Maria teve alta do hospital.

Ignazio voltou para os Estados Unidos.

Após três meses de ter perdido seu bebê e o visto pela última vez Maria rega o jardim como fazia todos os dias. E vê o carteiro colocar as correspondencias na caixa. Olha todas calmamente até que vê que uma está endereçada ao seu nome. Ela abri e começa a ler.

"Qual seu maior medo? Perder alguém... ou ganhar alguém?

Bem, eu não sei, só sei que o seu amor me faz bem.

Pensei em te mandar flores, em dizer o quanto eu sinto por ter te perdido, mas resolvi que era melhor escrever. Não sou muito bom eu dizer o que eu sinto, e sempre tive medo de amar.

Mas, desde o dia em que te conheci isso mudou. Vi naquela morena birrenta e baixinha tudo o que eu precisava. Vi em seus olhos o que eu queria, e tive certeza em seu sorriso que você era o que eu precisava.

Eu estraguei tudo. Na tentativa de acertar. Tive medo que não me aceitasse sendo famoso que fosse mais uma fã que queria se aproveitar da minha fama, mas eu fui burro por que você não é assim.

Senti medo. Confesso.

Medo que você não me amasse. E agora estou aqui, sozinho. Dizendo o que eu jamais pensei em dizer: Eu te amo.

E é por te amar tanto assim que eu te liberto. Te liberto do meu amor, te liberto das minhas lembranças, te liberto da dor que eu te causei. Te liberto de mim.

Bambina, abra seus olhos tem um mundo inteiro esperando por você. Não espere por nada siga em frente.

Tenho tanta coisa a dizer...

Apenas isso é importante.

Eu te amo. E quero que você viva, explore esse mundo como sempre quis. Viaje, cresça. Case, tenha filhos e envelheça.

O mundo está ai, só esperando você dar o primeiro passo. Não o faça esperar.

Maria, não me faça esperar.

Com amor,

Ignazio Bochetto Bis."

E ela sorriu. Era como se pudesse ver o sorriso dele. Aquele que ela tanto amava.

Ela olhou para o céu. E era como se estivesse frente a frente com ele.

– Não vou te fazer esperar. - disse com lágrimas nos olhos - Nunca.

*FIM*