Senti os primeiros raios de sol entrando pela fresta da cortina, me sentei na cama, sentido meu rosto amassado, por ter dormido em cima dos meus livros. Cocei os meus olhos, tentando acordar. Todas as minhas colegas de quarto ainda estavam em um sono profundo. Fui ao banheiro, tomei um banho, que durou cerca de uns vinte minutos, só assim conseguiria despertar por completo. Coloquei as minhas vestes da Grifinória e meu broche de monitor chefe.

Quando voltei para o quarto só algumas meninas estavam acordadas. – Oi, Marlene. – Cumprimentei, ela respondeu com um aceno, enquanto eu saia do quarto. Passei pela sala comunal, não tinha nem um aluno, nem do primeiro ano, dei ombros e atravessei o quadro de entrada. – Bom dia, mulher gorda. –

– Bom dia para você também, senhorita Evans.- Respondeu empolgada. - Gostaria de me escutar cantar? Aprendi uma nova música! – Olhei para trás, com um sorriso de canto. – Hoje estou atrasada, quem sabe outra hora. – Menti. – Tudo bem, até logo! – A mulher gorda, apesar de ser uma “pessoa” empolgada e alegre, até demais, não sabia cantar sem fazer os ouvidos das pessoas sangrarem, então o melhor que tinha que se fazer era dizer que não.

Cheguei ao Grande Hall, para tomar café da manhã, estava praticamente vazio, tinha no máximo uns quinze alunos. Sentei-me, optando por algumas frutas e um suco, enquanto lia o profeta diário. Novamente outra matéria sobre famílias de trouxas desaparecidos, aquilo estava se tornando cada vez mais frequente. De repente me deu uma luz, era disto que Dumbledore estava falando, no discurso de ontem a noite, só podia ser, mas quem estaria atrás disso? Suspirei fundo, aquilo estava me intrigando cada vez mais.

Avistei Snape, que estava se sentando junto com um grupo da Sonserina, em uma mesa distante, acenei para ele, mas Severos me ignorou. Franzi o cenho, ele estava agindo estranho, de novo. Porem o que mais me chamou atenção foi que as pessoas, do tal grupo, pareciam estar indignadas com Snape, pelo simples fato de eu ter acenado para ele. Tinha certas coisas que estavam acontecendo ao meu redor, e não estava entendo nada, o que me deixava extremamente frustrada, odiava ficar sem saber e entender das coisas.

Terminei meu café, pegando o profeta diário.

Fui andando, tinha que voltar para sala comunal para orientar os novos alunos.

– Lily. – Conhecia aquela voz. – Luke! - O abracei, dando um leve sorriso. Sentindo suas mãos macias passando pelo meu cabelo. – Já tomou café? –

– Sim. – Respondi com tom de desapontamento. – Se você acorda-se mais cedo, poderíamos tomar café da manhã juntos. – Sorri.

– Tentarei, prometo. – Falou de forma doce. – Então nos vemos depois das aulas? – Concordei com a cabeça, trocamos um beijo rápido e nos despedimos. – Vejo você mais tarde. – Acenei.

Sorria enquanto o via indo embora, me virei para subir as escadas. Tinha muitas coisas para fazer, entre elas estava acordar Charlie, que não estava mais levantando sozinha, fazia um ano. Porem algo, ou melhor, alguém insuportável apareceu em minha frente, Potter.

–Olá, olá, Lírio. – Disse ele, imitando a voz baixa e séria de Luke.

– Cale a boca. – Rolei os olhos. James abriu aquele sorriso irônico e irritante de sempre, levantei uma sobrancelha, cruzando os braços. – Luke Harper é o cara mais doce do mundo inteiro, e você nunca poderia entender isto! – Exclamei, perdendo a paciência.

– Ele beija bem? – Não era possível ele ser tão retardado.

– Cale a boca. – Ficamos em silêncio por um tempo, Potter estava esperando a minha resposta, ele realmente queria que o responde-se, que infantil. Rolei os olhos bufando e voltei a subir as escadas, o ignorando completamente. – Evans! – Continuei ignorando. – Você vai me ver treinar hoje, né? Começa daqui a pouco! – Parei e me virei, para fita-lo, reparando que o seu sorriso não tinha desaparecido. – Não, adeus! – Voltei para meu caminho. – Ok, vou estar te esperando! Tchau, Lírio. – Dizendo esta ultima palavra com o tom da voz de Luke, e quando escutei sua risada bufei. Contei até dez e continuei meu trajeto.

Entrei na sala comunal, os alunos do primeiro ano já estavam me esperando. – Já venho, pessoal. – Sorri delicadamente. Subi para o quarto, não havia ninguém, a não ser pela Charlie. Revirei os olhos, comecei a sacudir pelos seus ombros. - Você está atrasada, Charlie! Eu preciso ir, os alunos do primeiro ano me esperam para que eu os leve para a aula. – Ela sibilou um palavrão, suspirei. Coloquei o profeta diário em cima da minha cama e sai.

– Bom, hoje vou passar para vocês seus horários e mostrar suas salas, então me sigam. – Seria um dia longo, só pelo começo dele, já tinha noção disso.