[Insira seu título aqui] escrita por Helo, William Groth, Matt the Robot, gomdrop, Ana Dapper


Capítulo 5
Bullying e a luta


Notas iniciais do capítulo

Heyllo peoples, aqui é o Matt. Espero que gostem! XD



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Matt

Bullying. Provocações. Xingamentos. Destruição de autoestima. Isso praticamente define minha vida toda.

Para começar, eu sempre sofri com isso dentro de casa mesmo. Descobri meus poderes sobre as plantas logo cedo, com uns 4, 5 anos, mas minha família não era nada compreensiva. Eu morava com meu pai e minha avó, e imagine o que é você ter duas pessoas que sempre te criaram bem e foram carinhosas, de repente agindo como se você fosse uma mísera barata nojenta. E eles não faziam nenhuma questão de disfarçar o nojo que sentiam.

– Você é uma aberração! – dizia meu pai. – Como posso ter um filho tão anormal, meu Deus?

– É um demônio! – minha avó continuava. – Um monstro que inferniza nossas vidas!

Essas são só algumas das coisas que passei a ouvir deles depois que comecei a me comportar "de forma errada". Minha família passou a sentir vergonha de mim. E é claro que meu pai nunca me contou a verdade. Ele preferia humilhar constantemente o próprio filho, que ainda era uma criança, do que revelar a verdadeira origem dele. E, por eu ser uma criança e sempre ouvir essas coisas horríveis, cresci me convencendo de que eles tinham razão, de que eu era realmente uma aberração, uma criatura que não deveria ter vindo a este mundo.

Eles só me criaram porque não tinham com quem me deixar, e não eram tão cruéis a ponto de abandonar uma criança na rua. Mas desde que meus poderes se manifestaram, nunca mais demonstraram um pingo de amor por mim.

E assim foi, até que entrei na escola com 10 anos. Sim, super tarde, eu sei. Mas meu pai e minha avó resolveram adiar minha entrada lá pelo tempo que fosse possível, porque tinham medo de que eu usasse meus poderes "anormais" e revelasse a todos a "aberração" que eu era.

Mas minha vida não melhorou nada quando entrei na escola. Pelo contrário, piorou, e muito. Passei a sofrer bullying lá também.

– Sai daqui, seu nerd esquisito! – caçoava algum colega.

– Vai procurar sua turma! – dizia outro. – Ah, é mesmo, você não tem uma turma! – E todos davam risada.

– Porque ninguém gosta de você! – dizia algum outro, e todos riam de novo.

A maioria dos meus colegas me chamava de nerd esquisito, e ninguém andava comigo. E por causa do meu... digamos... "jeito", vieram também outros xingamentos.

E assim passei a sofrer muito em casa e na escola. (É de admirar que eu não tenha tentado suicídio depois disso tudo.)

Após dois anos enfrentando essa rotina péssima, conheci dois colegas que vieram a se tornar meus melhores (e únicos) amigos. Para encurtar a história, Joe é um fauno (prefiro esse termo, embora os gregos chamem de "sátiro") e Gwen, uma ninfa, e eles me contaram toda (na verdade, quase toda) a verdade: que eu era um semideus, filho de um dos olimpianos, etc. E exigiram que meu pai me contasse tudo melhor. Sem ter como escapar agora, ele teve que me contar, e então eu ouvi ele falar sobre minha mãe pela primeira vez em 12 anos.

E pela primeira vez, eu soube da existência de todos esses mitos gregos, e soube que eles não eram apenas mitos. Meu pai nunca tinha permitido que eu conhecesse muito da mitologia, ele escondia de mim o meu mundo, porque ainda sentia mágoa de minha mãe por tê-lo deixado; eu só ouvia as pessoas falarem, de forma muito vaga, mas não sabia nada sobre os mitos.

Joe era o que mais ficava comigo, raramente eu via Gwen. Achava que era porque ela não gostava de mim, mas depois de eu saber de tudo, Joe me contou que ninfas não podem ficar muito tempo longe das suas esferas de poder. E só então eu fui entender também o motivo real dele usar muletas e boné.

Enfim, os dois me levaram ao Camp Half-Blood (meu pai e minha avó nem tentaram impedir, eles queriam é se livrar de mim logo), e ao ver tanta gente igual a mim naquele local, eu percebi que não era uma aberração. E me senti acolhido, de uma forma que nunca aconteceu na minha própria casa. Ah, e na minha primeira noite, durante o jantar, minha mãe olimpiana, Deméter, me reclamou.

Mas quando eu achava que o bullying finalmente tinha parado pra sempre, não foi bem assim. Eu e meus irmãos do chalé 4 somos vistos como semideuses fracos por vários membros de outros chalés, como os de Ares e de Zeus. Isso me irrita profundamente. Eles acham que não somos de nada? Pois que esperem só pra ver.

Mas também conheci algumas pessoas legais aqui. Helo, filha de Apolo; Marceline e Peter, de Hades; Ana, de Hécate; Marc, de Zeus; John e Charlie, de Poseidon; Hezel, de Hermes... Embora Hezel às vezes roube minhas coisas e me deixe com raiva, ela é gente boa. Ana é meio tímida, como eu. Helo e Marceline têm uma espécie de ódio gratuito uma pela outra, e estão sempre brigando, não entendo o motivo. Já tentei fazer as duas serem amigas, mas não adiantou de nada. Só serviu para elas sentirem raiva de mim também. Marc é muito lindo e interessante, com aqueles olhos e aquele cabelo... mas ele não vai querer nada comigo, as garotas são a praia dele, nem adianta eu tentar. Ah, meus deuses! Esqueçam que eu disse essas coisas! Enfim...

