A Eterna Segunda Vida de Alex Tanner escrita por Laís Bohrer


Capítulo 18
The Weight Coastal


Notas iniciais do capítulo

Lay*: Uma coisa que eu deixei de falar muito antes era a habilidade da Alex. Nesse capítulo vou focar mais no passado dela e ao mesmo tempo no presente. Esse capítulo, na minha humilde opinião, não ficou muito bom, mas isso eu deixo nas mãos de vocês julgar.
Boa leitura, mas eu não espero que vocês gostem... Na verdade, estou me preparando para pedradas.
Aliás, feliz dia internacional da mulher ^^
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“Só lutamos por aquilo que amamos, só amamos aquilo que respeitamos e só respeitamos aquilo que conhecemos.”
— Adolf Hitler



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O Peso nas Costas



Todos os Foster carregavam um passado pesado demais para que quisessem compartilhar o peso com alguém próximo. Eu já não era um caso a parte e isso de fato me surpreendia. A verdade era que o meu poder de levitar as coisas ao meu redor era algo menos simples do que eu poderia imaginar e não era exatamente uma novidade para mim quando eu parei aquela cadeira bem no ar.

Carlisle e eu tivemos conversas sobre alguns raros poderes que os vampiros dotavam meio a transformação, um exemplo disso seria o efeito camaleão de Leon ou o poder de ver o passado as pessoas com apenas um toque – nisso se destacavam Mirajane e Aro.

Mas eu era diferente. Desde minha humanidade – para ser específica, desde os meus cinco anos de idade eu já podia fazer coisas estranhas como mover a matéria, tudo que houvesse de existente, tudo o que pudesse ser tocado. Um estudo avançado. Três meses desaparecida, meses de puro terror.

– Seu idiota arrogante – gritou Naru para Liam. – Quer chamar a atenção de todos eles?

Liam parou um momento.

– Dã? – ele disse.

Charlie pulou do tronco em que estava e não parecia muito feliz.

– Isso não importa agora – disse ele. – Não é, Kobayashi-kun?

Naru rangeu os dentes exibindo pequenas presas, porém, afiadas como navalhas.

– Sim – concordou. – Vamos achar os outros...

Naru se voltou para mim.

– Temos que avisar a eles. Os Volturi estarão nos esperando no Oeste.

– Como sabe disso? – eu perguntei.

– Simplesmente sei.

– Grande... – eu parei.

Eu não deveria estar com uma expressão muito boa porque Charlie se aproximou preocupado.

– Alex? – ele chamou. – O que foi?

Olá, garotinha... Repetiu a voz do homem, como quando eu tinha cinco anos.

– Cuidado! – a voz de Liam gritou. – Atrás de vocês!

Arregalei os olhos quando o vulto negro surgiu logo atrás de Liam.

Gritei seu nome.

Liam, ágil e veloz como sempre, virou-se e deu um golpe no Volturi logo atrás de si. Gravei o rosto do vampiro para sempre na memória, ele era incrivelmente feio. Seu rosto era quadrado, seus olhos eram os mais vermelhos que eu já tinha visto em um vampiro, seu rosto era coberto de várias cicatrizes e parte de sua orelha estava arrancada, ele não tinha um fio se quer de cabelo na cabeça o que seria engraçado ver sua careca brilhando ao sol... Mas não quando ele tentava arrancar a cabeça do meu amigo.

– Alex! – gritou Naru me jogando para o lado e desviando de uma flecha que se fincou em um tronco e logo depois explodiu, engolindo a árvore em chamas.

– Tudo bem, agora isso é sacanagem! – eu disse olhando para a árvore em chamas.

Naru se levantou e retirou sua adaga de prata da bainha e então a jogou para mim.

– Fique com isso. – ele disse.

– O que?! – eu exclamei.

– Apenas fique! – ele gritou.

Eu não discuti. Observei Naru se transformar em um enorme lobo com pelagem marrom como a terra e os olhos enormes e violetas, eu fiquei com a adaga em mãos. Ergui-me e ataquei o primeiro Volturi que apareceu na minha frente, troquei socos, chutes e facadas até que passei de lado, logo acima da cabeça do guarda Volturi e a lâmina da adaga atravessou seu pescoço.

BOW!

Uma flecha explosiva engole um pinheiro um pouco mais longe dali.

Fogo... Não posso tocar no fogo. Eu pensei lembrando a Mansão Foster sendo consumida pelas chamas.

