I Solemnly Swear escrita por Helena Jimenez


Capítulo 8
Lily




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Esses meses que decorreram em Hogwarts foram tranquilos, era o que parecia para todos, menos para mim. Certos acontecimentos estão me corroendo por dentro. Snape que sempre fora meu melhor amigo, entre todos, está distante, cada dia mais, reparei também que ele parece querer me contar algo, mas simplesmente não me procura, e foge de mim toda vez que tento falar com ele. Porem, o que tem mais me preocupado, de longe, é o fato sobre o que vem acontecendo com as famílias trouxas, que estão desaparecendo misteriosamente, isso vem me deixando extremamente nervosa, não durmo direito há semanas. Temo pela minha família, incluindo Petúnia, por mais que não temos uma boa relação agora, ela é a minha irmã e sempre estarei presente em sua vida, mesmo que a mesma não queira.

Tentei falar com Dumbledore diversas vezes, para saber qual era a veracidade dos fatos. Até então só sabia de informações pelo o que as pessoas me falavam, que envolvia um bruxo das trevas, Voldermort, mas todos o intitularam como “Aquele Que Não Deve Ser Nomeado”, ele estava reunindo um exercito de bruxos, mas não se sabiam ao certo para que finalidade. Alguns diziam que era para acabar com as famílias trouxas, ou seja, essa seria a razão de tantas famílias estarem desaparecendo, outras falavam que ele queria expor o mundo bruxo para os trouxas, enfim, eram muitas ideias, e sinceramente saber por falatório não me agradava. Queria fatos, provas, sobre todas as mil e umas teorias que giravam em torno deste assunto. Por isso tentava falar com Albus, mas ele não me atendia mais, atitude que ele nunca tinha comigo antes. Antigamente, ele me convidava para conversar, sobre assuntos banais de Hogwarts, ou para tirar alguma dúvida minha sempre tivemos uma “relação” boa, mas desde então Dumbledore não me responde. O que me restou, por fim, foi a biblioteca, pois até os professores que sempre me adoraram começaram a parar de responder minhas perguntas , que se tornaram frequentes.

Para melhorar toda essa situação, ontem era véspera de prova, porem não consegui estudar o suficiente, apesar de ter passado a tarde toda revisando os feitiços, porque a verdade é que só a noite consigo absorver melhor as informações, mas ontem esse meu planejamento de estudo não deu certo, acabei, sem querer, escutando uma conversa que me fez ficar ainda mais neurótica, e preocupada. Começou quando estava saindo do dormitório para sala comunal, ia pegar alguns livros que tinha deixado lá, mas parei quando comecei a escutar uma conversa entre Charlie e os marotos, ela contou que tinha o dom da vidência, e que me via casando com Potter. No mínimo ela devia ter se confundido sobre isso, porque nunca que iria me casar com alguém tão arrogante, tirano, e cafajeste. Além deste infeliz fato, Charlie via sua morte, o que era muito pior. Isso me deixou profundamente entristecida, mas não quis mostrar minhas aflições para ela, só queria a ajudar, mas o que fazer quando a própria pessoa não quer ajuda? Tentei conversar com ela, a sós, mas não adiantou.

Então por todos esses fatos o meu n “refúgio” era novamente a biblioteca, ficava a tarde inteira lá, saindo só no final da tarde ou a noite. Não era de se espantar, que hoje, logo quando terminei meu exame, voltei para lá. Separei um bocado de livros sobre adivinhações, visões, dom da vidência, e peguei alguns livros na ala proibida, sem ninguém perceber, sobre artes das trevas, queria entender melhor ou tentar descobrir qual era a verdadeira intenção dos fatos que estavam acontecendo fora de Hogwarts, e que ninguém queria me contar, ou me ajudar a descobrir.

Comecei por um livro que falava sobre experiências de bruxos que tiveram, ou tem o dom da vidência, como eram os primeiros aspectos a se pronunciarem, e a partir de qual idade isso se tornava mais forte. Só lendo os primeiros cinquenta capítulos, cheguei à conclusão de que tudo se encaixa no perfil de Charlie, principalmente sobre sua noites em que tinha “pesadelos”, sendo elas visões, então era real. Uma das minhas melhores amigas desde quando entrei em Hogwarts iria morrer, o pior de tudo era saber que realmente iria acontecer, e não poderia fazer nada. Só sei que se dependesse de mim iria tentar impedir, e se estivesse perto, faria o impossível para isto não ocorrer. Suspirei extremamente preocupada, até lembrar-me de outra visão que ela teve. Engoli em seco, me sentindo enjoada, então iria mesmo me casar com Potter? Será que futuramente ele seria tão cafajeste ao ponto de me dar uma poção do amor? Ou algo do gênero? Porque sinceramente não é possível que eu, Lily Evans, esteja disposta a ter algo com ele por livre espontaneidade, e estando consciente disto. Deveria estar com a feição de nojo, pois Alice e Marlene se aproximaram, sentando ao meu lado, rindo e comentando do meu rosto. Voltei a realidade.

