Sessenta dias apaixonado. escrita por ma berlusconi
– Enzo, eu tenho namorado. – me volto para ela surpreso.
– Eu não qu... – ela me interrompe.
– Eu não vou ficar com você. – diz simplesmente.
– O que? Eu não quero... – respiro. – Tá bom. Eu até quero, mas não hoje e não agora. E eu sei que você tem namorado Isabella. – digo contrariado.
– Então porque me ofereceu carona hoje mais cedo? – ela cruza os braços. E se ajeita no banco para ficando de frente para mim e eu faço o mesmo.
– Por que... – respiro fundo e fecho os olhos por alguns segundos, quando os abro ela ainda está me encarando. – Porque eu queria saber se você estava melhor. – ela abre a boca duas, três vezes, mas não consegue falar nada. – Eu sei que você não está.
– Eu estou bem sim Enzo. – diz rindo nervosa e volta a se movimentar no banco, tentando evitar olhar na minha direção.
– Agora é você quem está mentindo. – digo e ela suspira ainda sem me olhar.
– Eu tenho que ir pra aula. – fala enquanto abre a porta do carro e pula para o lado de fora.
– E eu tenho que voltar para casa, já que não vou encontrar o Hugo hoje. – falo alto para que ela possa ouvir. Ela fecha a porta com cuidado dessa vez e se abaixa para me olhar.
– Obrigada de novo. – ela sorri. – Por tudo.
– Sempre que precisar é só gritar, literalmente. – seu sorriso aumenta, mas não alcança seus olhos.
– Eu sei.
– Isabella? – ele pergunta em um grito irritado chamando a minha atenção e a dela. Em seguida Gabriel se afasta de um grupo de pessoas com quem estava conversando e se aproxima do carro. O que ele está fazendo aqui? Que merda!
– Oi amor. – ela se vira para ficar de frente para ele e beija seus lábios rapidamente, ele passa o braço por cima dos ombros dela e se endireita para me observa pela janela aberta do passageiro.
– O que você tá fazendo com esse cara? – pergunta ríspido olhando na direção dela e apontando com a cabeça na minha direção.
– Enzo. Meu nome é Enzo. – murmuro irritado com os pulsos cerrados.
– Ele me deu uma carona. – Isabella diz ainda sorridente.
– Você tem carro. – ele me fuzila com o olhar e volta à atenção para ela.
– O carro dela quebrou hoje mais cedo. – digo tentando “ajudar” ela.
– Certo. – ele puxa ela para mais perto do seu corpo, acho que para me irritar. Pois bem, ele conseguiu.
– Obrigada Enzo. – ela diz sorrindo, sorrio de volta e confirmo com a cabeça.
– Muito Obrigado playboy por trazer a minha namorada. – ele coloca ênfase na palavra namorada e ela revira os olhos, o que me faz abafar um riso. Eu ainda vou matar esse cara.
(...)
Deixei ela na faculdade com aquele merdinha e voltei direto para casa, dirigindo que nem um louco por São Paulo de tanta raiva. E eu sinceramente nem sei o motivo da minha raiva. Merda. Quando chego em casa bato a porta com força e só ai me dou conta que Marcelo está na sala. Tento passar por ele.
– Enzo? – Marcelo que está sentado no sofá folheando alguns papéis me chama.
– Oi Marcelo. – me jogo no sofá ao lado dele e ele vira a cabeça para me encarar. – Você tem um minuto?
– Claro. – ele coloca os papéis sobre a mesa e se ajeita no sofá.
– O namoro da Isabella com aquele cara é sério? – pergunto.
– Creio que sim Enzo. Eles namoram a um bom tempo e eu gosto dele, é um bom rapaz. – ele diz calmamente, merda o Marcelo gosta dele.
– Não gosto dele e acho que ele também não gosta muito de mim. – jogo a cabeça para trás e fecho os olhos.
– Por quê?
– Também não sei. – minto.
