A Eterna Segunda Vida de Alex Tanner escrita por Laís Bohrer


Capítulo 20
Obscuring Silence


Notas iniciais do capítulo

Lay*: Galera! Mais um capítulo e ESVAT, por enquanto não está acontecendo NADA... Mentira, muitos queixos podem cair no começo do capítulo e talvez, algumas mentes podem girar no final...
Espero que gostem e desculpem pelo Liam... E desculpem adiantado porque... Ah, vocês verão. Prevejo que alguém vai vir puxar meu pé a noite.
Boa leitura!
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"Tudo o que começa com raiva, acaba em vergonha."
Benjamim Franklin



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Silêncio Obscurecedor

Eu me sentia como há alguns anos atrás após fugir de casa – sem saber ao certo para onde ir e me perguntando a cada momento onde eu estava indo exatamente. Naru não respondia quando eu fazia perguntas semelhantes a essa, e isso estava deixando-me irritada. Não podia jogar na cara dele que tínhamos acabado de perder um membro do nosso clã – de novo... – Além do mais ele também tinha perdido um.

Shane Lin fora o lobo mais legal que eu já tinha conhecido. Estava pensando nisso quando Naru parou.

– O que é agora? – perguntou Charlie irritado.

Claramente eu já sabia que vampiros não coravam... Mas toda vez que olhava para Charlie eu me sentia constrangida.

– Vocês sabem que não são obrigados a isso, não sabem? – ele disse.

– Apenas continue andando – eu disse com um embrulho no estômago, como se tivesse tentado comer algo que alguém normal e em perfeito estado mental não comeria.

Naru me olhou irritado.

– A culpa é sua – ele disse repentinamente. – Shane poderia estar vivo se você fosse menos idiota.

– Nossa, uma coisa tem totalmente haver com outra – eu murmurei. – Não sei se você sabe, mas Liam também está morto.

– Aquele outro imbecil do Foster simplesmente era imbecil, não compare um de nós com um sujo como um Foster. – ele disse cuspindo cada palavra como se estivesse vomitando as palavras que esteve engolindo por todo esse tempo.

Charlie assobiou.

– Bem... Eu vou... Procurar esquilos, Alex você quer também? – perguntou ele.

Eu o fulminei com um olhar do tipo: Agora não Charlie!

Ele pareceu compreender perfeitamente, recuou uns passos, olhou desconfiado para Naru e então se foi. Senti-me um pouco insegura com Charlie longe de mim, apesar de não sentir nenhuma outra presença por perto.

Voltei a olhar para Naru com irritação.

– Não fale dos Foster desse jeito na minha frente.

– Que medo – debochou Naru. – Medo dessa garotinha estúpida que mal consegue defender a própria cabeça.

– Você é insuportável – eu disse me arrependendo logo depois. Sabia o que viria a seguir.

– Que genial... Nada mais inteligente pra dizer novamente? – ele questionou. – Típico de você, Foster.

Eu mordi o lábio e cerrei os punhos.

– Irritante. Insuportável. Idiota. Metido a besta... – eu disse. – Sim, eu não tenho nada mais inteligente pra dizer do que como eu acho que sua ira pelos Foster é tão ridiculamente sem sentido nenhum. O como eu acho que o seu ego é tão enorme que estou até surpresa de você não ter explodido.

Ele ficou em silêncio por um minuto.

– Realmente, nada que valha a pena ouvir. – ele me deu as costas e continuou andando sem demonstrar nenhuma expressão na face. Seus olhos gélidos e violetas pareciam me perfurar. Tudo aquilo me irritava muito. – Da próxima vez diga isso a alguém que se importe com que você pensa, como seu namoradinho Foster.

– Charlie não é meu namorado... – eu me tornei um vulto, reaparecendo logo em seguida na sua frente, cortando seu caminho. Naru recuou. – Mas porque você se importa?

– Nunca disse que me importo – ele retrucou. – Por mim você teria sido reduzida a cinzas naquela explosão.

Tentei não demonstrar, mas eu realmente fiquei chateada com aquela frase.

– Por que, Naru? – eu disse em um tom mais baixo. Desviando de seus olhos. – Seu ódio por mim vai além de eu ser uma Foster, não é? Por quê?

– Não se sinta especial, Alex – ele disse debochando. – Eu simplesmente não passei tanto tempo perto de um Foster, e estou odiando a experiência.

– Ah, que ótimo saber que sou uma boa companhia, eu me esforço. – retruquei também debochando.

Naru passou as mãos pelos cabelos castanhos escuros, fechou os olhos mergulhando o rosto nas mãos, ouvi seus múrmuros, contando até cinco. Revirei os olhos e então ele olhou para cima como quem diz: Porque eu, meu Deus?

– Argh! – ele exclamou e então olhou para mim acusador. – Porque eu, entre tantos outros... Porque eu tive que ter um imprint por você?

Eu hesitei e então tive várias reações atrás da outra – cerrei os olhos, abri e fechei a boca várias vezes... Até agora eu não sabia quase nada sobre Naru, exceto que ele poderia provavelmente não ser quem dizia. Um misto de confusão passou pela minha mente, como se estivesse tentando entender uma pessoa falando em outra língua. Até que finalmente me voltei a Naru e disse:

– O que é um imprint?

Naru suspirou e fez um gesto com as mãos.

– Eu desisto.

Eu fiz a mesma coisa.