Alice era uma das minhas melhores amigas, sempre estávamos juntas, porem desde quando ela começou a namorar Frank, cerca de nove meses, ela tem passado mais tempo com ele, eu a entendo, deve estar apaixonada. Alias, eu deveria fazer o mesmo sobre Luke, mas ultimamente não tenho saído muito da biblioteca, nem nos meus fim de semanas livres para passear em Hogsmeade.

– Por que você está lendo sobre bruxos com dom de vidência, Lily? – Marlene perguntou. Ela era melhor amiga de Alice, e era minha amiga também. Ambas eram da Grifinória, logo, eram minhas companheiras de quarto, além de Charlie.

Fechei o livro, o colocando sobre a pilha, não poderia contar para elas sobre o real motivo da minha pesquisa. – Ah, vocês sabem, só queria me aprofundar mais sobre adivinhação. – Sorri.

– Lily, você deveria parar de estudar um pouco, sabia? – Alice comentou. Dei ombros. – Sabedoria nunca é demais. - De repente elas ficaram mais serias.

– Na verdade a gente não veio até aqui para ver o que você estava estudando. – Franzi o cenho, Marlene continuou. – Viemos aqui para falar sobre o Snape.

– É ele anda distante mesmo. – As duas se entreolharam. – Não é isso, é que descobrimos algo sobre ele.

– O que?

– Lily. – Alice pousou delicadamente sua mão sobre a minha . – Sabemos que ele é seu melhor amigo, desde antes de vocês dois entrarem em Hogwarts..- Ela deu uma pausa, soltando um suspiro, parecia estar escolhendo as palavras para falar. - Ele está com a marca negra.

Arregalei os olhos, afastando a minha mão da dela. – Não, vocês estão enganadas. –Franzi o cenho, me endireitando na cadeira, extremamente incomodada com aquela conversa.

– Não é só porque algumas pessoas, como Mulciber e Avery, da Sonserina estejam se juntando com Voldemorte, que Snape faria o mesmo, eu o conheço..- Dei uma pausa, lembrando de ter visto Severus conversando com os dois rapazes, que tinha acabado de citar.- Ele não é assim, não é dele.

Amba se endireitaram na cadeira, olhando diretamente para mim. – Eu vi. – Pronunciou Marlene.

Me levantei, pegando meus livros, não conseguia mais ouvir aquilo. – Vocês estão enganadas. – Exclamei, indo embora, ambas pareciam ter ficado chateadas, mas por mim, do que pelo eu ter sido dura com elas.

Comecei a andar pelos corredores, indo em direção a sala comunal, precisava ir para o dormitório, focar em meus livros, porque sabia que só assim pararia de pensar em todos esses fatos recentes. O que Marlene e Alice tinham me relatado era muito sério, mas parando para refletir, não era totalmente fora do contexto, já tinha o visto andando, e conversando com Mulciber e Avery, esses dois contavam para todos que estavam se reunindo ao seu mestre. Que no caso era Voldemorte. Severus vem agindo estranho, ultimamente, mas era Snape, ele não era mau. Tinha sofrido muito, ainda mais com os marotos sempre atrás dele, mas não tinha motivos fortes para se juntar a Você Sabe Quem. Além do mais eu sabia exatamente como era a marca negra, porque já tinha visto, no braço do pai de Luke.

Foi por isso que sua família foi investigada, porque acabei me consultando com Dumbledore, para saber o que aquela marca significava, pois tinha passado dias a fio na biblioteca e nada que tinha encontrado respondia sobre uma marca que levava uma caveira com uma cobra passando em sua boca. Quando perguntei para Albuns, ele aparatou, indo direto para o Ministério da Magia. Só neste momento entendi o significado daquilo, e que realmente existia os comensais da morte e Voldemorte. Então Alice e Marlene, deveriam ter se confundido, ou melhor, a Marlene se confundiu! Ela nunca tinha visto uma marca negra na vida, pelo o que eu saiba. Então como ela poderia ter tanta certeza que Snape tinha a tal marca? Poderia ser qualquer outra coisa. Tinha que ser.

– Lírio. – Olhei para lado, tinha passado reto, estava tão afundada em meus pensamentos que nem o tinha visto. Sorri de leve, tentando não mostrar como estava confusa. – Oi. – Ele me envolveu em seus braços, tentou na verdade, porque eu estava segurando cerca de uns sete livros, então não consegui retribuir.

– Você tem que parar de estudar. – Ele comentou analisando meu estado, e a quantidade de livros que levava comigo. Luke os pegou de meus braços, carregando para mim.