– Entendo. Eu estava pensando em almoçar com você mais tarde no Paris6. – abro os olhos e me ajeito no sofá.
– Eu acho uma ótima ideia. – ele sorri e volta a mexer nos papéis perdidos em cima da mesa.
– Eu só tenho que passar na empresa e pegar alguns documentos que preciso levar para o Rio. – ele se levanta e pega uma chave de cima da mesa, eu o acompanho com o olhar.
– Você vai embora quando? – me sento e coloco os ombros sobre os joelhos e as mãos entrelaçadas.
– Eu vou hoje ainda, depois do nosso almoço.
– Eu posso me encontrar com você lá. Só precisa me passar o endereço. – ele abre a porta e antes de sair se vira para mim e confirma com a cabeça.
– Ótimo. Eu te mando o endereço mais tarde por sms. Pode ser ás 12:40? – faço um sinal positivo com a mão e me levanto.
– Até mais tarde Enzo. – ele passa pela porta a fechando em seguida.
– Bom trabalho Marcelo. – murmurro mesmo sabendo que ele não pode mais me ouvir.
. Passei o resto da manhã tentando dormir e recebendo de cinco em cinco minutos mensagens do Hugo, me chamando para sair e dizendo que eu sou um burro, pelo meu erro de mais cedo. Eu ia lá saber que ele não tinha aula hoje merda. Definitivamente não estou com a mínima vontade de sair, ainda mais com ele. Quem sabe amanhã.
Quando era quase meio-dia resolvi que estava na hora de começar a me arrumar, tomei um banho, vesti uma bermuda jeans, uma camiseta polo branca e tênis. Marcelo me mandou o endereço, Rua Haddock Lobo, 1240. E eu estava no horário se não fosse por um detalhe óbvio que eu tinha me esquecido, estamos em São Paulo e o transito daqui é uma merda. Enfim, Marcelo vai me matar.
– Enzo! – ele exclama de uma mesa no centro do bistrô assim que eu passo pela entrada.
– Oi. – digo me aproximando da mesa.
– Está atrasado. – ele olha no relógio de pulso e ergue o olhar para mim.
– Me desculpa, eu meio que me esqueci de como o trânsito dessa cidade pode ser complicado. – ele sorri. Ufa.
– Não tem problema. – sorrio aliviado. – Se você não se importa, eu gostaria de já fazer os pedidos.
– Eu acho uma ótima ideia, estou morto de fome. – coloco a mão sobre a barriga.
– Imagino que está. – ele diz em um tom brincalhão.
Marcelo faz um sinal com a mão direita e um garçom se aproxima da mesa com os cardápios e um bloco de anotações. É um restaurante chique, elegante e provavelmente caro, mesmo assim tem alguns traços simples, como ao invés de lustres enormes o restaurante é decorado com velas e tem plantas por todos os lados. Os garçons ao invés de usar aparelhos eletrônicos usam blocos de papel. Se dependesse de mim, nunca iriamos a um lugar como esse. Mas até que eu gostei.
– Boa tarde. Os senhores gostariam de fazer o pedido? – o garçom magricela pergunta enquanto sorri.
– Sim, eu gostaria de risotto de salmão com palmito pupunha rúculas ao azeite de ervas. – Marcelo pediu educadamente.
– Certo. – ele termina de anotar o pedido e se volta para mim. – E o Senhor já escolheu?
– Eu quero um risotto mineiro de queijo minas ao tomate cereja e manjericão. – peço já com água na boca e ele me acompanha escrevendo o pedido.
– Bebidas? – o garçom olha para mim e em seguida para Marcelo esperando por uma resposta.
– Enzo? – Marcelo chama minha atenção e eu percebo que ele está me consultando.
– Vinho branco? – pergunto confuso.
– Vinho branco. – ele sorri em aprovação. – Por favor, uma garrafa de Sémillon 2009.
– Certo. – o garçom confirma com a cabeça e se afasta da mesa nos deixando a sós novamente.