Um pouco mais longe, Naru arrancava a cabeça de alguns dos vampiros, logo havia sangue em sua pata traseira esquerda, mas ele não parou. Eu não parei até momento em que fui chutada para longe, colidi com uma pedra e a mesma recebeu um grave estrago.

Qual o seu nome? Disse a voz do homem.

Enquanto Edgar vasculhava em minhas lembranças mais dolorosas, elas voltavam para mim.

Olá, garotinha... – disse um homem com a cabeça raspada e uma cicatriz horrorosa no rosto que descia de baixo do seu tapa-olho de couro até a metade da bochecha. Ele tinha um sorriso horrível também, exibindo seus dentes amarelados. Um deles era de metal. – Onde estão os seus pais?

Eu assisti a mim mesma, com cinco anos de idade, em calças jeans, uma blusa da Hello Kitty e um boné vermelho na cabeça. Diante daquele sorriso, eu não recuei... Por que eu não recuei?

Eu... Eu não sei. – eu gaguejei.

O homem sorriu.

Você gostaria de encontrá-los de novo? – perguntou o homem.

Eu nem tive chance de responder, tudo ficou escuro.

Lembro de quando acordada estar dentro de uma espécie de cilindro gigante, um líquido azul me rondava, mas não era água. Havia uma mascara de oxigênio no meu rosto. Passei cinco meses com a mesma sensação todas as noites, a sensação de eu ser feita de papel, frágil... Com uma pedra em cima de mim.

Todos os dias durante aqueles três meses eu sentia dor, fios eram conectados e desconectados ao meu corpo. Eu só era alimentada assim.

Toda noite, aquele mesmo homem vinha até mim, ria ou falava alguma coisa... Mas eu não podia ouvir nada.

Cobaia. Só isso que eu me lembro de ter ouvido. Eu era um rato de laboratório ali.

As vezes eles me tiravam daquele cilindro e todas as vezes que me tiravam de lá eu passava por uma espécie de teste.

Um dia, um mês antes do fim de todo aquele pesadelo, eu recebi um companheiro. Ou melhor, vários.

Outros cilindros eram postos ali por pessoas que eu não conhecia.

Dentro de todos os cilindros eram posto embriões – na época eu não sabia o que era, eu só tinha ouvido isso dos homens. Quando ensinaram isso na escola eu pirei de vez. - Vinte horas eu contava, era o tempo de sobrevivência de cada embrião, exceto um.

Logo ao meu lado, o único embrião sobrevivia. Se desenvolvendo com velocidade até tomar a forma de um humano finalmente.

Um garoto de olhos violetas que com certeza não eram humanos.

Ao que eu pude ouvir, aquele embrião ficou naquela forma durante muitos e muitos anos. Eu observei aquele embrião se desenvolver de perto. Falando isso parece nojento, mas era tudo o que eu podia observar.

Até que chegou o dia em que eu finalmente pude fugir.

– Alex! Você está ainda está comigo? – era Charlie me trazendo de volta a realidade.

Eu disse algo inteligente tipo:

– Éh...

Charlie me puxou do buraco que eu havia causado.

– Charlie...

Uma flecha explosiva foi lançada por um vampiro que se encontrava há muitos galhos acima de nós. Charlie me envolveu e nós caímos no chão, mas não chegamos a ser atingidos.

Um escudo transparente nos envolvia em uma espécie de esfera.

– Por favor, diga que eu não estou definitivamente morto – pediu Charlie. – Eu não quero encontrar com a Pam tão cedo.

Eu sorri.

Charlie olhou para cima. A explosão acontecia logo acima de nós – do outro lado do escudo.

– É como o escudo da Bella – eu disse. – E do Xavier.

– Um escudo mental. – murmurou Charlie.

– Você salvou a gente... Cara, eu podia te beijar.

Charlie sorriu e eu me arrependi eternamente por ter dito aquilo.

– Eu não... – eu comecei.

– Já era, Tanner – ele disse ainda sorrindo. - Vou me lembrar disso quando não estivermos prestes a sermos dizimados, tá bom?

– Droga... – eu resmunguei. – Vamos achar Liam, que tal?

Charlie suspirou como quem diz: Que saco...

– Tá, não vai ser muito difícil do jeito que aquele cara é escandaloso...

– HÁ-HÁ-HÁ! VOCÊS QUEREM ARRANCAR MINHA CABEÇA SEUS CABEÇUDOS? ENGOLE ESSA FLECHA, E ESSA! E ESSA E ESSA TAMBÉM!

