Nossa exceção. escrita por Road-sama


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu sei que devo o cap. de outras fics, mas fiquei com uma louca vontade de escrever uma one sobre o Zoro e o Sanji... Então... Me perdoem u-u kkkkkkkkkkkkk Espero que gostem ^^
Anyway
Boa leitura



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– Você é meu capitão. – Queria gritar, mas manteve-se num sussurro doloroso e que alcançou a audição do espadachim parado como se estivesse se contendo. Estava numa situação difícil.

– Não! Não sou, Sanji. – A hesitação mostrou que Zoro também sofria. Aquela perda... Aquele medo. – Nosso capitão morreu. Não existe mais capitão para o Sunny e nem para os Mugiwara.

– Então é assim? Vamos deixar tudo acabar... O sonho de Luffy desaparecer junto com suas memórias? – O loiro respirou fundo apertando a toalha em mãos. – Todos esses anos de luta irão terminar dessa forma? Sem um desfecho?

– Teve um desfecho... Luffy morreu tentando se tornar o Rei dos Piratas. Não era esse o principio de tudo?

– Mas... – Suas lágrimas escapavam da mesma forma que seu cérebro liberava imagens do adorável e destemido capitão. - Isso não é justo.

– Nada é justo. Deveria ter cogitado essa possibilidade quando se juntou ao bando. – Sanji deixou-se escorregar entre a pia e buscou amparo no chão. Palavras cruéis e sentimento ardente, aquilo que lhe controlava. O homem de cabelos esverdeados tomava cada canto de sua epiderme e de seu sistema nervoso. Naquele momento, suas intenções estavam distantes da morte de seu capitão. A única coisa que lhe importava era: ‘Não quero perder o Zoro!’

Só isso, mais nada.

– Se você for... O chapéu de palha acaba. Você sabe, certo?

– Pela última vez Sanji: Não existe mais Mugiwara... – Zoro virou-se para encarar os orbes azuis, mas parou ao vê-los marejados e enrugados em angustia. Aquilo remexeu com algo dentro de seu peito. Queria abraça-lo e dizer com convicção que tudo estaria bem, mas não era a verdade. Com o propósito do Sunny perdido, não existia mais navegar.

– Por quê? – Abaixou-se na altura do loiro e mais novo, levou a mão até seus fios, mas a retrocedeu antes de toca-los.

– Precisamos de um tempo. Todos nós. Nami não está em condições de navegar, muito menos Robin. Usopp perdeu a sua mentira. – A risada fraca mostrou o quão deprimente estava àquela situação. – Nem preciso falar de Brook e Frank, certo? Chopper também perdeu a motivação... E você perdeu o homem que admirava... – Contorceu o dorso em magoa. Havia sido uma morte tola, não digna de Luffy D. Monkey. Estúpida.

– E você? Precisa de um tempo para que? – A mão agarrada em sua camiseta branca lhe fez tremer. Odiava estar em situações assim. Perder uma pessoa querida... – Perdi minha luz, Sanji. – Respondeu sussurrado retirando a mão de sua camiseta com pesar. Ao pensar que não existiria mais o sorriso de Luffy para lhe confortar em momentos de dúvidas ou de tristeza... Ao notar que não teria mais a presença de quem sempre lhe apoiou... Sentia o desespero tomar conta de todos seus poros. Mas não poderia demonstrar tal fraqueza na frente dos outros.

Por isso precisava partir.

Alguém precisava tomar a iniciativa.

– Então vá. – O loiro disse por fim, permanecendo imóvel ali. Sem nenhuma resistência perante a decisão do outro. O grande amor da sua vida. O marimo idiota por quem havia se apaixonado. O espadachim inútil por quem pegara tamanho afeto.

– Iremos nos reencontrar. Quando tudo estiver calmo e os machucados cicatrizados, estaremos todos juntos novamente. – Sua mão não hesitou ao acariciar os fios loiros. Numa despedida silenciosa o espadachim saiu da cozinha nostálgica onde vivenciou brigas entre o cozinheiro e o capitão, momentos de diversão e carinho, de gargalhadas e afeto. Como uma família. E o membro mais importante dela havia escapado tão rápido que nem houve tempo para um replay. Desembarcou do navio onde teve as melhores experiências da sua vida. E desapareceu entre as ruelas daquela cidade, sem despedidas, sem dor.