– Filho, você não imagina o quanto eu estou feliz por você estar aqui. – ele diz do nada me pegando de surpresa.
– Aqui no restaurante? – pergunto em tom divertido e ele revira os olhos.
– Não se faça de engraçadinho Enzo. – sorrio
– Eu também estou feliz por estar de volta. – digo e dessa vez não estou mentindo.
– Está? – ele pergunta confuso e ao mesmo tempo surpreso.
– É claro que eu preferia estar em Londres, mas é bom estar aqui com vocês. – ele sorri.
– Eu sei. Logo você vai voltar para casa, é só ter paciência.
– Isso é uma coisa que eu definitivamente não tenho. – digo me ajeitando na cadeira.
– Paciência é uma virtude Enzo. – eu sei disso Marcelo, pode acreditar.
– Meu avô dizia isso, mas eu era novo e não entendia. – eu vejo seus olhos brilharem e sei que é pelo motivo que os meus. Eduardo Murat.
– Agora você é um homem, agora você entende. – ele respira fundo. – Tenho certeza que o Eduardo ficaria muito orgulho de você.
– Não. – sussurro. – Eu não acho que ele ficaria.
– É ai que você se engana Enzo, você pode até pensar dessa maneira, eu garanto que está errado. – ele olha nos meus olhos e fica alguns segundos em silêncio, ele passa as mãos pelo cabelo e sorri. – Você pode até cometer erros filho e às vezes agir pelo impulso, mas você é um ótimo garoto, tem um coração bom, você não é nenhum problema Enzo, eu acredito nisso, eu acredito em você.
– Marcelo, eu não acho qu... – ele me interrompe. Eu odeio que me interrompam, mais eu não me importo quando é ele. Ou a Ana.
– Você é um garoto de ouro Enzo, nunca duvide disso. Eu tenho muito orgulho de quem você é. – ele disse e eu não consegui controlar as malditas lágrimas. Não me senti menos homem depois de chorar, eu confesso.
– Eu tenho orgulho de você Marcelo, você é como um exemplo para mim. Quando eu era criança, eu queria ser como você. Meu avô sempre dizia que não havia alguém melhor para me espelhar e eu sei que ele estava certo. – ele sorri e seus olhos ficam marejados. Enxugo as lágrimas do meu rosto.
– Sabe quem foi o meu exemplo? – ele pergunta.
– Não. Quem?
– Eduardo Murat. – ele permite que uma lágrima escorra por todo o seu rosto e a seca na altura do queixo.
– Meu avô? – pergunto surpreso.
– Seu avô. Ele foi como um pai pra mim quando eu me mudei para São Paulo, foi ele quem me ensinou tudo o que eu sei. Eu vou ser eternamente grato a ele, por ser quem eu sou. – ele fala do meu avô como um herói, o mesmo herói que eu vejo quando me lembro do Sr. Eduardo. O herói que meu pai não consegue enxergar.
– Ele era foda. – digo e ele ri.
– Sim, ele era foda. – minha vez de rir, nunca tinha ouvido o Marcelo falando qualquer palavra que não estivesse em um dicionário.
– Eu sinto a falta dele. – digo.
– Todos nós sentimos. – ele concorda.
– Quando eu voltar para Londres, eu vou sentir falta de vocês. – seu sorriso se desfaz e ele apenas concorda com a cabeça. – Vocês são a minha família.
– Você não tem ideia da falta que você faz quando não está aqui. – desvio o olhar do dele e suspiro, o garçom chega com o vinho e duas taças. Ele serve primeiro o Marcelo depois a mim.
– Mas agora vocês tem a Isabella também. – digo assim que o garçom deixa a mesa.
– Eu sou um pai de muita sorte, tenho três filhos maravilhosos e nenhum nunca vai conseguir substituir o outro. – ele toma um pouco do vinha e sorri em aprovação.
– Fico feliz em ouvir isso. – seu sorriso se expande.
