Marcas da Meia Noite escrita por LunaLótus


Capítulo 9
Vida e Morte


Notas iniciais do capítulo

POV Mitchel

"- Tenho um poder... especial. Mas todo grande poder exige grandes sacrifícios.
— Como assim?
Ela respira fundo, tomando coragem para me falar."



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Não. Não. O que estou pensando? Eu vou beijá-la?! Não!

Liz dá um passo atrás. Seus olhos caem para as próprias mãos, soltando-me. Não sei o que sinto. Frustração?

Apesar de toda esta loucura, a promessa de Liz me deixa mais calmo. Ela me passa confiança, como se fosse alguém que conheço há muito tempo. Pigarreio.

– Vamos?

Liz assente com a cabeça e entramos no carro. O silêncio reina entre nós, então ligo o rádio à espera de alguma música boa, mas o sinal aqui é péssimo.

– Esqueça o rádio e concentre-se na estrada - diz ela.

– Claro, mãe, você que manda - brinco.

Ela sorri de lado, olhando pela janela. Até agora, não me disse aonde vamos.

– Vire aqui - diz, apontando para à esquerda numa bifurcação.

– Para onde vamos? - pergunto.

– Minha casa. Preciso falar com minha tia Ridley.

– Tudo bem. Em que ela pode nos ajudar?

– Ridley entende meus poderes, e não tem medo deles.

– Medo?

Mas Liz se cala. Depois de alguns minutos, chegamos a uma enorme casa senhorial. Vejo uma placa desgastada, caída na grama. Havia "Ravenwood", ou algo assim, escrito. Assobio.

– Uau! Que senhora mansão, hein?

Liz revira os olhos e responde:

– Propriedade de família. Minha mãe veio morar aqui antes da sua Invocação.

Assinto com a cabeça, como se tivesse entendido algo. Só que não.

– Pode parar aqui - ela diz.

Estaciono o carro e saímos. Liz caminha à frente, e reparo que ela não faz barulho quando anda. Apesar do mato ser alto, parece que abrem caminho para que ela passe. Eu a observo enquanto a sigo. Seu jeito suave e carinhoso, os olhos gentis e espertos, o sorriso caloroso e amável. Sua forma de vestir era entre arrumada e casual. Começamos a subir os poucos degraus para a porta, quando ela se vira para mim.

– Não vem? - pergunta.

Percebo que estava parado ali, olhando-a como um idiota. Sinto meu rosto ficar quente e torço para que ela não tenha percebido. Ela sorri e desce os degraus novamente. Então pega a minha mão e diz:

– Venha. Ninguém aqui morde. - Ri. - A não ser que você queira.

Droga, ela deve ter entendido errado!

– Não precisa ter medo. Você é um de nós também - fala.

Concordo e subo os degraus. Liz olha para mim antes de abrir a porta, encorajando-me. Então finalmente entramos.

Uau. Como descrever? A casa parecia saída de um livro de contos de fadas. Uma enorme escada ornamentada derrama-se pela sala, a lareira mais adiante parece uma toca, um esconderijo secreto. A iluminação é como o pôr do sol.

– Desculpe - Liz fala. - A casa segue os humores da minha mãe. Como pode ver, parece que hoje ela está inspirada.

Eu não sei o que falar, então apenas olho em volta, tentando absorver tudo. Lis ri levemente e depois segue em direção a escada.

– Tia Ridley! - grita.

Segundos depois, uma mulher aparece lá em cima. E ela é simplesmente a mulher mais sensual que já conheci. Corpete vermelho, saia preta curta de couro e botas pretas de cano alto, com salto. Seus cabelos caíam em cascatas negras pelos ombros, seus olhos dourados bem marcados, mas sem sinal de batom.

– Uau, tia Ridley! Você fica tão linda de cabelos longos! - suspira Liz.

Ridley sorri e diz:

– Quem sabe um dia posso transformar você também. - Pisca.

– Ah... - Liz geme, e depois sorri, virando-se para mim. - Tia, este é o Mitchel Wight.

– É um prazer, Mitchel - diz Ridley sorrindo, descendo as escadas. - Wight? Família Wight?

– Sim, senhora - respondo, depois do que se parecem horas. - De Chicago.

– Ah.

Sei o que ela está pensando. No mínimo, está com pena pela maldição da minha família. Ridley olha para Liz, que assente.

– Venham até aqui - chama-nos. Olho para Liz, mas ela apenas segue a tia. Acomodamo-nos nas poltronas em volta da fogueira.

– Ele não sabia de nada, tia. Nada sobre a família, a maldição ou seus poderes. Acho que ele foi reprimido durante muito tempo. Foi afastado do nosso mundo.

– Bem, não é o primeiro caso na família Wight. Eles só não podem fugir da maldição. Isso não conseguem fazer.

– A minha mãe... - tento falar, mas a minha voz sai rouca. - A minha mãe não era Conjuradora.

Liz olha para mim, solidária.

– Sinto dizer, Mit, mas ela era sim. A família Wight... Bem, eles tinham uma vida bem reclusa e não se relacionavam com Mortais. Sua mãe provavelmente era uma Conjuradora.

– Não. Eu teria percebido isso. Certo? Eu teria percebido se minha mãe andasse praticando... magia.

– Não necessariamente. Nem todos os poderes são visíveis - diz Ridley.

– Quais são os seus? - pergunto.

– Eu sou uma Sirena. Posso fazer com que os outros se curvem aos meus desejos.

Assinto, devagar. Esse é um poder perigoso. Viro-me para Liz.

– E os seus? - indago.

– Eu sou uma Natural. A terceira da família...

– Como eu posso saber quais são os meus poderes?

– Você deve ser Invocado.

– E como eu consigo ser Invocado?

– Não consegue. A sua família não é Invocada. Ela já pertence a um lado.

– Qual?

Ridley se levanta e vai até uma porta adiante. Entra ali e fica por pelo menos dois minutos. Então volta carregando um enorme livro e o entrega a Liz.

– Tome isso - diz Ridley. - Acho que você sabe quem deve procurar.

Liz levanta-se da cadeira e olha para mim.

– Vamos, está na hora de ir.

Olho para as duas, sem saber por que não responderam a minha última pergunta. Quando percebo que não vão falar mais nada, apenas levanto-me e sigo Liz até a porta.

– Liz - chama Ridley. Liz olha para trás. - Não tenha medo. O momento é esse.

Liz sorri fracamente, abre a porta e nós saímos.

– O que ela quis dizer, Liz? Que momento? Isso tem a ver comigo?

Ela baixa o rosto.

– Eu sou a terceira Natural da família, Mit.

– E?

– Tenho um poder... especial. Mas todo grande poder exige grandes sacrifícios.

– Como assim?

Ela respira fundo, tomando coragem para me falar.

– Eu tenho poder sobre a Vida e a Morte - diz. - Sobre todos os seres, exceto um Cataclista. Porque, como eu disse... Eu poderia torná-lo vivo. Ou matá-lo.


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Notas finais do capítulo

Primeiro: Gente, de novo, peço desculpas pelo atraso! Estou completamente sem tempo! Mas tentarei postar mais capítulos por semana.
Segundo: Tudo bem, isso aqui não tem a ver com a história, mas queria desabafar! Sei lá, é que todos que comentam minhas histórias, eu respondo. Então, quando a gente lê as histórias de outros, esperamos a resposta também, não é? Só estou falando aqui porque isso é realmente frustrante! Bem, era isso.
Outro ponto é: o que estão achando da história? Muita arrastada? O que vocês esperam do final?!
Quero reviews ♥
Beijoos



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