Enquanto isso o par de azuis lhe observava desaparecer da janela da cozinha.

– E quando voltar... Não estarei mais aqui. Marimo idiota!

(...) Três anos depois. (...)

– Hey, Ussop! Larga isso daí! – A jovem de fios alaranjados gritou da proa para o companheiro que corria de um lado para o outro com as laranjas de seu pomar. Estava quase cogitando a hipótese de correr atrás dele em busca delas, mas repensou quando viu o mesmo parar abruptamente e deixar as frutas caírem no chão enquanto encarava o fim do porto onde estavam atracados.

– Ussop? – Chamou-o descendo as escadas e parando atrás do mesmo tentando localizar o que ele avistara. Parou na figura de um homem forte e com músculos torneados. As três espadas não a faziam ter dúvidas, muito menos os fios esverdeados que agora estavam mais compridos.

– Zoro... – Conseguiu sussurrar e abraça-lo em seguida. Tanto tempo havia se passado... Agora, finalmente, o bando começava a se reunir. Tiveram seu tempo e, dolorosamente, havia apenas duas pessoas para retornar, se é que elas fossem retornar. – Estou de volta, pessoal.

Sim, o homem digno de se tornar o capitão de Sunny estava a bordo. A comemoração de sua volta havia ficado por conta de Robin. Brook estava se preparando para animar o local junto com Franky que fazia algumas performances para acompanhar a melodia. Mas algo faltava. No meio daquela comida preparada por outra pessoa, e daquela comemoração sem um verdadeiro festeiro... Não existia comemoração. O quebra cabeça estava incompleto.

– Alias... Cadê o Chopper e o Sanji? – Zoro perguntou a Nami que se sentou ao seu lado. Todos mudaram naquele período de tempo em que estivera afastado. Todos.

– Chopper voltou para a ilha de Drum. – O sorriso embebido pela tristeza lhe passou a sensação de que não fora com o consentimento geral que o pequeno desastrado fizera aquilo. – Ele fugiu no meio da noite, deixando apenas um bilhete onde comunicava que precisava de um tempo. Patético, não?

Apenas balançou a garrafa em suas mãos e entornou o liquido. Estava esperando a resposta para sua pergunta. A resposta que cabia somente a uma pessoa. Olhou para a mulher ao seu lado e a encarou sugestivamente esperando que continuasse. A expressão dela tornou-se nublada, como se tentasse conter algo terrível.

E o que descobrira não estava dentro de suas expectativas.

Sanji saiu do bando. – Engasgou-se ao escutar tal sentença. Como ele poderia ter feito aquilo? – Disse que não havia mais espaço para ele, e que sem um propósito não poderia navegar. Também disse que precisava de pernas novas e de mulheres bonitas, e que não éramos mais suficientes. – Nami fungou um riso amargo. – Aquele idiota.

Engoliu o caroço que se alojava no começo de sua garganta. Parecia querer lhe sufocar.

– Quando que ele saiu? – Conseguiu perguntar sorvendo em seguida mais um gole do liquido amargo. Queria que o álcool fizesse efeito naquele momento.

– Um ano após sua partida. – A ruiva seguiu o exemplo do maior e logo prosseguiu. – Estávamos destruídos. Sem exceções. Sanji sabia disso, por isso que ele aliviou o fardo para nós.

– Do que está falando?

– Ele levou o precioso chapéu e todos os seus sonhos destruídos para longe de nós. Disse que precisava fazer isso, e que qualquer desculpa que desse pareceria sem fundamento... Mas... Naquele momento eu vi o Luffy atrás do Sanji, sorrindo como um idiota. – A voz embargada lhe chamou a atenção e encarou o rosto contorcido em dor e banhado em lágrimas da companheira. – Eu... Estou péssima ainda, Zoro. Tudo isso que passamos... Eu não queria ter perdido ninguém.

Envolveu seus braços no ombro da mais nova e a abraçou gentil, porém, desengonçadamente. O medo de saber por tudo o que tiveram que passar nos anos em que esteve ausente lhe fez temer as consequências.

– Vai ficar tudo bem... – Consolou-a, mas na verdade estava tentando convencer a si mesmo. Desde o começo sabia dos motivos por trás das escolhas de Sanji, sabia que ele nutria sentimentos por si, mas não queria encarar aquele fato. Preferia deixar subentendido que amava o Luffy a ter que encarar aqueles sentimentos esmagadores.