– Imagino que sim. – ele coloca a taça sobre a mesa e volta a me encarar.
– A Isabella... – ele sorri. – Quando ela vai embora?
– Eu não sei. – ele diz simplesmente.
– Como você não sabe? – pergunto confuso.
– Enzo, ela já devia ter ido embora, mas não foi. Então não sei. – ele pega novamente a taça e toma mais um pouco.
– Como assim? – arqueio as sobrancelhas.
– Ela veio para o Brasil para ficar dois anos, terminar o colegial e voltar para cursar Yale. Como você pode ver já se passaram cinco anos e ela ainda está aqui. – ele coloca a taça sobre a mesa e me observa por algum tempo, esperando pela minha próxima pergunta.
– Mas os pais dela não querem que ela volte? – ele me observa por mais alguns segundos antes de me responder.
– Eles querem. Quem não quer voltar é ela. – fico de boca aberta, literalmente.
– Por quê? – aumento meu tom de voz e vejo vários olhares sobre mim.
– Isso, só ela pode te responder. – ele responde calmamente.
– Não sei se conseguiria abandonar tudo e vir morar aqui. – ele me olha e no primeiro momento seus olhos ficam arregalados e em seguida ele consegue controlar sua frustração, eu acho.
– Depende do que você está se referindo com abandonar tudo. – ele parece irritado e eu não imagino o motivo.
– Eu acho que nunca parei para pensar nisso. – ele se ajeita na cadeira e desvia o olhar do meu, para cumprimentar com um aceno de cabeça um homem sentado a algumas mesas da nossa.
– E nem deve, você ainda é novo. Tem muito tempo para pensar nisso. – fala voltando sua atenção para mim.
– É, acho que sim. – pego minha taça e tomo um longo gole do vinho.
– Ela é uma graça, não é? – ele diz sorrindo.
– Ela quem? – coloco a taça sobre a mesa e ele acompanha meu movimento com os olhos.
– Isabella. – sorrio.
– Ah, ela é legal. – ela não é só legal Enzo. – penso.
– Legal? – ele questiona decepcionado.
– Marcelo. – respiro. – Ela é bastante coisa, mas não convém eu falar disso porque ela tem namorado. – tomo mais um pouco do vinho.
– Isso nunca te impediu. – ele diz e eu me engasgo com o vinho. E ele ri.
– Eu não sei por que, mas com ela tudo é diferente. – ele para de rir e em seu rosto se forma uma careta.
– Você não sabe por que ou não quer assumir o porquê? – meu sorriso se desfaz, eu sei aonde ele quer chegar.
– O que? – me faço de desentendido.
– Enzo, ela é igual a muitas garotas fisicamente, se você a vê como alguém diferente é porque ela talvez signifique algo para você. – ele sorri e eu tento sorrir também.
– Você acha que eu e ela... – para de falar e mordo o lábio inferior, imaginando a cena na minha cabeça. Para com isso Enzo. Chacoalho a cabeça afastando esse pensamento.
– Não sou eu quem tem que achar alguma coisa. – ele me olha confuso.
– Eu não sou assim Marcelo. Não sou um garoto que namora, nem nada do tipo. – ele relaxa na cadeira e toma outro gale de vinho.
– As pessoas mudam.
– Eu não sei se estou disposto a mudar. – coloco os cotovelos sobre a mesa e ele me fuzila com o olhar, imediatamente me arrumo na cadeira.
– Então você não merece alguém como ela. – ele diz voltando a taça com cuidado sobre a mesa.
– Você está errado, é ela quem não merece alguém tão fudido como eu.
– Enzo, não faça isso com você. – ele nega com a cabeça ao mesmo tempo em que fala.
– É assim que as coisas são. – dou de ombros.
– Não. É assim que você vê as coisas. Eu não vejo dessa maneira.
– Você é o único. – digo.
