Confesso escrita por PepitaPocket


Capítulo 2
Parte II - Juvia


Notas iniciais do capítulo

Segunda e última parte da fanfic.
Agora é a vez de Juvia e Gray.
Façam uma boa leitura.



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Gray andava de um lado para o outro estava inquieto, na frente dos outros ele parecia à encarnação da indiferença, mas não era bem assim. Desde que soube que Juvia estava indo embora, ele sentia como se estivesse numa daquelas pegadinhas da televisão, nada parecia real, era ridículo.

Ele não deveria estar se importando, por mais que tivesse respeito por Juvia enquanto sua companheira, ela era uma maluca que o perseguia e o atazanava noite e dia. Definitivamente ele não queria, não poderia se importar. Mas, a verdade é que ele se importava.

– Gray! – Quando ele menos esperava ela estava parada ali na sua frente fitando-o diretamente nos olhos.

Confesso acordei achando tudo indiferente
Verdade acabei sentindo cada dia igual
Quem sabe isso passa sendo eu tão inconstante
Quem sabe o amor tenha chegado ao final

– Fique tranquilo eu não vou fazer nada que o envergonhe. – Prometeu a mulher sentando-se ao seu lado.

Ele queria dizer-lhe tantas coisas, porém preferiu ficar quieto. Por que sem querer fazer acabaria pedindo-lhe para que ficasse e isto seria por demais, humilhante.

Depois quando ela começasse a fazer aquelas coisas estranhas, ele não poderia dizer nada, por que foi ele quem pediu pra que ela ficasse.

– O que quer? – Perguntou ele de um jeito frio e seco. Juvia não se sentiu magoada, Gray era desse jeito mesmo.

– Eu estou indo embora. – Falou ela com tranquilidade. Aquilo o irritou, e isto ficou implícito no seu olhar duro.

– Não me diga. – Falou ele com sarcasmo.

– A partir de hoje estará livre de mim, pra sempre, Gray. – Disse ela tomando um gole de água de maneira compulsiva, como se aquilo fosse desfazer o nó de sua garganta.

Ele ficou um tempo em silencio. Digerindo aquelas palavras. Ele sempre disse que não gostava de suas doideiras, mas nunca se quer insinuou que desejava que ela fosse embora. Nem mesmo logo quando ela entrou e todos da guilda a olhavam com desconfiança.

– Eu nunca te pedi pra ir embora. – Falou ele olhando-a no fundo dos olhos.


Não vou dizer que tudo é banalidade
Ainda há surpresas, mas eu sempre quero mais
É mesmo exagero ou vaidade
Eu não te dou sossego, eu não me deixo em paz

Normalmente Juvia surtaria, tentaria agarrá-lo de todas as maneiras, faria um escândalo absurdo, porém nada disto aconteceu apenas um brilho melancólico passou em seus olhos.

– Isto não tem nada haver com você. Tem haver comigo. Gray-s... – Mordeu a língua para não chama-lo com o sufixo que ele tanto odiava.

Algumas coisas não mudavam de uma ora para a outra, por isto Juvia sentia que precisava ir embora o quanto antes.

– Não entendo. – Disse ele de repente. – Eu realmente não sei o que você vê num cara como eu. – Disse ele num súbito acesso de sinceridade.

Juvia resignou-se a dar um suspiro.

– Francamente nem eu. – Disse ela levantando-se pra pegar suas coisas e ir embora de uma vez por todas.

Não vou pedir a porta aberta é como olhar pra trás
Não vou mentir nem tudo que falei eu sou capaz
Não vou roubar teu tempo eu já roubei demais

– Juvia, por favor... – Ele não acreditava que sua impulsividade estava o dominando.

A maga da água o encarou. Havia algo nas atitudes dela que o estava inquietando tanto quanto sua partida. Ele estava odiando o fato de aquilo estar acontecendo. O fato de ele estar achando aquela Juvia comedida uma intrusa que não tinha nada haver com aquela garota que há um bom tempo povoava os seus sonhos.

Gray nunca foi bom com as garotas. Na verdade ele nunca foi muito bom com qualquer outra coisa que não fosse fazer gelo. Talvez por isto ele sempre mantivesse todos tão afastados, mesmo seus amigos, ele mantinha a uma distancia segura. Ele odiava que penetrassem muito fundo em seus sentimentos, odiava quando tentavam fazer morada em seu coração.

Deu um sorriso de deboche, com seu pensamento. Juvia estremeceu com a maneira como ele sorriu.