Eu não tenho um papel muito importante no acampamento. Nem sou o conselheiro do meu chalé. Então não faço ideia de por que Quíron me deixou responsável por tudo até que voltasse do Olimpo, para onde foi convocado urgentemente. Não gosto muito de ficar na liderança, mas até que eu estava indo bem, até que Helo e Marceline cometeram a burrada de irem brigar fora dos limites mágicos do acampamento. E parece que daquela vez, a briga era séria.

Todos os campistas tinham se amontoado para tentar espiar a briga das duas. O chalé de Ares as estimulava com gritos, enquanto o de Apolo preparava os primeiros-socorros. Eu não sabia o que fazer, e de repente, Peter e sua amiga Maia também passaram pela barreira, sem que eu pudesse impedi-los.

– Ei, vocês dois, voltem aqui! – gritei, mas eles não me escutaram, ou não deram bola pra o que eu falei. – PETER! MAIA! VOLTEM! HELO E MARCY, PAREM DE BRIGAR E VOLTEM TAMBÉM!

Mas ninguém me escutava.

Se alguma coisa acontecer a esses quatro, nunca vou me perdoar, pensei. E Quíron vai me matar! Meus deuses, o que eu faço?

Fiquei nervoso, sem saber como tirá-los de lá. Então resolvi ir atrás deles.

– Fiquem aqui! Todos vocês!! – gritei para o amontoado de campistas. E desci a colina em direção àqueles sem noção.

Chegando lá, a cena era apavorante. Havia cinco ciclopes enormes cercando os quatro. Um deles tinha agarrado Marceline. Ela lutava e tentava se soltar, mas ele era muito forte, e estava ameaçando esmagá-la. Peter tentava salvar sua irmã, desferindo golpes com sua espada de ferro estígio, mas dois ciclopes tentavam acertá-lo com seus porretes. Os outros dois deixavam Maia e Helo ocupadas, e tentavam agarrá-las também. Helo atirava várias flechas, mas elas não causavam muitos danos, até que uma acertou em cheio o olho de um dos ciclopes. Ele urrou de dor e desabou de joelhos.

– Hahaha, tome, seu imbecil! – disse Helo.

– Não fique tão vitoriosa – disse Maia –, ainda temos que nos preocupar com outro!

Isso deu um pouco de tempo às duas, para que cuidassem do outro. Enquanto Helo o distraía, usando seus poderes solares para queimar a pele dele, Maia fincou uma espada de bronze celestial em cheio entre suas pernas. O monstrão virou pó, mas o amigo dele tinha arrancado a flecha do olho e estava indo atrás de Helo, meio às cegas, em busca de vingança.

Eu estava em pânico, mas tinha que ajudá-los. Percebi que nenhum ciclope tinha me visto ainda, então me escondi atrás de uma árvore grande e me concentrei em meus poderes. Convoquei todas as plantas que pude, usando toda a minha força. Vários ramos fortes se ergueram do chão, e muitos outros que não estavam ali antes brotaram da terra. Eles foram subindo e envolvendo os dois ciclopes que tentavam distrair Peter. Mas os monstros eram fortes, e conseguiram quebrá-los antes que ele pudesse se concentrar em salvar Marceline.

– Saiam daqui! – gritou Peter para eles. – E você, SOLTE MINHA IRMÃ!

O ciclope urrou de forma parecida com uma risada.

Me concentrei mais ainda. E fiz uma coisa que achei que nunca fosse precisar fazer: usei meu poder total.

As plantas ganharam força. Surgiram muitas outras de sei lá onde, e todas começaram a envolver os três ciclopes que iam atrás de Peter, Helo e Maia. Algumas plantas se amarraram no pescoço deles e começaram a enforcá-los, enquanto outras os açoitavam como chicotes. O quase cego tentou dar golpes com as mãos, mas as garotas se desviaram e mais plantas surgiram, envolvendo e tentando quebrar os braços dele.

As plantas começaram a envolver também o ciclope que segurava Marceline, mas ele era mais forte do que os outros, e não se deixou amarrar. Percebi que se não desviasse a atenção dele, Marceline seria partida ao meio como um palito de dente. Então fiz algumas plantas erguerem uma pedra grande e jogarem na cabeça dele, por trás.

Com o susto, ele largou Marceline, que foi segurada por Peter, e se virou. Olhei de relance e vi que Helo e Maia tinham conseguido reduzir o ciclope meio cego a pó; e Marceline, agora livre, ajudou seu irmão a cuidar dos outros dois, que estavam quase totalmente envolvidos por plantas.

Nesse momento, Ana chegou e começou a entoar um canto e a tentar usar magia para combater o outro ciclope.

– Não, Ana! – gritei para ela. – Corra! Saia daqui!

Ela não me deu ouvidos, e se concentrou na magia, mas era tarde demais. O ciclope já tinha vindo na minha direção. Ele arrancou a árvore atrás da qual eu estava escondido, o que fez eu me desconcentrar e parar de controlar as plantas.

– Eehr... Ciclopezinho bonitinho... – eu disse, dando um sorriso cheio de medo.

Ele urrou alto e me deu um soco que me fez voar longe. Gritei e fui de encontro ao pinheiro de Thalia, caindo no chão.

– MATT! – gritaram meus amigos.

E essa é a última coisa que me lembro antes de desmaiar.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Sei que ficou meio grande, mas nunca fui bom em escrever coisas resumidas... Enfim, deixem reviews se gostaram (e até se não gostaram também). A gente se encontra daqui a quatro capítulos, bye bye! XD



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