Marcas da Meia Noite escrita por LunaLótus


Capítulo 6
Você é como eu


Notas iniciais do capítulo

POV Liz

"Ele me encara de volta, e nossos olhos parecem se perder um no outro. Vejo o entendimento passando por seu rosto."



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Existem cerca de sete bilhões de pessoas no mundo. Eu poderia conhecer qualquer uma delas. E encontro justamente Mitchel.

Tudo pode não passar de uma mera coincidência, claro. Ele é um Wight. Certo. Sua família é de Chicago. Ok. Mas e daí? Eu não posso simplesmente enlouquecer por causa disso. Preciso saber mais, antes de dizer qualquer coisa. É por isso que viro-me para frente, tentando parecer casual.

– Por nada - digo, dando de ombros. Sei que o movimento é forçado, meus ombros estão tensos. Só rezo para que ele não perceba.

– É que você pareceu... agitada, meio nervosa ou ansiosa. Como se estivesse com medo...

Olho para água, concentrando-me no ponto onde ela cai. Tento passar a ideia de que estou distraída. Só espero que meu corpo não me traia.

– É que pensei que o conhecia. Mas me conte mais sobre você. - Preciso saber, preciso saber. - A sua família. Como é?

Ele suspira e responde:

– A família da minha mãe é legal. Todos são meio loucos. Nós nos vemos de vez em quando. Mas a minha mãe morreu há alguns anos.

Somente uma Mortal.

– Sinto muito - murmuro, olhando para ele.

Mitchel assente e demora um pouco para voltar a falar. Olha para as árvores, distraído.

– E o seu pai? - pergunto, virando-me para a frente de novo. Ele se vira para mim e, na mesma hora, sinto-me culpada por perguntar. - Tudo bem, não precisa responder.

Ele sorri fracamente e balança a cabeça.

– Está tudo bem, Liz. Bom, meu pai...? Meu pai era meio recluso. Tinha um ar misterioso, sabe? Mas era brincalhão, divertido, gostava de fazer piadas.

– Era? Gostava?

– Ele também morreu.

De repente, sou tomada por uma angústia. E algo maior. Pena, talvez. Quando paro para imaginar a vida de Mitchel, perdendo todos os que ama assim, sinto vontade de protegê-lo. Quero abraçá-lo, mas não sei se posso. Ao invés disso, apenas digo:

– Eu sinto muito. De verdade, Mitchel. Eu gostaria de poder fazer algo.

Ele funga e diz:

– Um abraço está bom. - E sorri.

Eu sorrio, virando-me para ele, e o abraço também, afagando suas costas. Ele me aperta e perco o ar por um momento. Então nós dois começamos a rir, e logo estamos ambos deitados na grama.

– Obrigado - agradece.

Apenas assinto com a cabeça e ficamos olhando as nuvens. Depois de um tempo, ele é quem volta a falar:

– Eu gostaria de ter mais contato com a família do meu pai. Mas eles são meio estranhos. Não sei. Gostaria de conhecer minhas tias, minhas primas.

Levanto as sobrancelhas e ponho-me sobre um cotovelo para olhar para Mitchel.

– Não há homens em sua família? - indago.

– É uma história meio trágica - responde, sua expressão confusa. - Meu pai teve dois irmãos. Ambos morreram.

– Acidente?

– Eu não sei. Meu pai morreu quando eu tinha dois anos. E minha mãe não falava muito sobre eles.

Faço uma pausa, pensando. Enfim, pergunto:

– Com quantos anos seu pai morreu?

– Vinte e um.

– E seus tios, você sabe?

– Em torno dessa faixa também. Meu tio Leo morreu no dia do seu aniversário. Meu tio Rick, poucos dias depois.

– Nossa. Meio mórbido - digo. - E quantos anos eles estavam completando?

– O que é isso? Um interrogatório? - ele brinca, rindo.

– Não. - Rio fracamente, deitando de volta. - É só que estou curiosa.

Ele para por um momento, provavelmente pensando no que irá me dizer.

– Eles faleceram na mesma faixa de idade que meu pai. Foi uma morte atrás da outra. A diferença entre eles era muito pequena.

– Vinte e um anos?

– Sim.

Tudo bem, agora as coincidências aumentam cada vez mais. Levanto o rosto para o sol, tentando por os pensamentos em ordem.

Não posso ignorar isso. Não posso dar as costas a Mitchel, se o que eu penso for realmente verdade. Mas, antes, eu preciso me certificar sobre tudo. Levanto-me para sentar e encaro Mit.

– Mitchel. Olhe para mim. - Espero até que sua atenção seja exclusivamente para mim - Você sabe quem eu sou?

– Como assim?

Eu o encaro. É claro que ele não sabe de nada.

– Tem acontecido coisas estranhas com você? Coisas que às vezes você prefere ignorar?

Mitchel olha para mim, agora ficando verdadeiramente assustado.

– Como sabe disso? - pergunta. Suspiro. É claro que acontecem.

– Você confia em mim? Acredita em mim? - pergunto de volta, olhando profundamente em seus olhos.

Acredite em mim, Mitchel. Por favor.

Ele me encara de volta, e nossos olhos parecem se perder um no outro. Vejo o entendimento passando por seu rosto. E ele finalmente responde.

Eu acredito em você, Liz.

É quando a voz de Ridley surge na minha cabeça.

Diga a ele. Você sabe. E só você pode ajudá-lo.

Respiro fundo. Ele tem o direito de saber.

– Você é como eu, Mit. Você é um Conjurador.


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Notas finais do capítulo

Heey! Primeiro... UM GRANDE BEIJO A CARTER KANE EM AGRADECIMENTO A RECOMENDAÇÃO! Muito fofo!! Alegrou meu dia :D Espero não decepcionar você! Aliás, a nenhum dos leitores!
Segundo, estou vendo que os acompanhamentos aumentaram! Isso me deixa muito feliz e me incentiva muito! Obrigada :D
Terceiro: o que acharam deste capítulo? O que Mit tem de especial? Por que somente Liz pode ajudá-lo?
Quero reviews ♥
Beijoos



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