– Você não pode ir embora assim. – Disse ele tropeçando entre as palavras. Sentindo a língua ficar dormente.

Tanta coisa foi acumulando em nossa vida
Eu fui sentindo falta de um vão pra me esconder
Aos poucos fui ficando mesmo sem saída
Perder o vazio é empobrecer

– Mas é desse jeito que eu estou indo embora. – Falou ela tentando simplificar as coisas.

– Falo de nós dois Juvia. – Disse Gray surpreendendo não apenas a mulher com suas palavras, mas também ele próprio.

– Não existe nós dois, Gray. – Disse Juvia tocando seu rosto apenas com a ponta dos dedos. – Caso contrário Juvia não estaria indo embora.

Gray acabou sorrindo-lhe, era algo raro, mas era impossível não sorrir para doçura e ingenuidade daquela mulher.

– É disso que se trata então? – Perguntou ele repentinamente chateado. – CHANTAGEM!

Não vou querer ser o dono da verdade
Também tenho saudade, mas já são quatro e tal
Talvez eu passe um tempo longe da cidade
Quem sabe eu volte cedo ou não volte mais

A mulher arregalou os olhos, surpreendida pela aquela acusação.

– Gray, você é... – Disse ela de inicio em tom baixa. – incrível. – Ela substituiu a palavra idiota no mesmo instante dificilmente ela conseguira ofender alguém muito menos quando ela gostava tanto da pessoa.

– Você esta dizendo que você vai embora, apenas pra me fazer namorar você é isto. – Concluiu ele como se repentinamente tivesse descoberto a coisa mais óbvia do mundo.

Não vou pedir a porta aberta é como olhar pra trás
Não vou mentir nem tudo que falei eu sou capaz
Não vou roubar teu tempo eu já roubei demais

– Está errado. – Disse Juvia em nenhum momento levantando a voz. – Você diz que Juvia é maluca, até pode ser... Mas, até Juvia sabe que não se pode ter um namorado a força. Não se pode forçar ninguém a gostar da gente. Do mesmo jeito que... – Ela leva a mão até o peito. – Não se pode deixar de gostar de quem a gente gosta. Não é algo que a gente consiga fazer a força.

– E o que você acha que vai ganhar se afastando de mim dessa maneira? – Perguntou-lhe com o olhar tão perdido que ela quase acreditou que ele se importava.

– A Juvia não vai ganhar nada... – Disse ela.

– Então, não faz sentido você ir embora. – Falou ele um pouco mais alegre pela possibilidade de ela ficar.

Não vou querer ser o dono da verdade
Também tenho saudade, mas já são quatro e tal
Talvez eu passe um tempo longe da cidade
Quem sabe eu volte cedo ou não volte mais

– Está errado de novo. – Disse ela ainda com calma. – Não faz sentido Juvia ficar.

– É claro que faz. – Disse ele largando pela primeira vez o copo sobre a mesa. – Seu lugar aqui, junto de... – Ia dizer que era junto dele, mas acabou mudando no último instante a palavra. – Junto de seus amigos.

Juvia deu um suspiro, não adiantava ter aquela conversa, querer despedir-se de Gray foi um erro. Ele nunca a entenderia, sempre veria tudo o que ela faz, como ações de alguém sem inteligência. Porém, pela primeira vez, Gray era o único que parecia não ser inteligente ali. Estava sempre se escondendo, como se tivesse medo... Medo de sentir.

Não fazia sentido continuar ali por alguém assim. Porém, ela nunca diria isto. Então, apenas pegou sua mala, pronta para ir embora de uma vez por todas, quando as mãos dele seguraram com força o seu braço puxando-o de frente para ele:

– Precisa ser assim? – Perguntou em um sussurro.

Ela não disse nada estava hipnotizada pelo negro de seus olhos, para poder dizer qualquer coisa.

E então seus lábios se aproximaram, cada vez mais e mais e então quando a maga da água achou que finalmente sentiria os lábios do menino de gelo nos seus Lisanna a chamou:

– Juvia nós precisamos ir. – E então, a mulher que até então sentia como se tivesse ganhado asas e aprendido a voar, repentinamente despencara em direção ao chão, onde sentia sob os seus pés a dureza da realidade.

Ela e Gray nunca dariam certo. E então, escapou de seus braços, saindo de sua vida, quem sabe por um tempo, quem sabe para sempre.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela leitura.



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