– Iremos reunir todo mundo. – Murmurou fechando seus olhos e apoiando sua fronte na cabeça da mais nova. – Iremos voltar ao que era antes.

[...]

“Hey, eu já expliquei o que eu quero de almoço.” Os berros do capitão ecoavam em cada viga daquele navio. Parecia que ele movia-se somente com o som de suas cordas vocais. Como se o Sunny vivesse por Luffy. “Carne!” Riu ao escutar a palavra. O estoque de comida estava baixo, mas deveria ter algum tipo de carne.

“Já expliquei, Luffy. O estoque está acabando.”

“Não interessa. Quero carne!” As bochechas infladas e o bico enrugado fizeram todos a bordo rir da atitude do precioso capitão. “Carne!

“Oe, Luffy. Se o ero-cook diz que não tem mais, é porque não tem mais. Não insista.” Aquelas brigas, que eram mais para birras, lhe deixavam feliz.

“Mas eu quero carne!” E a forma como Luffy batia o pé e bufava deixava a cena mais engraçada ainda.

“Sanji é um ótimo cozinheiro. Vai pensar em algo para substituir sua carne.” Seus olhos alcançaram o mais velho e perdeu-se nos orbes verdes sorrindo abobadamente pelo elogio. Zoro o havia reconhecido.

[...]

Acordou assustado e soando. Sua camiseta estava encharcada pela noite de verão. O forro baixo do simplório restaurante contribuía para o acumulo de calor naquele quarto. Há quanto tempo vinha tendo aquele sonho?

– Carne... – Sussurrou levantando-se da cama e descendo as escadas. Encostou-se ao pilar no meio do cômodo e analisou o restaurante que havia construído. As mesas vermelhas cobertas por uma toalha rendada branca não eram de uma péssima escolha. Porém, o que mais chamava atenção naquele local era o chapéu de palha colocado como um quadro na parede ao lado do bar. O velho chapéu de palha. Ninguém se atrevia a tocá -lo.

Suspirou e aproximou-se dele. Passou o dedo na borda do chapéu. Sua única relíquia e memória do passado. Do que fizera; Do que um dia foi; Do tempo de pirata; Fitou o chão por alguns segundos e bateu a ponta do pé no piso de madeira. Tanto tempo...

– Ah... Água. – Murmurou caminhando em direção à cozinha. Abriu a geladeira e serviu-se do liquido gelado e refrescante. Sentou-se de maneira despojada em uma das cadeiras e permaneceu ali. Estava sem vontade para subir as escadas novamente, e sem sono para voltar a dormir.

Era um ritual que seguia todas as noites. Como um fantasma que lhe perseguia. Acordava assustado às quatro e meia da madrugada, levantava e se encaminhava para a cozinha, não antes de realizar seus minutos com o passado e o chapéu. Perdia tempo demais com coisa de menos. Começava a cozinhar pela aurora e só parava quando o ultimo cliente saísse do restaurante. Uma rotina que lhe tirava o peso de pensar o dia inteiro sobre assuntos delicados.

– Bom dia, chefe. – Virou a cabeça e seguiu o cumprimento. Apenas levantou a mão em resposta. Naquele dia em particular, estava cansado emocionalmente. E, daquela forma, continuou com seu dia. Atendendo clientes. Desejando estar deitado em sua cama, afogado em sua própria melancolia. Brigando com clientes. Sendo gentil com os esfomeados. Encerrando o trabalho ao fechar a porta. Mais um dia. Encarou o objeto fixado na parede e sorriu com a imagem do ex-capitão.

O som do sino preso à porta lhe assustou e virou-se estupefato com a imagem do homem à frente.

– Você parece um francês estúpido com o cabelo preso numa fita, Sanji. - A voz que permanecia viva em suas lembranças estava diferente, mais grossa e de uma calmaria sem tamanho.

– Depois de tanto tempo... A única coisa que tem a dizer é isso? – Tentou ao máximo se conter, por isso sorriu sem nenhuma vontade. O tom mais rude do que planejava pareceu afetar o homem mais velho. Também estava diferente. Notava-se que não era a mesma pessoa. Percebia-se que ele havia superado.

– E que você é um idiota. – O esverdeado deu de ombros e sentou-se à cadeira próxima de si apoiando as pernas na mesa. Analisou o cômodo e parou no chapéu de palha, franziu as sobrancelhas em desgosto. Imaginou quantas horas do dia o loiro passava martirizando-se e não gostou da ideia.

