Marcas da Meia Noite escrita por LunaLótus
Notas iniciais do capítulo
POV Mitchel
"- Não sou um cavalheiro, moça. – Puxo-a contra mim, e a seguro pela nuca. – Eu sou o vilão."
Encontramos Camila e Victor. Voltamos no tempo, ou foi isso que pareceu ser.
E agora eu nem consigo olhar para Liz sem ter vontade de beijá-la.
– Ei! O que foi? – pergunta ela.
Tomo um susto. Não havia percebido que a estava encarando. Balanço a cabeça, tentando clarear os pensamentos, e vejo Liz ficar vermelha. Ela volta seu olhar para a casa.
– Certo. Isso me dá medo – diz.
– Sério? – brinco. – Bom, então teremos um problema, porque eu certamente corro mais rápido que você!
– Você me deixaria para trás? – Ela coloca a mão na boca, de um jeito afetado. – Mas que tipo de cavalheiro é você, jovem senhor?
Eu sorrio descaradamente. Ela entra no personagem de moça do passado. E isso não ajuda em nada, porque só me dá mais vontade de agarrá-la ali mesmo.
– Não sou um cavalheiro, moça. – Puxo-a contra mim, e a seguro pela nuca. – Eu sou o vilão.
Sinto o corpo dela estremecer em meus braços. Não sei se é o meu coração ou o dela que está palpitando. Fixo-me em seus olhos e me perco naquele verde.
Sei que estou ficando louco. Como posso pensar em brincar, quando estarei morrendo daqui a três dias?! É a vida sendo irônica comigo. E, para compensar, eu tenho que ser irônica com ela.
Liz se solta de mim, a expressão ficando séria.
– Temos que descobrir o que há aqui. E porque estamos aqui.
– Como Camila e Victor conseguiram se comunicar conosco? – pergunto.
– Acho que não eram eles, de fato. Se eles são nós... eu acho. Acho que eram Espectros. Ou parte deles.
– O que é um Espectro?
– É o que você se torna quando morre. Às vezes, ele pode se dividir. Já aconteceu com... uma pessoa que conheço. – Ela dá de ombros, mas posso ver que fica triste.
– E fica assim para sempre?
– Não. A não ser que algo aconteça, a outra parte, a que ainda vive, morre.
– Como assim “a não ser que algo aconteça”?
– Um sacrifício. Como Camila e Victor nos disseram.
Desta vez, sou eu que estremeço por dentro. Liz pega a minha mão.
– Sinto que tudo acaba aqui – sussurra.
– Como assim, tudo?
Ela olha para mim e vejo o medo e a tristeza em seus olhos.
– De um jeito ou de outro, tudo irá se resolver aqui.
Então me puxa e nós entramos na casa.
– Isso definitivamente me dá arrepios – se pronuncia.
Estamos no que parece ser a sala de visitas da casa. Um enorme sofá rústico e preto se estende à nossa esquerda, em frente à lareira. Um piano está encostado mais adiante, à nossa direita, onde há também algumas poltronas e uma estante enorme com livros empoeirados. Daquele lado, há também um corredor e algumas portas. Fiquei me perguntando que tipo de coisas aquela casa guardaria.
Mas algo me puxa em outra direção. Uma espécie de magnetismo me atrai até as escadas, à nossa frente. Aperto Liz contra mim.
– Está sentindo também? – pergunta.
Assinto, mas não digo nada.
– Acho que devemos subir. Temos que acabar logo com isso – ela fala.
Subimos.
– Aqui – indico. Paramos em frente a uma porta pesada de madeira. Há uma energia sendo emanada dela, posso sentir.
– Está ouvindo isso? – murmura. Pausa. – Há alguém aí dentro.
– Não pode ter alguém aí dentro. É uma casa abandonada.
– Eu não disse que era alguém vivo.
E abre a porta.
– Vocês demoraram. – Uma voz masculina meio rouca chega até nós. – Entrem.
O quarto está completamente escuro. Não é possível distinguir qualquer mobília, por isso seguro firme a mão de Liz, caso ela tropece. Entro, mas permaneço juto à porta.
– Quem é você? – pergunto, tentando soar corajoso.
Uma risada fraca chega até nós. Fico com raiva e desejo que tivesse luz, nem que fosse a mais fraca, para que eu pudesse ver quem está debochando de mim.
Um raio da luz da lua bate na janela e ilumina o aposento.
Muito bem.
Ouço a voz de Liz na minha mente.
Você está na minha cabeça o tempo todo?
Não. Quase o tempo todo. Temos essa ligação e não há muito que você possa fazer.
Na mesma hora, fico vermelho, lembrando-me de todos os pensamentos que tive sobre ela ao longo desse tempo.
Eu ainda estou aqui, sabia?
Mas, pelo canto do olho, vejo que ela está vermelha também.
– Não querem saber por que eu os chamei aqui? – diz o senhor dono da voz rouca.
Observo-o. O rosto cansado, a pele enrugada, as costas curvadas. E os olhos. Dourados.
– Você nos chamou aqui? – Liz pergunta.
– Sim.
– Quem é você? – indago.
– Eu? – ele ri, amargo. – Isso não é importante. Mas já que você faz tanta questão de saber, chamo-me Richard. Richard Valentino. Pai de Victor Valentino.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Ooi, amores!
Tudo bem, um dia de atraso, eu sei! Desculpem!
Aah! O capítulo anterior estava todo desformatado, e peço desculpas a vocês por isso. Já o consertei.
E... PENÚLTIMO CAPÍTULO DE MARCAS DA MEIA NOITE!! Alguém aí vai sentir falta? :c
O que acharam do capítulo? Gostaram do verdadeiro sobrenome de Mitchel?
Quero reviews!
Amo vocês, meus Marcados!
Beijoos ♥