– Obrigada. – Dei um beijo em sua bochecha. – Você é a segunda pessoa que me diz isso hoje, mas ultimamente estudar é o que tem me mantido sã. – Ele deu uma breve risada.

– Vem, eu te acompanho até sua sala comunal. - Fomos conversando sobre coisas aleatórias, na verdade ele, eu estava mais para uma ouvinte, porque literalmente meus pensamentos estavam me enlouquecendo.

Chegamos em frente ao quadro da mulher gorda, que estava dormindo, deveria já ser final de tarde, ela sempre cochilava esta hora. Olhei para Luke, pegando meus livros. – Obrigada novamente, Luke. – Ele sorriu. – Que isso, sempre que precisar. – Luke se aproximou, olhou em meus olhos, depositando suas mãos em meu rosto. – Eu te amo. – Me beijando em seguida.

Ele me amava, ele ME AMAVA. Amar é uma coisa grande, é épico. E eu gostava dele, gostava quando ele colocava as mãos em meu quadril, do beijo dele, do abraço dele, de como ele ficou extremamente ridículo na frente da minha mãe. Enfim, eu gosto dele, mas não o amo. Suspirei e olhei em seus olhos.

– Eu não posso te dizer isto de volta. – Murmurei, como poderia explicar isto a Luke, sem ele entender errado? Seus olhos me olhavam com uma expressão confusa. – Não é que eu não me importe com você, porque eu me importo.

– Eu quero dizer que…- Comecei a ficar extremamente nervosa, mais do que já estava nestes dias. – Eu entendo quem eu sou, e tenho algumas ideias sobre o que é o amor e o resto dele, e teoricamente eu poderia te dizer isto de volta, mas não seria suficiente para mim. Eu simplesmente não posso te dizer isto, ao menos que eu realmente, completamente, e estivesse certa disso. – Suspirei. – E a gente só está junto a dois meses.

– Dez semanas. – Luke me corrigiu.

– Quando você diz assim soa como se fosse bem menos. – Apontei. Ele balançou a cabeça concordando. – Você está bravo?

– Não. – Respondeu imediatamente. – Eu não estou bravo, eu entendo você, você é mais nova do que eu..- Eu era apenas alguns meses mais nova. – E eu sei que para você deve ser mais difícil falar sobre isso.

Suspirei, passei uma de minhas mãos livres pelas suas costas e o abracei, entre meus livros, pelo menos não teria que dizer o amava. – Desculpe.

– Não pense nisso. – Luke olhou em meus olhos. – Só quero que você me diga isso, quando realmente sentir. – Sorriu no que eu retribui.

–Oi Lily. – Me virei, era Black. Ele analisou Luke. – Oi, pessoa..

– Este é Luke. – Apresentei para ele. – Luke Harper, ele é da Corvinal.

– Que pena pra ele. – Retrucou Sirius – Você viu o James?

–Não…

– Você tem certeza?

–Tenho, obvio. – Respondi cruzando meus braços.

– E você o viu, Lucas?

– É Luke! – Corrigi.

–É, eu sei, então você viu James Potter?

– Não. – Luke respondeu.

– Bom, ok então. Tenham um romântico final de dia. – Disse ironicamente, era insuportável como Black tentava ajudar Potter a ganhar alguma coisa comigo.

–Vai embora, Black.

–Tchau Lily. – Ele olhou para Luke sorrindo. – Tchau pessoa..

– O que foi isso? Ele foi tão…- Antes que Luke continua-se a falar, eu o interrompi. Meu dia, minha semana, na verdade esses meses, tem sido complicados demais, e o que queria naquele momento era ficar sozinha. – Luke, é o Sirius, um dia te dou todo o diagnostico dos problemas mentais dele e de seu grupinho de amigos. Agora preciso realmente entrar. Desculpe.

– Tudo bem, nos vemos amanhã. – Sorriu delicadamente, me dando um beijo de despedida, descendo as escadas, em seguida.

– Cabeça de Dragão. – Disse para mulher gorda, que parecia estar acordada fazia um tempo. – Não foi muito simpática da sua parte a resposta que você deu para aquele rapaz, ele disse que te amava! – Ela exclamou.

– E não é muito simpático da sua parte escutar a conversas dos outros. – Retruquei, entrando na sala comunal. Vi Sirius conversando com Potter, que estava brincando com seu pomo idiota, ambos me olhando sorrindo, revirei os olhos, subindo as escadas com passos pesados.

Entrei no dormitório estava vazio, finalmente, ficaria sozinha com os meus livros. Me sentei em minha cama, abrindo o livro que tinha começado a ler na biblioteca. Suspirei fundo, precisava de respostas para todos esses acontecimentos rapidamente, se não iria explodir.


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Notas finais do capítulo

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