Meu ultimo ano em Hogwarts, dormi com esta frase na minha cabeça e acordei com ela. Me sentei olhando ao redor do meu quarto, tinha uma sensação de que aquela seria a ultima vez que eu o veria. Escutei minha irmã, Petúnia, dizer algo como “a estranha não vai embora hoje?” para meus pais, suspirei fechando os olhos. Lembrando de quando ela começou a me chamar assim.

Tínhamos ido no parque do nosso bairro, e enquanto brincávamos decidi mostrar para ela o que tinha aprendido a fazer. Criei com a minha própria mão uma flor. Eu era inocente, tinha onze anos e ela foi a primeira pessoa com quem compartilhei a minha magia. A partir dali Petúnia começou a me chamar de “estranha” ou “esquisita”, e contou para nossos pais. Naquele mesmo dia conheci Severus Snape, meu melhor amigo até hoje, que também era bruxo como eu.

Comecei a lembrar de quando meus pais souberam, eles amaram saber que tinham uma bruxa na família e que iria para Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Snape também foi para lá, me recordo de que ele ficou incomodado quando fomos selecionados para casas diferentes, eu para Grifinória e ele para Sonserina. Alias, neste dia conheci o estorvo da minha vida, James Potter, ao primeiro momento ele parecia ser um garoto normal, legal. Porem, um certo dia, que estava no corredor com Severo, Potter nos atropelou, junto com Sirius Black, seu melhor amigo, fazendo assim todos os nossos livros caírem. Desde então ele “pega no pé” de Snape e no meu, só que comigo é de uma outra forma.

–Querida, vamos? – Era a minha mãe. Acordei dos meus pensamentos. – Ok, vou só me arrumar. – Minhas malas já estavam prontas, então era só colocar alguma roupa. Escolhi uma calça jeans e uma blusa preta, escovei os meus cabelos e dentes. Desci com as minhas coisas. – Pronto. – Abri um sorriso. – Finalmente, a esquisita vai embora. – Exclamou Petúnia.

–Petúnia! Ela é sua irmã! – Respirei fundo, coloquei a mão sobre o ombro de minha mãe. – Deixa. – Falei, dando ombros, não ligava mais para aquilo.

Meu pai já estava no carro, então entramos e fomos direto para King’s Cross. Meus pais me acompanharam até a plataforma 9 – 10, abracei ambos, me despedindo. Em seguida atravessei a parede. Abri um sorriso, estação nove e meia, aonde poderia ser eu mesma, olhei em volta procurando algum sinal de Severus ou Charlie, como não avistei nem um dos dois, me dirigi ao trem. Estava subindo as escadas, quando aquela voz arrogante entrou em meus ouvidos.

– Hey, Evans! – Ignorei, e subi um degrau.

– Você já falou para o seu namorado que você foi responsável pela família dele ter sido investigada? – Perguntou com uma voz irônica. Revirei os olhos, me virando de frente para James Potter.

– Sim, eu disse a ele. – Respondi com frieza. – Porque nós temos, um relacionamento estável, saudável e baseado na honestidade e confiança. Nós não temos necessidades de mentir, jogar jogos, ou manipular o outro. E eu sei..- Fui interrompida.

– Saudável e estável. – Ecoou James, sorrindo. – Seu entusiasmo é inspirador, Lily.

Respirei fundo, com uma sobrancelha levantada, encarando-o, coloquei as mãos nos quadris. – Luke e eu temos uma relação muito firme, se é neste ponto que você quer chegar. – O informei, acompanhado de um sorriso sínico em meus lábios. – Ele é um doce , carinhoso e engraçado e..-

– E..- James interrompeu. – Eu aposto que ele se tornou muito mais interessante, nestas últimas semanas, com todo esse negócio de sua família estar sendo investigada, por talvez estarem envolvidos com magia negra.

– Nem todo mundo tem um sentido distorcido para achar alguém interessante, sem ter bons motivos, Potter. – Respondi. Ele simplesmente deu ombros.

– Diz a menina cujo o melhor amigo é Severo Snape.- Dito isso ele entrou dentro do trem, fazendo questão em roçar em mim enquanto passava para dentro, sem antes dar uma piscada em minha direção.

Quando James foi embora revirei os olhos, entrei no compartimento mais próximo e me sentei. Encostei-me na janela, olhando para fora, pensando em Luke, Severo e em James Potter.