– Não, eu não sou. Eduardo, Ana, Marina, Isabella... Você também tem amigos em Londres, seu pai e eu também sei que se sua mãe estivesse viva, ela também teria orgulho de você. – ele diz demostrando novamente um pouco de irritação.
– Eu já pensei sobre isso algumas vezes, eu não sei se ela estivesse viva, o que ela sentiria por mim. – vejo em seus olhos talvez pena.
– Ela te amaria incondicionalmente e estaria ao seu lado independente se estivesse fazendo a coisa certa ou não. – ele pisca demoradamente. – Ela era assim como você, ela arriscava. Com ela era tudo ou nada, era determinada e muito exigente consigo mesma. Ela era uma pessoa maravilhosa Enzo, assim como você também é.
– Com licença. – Nos damos conta que o garçom está ao nosso lado com os pedidos. Sorrio em agradecimento pela interrupção. Não quero chorar, de novo não.
– Obrigada. – Marcelo diz ao garçom após os pratos estarem sobre a mesa e ele se retira em seguida.
Passamos aproximadamente uma hora no restaurante, conversamos, comemos, rimos e ele vai ter que viajar.
– Você me deixa no aeroporto? – Marcelo me pergunta assim que passamos de dentro do restaurante para a rua e eu o encaro confuso.
– Claro. Você não vai se despedir das meninas nem da Ana? – pergunto e ele sorri.
– Eu liguei para a Marina e a Isabella mais cedo e passei no escritório da Ana antes de vim para o almoço. Só faltava me despedir de você. – sorrio.
– Entendi. – pego a chaves de dentro do meu bolso. – Vamos? – ele confirma com a cabeça e me acompanha até o carro.
(...)
Parando em frente ao aeroporto, ele pega uma pasta, a única bagagem que ele carrega e sai do carro, eu saio em seguida. Caminhamos em silêncio pelo aeroporto lotado, até próximo ao ponto de embarque.
– Quando eu voltar à gente vai ter mais tempo para conversar. – ele coloca a mão sobre o meu ombro e sorri.
– Quando você volta? – ele retira a mão de mim e olha para o relógio de pulso, fazendo uma careta.
– Na próxima semana, acho que na segunda. Só tenho que entregar alguns documentos e conferir como anda as obras no novo prédio.
– Talvez eu possa ir com você. – sugiro e vejo quando surge uma expressão surpresa em seu rosto.
– Eu adoraria, mas hoje não. Eu não vou ter tempo nenhum para passar com você, vai estar tudo uma correria, o que você acha na semana que vem? E outra eu também preciso que você fique de olho nelas pra mim. – ele pisca.
– O.K. Na próxima semana então? – pergunto com um sorriso e ele sorri de volta.
– Já vou deixar tudo certo. Vou te levar para conhecer o Rio de Janeiro.
– Certo. – digo animado. – Boa viajem Marcelo.
– Até logo Enzo. – ele me abraça apertado e se afasta.
– Não sei se o que eu vou dizer é correto. – ele parece estar travando uma luta interior. – Mas eu quero que saiba que eu te amo e não importa o que as pessoas digam, você é meu filho. – ele deixa escorrer uma ou duas lágrimas.
– É claro que eu sou seu filho. Eu também te amo, pai. – ele sorri e enxuga algumas lágrimas que ainda estão pelo seu rosto.
– Pai. – ele repete. – Eu gosto dessa palavra.
– Eu sei que gosta. – sorrio entre as malditas lágrimas que insistem em escorrer dos meus olhos.
– Preciso ir. Vou acabar perdendo o voô.
E ele se afastou em passos largos até o portão de embarque. Ele se virou uma única vez antes de sumir de vista, ele sorriu e eu sorri de volta. Acredito em tudo o que ele me disse nessa tarde, imagino o quanto deva ser difícil para ele essa vida de cuidar dos filhos dos outros, mas ele faz um ótimo trabalho. E eu serei eternamente agradecido a ele.
– Pai. – sussurrei, sorri e chorei. Meu pai.
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