Analisando estes meses, que foram um tanto conturbados, poderia dizer que hoje estava sendo um dia totalmente rotineiro e monótono. Estes fatores estavam me incomodando, deixando-me em um estado totalmente de desconfiança, com uma “pulga atrás da orelha”, como diria Sirius Black, alias ele sempre ria desta frase ridícula, mas o que esperar de alguém que não tinha nada na cabeça? Suspirei, estava sentada em uma poltrona na sala comunal, fazendo algumas anotações, em meus livros.

Tudo estava muito quieto, ali, tinham poucos alunos, e os que estavam presentes continuavam em supremo silencio concentrados em seus livros. Internamente estava dando graças a Merlin, pois assim poderia estudar tranquilamente, mas uma parte em mim ainda estava esperando algum dos marotos aparecerem e gerarem algum tipo de confusão. Charlie também se enquadrava nisto, já que a mesma costumava a se aliar aos garotos nestas horas, mas este acontecimento imaginário meu, estava difícil de acontecer hoje, porque Charlie estava no banheiro dos monitores. Já que acabei entreguei a chave para a mesma, afinal ela teria pegado de qualquer jeito. Já os marotos não fazia ideia por onde andavam, Black e Potter tinham passado mais cedo por aqui, mas foi tão rápido que nem reparei muito neles.

– Hey, Lily. – Levantei meus olhos, saindo de meus pensamento. – Ah, oi.

Marlene e Alice se encontravam em minha frente, pareciam aflitas em estar falando comigo, e entendi o porque, não estávamos nos falando dês do dia da biblioteca.

– Podemos conversar? – Perguntou Alice, dei ombros. – Lily desculpe-nos.

– Tudo bem. - Suspirei. – Vejam bem. – Me endireitei, fechando meu livro. – Eu tenho consciência dos fatos, estou ciente do que as pessoas andam comentando sobre Snape, e admito que ele vem conversando com pessoas.. um tanto…de má índole, como Lucio Malfoy, Mulciber e Avery. - As duas se entreolharam.

– Acredito que Severus não faria isso, que vocês relataram. – Marlene e Alice não pareciam estar acreditando em minhas palavras. – Além do mais, ele é meu amigo, ou seja, Snape é amigo de uma bruxa que tem pais trouxas, e até onde eu sei isso é inaceitável para um comensal da morte. Então cheguei a conclusão de que ele não tem nada haver com isso, e nem tem motivos para se aliar a …eles. – Alice suspirou, derrotada, acho que ela tinha entendido de que nada que fala-se iria mudar a minha opinião, a não ser se algum dia eu ver a marca negra em seu braço, ou alguma atitude dele contra mim.

–Tudo bem, só queríamos te alertar para uma coisa que vivos e..

– Vamos mudar de assunto? – Interrompi.

Não demorou muito para sairmos daquele clima extremamente desconfortável que tinha ficado. Estávamos nós três juntas, conversando alegremente, como se nem tivéssemos estado afastadas.

– Charlie junte-se a nós! – Chamei-a, quando vi entrando na sala comunal.

– Estava tomando um delicioso banho de banheira.– Revirei os olhos, abrindo um sorriso.

– Você pegou, de novo, a chave dos monitores da Lily? – Questionou Marlene.

–Não, desta vez foi mais fácil, só foi eu pedir. – Entregando-me a chave de volta.

– Você nunca emprestou pra gente, por que? – Questionou Alice.

– Ela iria pegar de qualquer jeito, vocês a conhecem.

Elas fingiram que eu não estava presente, e começaram, entre si, a planejar diversos maneiras de conseguir a chave, ou de me convencer, já que elas sabiam que nunca mais emprestaria novamente.

– Primeira vez que empresto e já me arrependo, não vou entregar as chaves para mais ninguém! – Elas me olharam surpresas. – Nem adianta insistir, Charlie.

Cruzei os braços, levantando uma sobrancelha. Ela até tentou, mas desistiu depois de uns quinze minutos. Continuamos conversando por um tempo, até me recordar de um ponto importante que não tinha comentando com elas, por não saber como contar, então simplesmente falei.

– O Luke disse que me ama.

– Como? Já? – Charlie que se pronunciou primeiro. – Vocês estão juntos.. ao que? Dois meses?

– Concordo com a Charlie. – Comento Marlene.

– Vocês são insensíveis, amor não tem hora para se sentir, sabiam? – Alice saiu em defesa de Luke. – E você respondeu o que?

– Eu falei que..- Fui interrompida por um garoto gordinho, baixinho, Pedro Pettigrew.

– Evans, você viu o James?

– Não.

– Ok, tchau então. - Ele nos fitou, e saiu em seguida com passos apresados.

– Garoto esquisito, nunca ire gostar dele. – Comentou Charlie. – Enfim, continue.

– Então, eu fiquei um tempo pensando no que iria respon…- Novamente fui interrompida.