Uma seqüência de flechas explosivas foram lançadas sobre nossas cabeças. Charlie revirou os olhos enquanto um Liam enlouquecido usava sem nenhum cuidado um arco furtado e uma aljava e flechas explosivas.

Naru estava rosnando irritado para o vampiro eu nem dava bola para ele.

– TOMA ESSA SEU CARA--DE-BUNDA SANGUINÁRIO! – berrou Liam

Charlie se deixou rir.

– O que esse cara tem na cabeça eu não sei...

– Ah eu sei – eu disse. – O mesmo que você.

– O que quer dizer com isso?

– Abaixa!

Eu empurrei Charlie para o chão no instante em que uma flecha explosiva passava por cima de nós.

– Esse idiota me paga... – disse Charlie. – Ah, oi Alex!

Se eu ainda tivesse essa habilidade eu teria corado. Eu estava caída ao lado de Charlie com o rosto enterrado em sua jaqueta – que tinha cheiro de esquilos... Ótimo perfume. -, ele tinha o braço envolto da minha cintura.

Eu me levantei.

– LIAM! – eu gritei. – Olhe para onde aponta essas coisas!

– HÁ-HÁ-HÁ! – ele berrou. – Ops...

Em menos de alguns segundos, Charlie, Liam (com seu estoque de flechas finalizado) e eu estávamos um de costas para o outro. Eu não tinha mais visto Naru desde a última explosão. Eu desejei que ele estivesse bem e então eu repensei nesse desejo...

Naru volte vivo para eu poder espancar essa sua cara... Eu pensei.

O lado bom era que eles já não tinham mais flechas explosivas para lançar contra nós e o lado ruim era que nós não tínhamos mais flechas explosivas para lançar contra eles. Outro lado ruim era que estávamos em desvantagem numérica. Uns vampiros se revitalizaram bebendo o sangue do corpo de Shane o que me deixou com muita raiva.

Fiz alguns pinheiros caírem em cima de uma fileira de vampiros, movendo-os com a mente. A adaga de Naru estava pendurada em meu cinto – teria que devolver mais tarde, apesar de que nem me foi muito útil.

Claramente eu não podia mover os vampiros, isso eu não sei por que. Charlie nos manteve dentro de seu escudo mental. Eu estava sentindo um peso nas minhas costas. Lembrei do motivo por eu nunca gostar de usar aquela habilidade.

A primeira vez em que eu a usei foi naquele mesmo laboratório e foi com ela que eu fugi. Cadeiras se balançavam. Vidros se quebravam. Tudo ao meu redor ganhava vida e animação. Infelizmente eu não consegui salvar aquele estranho garoto embrião que havia sido um rato de laboratório por séculos.

Os três piores meses da minha vida.

– Charles – a voz de Liam inicialmente era distante, como se chamasse em um eco, do outro lado do túnel. – Pegue Alex e vão para longe daqui.

– Há, sem chance que vamos deixar você pra morrer, loirinha – provocou Charlie.

– Charles – Liam repetiu, dessa vez não parecia em condições de quem queria brigar. O sorriso de Charlie desapareceu.

– Você não pode estar falando sério. – ele disse.

– O que? – eu me intrometi na conversa. – O que ele vai fazer?

Havia dor nos olhos dourados de Liam. Os guardas Volturi continuavam a atacar do lado de fora do escuro, insistentes.

– Eu vou cumprir a minha promessa com o velhote. – Liam respondeu.

– Liam, o que você vai fazer? – eu repeti a pergunta.

Uma nova flecha explosiva colidiu com o escudo. Dessa vez eu senti meu corpo inteiro formigar. No susto, eu pulei.

– Você vai continuar a promessa, Charlie – disse Liam me ignorando. – Proteja o que restou da nossa família.

– Não fui eu que...

– Quanto tempo mais você consegue erguer esse escudo? – Liam retrucou.

Charlie se calou.

– Três minutos.

Liam sorriu.

– É só isso o que eu preciso. – ele disse. – Leve Alex para longe daqui a quarenta segundos.

– Gostaria que parassem de falar como se eu não estivesse aqui! – eu disse.

Charlie olhou para mim e se voltou para Liam.

– Eu te odeio cara-de-peixe – ele disse.

– Eu sei. – disse Liam.

Charlie segurou o meu pulso.

– Charlie... – eu murmurei.

– Não morra – disse o moreno.

Liam hesitou e então sorriu como sempre fazia.

– Isso eu não posso prometer – ele admitiu.

– Liam, por favor... – eu comecei. – Você não pretende...

O escuro começou a tremular a nossa volta.

