Capítulo 1- Garoto idiota

Segunda-feira

-Eu realmente não entendo para quê tudo isso. -Reclama Mônica- Já é meu quarto colégio esse ano! por quê eles não me colocam em apenas um colégio e me deixam lá o ano todo!

-Entenda Mônica... eles querem ficar mais perto de você. Querem saber que você está protegida. E para isso você tem que ficar em uma escola que esteja um pouco mais perto deles. -explica Angélica, uma empregada que cuidou de Mônica desde seus 6 anos-

-Até parece... eles nunca ligaram para mim. A única que cuidou de mim foi você. E mesmo assim eu me sentia solitária, pois não tinha pais que comemorassem o meu aniversário comigo, natal, ano novo. nada! minha vida nunca fez sentido -Diz Mônica com seus olhos lacrimejando-

-Ai não vai chorar agora, por favor. -Diz Angélica limpando com seu dedo as lágrimas que caíam no rosto de Mônica- Quem sabe você não tenha uma nova oportunidade nessa escola. Quem sabe você conheça alguma pessoa especial. -Ela sorri para mim e me deixa mais confortada-

-Eu duvido muito, mais... tudo bem. Eu vou me arrumar para esse novo colégio. -Digo rendida-

-Muito bem, assim que se fala. -Ela da um longo sorriso para mim e eu retribuo com um sorriso no canto do lábio-

Eu pego minha roupa e vou em direção ao meu banheiro. Tomo um longo e refrescante banho, não queria ter que pensar que teria que aturar mais um novo colégio com mais gente interessada em meu dinheiro. Me visto e arrumo meu cabelo. Não passei maquiagem pois não queria chamar atenção no meu primeiro dia de aula nesse novo colégio. Desço as escadas e encontro Angélica em minha espera.

-Está radiante -Ela diz com aquela sorriso outra vez-

-Angélica não exagere, só estou com o uniforme do colégio. Nem maquiagem eu passei. Não tem como eu estar radiante. -Eu começo a rir do que Angélica disse-

-Hahaha tudo bem então -Ela ri- Tome seu café que o motorista está te esperando para te levar a seu novo colégio.

-Sobre isso... -Eu exito antes de falar-

-Oque foi? -Ela me olha sem entender-

-Eu gostaria, de ir sozinha para o colégio hoje. Sabe... eu não queria aparecer com um motorista no meu primeiro dia de aula. E também... talvez se as pessoas não soubessem que eu sou rica, elas se aproximariam mais de mim. -Digo preocupada com a reação de Angélica-

-Você sabe que... eu não posso fazer isso. Seus pais não me permitiriam. -Diz ela me observando-

-Angélica eu já tenho 16 anos, sei me virar sozinha. E meus pais não estão aqui... eles não precisam permitir nada. - Eu digo terminando de tomar meu café-

-Tudo bem... você já tem idade para ir sozinha. Deixe que eu me viro com o motorista. Só... tome cuidado, está bem? -ela diz me dando um beijo na testa-

-Tudo bem... obrigada! estou te devendo uma. -Me despeço de Angélica e vou em direção a porta-

Eu caminho lentamente em direção a escola, que a propósito não ficava muito longe de minha casa. Eu ficava pensando no porquê de eu ser tão infeliz? porquê não tenho pais que ficam a maior parte do tempo com a filha? porquê não tenho amigos? Porquê eu tenho essa vida? Sou tirada de meus devaneios quando sou atropelada literalmente por uma bicicleta que vinha em minha direção.

-Meu Deus me desculpe, Está bicicleta está meio ruim e não estou conseguindo controlara direito. -Diz um rapaz que veio me ajudar imediatamente. Só que para seu azar, eu não estava nada boa hoje-

-POIS ENTÃO COMPRE UMA NOVA! VOCÊ VAI FICAR POR AÍ ATROPELANDO AS PESSOAS? VOCÊ PODIA TER ME MATADO! SABIA DISSO? -Digo gritando de raiva-

-hahaha- ele ri- Calma aí esquentadinha, ser atropelado por uma bicicleta não iria fazer tantos danos como oque você acabou de dizer. No mínimo um joelho ralado- ele dar uma piscadinha para mim-

-Aff já vi que não vou gostar nem um pouco desta escola. -Digo andando em passos rápidos e ignorando o garoto ridículo de cabelos espetados atrás de mim. Mais até que ele era gatinho. Peraí oque? é claro que não!

Chego na escola e vou direto para a diretoria pegar meus horários, que droga! matemática será meu primeiro horário. Vou ao bebedouro e fico um bom tempo do lado de fora tentando criar coragem para entrar. Quando eu entro vejo aquele garoto idiota sorrindo sem parar para mim.

Eu mereço isso?