Se não te mata, te acorrenta escrita por micoelho


Capítulo 1
O caminho que tracei


Notas iniciais do capítulo

Olá, tudo bem?

Este é o primeiríssimo capítulo da minha fanfic, e estou estreando nisso também. Os parágrafos abaixo são fictícios, mas se você estiver passando por qualquer situação aproximada, sinta-se á vontade para dizer ''Meu Deus! É muito isso!'' e tal. Caso você tenha outras reações, continue com o conforto da liberdade de expressão.

Leia e aproveite ♥



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Madrugada da sexta-feira, 14 de maio.

Gostaria de não ser clichê, mas isso nem chega perto de um motivo para omitir algumas verdades. Minha vida como Alice Hamilton tem sido dupla e nem um pouco glamorosa como você deve estar imaginando neste exato momento. Quem olha para mim vê troféus em minhas mãos: amigos, notas, gosto e tudo aquilo que provavelmente tem valor para a sociedade. E se eu declarasse nesse momento que é uma máscara cotidiana usada para evitar mais feridas?

Desde muito cedo, fui colocada em meio á conflitos, inclusive com a família. Se antes disso havia uma dificuldade por minha parte em fazer amizades e me entregar á elas sinceramente, pense como isso ficou depois. A inocência que me preenchia aos poucos foi virando marra, e assim me protegi de mais brigas e humilhações. Serei sincera: não desgosto de estar encoberta dessa felicidade, algo que pode ser chamado também de válvula de escape.

Mesmo falando com boa quantidade de gente, não sou a pessoa mais empolgada no mundo para ir á festas, apesar de que em uma ou outra você me encontrará, em meio aos esquisitos. Além daqueles que posso chamar de amigos, não há maiores aproximações com o resto. Digamos que o meu povo não tem tal classificação atoa: somos diferentes do que você encontraria em um pequeno espaço chamado meu bairro. Corrigindo, no novo espaço que eu deveria estar me habituando, no entanto dou preferência á voltar para ao que posso sim chamar de casa.

Lá aconteceram muitas coisas, verdadeiras transformações. Amizades se viraram convívio distante com apenas poucas exceções: Dave Saxton e Tina Grail. Infelizmente eu terei que usar esta última pessoa como um exemplo do meu motivo que me mantém ''impessoalíssima''. Ela, garota que conheci á mais ou menos uns 7 anos atrás, tem se afastado bruscamente de mim desde que chegamos á esta escola em West Park. Cheguei á inclusive considerar que, pelo fato de ela continuar no nosso lugar de início com Dave, tenha descoberto um novo lado próprio. Mas não, ela estava tendo coisas piores sobre as quais o meu melhor amigo nunca quis me dizer.

Eles não querem que eu cuide disso, então fico procurando caminhos de tentar ajuda-la e, não muito tarde, fico fazendo á mim mesma uma pergunta egoísta: o que será que causará á mim se as pessoas que gosto e tenho aproximação não forem dignas de confiança?

Sim, eu sei dessa resposta. Em um momento bem ''era uma vez'', só que com música alta e vários adolescentes dançando, fui encontrar uns novos caras que conheci a partir de um show. A festa era aquela coisa privada e lotada de gente como eu, que sonhava com a música no próprio futuro. Avistei de primeira o Dave, quem me iniciou á tudo isso. A verdade é dura, porém terá que ser dita: ele era muito meu amigo mas não conseguia dominar os meus interesses naquela hora.

Daquele jeito bem ''garotinha'' de ser, eu havia me encantado por um dos seus amigos, Gus. Ok, eles não eram tão amigos assim, para ser sincera o Dave alega que aquele que eu realmente gosto não passa de um idiota. Isso é porque eles estiveram na mesma banda e o motivo de ela ter bombado também foi o que tirou Dave e Eddie (meu irmão) dela. Mas, enfim, quando você sonha com uma pessoa, tem o segundo desejo: ter isso aprovado por quem gosta.

Algo como a chave para seu verdadeiro eu uma hora é entregue para alguém e, bem antes desta tal situação que estou narrando, dei os sinais para Nath de que estava me apaixonando por Gus. Ela era aquele tipo de garota que, com dois anos á mais, que você já o faz se sentir uma completa boba. Tinha um visual bem excêntrico que estampava seu maior desejo: agarrar a fama ou quem á tivesse. Seus cabelos com quatro dedos de raíz proposital mostravam o tom castanho original e o roxo neon, que contornava a face delicada totalmente maquiada. Nada disso atraía os garotos, e sim seu corpo escultural. Acha que eu vou descrevê-lo? Haha. Tenho muito á perder fazendo isso, mas imagine que ela era quase o meu contrário: meus cabelos tem um degrade de castanhos que, em seu repicado, envolvem a forma semi-quadrada de minha face, onde estão meus olhos amendoados. De resto, sou o padrão da idade.

Isso provaria se Nath merecia minha confiança. Ato enormemente burro, já que ela fazia parte do grupo dos recém conhecidos pelo Dave, assim como da lista das que tinham aquele mundinho que eu estava ansiando entrar nas mãos. Mas, aparentemente, eu fazia parte de seu TOP 5. Então, falei á ela daquela sensação que me dominava á tempos.