– Lily, você viu o James?- Sirius perguntou. - James Potter, Evans.

– Eu sei quem ele é, Black. – Bufei. – E não, eu não o vi.

– É que eu não o vejo desde tarde. – Levantei uma sobrancelha.

– Se você não sabe onde seu amiguinho está, por que raios acredita que eu saberia? – Ele abriu um sorriso, um tanto significativo.

– Não sei, por certas coisas que talvez aconteçam no futuro.

– Vá embora, Black! – Revirei os olhos, ele se retirou, trocando um olhar um tanto intenso com Charlie.

– Está difícil, em. – Comentei. – Então, eu falei qu…- Fui interrompida novamente, desta vez era Remus.

– Lily, você sabe aond..

– Não, Remus, eu não sei aonde está seu amigo James Potter ! – Ele riu sem jeito.

– Eu ia perguntar daquele meu livro que tinha te emprestado. - Engoli em seco envergonha, ele era o único que se salva daquele grupo e tinha acabado de ser uma estupida.

– Ah, desculpe.- Me levantei, pegando o livro que estava sobre a mesa, e devolvi.

– Obrigado, Lily.

– Magina, Remus. – Sorri.

– Por Merlin, conte logo de uma vez, antes que chegue outra pessoa. – Exclamou Marlene.

– Eu falei que não o amava. – Todas arregalaram os olhos, menos Charlie.

– Como assim?

– Alice, eu não poderia dizer que o amava, sendo que não sinto isto. – Suspirei.

– Digo, eu gosto dele, me importo com ele, mas não o amo – Ela pareceu mais surpresa ainda.

– Ele falou o que, quando você disse isso?

– Luke, entendeu. – Olhei para as três. – Falou para responder isto, somente quando eu realmente sentir isso.

– Está certa, ele que foi adiantado. – Comentou Charlie. – E também porque sabemos com quem você acaba no final, Lily. Encare.

–Você também não. – Bufei, me levantando.

– Onde você vai?

– Tenho reunião com os monitores, adeus. – Peguei meus livros, saindo.

Até agora não entendia o porque dela ter dito aquela bendita visão, por Merlin, aquilo estava me torturando, além das pessoas que não paravam de me lembrar deste fato, principalmente Potter, que tinha adorado. Nunca, NUNCA, que iria me relacionar com o ignorante, arrogante, e cafesjete do James. Se depende-se de mim essa visão iria tomar outro rumo.

– Olá a todos. – Cumprimentei entrando na sala de reunião dos monitores, olhem em volta.

– Ainda não apareceu o aluno que ira substituir o Remus, como monitor, não é mesmo? – Suspirei me sentando.

– Tudo bem, amanhã mesmo vou tentar falar com Dumbledore, novamente, para tentar descobrir o que está acontecendo.

–Bom, na ultima reunião discutíamos como iriamos descobr…- Alguém tinha entrado na sala, o que me interrompeu.

– Potter, se você entrou aqui para irritar o resto de nós, monitores. – Me levantei. – Por favor, saia.

– Oh, não vim para irritar vocês. – Ele abriu aquele sorriso irônico. - Você não tem escutado, Evans?

– Escutado o que exatamente? – Cruzei meus braços.

– Que fui eu o escolhido para substituir o Remus.

– Você? – Comecei a rir. – Impossível você vem prejudicando os alunos dês dos primeiro ano, e aqui nós ajudamos eles. – Sorri confiante. - Desculpe Potter, mas não acredito em você!

–Estou falando sério, Evans. – Afirmou, tirando alguns pergaminhos de dentro de seu casaco. – Olhe, tenho autorização do próprio Dumbledore, afinal, minhas notas não são ruins como você imagina.

Peguei os mesmos de sua mão, em um deles relatava todas as notas de James Potter, dês do começo de Hogwarts, e tenho que admitir que me surpreendi, todas eram acima da média. Já no outro pergaminho tinha uma intimação de monitor, relatando que foi o próprio Remus Lupin que indicou ele para substitui-lo, seguido disto, vinha a letra do próprio Dumbledore, apoiando a entrada de Potter e me proibindo de tira-lo do grupo. Engoli em seco, segurando minha surpresa, mas tinha uma coisa em mente, iria matar Remus.

– Bem, devo admitir que você realmente tem excelentes notas. – Respirei fundo, tentando segurar minha raiva. - Dumbledore deixou sua palavra final, neste pergaminho, então seja bem-vindo. – Entreguei os pergaminhos de volta.

– Veja só, Evans. – Potter, sorriu confiante, enquanto se aproximava de mim. – Com quem você terá que trabalhar, junto. – Priorizando está ultima palavra.

Ótimo, perfeito, finalmente tinha entendido do porque tinha acordado, naquele dia, achando que algo de ruim iria acontecer, só não sabia que era tanto.