Sessenta dias apaixonado. escrita por ma berlusconi


Capítulo 1
Capítulo 1




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– Caralho pai, você não pode fazer isso comigo! – grito me levantando da cadeira.

– Eu não só posso Enzo, como eu vou fazer. – ele está calmo. E isso é o que mais me deixa irritado. Ele nem se preocupa em olhar para mim. Está ocupado demais lendo alguns documentos.

– E se eu disser que não vou? – Me jogo novamente na cadeira em frente a sua mesa. E ele finalmente resolveu me olhar.

– Você não tem escolha filho! – Ele volta a encarar os documentos. Bufo. E me levanto.

– Como eu não tenho escolha? A vida é minha, pelo amor de Deus pai! – Agora estou andando de um lado para o outro do escritório dele.

– Enzo... – ele está cansado dessa discussão e eu sei disso, porque eu também estou.

– Pai eu não vou. Não vou! – Me aproximo de sua mesa e apoio as duas mãos sobre ela e o encaro. O mesmo nem olha para mim. Ele abre um das gavetas da mesa e pega uma passagem. Joga em minha direção.

– Amanha ás 09h00min. – ele sorri. Velho desgraçado.

– Você é surdo ou o quê? – grito novamente.

– Você vai Enzo. Já está decidido. – ele continua calmo. Ele nunca grita.

– Pai, eu prometo que vou melhorar... Você não precisa me mandar de volta para o Brasil. – imploro.

– Eu te dei todas as chances possíveis Enzo. Você que não deu valor. – puta que pariu. Estou completamente ferrado.

– E o que vai mudar me mandando de volta para São Paulo?

– Quem sabe você não começa a dar valor em outras coisas... Eu nem te reconheço mais filho. – vejo certa tristeza em seus olhos e por um momento me dou conta que a culpa é toda minha.

– Eu mudei pai, eu cresci. Acontece com todo mundo sabia?– eu sei o quanto ironia o irrita. Então resolvi apelar.

– Não se faça de idiota Enzo. – agora seus olhos transmitem certa irritação. Boa garoto. Já que eu não vou conseguir reverter essa situação mesmo, eu vou infernizar.

– O que tem de errado eu gostar de me divertir? – ele solta uma gargalhada jogando a cabeça para trás e volta seu olhar para mim em seguida.

– Isso que você chama de diversão está destruindo o seu futuro filho. – rolei os olhos.

– Que maravilha! Então você quer dizer que eu vou ter um futuro brilhante me mudando para São Paulo? Até quando eu vou ter que ficar lá?

– Alguns meses, é pouca coisa filho. – eu sei quem nem ele acredita que essa viagem vá fazer diferença. Mas ele precisa afastar o filho problemático por um tempo. Já o nome dele está em jogo.

– Meses? - é muito tempo.

– É Enzo. Espero que você faça uma boa viagem filho! – ele volta a analisar os documentos que estão sobre a mesa.

– Está me mandando ir embora? – pergunto confuso.

– Vou ter que resolver alguns problemas que surgiram devido ao que você chama de diversão.

– Não é pra tanto pai. – nego com a cabeça.

– Diz isso pra mulher que você quase atropelou. – ele volta o olhar para mim, que dou de ombros e sorrio, ele pega o telefone e disca alguns números, os quais eu não consigo identificar.

– Deveria ter atropelado. – sussurrei para mim, talvez ele tenha ouvido. Espero que não.

– O que? – ele parece surpreso. Ele ouviu merda, está com aquele olhar. Olhar de repreensão. Conheço bem esse olhar.

– Tchau pai. – pego minha mochila que está jogada em cima de uma cadeira e vou em direção a porta. Me viro mais uma vez e vejo que ele nem sequer está prestando atenção em mim. Está ocupado de mais analisando algum caso. Trabalho sempre em primeiro lugar.

– Tchau Enzo, até logo. - Saiu da sala e bato a porta o mais forte que consigo. Eu sei o quanto isso o deixa irritado. Bom... que se foda!


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