Três minutos... Só tínhamos três minutos.

– Você foi uma ótima irmãzinha, Alex – disse. – Não sei como alguém poderia fazer o que Edgar faz a alguém como você.

– Liam – eu chamei.

Liam bagunçou o meu cabelo.

Onde eu já tinha visto isso? Ah claro, na noite em que Edgar foi embora. Lembro que ele bagunçou os meus cabelos do mesmo modo e disse: Adeus, pirralha.

– Vão – ele disse, gritando mais alto em seguida. – VÃO!

Foi muito rápido.

No instante em que o escudo desapareceu. Charlie me puxou, eu envolvi minhas pernas ao redor da cintura dele como uma criança, no momento exato em que ele virou um vulto e passou pelos Volturi.

Liam não veio atrás de nós.

Eu segurei no pescoço de Charlie, fechei os olhos e comecei a contar – Quarenta segundos.

Uma queimada começou bem naquela área da floresta. Logo, os humanos notariam a fumaça. Ate lá seria tarde para saberem o que aconteceu.

Trinta segundos...

Eu ouvi um uivo.

Um lobo marrom surgiu logo atrás de nós.

Naru...

Seus olhos violetas eram ferozes e cheios de ódio. Eu me agarrei ainda mais a Charlie e voltei a fechar os olhos. Tudo ficou escuro.

A habilidade que eu tinha de mover as coisas era efeito colateral de uma ciência maluca. A minha “sobre naturalidade” apenas reforçava isso me permitindo controlar.

Eu me senti o personagem de um livro de ficção científica.

Vinte segundos.

Eu ouvi gritos em algum lugar da minha mente...

Porque você me deixou sozinha, Alex? A voz de Bree.

Não... Eu respondi. Não deixei. Eu estou aqui.

Dez segundos...

– Charlie! – eu gritei.

Alguma coisa explodiu perto de nós. Charlie tropeçou e nós rolamos até um corrego, eu submergi no mesmo instante. Charlie não me soltou em nenhum momento, lembrei do que Liam disse: Proteger o que restou da nossa família.

Cinco, quatro...

– Vamos, vamos... – dizia Charlie.

Três segundos.

– Espere! – eu disse.

Charlie soltou minhas pernas e me colocou novamente no chão. A água ia até o meu tornozelo. Naru, ainda em sua forma de lobo, observava ao longe, ansioso, apenas aguardando. Eu subi em cima de uma pedra, podia sentir Charlie logo atrás de mim.

Senti aquele mesmo peso de antes.

Um peso que não podia ser compartilhado.

Três... Dois...

Naru uivou para o céu. Charlie me abraçava, xingando, no entanto a quem, eu não sabia ao certo. Eu afundei meu rosto em sua jaqueta novamente, fechei os olhos e me deixei mergulhar na escuridão enquanto o barulho alto da explosão soava a quilômetros de nós.


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Notas finais do capítulo

* Crianças de casa que não sabem o que é um embrião: é tipo... Bem, pergunte aos seus pais... ^^ E não digam aonde leram isso, sim?

Bem, minha amiga Liza Shell me informou que segundo a Bella, não era possível uma mulher vampira ficar gravida, então veio aquela aulinha de ciências... A barriga da mulher cresce porque o embrião se desenvolve dentro dela, mas já que a mulher é vampira e se houvesse realmente um embrião... Se ele crescesse... Por acaso a barriga explodiria e ela morreria? Certo, não faz sentido, mas eu levei em um acaso de que o embrião morreria, mas e se esse embrião se desenvolvesse fora da barriga da mãe?
Tá, tá... Eu não sei se poderia de fato se desenvolver na ciência real. Mas um cara muito maluco que sequestrou a Alex quando ela era pequena pensou nisso. A maioria deu errado, então eu pensei em um menino vampiro-lobo na forma de um embrião... O que aconteceria? Não sabemos então podemos inventar. É muito confuso, então levaremos em conta que o embrião é... Ah, isso é muito nojento. Esqueçam. Vocês entenderam, eu espero.

Agora sobre ele ser filho da Mirajane... Vou deixar ele contar sobre isso, tá bom?
Eu sou teimosa, eu já sabia desde o inicio como o Liam ia morrer, mas na hora de escrever eu não quis! Mas... Não foi como eu queria que fosse. Liam prometeu a Xavier que protegeria seus "irmãos" no dia da cerimônia nas ruínas da Mansão Foster, se vocês lembram...
Beijos Negros, porque novamente, mais uma vez eu estou de luto.




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