Sanji seguiu o olhar do outro e entreabriu os lábios em surpresa. Havia se acostumado com o item ali que nem imaginou o que o mesmo causaria aos outros. - Já estou fechando o restaurante e preciso dormir. Volte amanhã, Zoro. – Disse por fim voltando a encarar o dono de seus mais profundos sentimentos.

– Você dará um jeito de fugir de mim. – Tentou negar o que ele dissera, mas sabia que era verdade. Quanto mais tempo ficasse junto dele, mais lembranças dolorosas teria.

Suspirou rendendo-se ao olhar acusador.

– Estarei aqui amanhã, eu prometo.

– Se você fugir de mim... Não hesitarei em te matar. Faz quase quatro anos que estou te procurando, não vai ser agora que vou desistir. – O loiro prendeu a respiração ao escutar tais palavras. A ideia de que Zoro lhe procurava aquecia toda a sua alma, e o buraco em seu peito não existia mais.

Sorriu para o maior e esperou que ele se retirasse antes de desabar ao chão. Não conseguira dormir, nem pensar... O sonho não o havia lhe perturbado. Estava apenas ali, inerte em sensações: De como seu coração batia loucamente; Da forma como perdera o ar com a figura de sua paixão; Do jeito como se arrepiara com apenas o som de seu nome;

Algo bobo e infantil. Mas era assim que se sentia. Como se as engrenagens voltassem a funcionar em seus respectivos lugares. Como se o mundo dependesse daquele momento. Estava feliz.

E, perdido em pensamentos, não viu o sol nascer. Nem teve tempo de notar que seu assistente faltara. Apenas... Apenas conseguiu localizar o homem de fios esverdeados e expressão serena adentrar seu pequeno e precioso restaurante.

– Uou... Você está péssimo, Sanji. – A gargalhada que há tanto tempo não escutava parecia lhe acender como uma chama, e, envergonhadamente, acompanhou o maior em seu riso. Levantou-se do chão com ansiedade e o abraçou fortemente. Como se pudesse transpor seus sentimentos para ele com aquele abraço.

Fungou o nome de Zoro desesperadamente enquanto se prendia a ele da mesma forma. Conseguiu conter os soluços em sua garganta, escondendo seus olhos na camisa do outro. Fechou com força as mãos no tecido de algodão. Aquele perfume, que apenas o mais velho poderia exalar, estava ali. O doce aroma de sua paixão.

– Senti sua falta, marimo idiota. – Sussurrou timidamente no pé de seu ouvido. A resposta veio com os braços circulando em sua cintura e o murmúrio em seu pescoço.

– Também senti a sua, Ero-cook.

[...]

– E para onde vamos? – Perguntou abrindo os braços e sentindo a brisa da maresia lhe contornar a pele. Tanto tempo sem ver o mar, tanto tempo longe daquela sensação, que havia esquecido.

– Vamos buscar nossa família. Estamos indo nos reencontrar. - Zoro parou ao seu lado com o chapéu de palha em mãos. – Todos.

– Sem um capitão? – Encarou o maior curioso. Talvez estivesse esperançoso com a resposta, mas sabia que não poderia esperar muito.

– Só velejo a comando de um capitão. – O chapéu fora levantado em direção ao sol proporcionando uma sombra que se projetara até o rosto do loiro. – Mas... Esse capitão está morto.

– É... Eu sei. – Sanji admirou-se com a determinação de Zoro. Aquele sentimento de perda nunca o largaria, mas queria um novo recomeço junto com o maior.

– Só que durante esses anos eu estive pensando... E muito. E cheguei à conclusão de que... – O chapéu retornara para as mãos do loiro. – Por você... Posso me tornar o capitão.

Sorriu com tais palavras e, timidamente, selou seus lábios com os do esverdeado. Aos poucos iriam superar. Encontrariam conforto nos braços um do outro. Amor nos braços da família Mugiwara. Nami; Robin; Brook; Frank; Chopper; Usopp; Sanji; Zoro; E no coração de cada um, Luffy;

E assim termina...

Sunny velejando com um propósito novamente.

Em busca de reunir a família Mugiwara.


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Notas finais do capítulo

Então... É isso... Espero que tenham gostado! Mereço reviews? *O*
Obrigada por ter lido :3