Depois de longas horas de caminhada resolvemos ir à velocidade máxima. Por mais que eu achasse que Naru estava indo rápido demais – provavelmente com a esperança de que nós nos perdêssemos dele. – Finalmente deixamos a floresta para trás e estávamos novamente nas ruas de Forks, não havia razão para nos escondermos agora. Mas me perguntei onde estavam os outros anti-Volturi, Charlie parecia animado para conhecê-los. Ansioso depois das histórias que lhe contei.

Estávamos diante de uma casinha bege, em que não parecia exatamente viver alguém há tempos. Os três degraus de madeira rangiam quando pisávamos neles. A varanda estava molhada de modo que eu escorreguei na passagem para a porta, Charlie me segurou quando eu estava há um centímetro de tocar o chão.

– Você está bem? – perguntou ele.

Não.

Sim. – menti. – Estou.

Todo mundo ao meu redor morrendo... “Sim, eu estava bem.”

A casa era aconchegante, parecia limpa como se alguém frequentemente a limpasse. Sofás vermelhos de veludo tomavam espaço na sala. Um piso de madeira escuro, um tapete na sala peludo e marrom que era gostoso de pisar. Plantas artificiais decoravam o lugar. Havia um quadro representando a imagem de uma praia à noite, com a lua, estrelas cintilando com glitter e a sombra de um casal caminhando.

Passei o dedo suavemente pelas estrelas cintilando artificialmente no céu de tinta.

Charlie olhava para mim, curioso.

– Sempre quis tocar as estrelas. – contei e ele deu um meio sorriso.

Durante todo esse tempo, Naru não disse nada. Ele parou diante a um curto corredor, virou e disse-nos:

– Não quebrem nada. – ele disse desaparecendo na escuridão do corredor e adentrando em um dos cômodos. Minha audição afiada captou o som de uma porta sendo trancada.

– Você tem uns amigos estranhos. – disse Charlie chamando minha atenção.

Eu não respondi. Apenas me joguei em um dos sofás que estava de frente para uma poltrona. Achei que Charlie se sentaria nela, então estiquei as pernas acima do sofá. O garoto de cabelos negros ergueu minhas pernas pelo tornozelo e se sentou ali, colocando meus pés em seu colo.

O silêncio na sala era obscurecido pelos sussurros que eu pensava ouvir, lembrei-me das noites no meu quarto na mansão Foster, em que eu ouvia na escuridão sem fim, o chamado de Bree. Já antes eu tinha essas ilusões, a primeira vez foi naquele maldito laboratório em que um cientista maluco me usava como cobaia... Quanto tempo fazia? Parecia... Muitos anos.

– O que faremos então? – disse Charlie. – Tem ideia de como destruiremos os Volturi? Não podemos simplesmente chegar lá quebrando a cara de todo mundo.

Eu dei uma risada seca.

– Basicamente esse era o meu plano.

Charlie olhou para o teto.

– Totalmente “Fosteriano” da sua parte.

– Fala sério... – eu disse.

Estou falando sério. – ele enfatizou.

Eu me sentei, ficando bem ao seu lado. Charlie segurou a minha mão.

– Porque isso está acontecendo, Alex? – ele perguntou.

Era como uma criança me perguntar por que existiam pessoas ruins nesse mundo... E sim, já me perguntaram isso. Edgar foi ele mesmo, após me reencontrar depois dos episódios torturantes do laboratório.

Achei que não ia mais te ver. Ele disse-me quando eu estava na maca daquele hospital. Lembro bem de Edgar me abraçando delicadamente, eu estava muito fraca. Porque existem pessoas ruins nesse mundo, Alex? Ele dizia, enquanto lagrimas brotavam de seus olhos.

Foi horrível... Edgar, eles estão me perguntando o que aconteceu, estão me forçando a lembrar... – uma Alex de cinco anos dizia desesperada. – Eu não quero lembrar!

Eu olhei para Charlie, e então, encostei a cabeça em seu ombro.

– Não sei Charles – eu disse. – Não sei.



Um dos meus piores erros naquele dia foi me dar o privilégio de fechar os olhos naquele mesmo momento, me permitir fugir daquele mundo, sabendo que eu não poderia dormir de verdade, mas sabendo que eu ainda poderia ser puxada para uma daquelas ilusões.

Naquele flash eu vi Liam correndo, tudo ao seu redor era um borrão de pinheiros, ele parecia estar fugindo, perseguido por algo ou alguém.

Tenho que achá-los... Tenho que... Sua voz ecoava.

E então a imagem se desfez em fumaça dando lugar ao cenário da explosão. Não havia rastros de nada, exceto bem longe, a capa de um Volturi.

Liam voltou a ser o protagonista da imagem, ele parou repentinamente e sorriu quando viu que estava sozinho. Ele tinha na mão, uma flecha – provavelmente uma flecha comum dos Volturi -, parecia muito satisfeito consigo mesmo. Ele voltou-se para mim e abriu a boca, mas a voz que saiu da sua boca não era de Liam.

Olá, garotinha. – disse a voz do homem que me sequestrou quando eu tinha cinco anos.

E de repente eu estava caindo na escuridão de um abismo, onde as vozes de Bree brigavam comigo por tê-la abandonado.

E uma última voz, a voz da minha mãe, disse:

Ele não foi destruído.


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam nos comentários.
Beijos Azuis e sem muitas palavras hoje.



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