenho poderes estranhos. Eu não de muita coisa da minha vida, mas eu lembro de ter vindo parado aqui por um motivo: lutar.

Eu tenho habilidades e poderes estranhos. O primeiro apareceu quando eu tinha nove anos. Eu estava num acampamento de verão, e o refeitório começou a pegar fogo. Não lembro como, mas eu apaguei aquele incêndio sem fazer muito esforço. Todos no acampamento começaram a me chamar de estranha a partir daquele momento. Quando contei à minha mãe, ela me proibiu de sair de casa por um ano.

Um longo ano.

Quando aquele ano acabou, mudamos de cidade. Ela e papai odiavam quando eu fazia algo assim, mas eu não entendia, eu nunca entendi. Até agora.

. . .

Quando eu me levantei naquela sexta-feira, senti algo estranho. Um mal pressentimento.

Sentei-me na cama e observei aquelas três estranhas cicatrizes no meu tornozelo. O que elas significavam, afinal? Passei meus dedos por cada uma, sentindo a pele fina das cicatrizes.

Olhei para a janela. Uma leve brisa balançava as folhas e os galhos da árvore na frente da minha janela, e uma garoa caía, deixando pequenos pingos no vidro recém-limpo. Me levantei e fui em direção à janela, encostando minha testa na mesma. Eu sentia falta de algo, mas não sabia do que.

Três batidas soaram na porta.

Hora do café. A pior hora do dia. Era quando meus pais resolviam sentar comigo e conversar. E eu, definitivamente, odiava conversar com meus pais. Eles deveriam ter outro filho ou adotar, porque eles não podiam esperar nada de nossas conversas. Mas eu sabia que tinha que descer e me juntar a eles.

Saí do meu quarto descalça, com o cabelo solto e bagunçado, e sem meu roupão cobrindo meu pijama. Geralmente, eu iria até o banheiro, prenderia meus cabelos em um rabo de cavalo atrás da cabeça, calçaria chinelos de pano e um roupão. Mas algo estava diferente naquele dia, e eu havia esquecido de toda a minha rotina, exceto pelo café da manhã em família.

Quando cheguei à sala de jantar, meus pais não estavam lá, assim como nenhuma empregada estava por lá, arrumando tudo. Corri até a cozinha, procurando qualquer um, mas só achei meu gato caolho deitado em cima do balcão, brincando com uma aranha morta.

– Oi, Batata. - cumprimento o gato, afagando sua barriga e tirando a aranha de perto dele. - Já falei pra você parar de brincar com aranhas, seu gatinho bobo!

Circulo a bancada, indo até um armário para pegar meu cereal.

Despejo as bolinhas de chocolate, estrelinhas coloridas e letrinhas amarelas numa tigela com leite.

Estou me acomodando em uma banqueta à frente do balcão quando ouço uma batida forte na porta da despensa.

Olho para a porta. Três batidas. Assim que as batidas terminam, ouça três palmas. Sinto um frio na barriga. Olho em volta, à tempo de ver algo de movendo na porta da cozinha.

Me levanto e saio correndo atrás do que quer que fosse aquilo. Antes de reconhecer a silhueta, me jogo em cima da coisa e a seguro pelo pescoço.

– Epa! Epa! Vai com calma ai, senhorita! - então percebo que é meu pai. Solto seu pescoço e saio de cima dele e estendo a mão para ajudá-lo a levantar. - Quando foi que essa garotinha pequenina se tornou uma criatura selvagem? - ele ri, bagunçando meu cabelo.

– Ah, eu só achei que pudesse ser um ladrão ou algo assim. - digo. - Mas... Por que diabos você estava se escondendo e saiu correndo?

– Eu só tava brincando com você, Lie. - ele sorri. - Vou tomar café, quer me acompanhar?

Aperto os lábios e faço que não com a cabeça.

– Obrigada, mas perdi o apetite. - digo.

– Tudo bem, então. - ele diz, indo pra cozinha.

Subo para meu quarto e paro na frente do eu guarda-roupas. Okay, é hora de “treinar”, penso, pegando meu traje de banho e indo para o banheiro.

. . .

Sentei na borda da piscina, reunindo coragem para mergulhar. Há semanas eu venho tentando aprender a nadar sozinha, mas eu sempre acabo desistindo e fico na parte rasa da piscina, observando a água.

Mas dessa vez eu não iria desistir. Respirei fundo e mergulhei. A água estava morna.

Assim que bati com os pés no chão, tentei me impulsionar para cima, mas acabei soltando a respiração. Comecei a me debater, tentar ir para a superfície, mas não conseguia.

Então pude sentir a água entrando em meus pulmões. Acabou. Eu vou morrer afogada, por bobeira., pensei. Fechei meus olhos, esperando a morte me acolher, mas então eu voltei a respirar normalmente.

Eu não sabia como, mas eu estava respirando de baixo d'água.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? :3