Nath, como eu de uma certa forma esperava, riu e me deus uns tapinhas, o que soou normal para mim. Mas, naquela noite onde minha alegria era ser apresentada para o mundo de Gus, entendi as risadas. Apenas fiquei pasma com os tapas de Nath, que já não eram na pobre Alice, e sim no garoto que amo. O agarramento estava ocorrendo ali, e aquela foi a prova de que não estava no topo nem dos mais próximos, mas ela invadiu a fortaleza que cercava minha fraqueza e já sabia de muita coisa.

Tolamente, continuei parada observando a cena, boquiaberta. Dave se aproximou, falando:

– Hey, Alice! Nós vamos ver uma nova banda de hard rock daqui a meia-hora, essa festa está ficando caída. Quer vir?

– Foi mal, cara. Estou no ritmo daqui: desacelerando e tediante. Já ficou assim, pelo menos uma vez? - peguei algo para beber, tentando disfarçar.

– Ali, to ficando assustado. Aconteceu alguma coisa?

– Não, não. Sério.

– Acho que não posso acreditar, mas você, Hamilton, é a pessoa mais teimosa do mundo! - disse Dave, rindo.

Depois de um meio abraço, ele saiu triunfando entre todos os pensamentos esquisitos que passavam por mim. Gostaria muito de poder compartilhar daquele sorriso acolhedor, porém a realidade que se passava em minha frente era horrível. Ela tinha dois nomes: Nathaly Keys e Gus Stapp. A pior parte dela, Nath, piscou para mim, e eu já não sabia o quão idiota estava parecendo. Foi quando me arrependi de sair de casa e decidi voltar para ''o aconchego''.

Ao longo do caminho e á beira da meia-noite, andei pelas calçadas molhadas, tendo apenas o barulho dos carros e dos meus passos para serem escutados, e não uma música do Alice In Chains. A minha jaqueta estava encharcada e, felizmente, os coturnos pareciam quentes, totalmente o oposto de como me sentia. Pensei no quanto seria alvo de humilhações e perguntas nem um tanto amigas como as de Dave. Senti os olhares de meus pais em mim, mesmo á quilômetros de distância.

Sai, então, dessa dimensão de problemas e fui trazida de volta para o que partira meu peito. Escutei a voz de Nath e, ao me virar, a vi na carona do carro de Gus.

– Hamilton! Vai deixar suas roupas no estado da maquiagem, querida?

– Não, Nath, se vocês forem amigáveis de me deixarem entrar aí.

Em poucos minutos me dei conta de que eu preferia ter continuado caminhando e maltratando meu rímel do que ter feito aquele convite para o massacre.

– Bom, Gus-Gus, o que acha? - sua voz era maliciosa e, evidentemente, me torturou.

– Anda, Ali, pode vir! - e foi então, quando ele disse isso, que repensei cada segundo antes e meu pedido ridículo.

Entrei no carro já colocando uma risada no rosto, como a que dávamos durante os shows. Olhei para o casal diante de mim e eles responderam com um longo beijo entre si. Corrigindo: seria longo, mas eu meti minha mão entre eles, afastando-os.

– Ho, Alice! Estou dando carona para uma amiga ou para uma vadiazinha?

Não tive que segurar lágrimas enquanto as palavras soavam em meus ouvidos, mas deveria ter controlado minha mão que deu um sonoro tapa em seu rosto. Imediatamente, desci de seu carro, em apuros. Houve um pequeno instante em que estive paralisada diante da caminhonete estilo filhinho de papai. Senti, através de tudo aquilo, o olhar de Gus pesando em mim. Estava difícil de suportar, mas o pior foi o momento em que me dei conta do porquê daquela sensação. Então, o vazio tinha companhia: nojo.

O som dos pneus saindo em disparada no asfalto regado pela chuva era o sinal de que precisava seguir. Continuei pelo antigo caminho já entendendo que não aguentaria mais. Me lembrei que a casa da Tina era á 1 rua ao lado, seria bom revê-la por mim, o que não sabia era sua reação. Mandei, então, uma mensagem para ela:

''T, aqui é a Ali Hamilton. Você sabe, tempos difíceis. Posso ir aí?''

Segundos depois, o celular vibrou, quase escorregando por minhas mãos gélidas:

''Sim, A, preciso mesmo falar contigo.''

E foi nesse instante que não havia mais uma pessoa trajando minhas roupas e vivendo minha vida, apenas um monte de incerteza e medo.


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Notas finais do capítulo

Escapadinha básica do texto ou um leitor no final de sua escalada-literária, dê uma olhada aqui!

Eu sou lerda, logo depois de alguns dias ainda tinha coisas para modificar no texto original. Publiquei antecipadamente por causa do meu caso mega antigo de ansiedade. Se você após ler encontrou partes diferentes, saiba que a culpa é minha e elas foram editadas.

xoxo para vocês



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